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terça-feira, 9 de outubro de 2018

Fascistas ameaçando professores por causa da "Lei Rouanet": A besta está assanhada! Por Wellington Duarte

Professor, WELLINGTON DUARTE

Nesta sexta (6) tivemos um exemplo concreto de como a Besta age através dos seus seguidores.
 
Um professor ameaçado de MORTE por seguidores do fascista porque OUSOU falar, numa aula sobre cinema, na Lei Rouanet, sim esse "bicho" odiado pelos bozo fascistas como uma espécie de doença a ser erradicada.
 
Os dementes que ameaçaram o professor, se tivessem entrado naquele mecanismo de busca chamado GOOGLE, teriam visto que a Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, foi criada no GOVERNO FERNANDO COLLOR DE MELO, nos idos de 1991, 12 ANOS ANTES DE LULA TOMAR POSSE COMO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
 
Obviamente se algum incauto perguntar a algum descerebrados desses porque é "Lei Rouanet", provavelmente eles vão dizer que foi feito por um comunista chamado Rouanet. Mas não perca tempo com isso, por que a lei levou o nome do então SECRETÁRIO DE CULTURA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
 
E o que deixa os babuínos fascistas tão irados com essa Lei? Boa pergunta. Eles, os descerebrados, dizem com o peito estufado que a Lei "foi feita pelo governo Lula prá beneficiar pessoal de Esquerda da cultura", uma dessas assertivas que são tão ridículas que as pessoas aceitam.
 
As diretrizes para a cultura nacional foram estabelecidas nos primeiros artigos, e sua base é o exercício dos direitos culturais e o livre acesso às fontes de cultura com ênfase na promoção, proteção e valorização das expressões culturais nacionais.
 
O grande destaque da lei Rouanet é a política de incentivos fiscais que possibilita empresas (pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoas físicas) aplicarem uma parte do IR (imposto de renda) devido em ações culturais. 
O percentual disponível de 6% do IRPF para pessoas físicas e 4% de IRPJ para pessoas jurídicas...e só.
 
A lei surgiu para motivar as empresas e cidadãos a investirem em cultura. O benefício no recolhimento do imposto de renda proporciona estímulo às pessoas físicas e à iniciativa privada no sentido de patrocinar projetos culturais, uma vez que o patrocínio além de fomentar a cultura, valoriza a marca das empresas junto ao público.
 
Os retardados fascistas, que tem 3 pequenos neurônios, tem dificuldade de aceitar isso e, por isso, chegamos a esse ponto, obviamente insuflado por esse demente que está sendo o catalisador do Monstro Fascista, e que sua horda, sentindo-se livre, tende a favor mais do que ameaçar.

Fonte: Potiguar Notícias
Adaptado pelo CPC/RN

Guru da ultra-direita mundial e ex-assessor de Trump atua na campanha das redes sociais de Bolsonaro

Reprodução/Instagram
Por Plinio Teodoro - Fonte: REVISTA FÓRUM
Divulgando fake news e material misógino, xenófobo e racista, Steven Bannon concentrou o movimento de extrema-direita nos Estados Unidos que resultou, entre outros incidentes, nos protestos supremacistas brancos na cidade de Charlottesville, em que fascistas desfilaram carregando rifles, suásticas e bandeiras carregadas de preconceitos contra as minorias.
Entre muitos dos sites em todo mundo que repercutiram o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil – que levou a disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) para o embate final -, um deles passou despercebido na repercussão feita pela mídia tradicional. Em post com a palavra “breaking” (algo como “quebrando”, em tradução livre) em letras maiúsculas o Breitbart News anunciou o resultado em sua página no Facebook, divulgando a matéria com o título: “Conservador Bolsonaro vence o primeiro round da corrida presidencial”.
***BREAKING***
BREITBART.COM|POR FRANCES MARTEL
Conservative candidate Jair Bolsonaro won the first round of Brazil's presidential election Sunday.
2,8 mil
113
292
Idealizado e produzido pelo comentarista conservador Andrew Breitbart, o site tornou-se conhecido quando Steve Bannon assumiu a presidência executiva e alinhou-se à ultra-direita estadunidense. Divulgando fake news e material misógino, xenófobo e racista, Breitbart e Bannon concentraram o movimento de extrema-direita nos Estados Unidos que resultou, entre outros incidentes, nos protestos supremacistas brancos na cidade de Charlottesville, em que fascistas e neonazistas desfilaram carregando rifles, suásticas e bandeiras carregadas de preconceitos contra as minorias.
E o que tem a ver esta história com as eleições no Brasil? Bannon, que atuou como estrategista-chefe de Donald Trump, e atualmente coordena um movimento para espalhar a onda conservadora de ultra-direita em partidos políticos na Europa, se encontrou em agosto com Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, e se tornou um “conselheiro” da campanha.
“Bannon se colocou à disposição para ajudar. O suporte é dica de internet, de repente uma análise, interpretar dados, essas coisas”, disse Eduardo, em entrevista à revista Época. “O mesmo tratamento que tem o Trump lá é o que se dispensa ao Bolsonaro aqui. Todos esses rótulos e tudo mais. É praticamente a mesma coisa. Os dois brigam contra o establishment”, complementou o filho de Bolsonaro.
Cartilha de Trump na campanha de Bolsonaro


