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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA E PÓS-MODERNIDADE


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Hibridísmo, relativismo e estereótipos norteiam a construção da identidade nacional
A ideia de definir uma possível identidade nacional confunde-se com a definição de uma subjetividade coletiva, como se houvesse a possibilidade de uma homogeneização do todo. Se fosse possível determiná-la, assim como as singularidades dos seus, levar-se-ia em consideração, fatores biológicos e a-biológicos.
Para o pesquisador e expoente da teoria dos estudos Culturais, Stuart Hall, em seu livro “Identidade Cultural e Pós-Modernidade”, o próprio conceito com o qual estamos lidando, “identidade”, é demasiadamente complexo, muito pouco desenvolvido e muito pouco compreendido na ciência social contemporânea para ser definitivamente posto à prova. Como ocorre com muitos outros fenômenos sociais, é impossível oferecer afirmações conclusivas ou fazer julgamentos seguros sobre as alegações e proposições teóricas que estão sendo apresentadas.
Cada parte é fundamental para a definição do todo, assim, parece mais cômoda a definição de identidade nacional brasileira como a “mistura”. Sem mais análises e aprofundamento de estudo sobre a cultura brasileira, esta, momentaneamente, aparenta ser a solução eficaz para justificar um nacionalismo ou homogeneização cultural.
Segundo o historiador Renato Ortiz, autor do livro “Cultura Brasileira & Identidade nacional”, o problema inicia-se quando as particularidades são estagnadas pelo majoritarismo ideológico dominante. A ideia de hierarquia apresenta-se subentendida em todos os cenários nacionais, seja na mídia, ou na opinião pública a respeito do ideal nacional ou o conservadorismo.
Nessa perspectiva, o homem branco, católico apostólico romano, heterossexual, chefe de família e pertencente à alta classe social brasileira, desponta-se como ideal e modelo para o “correto”. No entanto, essa não é a realidade nacional. A população é formada pelas discrepâncias, e essas são majoritariamente antagônicas.
A colonização no continente americano procedeu-se de maneira divergente, coerente às necessidades de cada metrópole. Como colônia de exploração de Portugal, a formação de singularidades nacionais foi vista como ameaças à durabilidade da soberania hierárquica portuguesa em relação ao Brasil, atrasando assim, investimentos na estruturação educacional e cultural brasileira e na formação de uma sociedade crítica.
Diferentemente das colônias britânicas de povoamento, o Brasil e outras colônias de exploração hispânicas na América, não tiveram tempo de consolidar uma identidade cultural nacional. No Brasil, antes que estivesse formada, e que sua população identificasse-se com o patriotismo, foi fortemente afetada por ideologias importadas da Guerra Fria e da Globalização.
A pressão de um mundo bipolar comandado por USS (União Soviética) e EUA (Estados Unidos da América), obrigou que a brasilidade novamente se submetesse à supremacia cultural de outra nação. A adoção do modelo norte americano como estilo ideal de vida transformou a personalidade do povo brasileiro e incumbiu a queda da democracia perante a ditadura militar.
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O papel da mídia
A intervenção do exterior no Brasil, não restringem-se ao modelo econômico. A fim de desenvolver na sociedade mundial uma identificação com o sistema capitalista e a homogeneização cultural, houve o investimento na produção e massificação cultural, sendo os produtos derivados (destaca-se atenção especial na produção cinematográfica), repletos de inferências e propaganda ideológica propagando o padrão de vida norte americano como o ideal e alcançável a todos desde que seguissem o sistema.
Outro aspecto importante a ser considerado ao analisar a possível identidade cultural brasileira é a Globalização. Os avanços tecnológicos, e a quebra de barreiras como tempo e espaço, disponíveis a boa parte no globo e propaganda ideológica difundida nos meios de comunicação, aumentou a migração dos países emergentes aos desenvolvidos, e hibridizou ainda mais a cultura, mas agora no processo inverso.
Considerando a heterogeneidade etimológica, cultural e econômica brasileira e as constantes influências ideológicas exteriores, a identidade cultural brasileira liga-se atualmente mais a símbolos e estereótipos do que sua historicidade. Para Renato Ortiz, a cultura nacional é composta não apenas por instituições culturais, mas também de símbolos e representações, que aliados ao descontentamento em relação ao subdesenvolvimento, fundamentam a formação do elo entre discrepâncias. Assim, o futebol, apesar de não fazer parte de todas as regionalidades nacionais, aliado ao carnaval, por exemplo, pode ser considerado atualmente a base da unificação da “identidade cultural” brasileira, já que por meio destes, consolida-se a união entre as classes, mesmo que volátil.
Sendo o Brasil um país em desenvolvimento, de realidades heterogêneas e antagônicas, deve-se levar em consideração que apenas a língua e a religiosidade não são suficientes para desenvolver e manter um elo que dê o falso aspecto de unificação. Assim, para mantê-la, surgem através das mídias, por interesses governamentais, aspectos satisfatórios que deem a impressão de pseudo-unidade.
Paralelo às propagandas ideológicas veiculadas nos meios de comunicação inferindo à superioridade hierárquica da política e ideologia norte-americana, infere-se o falso aspecto de unidade entre a nação brasileira. Para suprir essa demanda, são exaltados os aspectos positivos das regionalidades e de comportamentos e comuns entre a população.
Assim, pode-se considerar o futebol não apenas como um meio esportivo, mas também o elo de base formatória da identidade cultural brasileira na pós-modernidade. A alta aceitação do futebol como um meio de unificação, evidencia-se e comprova-se nos elevados índices de audiência das redes televisivas durante transmissões da copa do mundo.
Leia mais em:
PINTO, Virgílio Noya. Comunicação e cultura brasileira. 5. ed. São Paulo: Editora Ática, 2003.
GASTALDO, Édison. Crônicas da Pátria amada: Futebol e identidades brasileiras na imprensa esportiva.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro – 11. ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira & Identidade nacional. 5 ed. São Paulo: Editora Brasiliense s.a., 1994.

