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terça-feira, 4 de maio de 2021

REALIDADE PARALELA - Educadora alerta para interesses e danos por trás da ‘homeschooling’

 Foto: IowaPolitics/CC

São Paulo – Mais conhecida como homeschooling, a educação domiciliar é a única prioridade da pauta educacional do governo Bolsonaro. Com apoio do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e de Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Bolsonaro pretende regulamentar a prática adotada por cerca de 5 mil famílias, ou 20 mil estudantes em todo o pais, ainda neste primeiro semestre.

Há diversos projetos de lei sobre o tema, mas o mais adiantado é o PL 3.179/12, de autoria do deputado Lincoln Portela (PL-MG), ao qual estão apensados outros de teor semelhante. Pelo projeto, o ensino fundamental e médio poderão ser mantidos também na própria residência, ministrado por pais ou tutores escolhidos, com supervisão e avaliação periódica pelo do poder público. Ainda não há legislação a respeito. E essa insegurança jurídica permite que muitos pais que ensinam seus filhos em casa sejam acusados de abandono intelectual pelo Ministério Público.

Adotado por famílias sectárias devido ao conservadorismo e religiosidade, e defendido pela base de apoio de Bolsonaro, a homeschooling não é apenas uma questão ideológica de pais que acreditam que a escola não é o melhor lugar para os seus filhos serem educados. E está associada a interesses econômicos.

O presidente da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), Rick Dias, por exemplo, mantém na internet o portal Simeduc. Nele, há loja virtual que comercializa Bíblias e livros sobre família, educação em casa e outros temas. Atualmente, o destaque é Lavagem Cerebral – Como as Universidades Doutrinam a Juventude, de Ben Shapiro. Segundo o portal, trata-se de uma “exposição explosiva da agenda esquerdista que atua nas universidades hoje”.

Possibilidades de negócios

Para a deputada federal Rosa Neide (PT-MT), coordenadora do núcleo de Educação da bancada do PT na Câmara, as possibilidades de negócios não se esgotam aí. Por isso tem outras preocupações a respeito. “Minha preocupação é com as consequências. Do ponto de vista econômico, podem surgir, por exemplo, demandas de pais por vouchers pagos com recursos da escola pública para pagar tutores para acompanhar seus filhos em casa”, afirma. E não para por aí, segundo ela.

Há a indústria de material pedagógico, que pode ampliar seu mercado entre as famílias educadoras. “Então vai sendo destruindo o orçamento da escola pública. Ninguém está aí pagando de bonzinho. Por trás disso vem o apostilado, o material didático e daí pra frente, família a família, vai ficando interessante”.

Outro aspecto preocupante é a formação geral do aluno educado em casa pelos pais ou mesmo por professores tutores, especialmente do ponte de vista psicológico. “Há sim a questão econômica, mas não sabemos como vai ser a cabeça desse jovem no futuro, o que vai acontecer com a nossa sociedade no futuro. Não é só uma questão de pagar um voucher agora. É muito preocupante uma criança, um adolescente, ficar em um mundo à parte até que cresça e resolva tomar uma atitude. É um tipo de filosofia que pode enveredar por um caminho muito ruim no Brasil. Afinal, estaremos retirando do convívio, da construção coletiva de um país, estaremos separando algumas pessoas. E não podemos prever o que pode acontecer daqui a 10, 15 anos, em consequência a tudo isso”, diz Rosa Neide.

Espaço de socialização

Mestre em educação e ex-secretária estadual de Educação no seu estado, a deputada destacou que no Brasil, o conceito de educação foi construído em torno da escola como espaço de socialização, conhecimento, relações interpessoais, princípios e convívio com as diferenças. E que o convívio basicamente familiar consiste na convivência com iguais, quando o mundo não se limita à família, e sim a um agrupamento de pessoas com concepções de vida diferentes. Assim, para respeitar o diferente é preciso conviver com o diferente. E é exatamente o que o homeschooling não permite.

Além disso a escola é um espaço de proteção a alunos que em casa são vítimas de violencia e assédio sexual. Casos como o do menino Henry, no Rio de Janeiro, poderiam ser evitados.

“Onde a criança estava sendo maltratada? Em sua casa. Se estivesse no cotidiano da escola, a professora teria percebido que ele estava mancando, que tinha hematomas, e poderia ter evitado aquela morte e tantas outras”, disse, lembrando que 90% dos casos de estupro é percebido na escola, pelos professores. “Isso não acontece em casa de famílias pobres. Acontece na casa de qualquer pessoa.”

Prioridades educacionais

As peculiaridades da situação da educação brasileira, resultado das desigualdades socioeconômicas e do histórico subfinanciamento do setor, também não podem ficar à margem da discussão. Ainda mais em tempo de pandemia, quando a ampla maioria dos alunos não tem conexão com a internet em casa e por isso acabam excluídas da escola.

“Enquanto isso, no mundo todo houve retorno às aulas de maneira remota. Os alunos têm tablets e acesso à internet, quando aqui apenas uma minoria pode contar com esses recursos. E o governo colocou como principal projeto da educação o atendimento à demanda de 5 mil famílias. Nós temos 50 milhões de estudantes na rede pública brasileira. Este deve ser o foco”, disse a deputada.

