Depois daqueles 12 fatos curiosos sobre a chegada do rádio ao Rio Grande do Norte aqui está um pouco da chegada da TV no Rio Grande do Norte.
A televisão foi implantada no Brasil em 1950, por Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, com a TV Tupi (inicialmente com o nome de PRF 3), na cidade de São Paulo. Ele espalhou aparelhos de TV pela cidade para pessoas que nem se quer sabiam o que era uma televisão.
O Brasil foi quarto no mundo a receber a TV, e o primeiro da América Latina, mesmo com as pesquisas iniciais apontando a inviabilidade do projeto.
No nordeste “A TV Jornal do Comércio” de Recife foi a primeira emissora ser implantada, mas isso só ocorreu em 1960. Veja agora 10 curiosidades sobre a chegada da TV no estado:
1. O primeiro receptor de TV da cidade de Natal foi trazido no início do ano de 1961.
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Ele foi trazido pelo jovem Moacyr Gomes da Costa que retornava a Natal após estudar em São Paulo.
2. Naquele tempo o único aparelho de televisão de que se tem notícia foi provavelmente o da família Miranda Gomes
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Naquele ano, a única televisão de que se tem notícia foi muito provavelmente o da casa da família Miranda Gomes.
O professor Fred Sinezando, que morava pela região conta que à noite as pessoas se aglomeravam nas calçadas para tentar ver a novidade. Todo mundo estava tão “hipnotizado” com a tecnologia nova que ninguém reclamava de ver apenas um canal cheio de ruído (“chuviscos” na imagem) e um som bem precário).
3. Era uma luta captar algum sinal
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O professor conta ainda que após muitas tentativas insistentes de se captar o sinal vindo de Recife, finalmente uma imagem chuviscada e cheia de sombras foi captada.
A vizinhança estava toda presente para ver a novidade e foi uma alegria geral. O problema é que a recepção era muito instável. Para se conseguir continuar vendo a péssima imagem foi necessário o escritor Carlos ficasse horas no telhado, sem se mexer, segurando a antena.
4. E só dava pra ver 6 horas de programação
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Isso mesmo. Nos anos 60 a programação diária da TV vinda de Recife começava por volta de 17h e encerrava 23h.
5. Alguns natalenses ligavam a TV antes mesmo de começar a programação.
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O professor fala que era um deles, e só viam assim o desenho de um índio, símbolo da TV Jornal do Comércio.
6. Um programa que dava uma boa audiência na cidade na época era o “TV Ringue”
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Com o lutador Ted Boy Marino, conhecido como “o lutador galã” e “rei do telecach”. Havia também os programas de auditório “Noite de Black-Tie” e “Você faz o Show” (com Fernando Castelão e Lolita Rodrigues). Lembra? Não né?!
Esses dois últimos programas faziam as famílias se reunirem em frente à TV para assistir as atrações nas noites de sábado e domingo. Sempre havia uma atração nacional no final.
7. Na sequência surgiram uns seriados, que chegavam “atrasados” à cidade
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Como “Combate”, “The Monkees”, “Big Valley”, “A Feiticeira” e programas como: “Esta Noite se Improvisa”, “Família Trapo” e “Corte Rayol Show”. Não haviam redes de televisão como hoje, e os programas gravados no Rio ou São Paulo só eram exibidos em Recife e Natal uma semana depois.
8. A primeira emissora com produção local só chegou em 1972
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Foram necessários 22 anos após a implantação da primeira emissora, para que o RN tivesse a sua primeira emissora televisão local e regional. Depois só no final dos anos de 1980 foram instalas outras emissoras.
9. A primeira emissora implantada no estado foi a “Televisão Universitária”
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Isso em dezembro de 1972. A TVU, como é mais conhecida, é uma TV pública, pertencente a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com a proposta de transmitir conteúdo educativo. Ela é uma das mais antigas emissoras educativas do país, atrás da TV Universitária de Pernambuco, fundada em 1976.