RENAN BINI

Renan Bini é graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo; Acadêmico do curso de Letras - Português/Italiano e suas respectivas literaturas; Discente do MBA em Gestão de Marketing, Propaganda e Vendas; Cofundador da Revista Eduque e Assessor na Universidade Estadual do Oeste do Paraná..
Saiba como escrever na obvious.

PUBLICADO EM SOCIEDADE POR 

Mãe África (Paulo César Pinheiro & Sivuca) - Clara Nunes

O outubro rosa: Câncer de mama: risco de mulheres negras é maior antes dos 40 anos...

Foto divulgação - Google: Outubro ROSA
O outubro rosa é uma campanha que acontece no mundo inteiro e tem o objetivo de 

alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Esta campanha acontece desde 1997 e  tem como simbolo o laço cor de rosa.





Para além de monumentos iluminados com luz rosa (e o uso comercial que algumas empresas fazem, óbvio), existe um pano de fundo muito importante: o câncer de mama é a segunda maior forma de morte da mulher brasileira, são mais 12 mil mulheres mortas por ano a cada ano, além de quase 60 mil novos casos (Dados do Instituto Brasileiro de Câncer). 

Recentemente, descobri que o índice de mortalidade de mulheres negras vítimas de câncer de mama é maior, ainda que este tipo de câncer atinja em maior número as mulheres brancas. De acordo com TheLedger.com, a taxa de mortalidade para as mulheres negras com câncer de mama é 60% maior. São cerca de 56,8 mortes por 100 mil, enquanto entre as mulheres brancas média 35,6. 

Logo pensei que este índice tinha relação apenas com as maiores dificuldades de acesso que às mulheres negras têm aos serviços de saúde, devido às condições socioeconômicas que somos submetidas: nossos salários são menores, nossa carga horária de trabalho é maior, o índice de escolaridade é menor.