Cartilha de Trump na campanha de Bolsonaro
Em sua página no Facebook, o filósofo Rafael Azzi, afirma que as técnicas usadas por Bolsonaro seguem a cartilha criada por Bannon para Trump – e que vem sendo usada nos movimentos de extrema-direita em todo o mundo. “O Whatsapp é um aplicativo de mensagens diretas entre indivíduos; por isso, não pode ser monitorado externamente. Não há como regular as fakenews, portanto. Fazer um perfil fake no whatsapp também é bem mais fácil que em outras redes sociais e mais difícil de ser detectado”, relata.

Quando esteve à frente do Breitbart News, Bannon contratou a Cambridge Analytica. “Essa empresa conseguiu dados do facebook de milhões de contas de perfis por todo mundo. Todo tipo de dado acumulado pelo facebook: curtidas, comentários, mensagens privadas. De posse desses dados e utilizando algoritmos, essa empresa poderia traçar perfis psicológicos detalhados dos indivíduos”, conta Azzi.
Esses perfis foram analisados para ver quais pessoas estavam mais predispostas a acreditar em “teorias conspiratórias” contra o governo. “A estratégia seria fazer com que esse indivíduo suscetível a essas mensagens mudasse seu comportamento, se radicalizasse. Assim, indivíduos com perfis de direita e seu tradicional discurso “não gosto de impostos” foram radicalizados para perfis paranóicos em relação ao governo e a determinados grupos sociais. A manipulação poderia ser feita, por exemplo, através do medo: “o governo quer tirar suas armas”. Esse tipo de mensagem estimula um sentimento de impotência e de não ser capaz de se defender. Estimula também um sentimento de “somos nós contra eles”, o que fecha a pessoa para argumentos racionais”, diz o filósofo.
#EleNão
Segundo ele, a tática foi usada por bolsonaristas nos protestos convocados pelas Mulheres contra Bolsonaro, que causou um efeito reverso e fez com que o presidenciável subisse nas pesquisas de intenção de voto.

“Isso acontece porque, de um lado, a grande mídia simplesmente ignorou as manifestações e, por outro, houve um ataque preciso às manifestações através dos grupos de whatsapp pró-Bolsonaro. Vídeos foram editados com cenas de outras manifestações, com mulheres mostrando os seios ou quebrando imagens sacras, mas utilizadas dessa vez para desmoralizar o movimento #elenão entre as mais conservadoras”, relata.
Eduardo Bolsonaro, que havia encontrado com Bannon para acertar o apoio à candidatura do pai, foi quem acendeu o estopim, divulgando nas redes sociais um post em que dizia que “as mulheres de direita são mais bonitas que as de esquerda. Elas não mostram os peitos e nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene”. Segundo Azzi, essa declaração “pode parece pueril ou simplesmente estúpida mas é feita sob medida para estimular um sentimento de repulsa para com o “outro lado””.
Como dialogar com eleitores do Bolsonaro?
Em seu artigo, o filósofo diz que não adianta confrontar os argumentos de bolsonaristas, tampouco acusá-los de serem parte de massa de manobra. “Ser chamado de manipulado pode ser interpretado como ser chamado de burro, o que só vai gerar uma troca de insultos improdutiva”.

