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segunda-feira, 20 de julho de 2020

Quilimérios, um povo isolado entre belas rochas de Minas

Documentário mostra pela primeira vez comunidade que há quase dois séculos se isolou em Rubim, no Nordeste de Minas.
Quem percorre o Vale do Jequitinhonha no extremo Nordeste de Minas, quase divisa com o sul da Bahia, vê ao longe um conjunto de belas pedras de granito como se tivessem sido despencadas numa chuva de meteoritos. É difícil passar por ali e conter a vontade de ir ver de perto, afinal, a pacata e hospitaleira cidade de Rubim fica logo ali. Pois bem, foi neste belo lugar que um antigo quilombo volante, certamente vindo do interior da Bahia, resolveu se fixar de vez, esquecendo-se do tempo e da chamada civilização, vivendo ali esquecido, isolado. São os Quilimérios, um nome de origem desconhecida.
Uma equipe de cineastas e jornalistas de Belo Horizonte esteve lá e fez o interessante curta-metragem chamado Quilimérios, um documentário de 24 minutos que trata da história deste povo que vive isolado desde o século XIX, na parte mineira do Vale do Rio Jequitinhonha, que logo depois deságua no litoral baiano. Escondidos entre altas pedras de lugares quase inacessíveis, os Quilimérios ainda são desconhecidos por muita gente que vive até mesmo na própria região.
O curta Quilimérios conta um pouco da história deste povo, mostra cenários deslumbrantes e lugares quase intocados do Baixo Jequitinhonha, filmados praticamente com celular e drone, “o que o torna um produto experimental e inovador”, afirma Emerson Penha. O diretor do curta revela que ir a esta comunidade e fazer o documentário foi muito significativo: “É impressionante, nos dias de hoje, com tanta tecnologia, um povo permanecer isolado. Por outro lado, é importante poder mostrar que o mundo tem lugar para todos, independentemente do seu jeito de ser e viver. Todos têm direito a viver como desejam e isso precisa ser respeitado”, observa.
Na região do Baixo Jequitinhonha, divisa entre Minas Gerais e Bahia, as pedras gigantes marcam o caminho do rio. A muralha natural isola tudo, até mesmo a passagem do tempo. Nesse cenário, os Quilimérios vivem como no século XIX. Para eles, o isolamento foi a única opção e até hoje o mistério de sua existência permanece. A explicação sociológica mais razoável é que seriam remanescentes dos quilombos volantes, grupos nômades formados por afrodescendentes que escapavam do cativeiro, indígenas expulsos de suas terras e mesmo brancos que fugiam das cidades por diversas razões.

A história que se conta entre várias gerações na região de Rubim, cidade mais próxima e de pouco mais de 10 mil habitantes, é que esse grupo de pessoas foi formado a partir da fuga de um ex-escravo, Juca Preto, contratado por um fazendeiro da vizinha cidade de Pedra Azul para matar alguém importante. Após cometer o crime, Juca fugiu para a região onde seus descendentes vivem até hoje e que permanece quase inacessível. Ali só se chega a pé ou a cavalo. Na fuga, Juca levou uma índia, com quem teria dado início à família dos Quilimérios. São pessoas muito reservadas, que cultivam costumes antigos e têm hábitos comportamentais como o casamento endogâmico. Atualmente restam apenas alguns quilimérios remanescentes, já que as novas gerações vêm se transferindo para Rubim.
Quilimérios é um filme de Emerson Penha, com música de Túlio Mourão, fotografia de Fábio Damasceno, produção de Zu Moreira, edição de Rafael Diniz (Fiel) e argumento de Tião Soares.
Confira o vídeo acima indo ao Youtube.
Fonte: Jornalistas Livres

Brasil tem domingo com mais óbitos registrados e se aproxima das 80 mil mortes por coronavírus

Foto: Ricardo Moraes/Alma Preta
Dados do Rio de Janeiro que entraram com atraso contribuíram para a alta, mas a média semanal já vinha mantendo patamar elevado.
O Brasil registrou mais 716 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, segundo atualização do Ministério da Saúde neste domingo (19). O total de óbitos chega a 79.488.
Embora fins de semana costumem apresentar números mais baixos devido ao esquema de trabalho reduzido das equipes, este é o domingo com o maior registro de mortes desde o início da pandemia. Segundo o governo, um apagão nos dados do Rio de Janeiro, que acumulou os números do sábado e do domingo, contribuiu para o aumento. Antes, a maior alta em um domingo no país tinha sido no dia 21 de junho, quando foram contabilizadas 641 vítimas da covid-19.
Ainda de acordo com os dados do governo Jair Bolsonaro, de ontem para hoje foram confirmadas 23.529 novas infecções. O total de casos de covid-19 é de 2.098.389.
Fonte: Revista Fórum