O posicionamento é o mesmo de entidades ligadas à Educação. É o caso do Conselho Nacional de Educação CNE), União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e até das associações de docentes das universidades federais (Andifes) e dos Institutos Federais (Proifes).

No estado de São Paulo, o Conselho Estadual de Educação e o governo de João Doria se anteciparam em relação à educação domiciliar. Nesta quarta-feira (21) foi aprovada diretriz determinando que crianças em homeschooling no estado deverão ter aulas com profissionais, estar matriculadas na rede estadual e municipal, e passar por avaliações periódicas na escola. Mas isso se a proposta for aprovada no Congresso.

(Rede Brasil Atual, 25/04/2021)

Com CNTE

Após 45 anos, “Por uma Vanguarda Nordestina” terá 2ª edição lançada no sábado

A segunda edição da obra do poeta Anchieta Fernandes é uma iniciativa do Selo Literário Gajeiro Curió. O livro foi viabilizado por meio do edital da Lei Aldir Blanc (Lei Federal nº 14.017/2020). 

A obra exemplar de poesia visual “Por uma Vanguarda Nordestina”, lançada em 1976, conta com uma nova edição. Um dos grandes mentores do Poema/Processo, Anchieta Fernandes, teve sua obra revisitada pelo poeta e sebista, Oreny Jr., e será destaque no cenário cultural do próximo fim de semana, em Natal.

Esta segunda edição foi revista e ampliada pelo Selo Gajeiro Curió. Para o editor Oreny Jr, responsável pela segunda edição do livro, é uma honra ter a circulação desta obra tão representativa na história literária potiguar e nacional. “É de uma alegria ímpar, imensurável, de um garoto vindo da Zona Oeste da capital, bairro da Cidade da Esperança, estar participando diretamente do meio literário vanguarda potiguar. Esta segunda edição é a continuidade na leitura do POEM'ARTE, o objeto/poema, a transfiguração, a simbiose do gráfico-visual no poema que encanta”, disse.

O lançamento acontecerá no próximo sábado (8), no Mercado Cultural de Petrópolis, das 10h às 14h. Em razão da pandemia da Covid-19, o evento respeitará as medidas de biossegurança, não permitindo aglomerações e cumprindo o distanciamento social. Os exemplares estarão à venda no local.

Durante a segunda metade do século XX, a região Nordeste, neste caso específico, no Rio Grande do Norte, o escritor Anchieta Fernandes foi um dos grandes precursores da poesia de vanguarda. Inovar as formas poéticas trouxe aos solos potiguares, um brilhantismo em cada letra escolhida e muito bem apresentada aos olhos do leitor. Para o autor, este livro não é uma edição, é praticamente um novo livro, acrescentando explicação de temas confluentes, estudos e críticas sobre produtores de vanguarda mais recentes.

“Foram retiradas nesta segunda edição análises de produções ficcionais normais, que, embora publicadas na primeira edição, não fazem parte do universo da vanguarda, aqui no Rio Grande do Norte. Após quase meio século de lançamento da primeira edição, a realidade, hoje, é outra. O mundo avançou mais, tecnologicamente, e muitas ideias interessantes para nova linguagem poética tem surgido desde então”, explicou.

O livro possui 191 páginas, com edição do Selo Literário Gajeiro Curió, por meio do poeta Oreny Jr. O projeto gráfico fica por conta de José Áglio; capa por Avelino de Araújo; produção executiva, por Dorian Lima e Raquel Lucena. A obra é dividida em duas partes, cada uma com oito e cinco capítulos, respectivamente.

“Por ter uma idade avançada e como medida de segurança, Anchieta não estará presente fisicamente, mas com certeza, acompanhará o evento por vídeo e sentirá toda nossa alegria com o lançamento de uma das obras mais ricas do nosso Estado”, finalizou Oreny.

Sobre Anchieta Fernandes

Anchieta fundou os jornais “O Popular” (1953), “O Juvenil” (1955), “Juventude” (1960) e “Lolita” (1987-1990). Manteve colunas nos jornais “A República”, “Prisma”, “Tribuna do Norte”, “Diário de Natal/O Poti”, “Jornalzinho do Sebo Vermelho” e “O Canguleiro”.

Entre as obras do escritor caraubense, hoje aos 81 anos, estão: “Femina Infantis” (1987), “Écran Natalense, Capítulos da História do Cinema em Natal” (1992), “Poema/Processo: Perguntas e Respostas” (1992), “Poliantéia, Homenagem Póstuma a Reinaldo Fernandes Pimenta Filho” (1996), “História da Imprensa Oficial do Rio Grande do Norte” (2006). Além das produções citadas, Anchieta teve inúmeros trabalhos incluídos em antologias nacionais e internacionais.

Poema/Processo
Ocorrido no Brasil entre 1967 a 1972, em plena Ditadura Militar, o poema/processo foi um movimento artístico de vanguarda. Surgiu em duas capitais do país simultaneamente: Rio de Janeiro (RJ) e em Natal (RN), se espalhando pelo Brasil. Esse movimento apresentou uma nova forma de fazer poesia a partir de uma nova linguagem.

