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terça-feira, 7 de março de 2017

Dia 8 de março, uma farsa contra a mulher


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“As mulheres de nossos dias estão prestes a destruir o mito do "eterno feminino": a donzela ingênua, a virgem profissional, a mulher que valoriza o preço do coquetismo, a caçadora de maridos, a mãe absorvente, a fragilidade erguida como escudo contra a agressão masculina. Elas começam a afirmar sua independência ante o homem; não sem dificuldades e angústias porque, educadas por mulheres num gineceu socialmente admitido, seu destino normal seria o casamento que as transformaria em objeto da supremacia masculina”. (Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo)

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O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 8 de março. “Bom, isso todos sabem!”, alguém pode dizer. Até mesmo citará que nesta data, no ano de 1857, houve uma greve de trabalhadoras, na qual 129 operárias, que protestavam por melhores condições de trabalho, foram trancadas propositalmente pelo propritário da fábrica para coibir o movimento grevista. Assim, acabaram carbonizadas. Este é o episódio mais conhecido, quando algumas pessoas se referem ao Dia da Mulher. Só que há um problema: tal fato foi distorcido.
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Sabe-se que em Nova York, no dia 25 de março de 1911, ocorreu um incêndio que vitimou 146 operários, dos quais 125 eram mulheres. Essa tragédia se deu porque as instações elétricas estavam em péssímas condições, e somado a estrutura do prédio e a grande quantidade de tecidos existentes no local, o fogo se alastrou rapidamente. Naquela época, muitos proprietários de fábricas tinham o hábito de trancar os trabalhadores, durante o expediente. Foi o que ocorreu na ocasião, transformando em um lamentável episódio na vida dos trabalhadores. 

É importante ressaltar que o movimento feminista nas duas primeiras décadas do século XX crescia muito e havia propostas da criação de uma data para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Aliás, um ano antes da tragédia ocorrida em Nova York, ocorreu o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas que propôs estipular uma data que lembrasse a constante luta das mulheres contra a opressão social e patriarcal. O feminismo, nesta época, teve uma forte influência das correntes socialista e anarquista, dentre as grandes ativistas, podemos destacar Emma Goldman.

Mas foi na Rússia em 1917, exatamente num 8 de março, que trabalhadoras do setor de tecelagem iniciaram uma greve que foi considerada por Trotsky o primeiro momento revolucionário que culminaria na Revolução Russa, que destituiu o Czar e que levaria os bolcheviques ao poder, em outubro daquele ano. A partir desse evento, associado a outros, nos quais as mulheres foram protagonistas em suas lutas contra a opressão, esta data, aos poucos, se consolidou como o dia de comemoração da mulher, lembrando não só suas conquistas, mas também a necessidade de prosseguir exigindo seus direitos. 

A data, no entanto, nos dias de hoje,transformou-se numa espécie de dia especial para as mulheres se lembrarem que são “apenas” mulheres. Não há uma percepção por parte da maioria das pessoas de que esse dia deveria ser um momento para refletir sobre as relações de gênero, a manutenção da dominação machista, a sexualidade feminina, as relações de poder no local de trabalho etc.
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Se alguém nos poucos dias que antecede à comemoração desta data notar, verá outdoors espalhados por vários pontos da cidade, com dizeres maravilhosos, mais ou menos assim: “Mulher, a mais bela e delicada das flores” ou “A força da mulher motiva a existência do mundo”. Há também o lado comercial. Ah, sempre o comércio! Instiga-se a presenteá-las com perfumes, sapatos e, como não poderia deixar de ser, joias. Parece que todas as mulheres têm as mesmas características. É bom observar que não há, aqui, a intenção de afirmar que aquelas que gostam desses tipos de presente devem ser consideradas “traidoras da causa feminina”. O que se critica é o comportamento da publicidade que, reforçando preconceitos, acredita que tal data deva ser vista apenas como algo alegre, sem conflitos. Camufla a realidade das mulheres, não só no Brasil, mas no mundo todo, em que em alguns lugares, em maior ou menor grau, as dificuldades vivenciadas por milhares delas ainda são consideradas subumanas, nas mais diversas culturas. O uso deste termo (“subumana), para muitos, parece forte demais. Mas, no fundo expressa bem o que o comportamento misógino indica. 