Entre 5% e 10% das mulheres têm câncer de mama por conta do fator hereditariedade. 


São genes anormais que passam de mãe para filha, sendo formados por DNA (ácido desoxirribonucleico) – material que contém instruções para a síntese de proteínas e sua replicação. 
As proteínas, por sua vez, controlam a estrutura e o funcionamento de todas as células que formam o corpo humano. Sendo assim, qualquer anormalidade no DNA leva a um crescimento desordenado das células.

Estudo publicado no jornal Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention revela uma mutação genética que acomete famílias afrodescendentes. Especificamente, mulheres negras têm mais chances de serem diagnosticadas com câncer de mama do que mulheres brancas antes dos 40 anos. 
Cientistas supõem haver mais genes anormais associados ao câncer de mama do que os conhecidos BRCA1 e BRCA2. Esses genes são considerados supressores de tumor. Em células normais, contribuem para a estabilidade do material genético. 

Quando sofrem mutações, aumentam os riscos de a paciente desenvolver câncer de mama e 


de ovário. Através de um exame de sangue periférico (comum) e do preenchimento de um questionário para testes genéticos, a paciente saberá se carrega ou não uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. 

No estudo Jewels in Our Genes, pesquisadores investigaram o DNA de mais de cem famílias afrodescendentes que desconheciam qualquer anormalidade nos genes BRCA1 e BRCA2. Entre as participantes havia 179 mulheres que tinham sido diagnosticadas com câncer de mama e 76 de suas irmãs, que nunca tinham sido diagnosticadas. 


Os pesquisadores encontraram três regiões anormais do DNA. De acordo com Heather


Ochs-Balcom, coordenadora do estudo na Universidade de Buffalo (Estados Unidos), a descoberta dessas regiões levanta a possibilidade de haver genes de câncer de mama ainda não descobertos e que estão relacionados à raça. 

Como as pessoas não podem mudar a genética, mulheres negras devem estar mais atentas à prevenção do câncer de mama, que inclui – além dos exames preventivos – manter um peso saudável, se exercitar regularmente, limitar o consumo de álcool, evitar gordura trans, alimentos processados, muito sal e açúcar na dieta, e não fumar.

Prevenção é Tudo...
De acordo com a American Cancer Society, cerca de 80% das alterações submetidas à biópsia por agulha (mamotomia) são consideradas benignas. Na opinião da doutora Vivian Schivartche, especialista em diagnósticos de câncer de mama do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, o rastreamento mamográfico deve começar aos 40 anos. Entretanto, é importante estar sempre alerta porque há mulheres que notam o aparecimento de um nódulo no seio antes disso.

"Hoje em dia, as pacientes contam com recursos diagnósticos de ponta. A tomossíntese, ou mamografia tomográfica, proporciona aumento de sensibilidade (maior detecção de câncer) e especificidade (menos falso-positivos e imagens que simulam tumores, mas são apenas tecido normal superposto). 

Como esse exame permite distinguir entre as imagens verdadeiramente suspeitas e aquelas provocadas apenas por superposição de estruturas normais, uma importante vantagem é a redução do número de biópsias. Esse dado é bastante relevante, haja vista que mais e mais pacientes têm sido poupadas de procedimentos complexos que acabam gerando estresse e desgaste emocional”, diz a médica.

De acordo com a especialista, além de aumentar a detecção do câncer da mama, a tomossíntese possibilita a detecção de tumores menores, fato que tem implicação direta
tanto na sobrevida quanto na qualidade de vida das pacientes. "Tumores menores permitem a realização de cirurgias menos mutilantes e a um custo consideravelmente mais baixo de tratamento. 


Se liga meninas:

Os seios das mulheres negras são mais densos- O significado prático disso é que a detecção do câncer na mamografia é mais difícil. Os seios mais densos também aumentam o risco de desenvolvimento de câncer.