Serviço:
Lançamento da reedição do livro “Por uma Vanguarda Nordestina”, do autor Anchieta Fernandes

Dia: 08 de abril (sábado)
 
Hora: Das 10h às 14h
 
Formato: Take Away (Passe e retire)
 
Onde: Mercado Cultural de Petrópolis | Box 41
 
Endereço: Av. Hermes da Fonseca, 804, Petrópolis/Natal
 
Valor do livro: R$50,00

Fonte: Potiguar Notícias

Projeção nas paredes dos prédios de São Paulo faz crítica ao momento político

(Foto: Cau Gomez)

Exposição virtual acontecerá na noite desta terça-feira (4) e terá a participação de diversos artistas, como os chargistas Aroeira e Laerte, o escultor Israel Kislansky e o grafiteiro Bonga;

247 - Paredes de prédios transformarão a cidade de São Paulo em uma gigantesca mostra de artes visuais na noite desta terça-feira (4). É o lançamento da mostra “A Noite do Brasil”, que utilizará pontos de grande visibilidade na capital paulista, como Vale do Anhangabaú e Consolação, para passar uma mensagem crítica ao atual momento político do País. 

As projeções virtuais de chargistas e grafiteiros brasileiros acontecerão nas empenas (paredes cegas) de alguns edifícios da cidade. Cerca de cem pessoas - entre artistas visuais e profissionais que trabalham com projetores de longo alcance - farão parte da mostra, que terá outras exibições, em outras datas e cidades. 

Segundo os organizadores -  uma associação entre o grupo “Projetemos” e vários artistas, as mostras virtuais terão, no máximo, uma hora de duração. Os artistas convidados e selecionados para o lançamento, além de Elifas Andreato e Enio Squeff, são o escultor Israel Kislansky, os chargistas Aroeira, Laerte, Cau Gomez,  Brum, Carol Cospe Fogo, Gilmar e o grafiteiro Bonga. Eles pretendem inaugurar um movimento e uma espécie de procedimento estético que tenha continuidade, consolide uma relação longa entre artistas e projecionistas e resulte em novos desdobramentos.

O dia 4 de maio marca o primeiro ano da morte do cronista, compositor e letrista Aldir Blanc, e tem como homenageado especial o sociólogo Betinho (Hebert José de Souza). A mostra alude ao conhecido samba “O Bêbado e a Equilibrista”, de Aldir Blanc e João Bosco. O evento será simultaneamente estendido à internet e poderá contar com a participação de projecionistas de várias cidades brasileiras.

A ideia nasceu numa conversa entre Elifas Andreato, Enio Squeff, Crau da Ilha e Aroeira, a partir do princípio de que, se o povo não pode ir aos salões de arte, as manifestações da arte irão ao povo.

A lista de participantes de “A Noite do Brasil” não está encerrada. Os próximos artistas e projecionistas – inclusive de outros países – que quiserem participar, numa segunda fase, deverão preencher o formulário e enviar suas obras neste link.

A partir disso, os trabalhos passarão por uma nova curadoria que marcará a data da próxima versão da mostra. Para o grupo “Projetemos”, as projeções poderão ser feitas de 15 em 15 dias.

Fonte: BRASIL 247

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira

Filólogo, contista e ensaísta brasileiro, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira nasceu em 1910, em Camaragibe, Alagoas. Fez os estudos secundários nesse mesmo estado e licenciou-se em Direito no Rio de Janeiro em 1936. No entanto, nunca exerceu a profissão de jurista. Destacou-se antes na área das Letras, como professor, lexicógrafo, crítico e editor.

Em 1937 tornou-se diretor da Biblioteca Municipal de Maceió. Em 1938 fixou-se no Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar com Paulo Rónai. Juntamente com este, publicou uma antologia do conto universal, sob o título Mar de Histórias, em dois volumes (1945 e 1950). Nesta mesma época, começou a trabalhar com Álvaro Lins, com quem publicou em 1956 o Roteiro Literário do Brasil e de Portugal.
Em 1940 passou a exercer funções de professor de Português no Colégio Pedro II. No ano seguinte iniciou a sua colaboração no Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Com esta colaboração destacou-se definitivamente como lexicógrafo, função em que, ao longo dos anos, se consagraria como figura de primeiro plano no Brasil.

Em 1954 partiu para o México para presidir aos Cursos de Estudos Brasileiros ministrados na universidade da capital. Evidenciou-se ainda como conferencista. Nesta qualidade, deslocou-se a países como a Venezuela, Cuba e Guatemala.
Em 1961 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 1989.

Além das obras já mencionadas, devem ser referidas as seguintes: Linguagem e Estilo de Eça de Queirós (ensaio, 1945); O Romance Brasileiro (ensaio, 1952); Território Lírico (teatro, 1958). Aurélio Buarque de Holanda traduziu ainda os Pequenos Poemas em Prosa de Charles Baudelaire e os Poemas em Prosa de Oscar Wilde.

Fonte: Portal BRASIL CULTURA