O dia 8 de março deveria ser um momento para relembrar o porquê da própria comemoração. Diga-se, de passagem, o próprio verbo “comemorar” significa “lembrar”, “recordar”. E como tal, a sociedade tem a obrigação de entender por que ela existe. Não pode somente ser uma data comercial para se presentear mães, esposas, namoradas, filhas, amantes, com flores. Deve ter a finalidade de se voltar para os vários eventos que levaram às tantas conquistas que o “sexo frágil” obteve a duras penas. Compreender não só o contexto social em que se encontravam e, necessariamente, perceber que a opressão persiste, sob uma nova ou mesmo uma velha roupagem.
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Simone de Beauvoir
Lembrando Simone de Beauvoir: “As mulheres de nossos dias estão prestes a destruir o mito do "eterno feminino": a donzela ingênua, a virgem profissional, a mulher que valoriza o preço do coquetismo, a caçadora de maridos, a mãe absorvente, a fragilidade erguida como escudo contra a agressão masculina. Elas começam a afirmar sua independência ante o homem; não sem dificuldades e angústias porque, educadas por mulheres num gineceu socialmente admitido, seu destino normal seria o casamento que as transformaria em objeto da supremacia masculina”. (trecho do livro O Segundo Sexo)
Que muitos homens possam ser solidários, sempre lembrando que elas devem ser as protagonistas dessa luta. Feliz Dia da Mulher, a todas as mulheres guerreiras espalhadas por este mundo afora!

Por Carlos Beloto

Cinéfilo sem cura, amante da indústria cultural e apaixonado pelo conhecimento.

PARELHAS SEDIARÁ O 1º QUILOMBO TEM CAPOEIRA!

Parelhas localizada na Região do Seridó Potiguar será palco de grande evento neste fim de semana, sob a coordenação de Suyanne Maroyse, a Cordão de Ouro do Nordeste!

O atual Presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, Eduardo Vasconcelos se fará presente a convite da companheira Suvanne Maroyse, coordenadora do evento.

Para Eduardo Vasconcelos o CPC/RN tem o dever de apoiar essas iniciativas que engrandece a cultura potiguar, resgatando assim as tradições dos irmãos africanos, que a CAPOEIRA!

Eduardo também adianta que aproveitará sua estadia em Parelhas para se reunir com artistas culturais em todas as áreas, onde irá expor os objetivos e finalidades do CPC/RN, como também convidará lideranças culturais para participarem dos próximos eventos do Centro. Em seguida o representante do CPC/RN irá até outras cidades de outras regiões mobilizando alguns municípios estratégicos para também participarem desses eventos, que são:  Encontro das Mulheres Negras e Convidas; Campanha Contra o Racismo; Campanha Contra a AIDS, entre outros.  Isso em meados de abril e maio. 

Quem são as cientistas negras brasileiras?

As mulheres negras que realizam pesquisas voltadas para ciências exatas são pouco mais de 5.000
Por Beatriz Sanz, do El Pais

Quando criança, Sonia Guimarães era a segunda melhor aluna da sala e adorava matemática. No primário, ficou entre as cinco melhores da classe. Estudava de tarde, mas quem se destacava tinha a chance de ir para a turma da manhã. Sonia não foi porque foi preterida pela filha de uma das funcionárias, que havia pleiteado a vaga. “Quem tiraram? A pretinha. Eu me senti depreciada por isso”, lembra ela. A hoje professora de Física no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), uma das instituições de ensino mais conceituadas e concorridas do país, lembra que essa não foi a única passagem de racismo que a marcou em sua vida. Mas, apesar da torcida contra, conseguiu o primeiro título de doutorado em física concedido a uma mulher negra brasileira.

Ela, porém, sequer sabia dessa deferência. “Descobri por acaso quando o site Black Women of Brazil fez uma matéria. Nem meus chefes no ITA sabem disso! Alguns alunos descobriram porque eles pesquisam sobre mim na internet”. Estudante de escola pública durante toda a vida, Sonia trabalhava na adolescência e todo seu dinheiro era destinado a pagar o cursinho, já que fazia ensino médio técnico. Sonhava em ser engenheira civil. Para realizar seu sonho prestou Mapofei, um vestibular que na década de 1970 dava vagas para as grandes faculdades de engenharia de São Paulo. Mas foi orientada por um professor a colocar como opções no vestibular os cursos que tivessem menor procura. Sua escolha foi para física. “No segundo ano [do curso], eu prestei vestibular para engenharia civil, mas comecei a ter aula de física que estuda materiais sólidos, e me apaixonei”.