Para ele, é melhor usar uma estratégia inversa. “Tenha empatia. Essas pessoas não são tolas ou malvadas; elas estão tendo suas emoções manipuladas e estão submetidas a uma percepção da realidade bastante diferente da sua. A única maneira de mudar seu pensamento é fazer com que tais pessoas percebam sozinhas que não há argumentos que fundamentem suas crenças e as notícias veiculadas de maneira falsa. Isso só pode ser feito com uma grande dose de paciência e de escuta”, relata.
Segundo ele, algumas perguntas podem ajudar. “Por que você acha que esse partido é tão ruim assim? Sua vida melhorou ou piorou quando esse partido estava no poder?”.
Caso a pessoa insista em mudar o discurso, atacando partidos ou posições de ativistas, como movimentos sociais ou feministas, Azzi afirma que é melhor encerrar a discussão.
“Não agrida ou nem ofenda, comportamento que radicalizaria o pensamento de “somos nós contra eles”. Tenha em mente que os discursos que essa pessoa acredita foram incutidos nela de maneira que houvesse uma verdadeira identificação emocional, se tornando uma espécie de segunda identidade. Não é de uma hora pra outra que se muda algo assim”.
Rafael Azzi
na sexta
Sua tia não é fascista, ela está sendo manipulada
Você se pergunta como um candidato com tão poucas qualidades e com tantos defeitos pode conseguir o apoio quase que incondicional de grande parte da população?
Você já tentou argumentar racionalmente com os eleitores deles, mas parece que eles estão absolutamente decididos e te tratam imediatamente como inimigo no mais leve aceno de contrariedade?
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Boaventura de Sousa Santos: “Democratas brasileiros, uni-vos!”

Foto: Reprodução/YouTube
Por Boaventura de Sousa Santos*
Foto: Reprodução/YouTube
Em artigo inédito para a Fórum, o sociólogo e intelectual português escreve: “Sabemos que os dados mais importantes da operação Lava Jato foram fornecidos pelo Departamento de Justiça dos EUA. O resto foi resultado da miserável ‘delação premiada’. O juiz Sergio Moro transformou-se no agente principal dessa intervenção imperial”