Triplo negativo- Um tipo de câncer chamado “triplo negativo” é 2 vezes mais comum em mulheres negras.Este tipo específico de câncer cresce e se espalha rapidamente e não é tratável por hormônios como o estrogênio, progesterona. A questão é que estes são os hormônios geralmente utilizados na terapia hormonal para tratar o câncer de mama. 

Mulheres Negras ter câncer de mama em idades mais precoces- As mulheres negras podem apresentar diagnóstico de câncer antes dos 30 anos. O problema é que as diretrizes de prevenção e detecção precoce no Brasil, um país em que a maioria das mulheres são negras, indica que a mamografia de rotina para mulheres entre 50 e 69 anos.

Ou seja, não há um recorte racial nas ações educacionais e preventivas. Mesmo para mulheres negras que tem acesso à informação este dado não é conhecido.

É fundamental que o SUS adote uma ação preventiva com recorte racial e as mulheres negras possam ter exames adequados ainda mais cedo. 

- "Tudo isso tem impacto na qualidade de vida da paciente e deve ser priorizado sempre


que possível. Com esse exame, há melhor definição das bordas das lesões, proporcionando melhor caracterização de seu aspecto benigno ou maligno. Também é possível obter melhor detecção de lesões sutis e saber exatamente onde, na mama, a lesão está.”

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.


Fonte: Portal Segs/UNEGRO SAUDE

Escravidão/racismo/quilombos/resistência

Escravidão
A substituição da mão-de-obra escrava indígena pela africana no Brasil colônia ocorreu, progressivamente, a partir de 1570. As principais formas de resistência indígena à escravidão foram as guerras, as fugas e a recusa ao trabalho, além da morte de uma parcela significativa deles. Segundo o historiador Boris Fausto, morreram em torno de 60 mil índios, entre os anos de 1562 e 1563. As causas eram doenças contraídas pelo contato com os brancos, especialmente os jesuítas: sarampo, varíola e gripe, para as quais não tinham defesa biológica. Outro fator bastante importante, se não o mais importante, na substituição de mão-de-obra indígena pela africana, era a necessidade de uma melhor organização da produção açucareira, que assumia um papel cada vez mais importante na economia colonial. Para conseguir dar conta dessa expansão e demanda externa, tornou-se necessária uma mão-de-obra cada vez mais especializada, como a dos africanos, que já lidavam com essa atividade nas propriedades dos portugueses, no litoral da África, também como escravos.
Religião
A palavra candomblé é sinônimo de religião africana. Sempre foi e é usada ainda neste sentido. Isto explica muitas coisas. O africano foi arrancado de sua terra e vendido como uma mercadoria, escravizado. Aqui ele chegou escravo, objeto; de sua terra ele partiu livre, homem. Na viagem, no tráfico, ele perdeu personalidade, representatividade, mas sua cultura, sua história, suas paisagens, suas vivências vieram com ele. Estas sementes, estes conhecimentos encontraram um solo, uma terra parecida com a África, embora estranhamente povoada. O medo se impunha, mas a fé, a crença - o que se sabia - exigia ser expresso. Surgiram os cultos (onilé - confundidos mais tarde com o culto do Caboclo, uma das primeiras versões do sincretismo), surgiu a raiva e a necessidade de ser livre. Apareceram os feitiços (ebós), os quilombos.

Os trezentos anos da história da escravidão do africano no Brasil, atestam acima de tudo, a resistência, a organização dos negros. A cultura africana sobreviveu para o negro através de sua crença, de sua religião. O que se acredita, se deseja, é mais forte do que o que se vive, sempre que há uma situação limite. A religião, sua organização em terreiros, a resistência negra. Resistiu-se por haver organização. A organização consigo mesmo. Cada negro tinha, ou sabia que seu avô teve, um farol, um guia, um orixá protetor.No meio dos objetos traficados (os escravos) haviam jóias raras: Babalorixás e Iyalorixás. Estes sacerdotes, inteiros nas suas crenças, criaram a África no Brasil. A força se espalhou, o axé cresceu e apareceu na sociedade sob a forma dos terreiros de candomblé.