A saga de Sonia faz um paralelo com a de Katherine Johnson, Mary Jackson e Dorothy Vaughanque faziam parte da equipe de “computadores humanos” da Nasa, na época em que negros não podiam nem mesmo usar os mesmo banheiros que funcionários brancos na Agência. Elas são as protagonistas do filme Estrelas Além do Tempo. A presença de mulheres negras na ciência também é mínima no Brasil. Embora o país tenha 52% de negros, somente em 2013 soube-se quantos deles estavam na área científica.

Foi nesse ano que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) solicitou que os pesquisadores brasileiros informassem raça e cor em seus lattes. Um estudo feito em 2015 tendo como base essas informações, mostra que entre 91.103 bolsistas da instituição cursando pós-graduação, seja em formato de Mestrado, Doutorado ou Iniciação Científica, as mulheres negras que realizam pesquisas voltadas para ciências exatas são pouco mais de 5.000, ou 5,5%.

Essa pouca diversidade colabora para que a ciência produzida no Brasil seja descolada da necessidade da população, avalia Anna Maria Canavarro Benite, presidenta da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Embora o país seja um dos maiores produtores de artigos científicos, ocupando o 13º lugar no ranking elaborado pela empresa Thomson Reuters, essa produção é descolada da necessidade da população. “O Brasil produz muito. Mas, por exemplo, agora o país vive um surto de febre amarela e essas pesquisas não ajudam a vida prática da sociedade”, afirma.

Anita Canavarro, como é conhecida, também é professora de química da Universidade Federal de Goiás (UFG) e dedica sua carreira a “descolonizar” o ensino da disciplina nas escolas públicas. A professora chama de “descolonização” a necessidade de colocar o negro como sujeito produtor da tecnologia. “Nós temos traços de apagamento e invisibilização. Vários artefatos tecnológicos utilizados no Brasil são datados desde antes da chegada do colonizador e até hoje não são creditados”, explica Anita. A indústria de mineração, por exemplo, utiliza postos de destilação que tem arquitetura semelhante à de povos africanos que faziam fundição de ferro, explica ela. “Ao mesmo tempo, a primeira Constituição do Brasil proibia negros de irem à escola alegando que eles possuíam moléstias contagiosas”.
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ANITA
Antes de ser cientista, a presidenta ABPN era uma moradora da Baixada Fluminense que se aproximou das ciências exatas porque percebeu que os cursos ligados à licenciatura eram menos disputados na Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), quando iniciou sua graduação em 2001. “Uma vez no curso, eu me apaixonei pelos processos de transformação da matéria. Hoje minha leitura de mundo é muito ligada a isso”.
Ao contrário de Anita e Sonia, Katemari Rosa sempre foi apaixonada pela ciência. “Eu escolhi fazer física porque eu quis descobrir o céu, quando criança me apaixonei por astronomia”, diz ela. A maioria dos astrônomos são formados em física e por isso seguiu o curso, explica.
Gaúcha, Katemari estudou no atual Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Foi no campus que ela pôde frequentar o observatório e o planetário da universidade.
A física Sonia Guimarães é professora no ITA
SONIA GUIMARÃES
A física Sonia Guimarães é professora no ITA
Quando ela olha para trás, se lembra de casos de racismo que sofreu, mas que na época não identificava como tal, como quando a funcionária da escola que cuidava de estágios a indicou para uma vaga de assistente de dentista. Além de atender telefone e fazer coisas específicas da função, foi orientada a lavar a louça do consultório. “A funcionária jamais indicaria uma daquelas meninas brancas para essa vaga”.
O maior choque que teve, porém, foi quando se mudou para Salvador para fazer o Mestrado. A cidade com mais negros no Brasil tinha uma universidade pública que não espelhava isso, já que no Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (UFBA) não havia nenhum professor negro. “A gente tem dificuldade de atribuir ao racismo porque isso significa que existem pessoas pensando que a gente é menos gente. Trata-se de um mecanismo de defesa, como dizia Derrick Bell”, reflete ela, citando o primeiro professor negro de Direito em Harvard nos anos 1970. “É difícil de explicar e só quem sente, sabe. A gente tem essas sensações, mesmo que não atribua ao racismo, na experiência cotidiana”.
A física atualmente trabalha na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), onde concentra seus esforços para formar novos professores que entendam a necessidade de inspirar jovens a seguir no caminho das ciências. “Uma das minhas alunas fez um projeto para examinar livros didáticos de física do ensino médio. Nas imagens analisadas, as pessoas negras só apareciam na parte de mecânica, velocistas africanos ou jogadores de futebol”, relata. As negras estavam empurrando carrinho de bebê. “E a gente pensa que física não tem nada a ver mas está cheio de imagens que reforçam o papel da mulher, o papel do negro. A gente aprende desde cedo onde são nossos lugares”.
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A química Denise Fungaro, por outro lado, confessa que não se atentava para a inexistência de professores e colegas negros quando entrou na Universidade de São Paulo (USP) em 1983. “Eu não sofria discriminação. Nunca tive professores negros, mas como a avaliação é feita através de provas não tem como a pessoa te discriminar”, afirma. “Hoje entendo que eu era exceção, a única aluna negra no curso em um país onde 52% da população é negra”. Ela acabou de ser agraciada com o prêmio Kurt Politzer, concedido pela Associação Brasileira de Indústria Química(ABIQUIM), mas seu desejo é servir de inspiração para sua filha que tem três anos. “Eu quero que ela saiba que pode ser bem-sucedida em outras áreas que não sejam exclusivamente artísticas ou esportivas”.