A democracia brasileira está à beira do abismo. O golpe institucional que se iniciou com o impeachment da Presidente Dilma e prosseguiu com a injusta prisão do ex-presidente Lula da Silva está quase consumado. A consumação do golpe significa hoje algo muito diferente do que foi inicialmente pensado por muitas das forças políticas e sociais que o protagonizaram ou dele não discordaram. Algumas dessas forças agiram ou reagiram no convencimento genuíno de que o golpe visava regenerar a democracia brasileira por via da luta contra a corrupção; outros entendiam que era o modo de neutralizar a ascensão das classses populares a um nível de vida que mais tarde ou mais cedo ameaçaria não apenas as elites, mas também as classes médias (muitas delas produto das políticas redistributivas contra as quais agora se viravam). Obviamente, nenhum destes grupos falava de golpe e ambos acreditavam que a democracia era estável. Não se deram conta de que havia três bombas-relógio construídas em tempos muito diversos, mas podendo explodir simultaneamente. Se tal ocorresse, a democracia revelaria toda a sua fragilidade e possivelmente não sobreviveria.
A primeira bomba-relógio foi construída no tempo colonial e no processo de independência, foi acionada de modo particularmente brutal várias vezes ao longo da história moderna do Brasil, mas nunca foi eficazmente desativada. Trata-se do DNA de uma sociedade dividida entre senhores e servos, elites oligárquicas e povo ignaro, entre a normalidade institucional e a violência extra-institucional, uma sociedade extremamente desigual em que a desigualdade socioeconômica nunca se separou do preconceito racial e sexual. Pese embora todos os erros e defeitos, os governos do PT foram os que mais contribuíram para desativar essa bomba, criando políticas de redistribuição social e de luta contra a discriminação racial e sexual  sem precedentes na história do Brasil. Para a desativação ser eficaz seria necessário que essas políticas fossem sustentáveis e permanecessem  por várias gerações a fim de a memória da extrema desigualdade e crua discriminação deixar de ser políticamente reativável. Como tal não aconteceu, as políticas tiveram outros efeitos, mas não o efeito de desativar a bomba-relógio. Pelo contrário, provocaram quem tinha poder para a ativar  e a fazê-lo quanto antes, antes que fosse tarde demais e as ameaças para as elites e classes médias se tornassem irreversíveis. A avassaladora demonização do PT pelos média oligopolistas, sobretudo a partir de 2013, revelou a urgência com que se queria pôr fim à ameaça.
A segunda bomba-relógio foi construída na ditadura militar que governou o país entre 1964 e 1985 e no modo como foi negociada a transição para a democracia. Consistiu em manter as Forças Armadas (FFAA) como última garantia da ordem política interna e não apenas como garantia da defesa contra uma ameaça estrangeira, como é normal nas democracias.  “Último” quer dizer em estado de prontidão para intervir em qualquer momento definido pelas FFAA como  excepcional. Por isso, não foi possível punir os crimes da ditadura (ao contrário da Argentina, mas na mesma linha do Chile) e, pelo contrário, os militares impuseram aos constituintes de 1988, 28 parágrafos sobre o estatuto constitucional das FFAA. Por isso, também muitos dos que governaram durante a ditadura puderam continuar a governar como políticos eleitos no congresso democrático. Apelar à intervenção militar e à ideologia militarista autoritária ficou sempre latente, pronta a explodir. Por isso, quando os militares começaram a intervir mais ativamente na política interna nos últimos meses (por exemplo, apelando à permanência da prisão de Lula), isso pareceu normal dadas as circunstâncias excepcionais.
A terceira bomba-relógio foi  construída nos EUA a partir de 2009 (golpe institucional nas Honduras), quando o governo norte-americano se deu conta de que o sub-continente estava fugindo de seu controle mantido sem interrupção (com excepção da “distração” em Cuba) ao longo de todo o século XX.  A perda de controle continha, agora, dois perigos para a segurança dos EUA:  o questionamento do acesso ilimitado aos imensos recursos naturais e a presença cada vez mais preocupante da China no continente, o país que, muito antes de Trump, fora considerado a nova ameaça global à unipolaridade internacional conquistada pelos EUA depois da queda do Muro de Berlim. A bomba começou então a ser construída, não apenas com os tradicionais mecanismos da CIA e da Escola Militar das Américas, mas sobretudo com novos mecanismos da chamada defesa da “democracia amiga da economia de mercado”.  Isto significou que, além do governo dos EUA,  a intervenção poderia incluir organizações da sociedade civil vinculadas aos interesses econômicos dos EUA (por exemplo, as financiadas pelos irmãos Koch). Portanto, uma defesa da democracia condicionada pelos interesses do mercado e, por isso, descartável sempre que os interesses o exigissem. Esta bomba-relógio mostrou que já estava operando no Brasil a partir dos protestos de 2013. Foi melhorada com a oportunidade histórica que a corrupção política lhe ofereceu. O grande investimento norte-americano no sistema judicial vinha do início dos anos de 1990, na Rússia pós-soviética e também na Colômbia,  entre muitos outros países. Quando a questão não é de “regime change”, a intervenção tem de ser despolitizada. A luta contra a corrupção é isso. Sabemos que os dados mais importantes da operação Lava Jato foram fornecidos pelo Departamento de Justiça dos EUA. O resto foi resultado da miserável “delação premiada”. O juiz Sergio Moro transformou-se no agente principal dessa intervenção imperial. Só que a luta contra a corrupção por si só não seria suficiente no caso do Brasil.  Era suficiente para neutralizar a aliança do Brasil com a China no âmbito dos BRICS, mas não para abrir plenamente o Brasil aos interesses das multinacionais.  É  que, em resultado das políticas dos últimos quarenta anos (e algumas vindas da ditadura), o Brasil teve até há pouco imensas reservas de petróleo fora do mercado internacional,  tem duas importantes empresas públicas e dois bancos públicos, e 57 universidades federais completamente gratuitas. Ou seja, é um país muito longe do ideal neoliberal, e para dele o aproximar é preciso uma intervenção mais autoritária, dada a aceitaçao das políticas sociais do PT pela população brasileira. E assim surgiu Jair Bolsonaro como candidato “preferido dos mercados”. O que ele diz sobre as mulheres, os negros ou os homosexuais ou a tortura pouco interessa aos “mercados”, desde que a sua política econômica seja semelhante à do Pinochet no Chile. E tudo leva  a crer que será porque o seu economista-chefe tem conhecimento direto dessa infame política chilena. O político de extrema-direita norte-americano Steve Bannon apoia Bolsonaro, mas é apenas o balcão da frente do apoio imperial. Os analistas do mundo digital estão surpreeendidos com a excelência da técnica da campanha bolsonarista nas redes sociais. Inclui micro-direcionamento, marketing digital ultra-personalizado, manipulação de sentimentos, fake news etc. Para quem assistiu na semana passada na televisão pública norte-americana (PBS) ao documentário intitulado “Dark Money”, sobre a influência do dinheiro nas eleições dos EUA, pode concluir facilmente que as fake news (sobre crianças, armas e comunismo etc.) no Brasil são tradução em português das que o “dark money” faz circular nos EUA para promover ou destruir candidatos. Se alguns dos centros de emissão de mensagens estão em Miami e Lisboa é pouco relevante (apesar de verdadeiro).
A vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno significará a detonação simultânea destas três bombas-relógio. Dificilmente a democracia brasileira sobreviverá à destruição que causarão. Por isso, o segundo turno é uma questão de regime, um autêntico plebiscito sobre se o Brasil deve continuar a ser uma democracia ou passar a ser uma ditadura de tipo novo. Um livro meu, muito recente, circula hoje bastante no Brasil. Intitula-se “Esquerdas do Mundo, uni-vos!”. Mantenho tudo o que digo aí, mas o momento obriga-me a um outro apelo mais amplo: Democratas brasileiros, uni-vos! É certo que a direita brasileira revelou nos últimos dois anos um apego muito condicional à democracia, ao alinhar com o comportamento descontrolado (mas bem controlado em outras paragens) de parte do judiciário, mas estou certo de que largos setores dela não estarão dispostos a suicidar-se para servir “os mercados”.  Têm de unir-se ativamente na luta contra Bolsonaro. Sei que muitos não poderão recomendar o voto em Haddad, tal é o seu ódio ao PT. Basta que digam: não votem em Bolsonaro. Imagino e espero que isso seja dito, publicamente e muitas vezes, por alguém que em tempos foi um grande amigo meu, Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil e, antes disso, um grande sociólogo e doutor Honoris Causa  pela Universidade de Coimbra, de quem eu fiz o elogio. Todos e todas (as mulheres não vão ter nos próximos tempos um papel mais decisivo para as suas vidas e a de todos os brasileiros) devem envolver-se ativamente e porta a porta. E é bom que tenham em mente duas coisas. Primeiro, o fascismo de massas nunca foi feito de massas fascistas, mas sim de minorias fascistas bem organizadas que souberam capitalizar nas aspirações legítimas dos cidadãos comuns que desejam viver com um emprego digno e em segurança. Segundo, ao ponto que chegamos, para assegurar uma certo regresso à normalidade democrática não basta  que Haddad ganhe, tem de ganhar por uma margem folgada.

*Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e intelectual português.
Fonte: Revista Fórum

Leitura dos evangelhos em tempo de falsos cristãos

Há quem se apresente com a Bíblia debaixo do braço, fale em nome de Jesus e do Exército (que não é o dos anjos do céu). Saudades de Millôr Fernandes e seu “livre pensar é só pensar”. Até o humor anda em baixa nesse tempo de falsos profetas e Messias armados de ódio até os dentes.
Por Ronaldo Correia de Brito*
01. “Muitos dos primeiros serão últimos, e muitos dos últimos, primeiros”. Mateus, 19-30.
Comentário: Basta olhar as mudanças nos números das pesquisas e crer nelas.

02. “Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não poderá subsistir. E se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não poderá se manter”. Marcos, 3-24,25.
Comentário: Então que se unam as forças do bem. Artistas, intelectuais, negros, mulheres, espíritas e até alguns médicos (a corporação mais reacionária) avançam na busca dessa união.
03. “Não há árvore boa que dê fruto mau, e nem árvore má que dê fruto bom; (…) O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom, mas o mau, de seu mal tira o que é mau; porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração”. Lucas, 6-43,45.
Comentário: Para o bom entendedor, não citamos o nome de quem prega a violência, o ódio, o preconceito e o uso de armas.
04. “Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”. Mateus, 5-6.
Comentário: Mas para tanto precisamos lutar e escolher quem distribuirá o alimento e aplicará a justiça.