10. Os potiguares só começam a se ver na TV com o surgimento da primeira emissora de televisão comercial
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O marco da história da televisão no estado é o surgimento da primeira televisão comercial do Rio Grande do Norte, a TV Ponta Negra, em 1987, que colocou o estado no cenário nacional e os potiguares começam a se ver na tela através dos telejornais.
11. A concessão da TV Ponta Negra foi doada pelo General Figueiredo ao então Senador Carlos Alberto de Sousa por serem grandes amigos e aliados
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No documentário “TV Ponta Negra: o início da TV comercial do RN”, o jornalista Paulo Tarcisio relata que por ser de origem humilde, Carlos Alberto de Sousa era hostilizado e sentia que só seria respeitado e teria voz se tivesse seu próprio veículo de comunicação.
O jornalista relata que em uma conversa do senador com o presidente Figueiredo, contou seu sofrimento, “e o presidente lhe disse “entre em uma concessão que eu lhe dou um canal de televisão”.
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Em seguida, Sousa conversou com Silvio Santos, que cedeu alguns equipamentos para o início das transmissões, e no dia 15 de março de 1987 a afiliada do SBT entrou no ar transmitindo ao vivo a posse do governador Geraldo Melo.
12. Depois da afiliada do SBT na cidade, outros políticos entraram na corrida para ganhar uma concessão de TV no Rio Grande do Norte
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As concessões da TV Cabugi, afiliada da Rede Globo e a TV Tropical, afiliada da Manchete (inicialmente), cujos proprietários eram o ministro Aluisio Alves e o senador José Agripino Maia, respectivamente, foram outorgadas em 1986.
Já a TV Potengi, pertencente ao ex-governador Geraldo Melo, teve sua concessão outorgada em 1988
para transmitir a programação da TV Bandeirantes.
13. No início, as condições eram precárias e fazer televisão era um desafio
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No documentário “TV Ponta Negra: o início da TV comercial no RN”, Micarla de Sousa, filha de Carlos Alberto de Sousa, relembra as dificuldades do início: “o estúdio media dois por dois, era uma coisa mínima”, além disso, fala também de como foi criado o cenário para o primeiro programa ‘O povo na TV’, apresentado por Paulo Tarcísio.
14. O primeiro telejornal de Natal era chamado de “Jornal da Cidade”
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E a falta de recursos acabava limitando sua produção. O diretor executivo da TV Ponta Negra, Bosco Afonso, relata que “era uma espécie de jornal falado porque não tínhamos recursos para ir para a rua com a equipe”.
Ele conta ainda que o jornal ia ao ar por volta das 18h30, durava trinta minutos e tinha dois apresentadores que narravam as notícias do dia.
15. Mas na TV Cabugi (atual InterTV Cabugi), afilida da Rede Globo, a situação era diferente
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A jornalista Ana Luiza Câmara, em entrevista para “Os Caminhos da TV no RN: uma análise do conhecimento existente sobre a história da TV potiguar” de Luciana Salviano Marques e Valquiria Kneipp (UFRN, Natal, RN), contou que a emissora possuía 7 equipes de reportagem, compostas por repórter, cinegrafista, motorista e operador de VT.
Ela conta ainda que “tudo seguiu a cartilha da Globo”, com profissionais vindos de Recife, a OPJ (Operação Portátil de Jornalismo) mostrava como deveria ser o funcionamento da TV. “Eles estavam abrindo muitas afiliadas e já tinham uma equipe pronta pra ir treinar”, completa.
Com informações do professor Fred Sinezando Rossiter publicadas no livro “Natal no Século XX” e “Os Caminhos da TV no RN: uma análise do conhecimento existente sobre a história da TV potiguar” de Luciana Salviano Marques e Valquiria Kneipp (UFRN, Natal, RN).
Fonte: CURIOZZZO
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