Enquanto isso, Sonia Guimarães pensa em se aposentar do ITA, mas não sabe quando. Ela lembra dos tempos em que trabalhou na Itália e em que estudou na Inglaterra, enquanto dá entrevistas para meninas do ensino médio, através do projeto “Elas nas Exatas”. Tornou-se também voluntária ensinando inglês para que outros jovens negros realizem seus sonhos de uma formação no exterior.

Fonte: El Pais

Nossa historia nossa gente:Insurreição de Queimado

Tudo começou com o compromisso assumido por um frei com os escravos locais. Frei Gregório José Maria de Bene era um capuchinho italiano que tinha ideias abolicionistas e o desejo de construir uma grande igreja no povoado de Queimado. Para realizar essa construção, teria se comprometido com alguns escravos prometendo que aqueles que participassem da tarefa poderiam ser posteriormente libertos. Frei Gregório prometeu aos escravos que intercederia junto aos senhores para que alforriasse todos os escravos que contribuíram na obra da igreja.

"O município da Serra é nosso próximo destino. Mais precisamente São José do Queimado, um distrito do município. Esse foi o local onde ocorreu a maior revolta dos negros escravizados do Estado do Espírito Santo. A insurreição, ou seja, a rebelião dos escravos foi liderada pelos heróis Chico Prego, João da Viúva e Elisiário, em 19 de março de 1849. Chico Prego inclusive ganhou uma estátua na Serra Sede".
No dia 19 de março, dia da festa de São José, durante a celebração da missa em homenagem ao santo, cerca de trinta escravos entraram na igreja. Aproveitando o momento de festa em que se encontravam reunidos vários senhores, os escravos pretendiam exigir suas declarações de alforria. Contando que o padre os apoiaria, os escravos entraram na igreja aos gritos de liberdade. Instaurado um momento de confusão, o padre interrompeu a missa e, sem nenhuma comunicação com os escravos, abandonou o altar. Mesmo sem o apoio do padre, Elisário, João e Chico Prego, líderes do movimento, e outros escravos resolveram percorrer as casas dos senhores exigindo que assinassem a declaração de alforria. Acreditavam que apresentando as declarações assinadas o padre não se omitiria e os ajudaria a oficializar o documento junto à Imperatriz Dona Tereza Cristina, com quem o padre mantinha relações de amizade.

Os escravos seguiram para diversas fazendas reunindo um número cada vez maior de escravos e exigindo que seus senhores assinassem as declarações de liberdade. Segundo o
presidente de província, nessas incursões os escravos foram acumulando armas, munições e chegaram a formar um grupo de cerca de trezentos revoltosos, gerando confrontos e vítimas feridas dos dois lados.

Se liga nos fatos:  Primeiro - Frei Gregório ansiava pela construção de uma grande Igreja na povoação de São José do Queimado. Tendo lançado a pedra fundamental da tal Igreja em 15 de agosto de 1845, havia um número expressivo de pessoas na reunião. Frei Gregório Maria
de Bene, conclamou os negros a participarem da construção da obra monumental, falou ele que posteriormente iria junto aos seus donos para que dessem a alforria de cada um dos negros. Na verdade, Frei Gregório não prometeu dar a liberdade, e sim prometeu pedir aos senhores para que fosse dada a alforria. O padre foi um verdadeiro defensor da liberdade dos escravos.