Podemos afirmar que a cultura do candomblé no Brasil, nasceu nas senzalas com a junção de povos(africanos)com seus costumes e crenças (orixás), provenientes de milhões de negros de diversos países e cidades africanas, trazidos (arrancados) de seus lares e de suas famílias para trabalharem nas plantações de cana e café das cidades baianas, cariocas e paulistanas, e posteriormente nos exércitos e fazendas de fronteiras do Rio Grande do Sul.
Racismo
A abolição da escravatura em 13/05/1888, orientada a partir dos interesses brancos, veio na verdade inaugurar uma nova situação de exclusão e subordinação para comunidade negra brasileira.
Não foi à toa que,concomitantemente à abolição, a elite de intelectuais brancos brasileiros buscou pensar a nova realidade do país por meio de teorias racistas,importadas da Europa.
O racismo no Brasil está cada vez mais formado, pois vem de geração-em-geração, uma idéia feita pelos pais, aonde é dito que a raça negra é mais inferior as outras. Isto é uma questão muito séria, aonde existem leis feitas para punir as pessoas que dicriminam, que pode levar a sérias punições. Racismo é crime!!
Quilombos - Resistência
Uma das maiores importantes formas de resistência à escravidão, os quilombos formaram-se em regiões de grande concentração de escravos, durante o período mais intenso do trafico. Embrenhados nas matas e terras virgens, os núcleos se transformavam em prósperas aldeias.
Quilombolas: habitantes dos quilombos.
20 de novembro: Dia nacional de luta contra a Discriminação Racial

Em junho de 1978, em um momento no qual se fortalecia a oposição civil contra o regime militar, é criado o movimento Unificado contra a Discriminação Racial (mucdr) reunindo várias organizações negras no país, como o grupo afro-latino-america, câmara do comércio afro-brasileiro, jornal abertura, jornal capoeira, entre outros.

Na reunião decide-se pela realização do histórico ato público contra o racismo (7/7/78) em protesto imediato contra a discriminação praticada no clube de regatas Fiete / São Paulo) e pela morte do trabalhador negro Robson Silveira da Luz, sob tortura policial.
Educação Cidadã, Etnia e Raça
"Educação, cidadania, etnia e raça mantém uma relação complexa. Será uma relação inclusiva? Ela aponta para aspectos mais profundos que envolvem o cotidiano, a prática e as vivências da população negra e branca do nosso país. Aponta, ainda, para os vínculos entre educação, vista como um processo de desenvolvimento humano, e a educação escolar entendida como espaço sócio cultural e instituição responsável no trato pedagógico do conhecimento e da cultura. Assim considerar educação, cidadania, ética e raça, direciono o meu olhar para escola brasileira e o tratamento que a mesma tem dado a história e a cultura de tradição africana."
A história do Brasil Negro:
Tambores bicentenários esquentam um arraial em Minas Gerais. Numa comunidade pobre do Rio, meninos tocam cuíca e louvam a tradução canto. Baianos, de guerra a 80 anos, batem paus panelas e dão nova vida ao maculelê e ao samba de roda nas ladeiras do pelourinho. Ao norte, no Recife, um grupo de maracatú de 140 anos faz tremer os paralelepípedos. Dançar, batucar e cantar sempre foram as mais usuais por menos reprimida ou mais abstrato formas de resistência dos negros brasileiros.
O Brasil é racista! Muito, mas demoramos para perceber durante bastante tempo. Acreditou-se que o Brasil era uma democracia racial no século XIX chegaram a dizer que a escravidão por aqui era mais branda ao que o trabalho assalariado na Inglaterra

Os seres humanos têm antepassados comuns. Mas alguns grupos, vivendo distantes de outros por muito tempo, desenvolveram características de pele, olhos, lábios, altura e cabelo, por exemplo, que fazem deles pessoas assemelhadas entre si, mas mas diferentes de outros grupos. Basicamente, isto cria as raças
Fonte: http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/

Resistência Negra, movimentos e perspectiva!