Patrícia Pillar detona Bolsonaro: “só enxergo estupidez e destruição”

Patricia Pillar pede mobilização em prol de religiões de matrizes africanas
Patricia Pillar pede mobilização em prol de religiões de matrizes africanas
A atriz Patricia Pillar manifestou profunda indignação com a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus. Ela disse: “a curto prazo não enxergo nenhuma luz, só estupidez e destruição"

247 - A atriz, diretora e produtora Patrícia Pillar afirmou que não vê luz no fim do túnel para o Brasil, com a catástrofe sanitária associada à gestão temerária de Jair Bolsonaro. Ela complementou, indignada, ao jornalista Ancelmo Gois, d’O Globo: “e o pior, são mais de 75 mil mortes pela Covid até agora" 
A reportagem do portal Uol relata que “diante do número crescente de mortes no país, ela [Patrícia Pillar] acusou o político de dar um mau exemplo ao estimular, indiretamente, as pessoas a não usarem máscaras e a irem para as ruas.”
A matéria ainda destaca que “ela ainda ressaltou que a Saúde não é o único ponto fraco da gestão do chefe de Estado, atualmente sem partido. "[São] perdas irreparáveis em Educação, Meio Ambiente, Cultura, Relações internacionais", cita ela, sobre algumas das pastas que enfrentam problemas internos.”
Fonte: Brasil 247

Cultura e barbárie: como o governo Bolonaro despreza nossa diversidade

Condenar o Brasil a exportador de commodites e predador do meio ambiente e os brasileiros a consumidores de quinquilharias da indústria cultural globalizada são traços de um neocolonialismo
A extinção do Ministério da Cultura foi o primeiro de uma série de atos que simbolizam a aversão do governo Bolsonaro à cultura, às artes e às liberdades conquistadas pela humanidade neste início do século 21.
O que o governo entende por cultura é o resgate de valores autoritários, a censura, o dirigismo estatal, a legitimação da tortura e o culto à violência e às armas. É evidente o desprezo por nossa diversidade cultural, em especial pelas contribuições culturais africana e indígena.
Referências nazi-fascistas inspiram o esfacelamento da memória nacional, a repressão ao ato criativo e a perseguição aos artistas. O vexatório silêncio do governo na morte de João Gilberto, um ícone da música mundial, mostra o tamanho da hostilidade.
Os povos indígenas sofrem com a explosão de invasões e assassinatos enquanto o governo fala em “civilizar” e liberar garimpo em suas terras. A proteção dos direitos dos índios é dever do Estado. E Marechal Rondon já os defendia há mais de cem anos.
Vislumbra-se um cenário de terra arrasada na Agência Nacional do Cinema (Ancine); agonia da Cinemateca; elogios à escravidão pelo presidente da Fundação Palmares; ameaça de extinção da Fundação Ruy Barbosa; inoperância da Funarte e a nomeação de uma pessoa sem qualificação para presidir o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O Iphan tem enorme responsabilidade na preservação da memória: o barroco mineiro, as cidades históricas em que se deram os sonhos de independência do Brasil; a capoeira e o samba; a poética de Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Manoel de Barros e Cecília Meireles; a literatura de Guimarães Rosa, João Ubaldo, Jorge Amado e Rachel de Queiroz; a arte de Djanira; kusiwa, a pintura corporal do povo wajãpi, patrimônio cultural mundial, e a espetacular arte gráfica dos caiapó e dos yawalapiti, entre tantas outras criações brasileiras.
A cobiça e a pressão no licenciamento de empreendimentos colocam esse patrimônio em risco. E “passar a boiada”, como diz o ministro Ricardo Salles, é o lema do momento.
No audiovisual, pela primeira vez a cota de tela não foi cumprida, e os filmes nacionais ficaram sem espaço no mercado. O corte do financiamento do cinema e das séries faz o Brasil perder um espaço conquistado na produção de conteúdo. A geração de renda da cultura sequer é vislumbrada pela incompetente política econômica.
Condenar o Brasil a exportador de commodites e predador do meio ambiente e os brasileiros a consumidores de quinquilharias da indústria cultural globalizada são traços de um neocolonialismo.
É nesse terreno que a Covid-19 atinge a área cultural. Aldir Blanc, Sérgio Sant’Anna e o kumu Higino do Rio Negro são alguns dos artistas e mestres que tiveram suas vidas encurtadas. Quantas vozes insubstituíveis poderiam ter sido salvas se o governo não fosse omisso?
O Brasil e sua cultura são maiores que um governo medíocre. Entretanto, quanto mais perdurar a demolição, mais difícil será a reconstrução.
Publicado originalmente na Folha de S.Paulo.
Com Portal Brasil Cultura