Do dia 20 ao dia 23 deu-se o combate à insurreição pela força policial. Na perseguição aos revoltosos, os policiais atiravam em qualquer negro que encontravam pelas ruas, estando envolvidos na revolta ou não. Muitos escravos foram mortos e outros brutalmente castigados. No dia 31 foi realizado o julgamento e a sentença só foi obtida após três dias de debate.

Segundo- No dia 7 de dezembro de 1849, após serem presos pela força policial, cinco
presos conseguiram fugir da prisão. Como lá não foi encontrado sinal de arrombamento, a fuga foi atribuída a um milagre de Nossa Senhora da Penha. Os negros fugiram para as mata do Mestre Álvaro e do Mochuara e alguns chegaram a construir um quilombo na região de Cariacica. Numa clara alusão ao herói Zumbi dos Palmares, Elisiário tornou-se uma lenda, sendo cognominado o Zumbi da Serra,herói entre os negros que lutavam pela liberdade e sua fuga foi cantada em prosa e verso como um milagre da santa. João e Chico Prego foram executados em janeiro de 1850.

"Mais de 200 negros se organizam para proclamar a libertação dos escravos no Espírito Santo Revolta do Queimado foi um marco da negritude em busca da liberdade"
Em 1996, a Câmara Municipal aprovou o Projeto Chico Prego , que consiste na concessão de incentivos fiscais na realização de projetos culturais. Em 2002, foi celebrada uma missa afro-ecumênica nas ruínas da Igreja São José de Queimado, em comemoração aos 153 anos
da insurreição. Nessa celebração estavam presentes cerca de mil pessoas e entre elas representantes de movimentos sociais e religiosos e também alguns dos descendentes dos escravos revoltosos...

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:www.koinonia.org.br/www.morrodomoreno.com.br/

Contra a reforma da aposentadoria e violência machista, mulheres saem às ruas



Em SP marcha terá concentração a partir das 15h na Praça da Sé, centro da cidade; atos acontecerão nas principais capitais do Brasil

Com o lema ”Aposentadoria Fica, Temer Sai. Paramos pela vida das mulheres”, diversas organizações convocam para a próxima quarta-feira (8), em São Paulo, uma grande marcha no Dia Internacional da Mulher. A manifestação tem início às 15h na Praça da Sé, centro da cidade.  Paralisações e atos acontecerão ainda em todas as capitais brasileiras e diversas cidades do interior.

”O governo golpista já começou a mudar as leis trabalhistas e a aposentadoria, fazendo o povo e as mulheres trabalharem ainda mais. Temer quer mudar as regras da aposentadoria obrigando os trabalhadores e trabalhadoras a contribuir por mais anos. Os golpistas dizem que a Previdência está em crise, mas isso é mentira. A seguridade social em 2015 deixou um resultado positivo de23,948 bilhões de reais”, diz a carta convocatória da marcha.

Para a diretora de mulheres da UNE, Bruna Rocha, a escolha do tema é extremamente pertinente. ”A aposentadoria antecipada é um direito conquistado que faz jus às jornadas duplas ou até vezes triplas das mulheres. Nesse sentido, a reforma da aposentadoria é um ataque à saúde, à qualidade de vida e cidadania, sobretudo das mulheres negras e pobres. Defender esse direito é urgente e fundamental”, enfatizou.

UM BASTA AO MACHISMO

O combate à violência contra a mulher também é um dos motes deste 8 de março. Em 2016, pesquisa divulgada pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid, mostrou que 86% das mulheres brasileiras ouvidas já sofreram algum tipo de assédio.
Em 2015, o Mapa da Violência divulgou que dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex. Essas quase 5 mil mortes representaram 13 homicídios femininos diários em 2013.

A carta convocatória da marcha lembra que o aumento da violência patriarcal – machista e racista – fica mais evidente a cada dia. ”Casos extremos como os da chacina de Campinas e o assassinato de Luana Barbosa em Ribeirão Preto são exceções que confirmam a regra, expressões exacerbadas de um cotidiano marcado por agressões e abusos”, diz o documento.

8 de março unificado

Onde? Praça da Sé, centro de São Paulo, a partir das 15h.
Onde? Candelária às 16h.
Onde? Museu Nacional da República às 16h.
Onde? Largo do Redondo às 8h.
Onde? Praça da Imprensa a partir das 8h
Onde? Parque 13 de Maio às 14h.
Onde? Praça da Piedade às 13h.
Onde? Praça Santos Andrade às 17h.
Onde? Esquina Democrática às 17h.

Fonte: UNE