Em representação artística, o famoso Quilombo dos Palmares

Durante muitos anos, no Brasil acreditou-se que o africano escravizado aceitou de forma passiva os maus tratos praticados pelos senhores de engenhos. Essa crença interferiu e interfere ainda hoje na formação da sociedade brasileira a respeito de nossos antepassados e também seus descendentes na atualidade, os afros descendentes.

Uma das resistências negras mais famosas, até hoje, recebeu o nome de quilombagem, entendemos por quilombagem o movimento de resistência negra permanente organizada e dirigida pelos próprios escravos que ocorreu durante o regime escravista brasileiro em todo o território nacional. Movimento que provocou mudança social, ele foi uma força de desgaste significativa à sociedade escravista.

O planejado para essa resistência seria que os quilombos iriam servir de casa provisória para os escravos fugidos, na mesma época acontece também a resistência chamada de bandoleirismo, quer eram guerrilhas planejadas pelos escravos (geralmente fugidos) e que objetivava atacar pequenos vilarejos e viajantes.

A escravidão permanece ainda hoje como um fator agregador para o movimento de valorização da cultura negra. É por meio dela que é justificada a diferença socioeconômica e desvalorização cultural, para os líderes dessa militância ela é a gênese do racismo brasileiro e também o ponto aglutinador do “ser” negro.

Um os pontos principais do movimento negro da atualidade foi enunciar que o dia 13 de maio não deve ser comemorado enfatizando a passividade do negro diante da ação “misericordiosa” do branco, afinal, durante a escravidão houve muitos movimentos de luta e resistência em diversas regiões do país. Dessa forma, atualmente os movimentos negros atribuem um significado político ao 13 de maio, ou seja, promovem esse dia como o dia nacional de luta contra o racismo.

O movimento negro também deu destaque ao dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi – do Quilombo dos Palmares – como uma data a ser lembrada e comemorada, já que ele é considerado um dos principais símbolos de luta e resistência contra exclusão vivenciada ainda hoje pelos afrodescendentes.

Em 2004, foi sancionada uma lei que previa a obrigatoriedade da inclusão da história da áfrica e da cultura afro-brasileira no currículo das escolas pública e particular de ensino fundamental e médio. A lei também determina que o dia 20 de novembro deva ser incluído no calendário escolar como dia Nacional da Consciência Negra.

Toda essa nova leitura sobre o negro se deve principalmente à luta da comunidade negra e dos movimentos negros de todo Brasil.

Com as informações recolhidas e com estudos em sala de aula, pudemos observar que até hoje, os negros sofrem em todos os lugares que eles vão, que injustamente, ele até hoje sofre com os resquícios do preconceito formado na era colonial no Brasil.

Se nos aprofundarmos ainda mais no assunto, podemos ver que há algum tempo também ocorreu na África o movimento denominado o apartheid, no qual era previsto que tudo dos brancos seria separado dos negros, mesmo que sendo a mesma coisa, como por exemplo, com o regime do apartheid, existiam mercados para brancos e mercados para negros, banheiros para brancos e banheiros para negros, igrejas para brancos e igrejas para negros, e assim por diante.

Visto isso, que até hoje, nem todos os que integram a população mundial não conseguiram equalizar suas mentes e entender que os negros são como os brancos e que sem sombra de dúvida, devem ter as mesmas oportunidades e os mesmos direitos que um branco.


Colaboração: Waldivia Costa Ceccon (linguista pós-graduada pela UFES)

Brasil é o primeiro em ranking de homofobia

 
Foto reprodução
 


Quatro de cada dez denúncias de homofobia que chegaram ao Disque Direitos Humanos, o Disque 100, eram de pessoas negras.