05. “Atenção para que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome dizendo ‘Sou Eu’ e enganarão a muitos”. Marcos, 13-5,6.
Comentário: Portanto, cuidado com o que é falso e cuja palavra não passa de um verniz superficial, que ao sol racha e à chuva mancha.
06. “Quando um homem forte e bem armado guarda sua moradia, seus bens ficarão a seguro; todavia, se um mais forte o assalta e vence, tira-lhe a armadura, na qual confiava, e distribui seus despojos”. Lucas, 11-21,22
Comentário: Aos que acreditam que armar a população resolverá o problema da segurança, pense duas vezes antes de escolher esta saída. Sempre haverá armas mais potentes nas mãos de inimigos mais poderosos.
07. “Em verdade, em verdade, vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes; mas as ovelhas não os ouviram”. João, 10-7,8.
Comentário: Nunca acredite nessa afirmação, quando pronunciada por um homem. Os que chamam seus antecessores de ladrões e corruptos, e se apresentam como justos e honestos, possuem os indícios de que serão piores corruptos e desonestos.
08. “Não tenhais medo deles, portanto. Pois nada há de encoberto que não venha a ser descoberto, nem de oculto que não venha a ser revelado”. Mateus, 10-26.
Comentário: Somos muitos e é bastante estarmos unidos e firmes. E que não se exclua ninguém. Ninguém.
09. “Por que esta geração procura um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração nenhum sinal será dado”. Marcos, 8-12.
Comentário – Não bastam os sinais da história recente, do terror que vivemos sob um regime de exceção? O que mais querem de prova? Ah, geração sem memória! A cabeça é para pensar e lembrar; o coração para sentir; a vontade para dizer: não e nunca.
10. “Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’, e assim acontece. E quando sopra o vento sul dizeis: ‘Fará calor’, e isso sucede. Hipócritas, sabeis discernir o aspecto da terra e do céu; e por que não discernis o tempo presente?” Lucas, 12-54,55,56.
Comentário – Todos os sinais do mal foram revelados. Evite-os: ele não. Pois se fizeres a escolha errada, virão tempos de choro e ranger de dentes.
11. “O mercenário, que não é pastor,
a quem não importam as ovelhas,
vê o lobo aproximar-se,
abandona as ovelhas e foge,
e o lobo as arrebata e dispersa,
porque ele é mercenário
e não se importa com as ovelhas.
(…)
Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas.
Me preocupo ainda com outras ovelhas
que não são deste redil;

*Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor
Fonte: Blog do autor
C/ Brasil Cultura

Ouça “História Hoje” 08/10/: Saiba mais sobre o surgimento do grupo de guerrilha que originou o MR8

Em 1964 um grupo de universitários da cidade de Niterói, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, criou uma ala que se auto denominou como Dissidência do Rio de Janeiro. Com os anos, a dissidência tomou corpo e virou o MR8 em memória ao dia em que Che Guevara foi capturado, na Bolívia, em oito de outubro de 1967.
Apresentação Márcia Dias

ANTES DE OUVIR O ÁUDIO DESLIGUE O SOM DA RÁDIO BRASIL CULTURA NO TOPO DA PAGINA

A organização, que atuava como um grupo de guerrilha urbana, se tornou mundialmente famosa por sua atuação no sequestro do embaixador norte-americano no Brasil, Charles Elbrick. O sequestro, ocorrido em setembro de 1969, foi realizado em conjunto com a Ação Libertadora Nacional, de São Paulo.
No rastro do sequestro do embaixador, os integrantes do grupo foram duramente perseguidos, resultando na morte e prisão de muitos militantes, o que levou à quase extinção da organização.
Apesar da repressão radical, as operações armadas do MR-8, com ações a bancos e supermercados, prosseguiram no Rio de Janeiro. Militava no MR-8 Iara Iavelberg, então companheira do ex-capitão Carlos Lamarca.
Em 1971, com a desarticulação da Vanguarda Popular Revolucionária, da qual Lamarca era dirigente, o MR-8 passou a contar com a militância desse líder guerrilheiro.
Com as mortes de Lamarca no interior da Bahia e de Iara em Salvador ainda em 1971, a maioria dos militantes do MR8 se retirou para o Chile.
O grupo foi reestruturado posteriormente com outras orientações. A preferência por ações armadas deu lugar à atuação política, e o MR8 foi abrigado no MDB.
MR8 continua atuando até hoje junto a diversas organizações políticas, nos sindicatos de trabalhadores e nos movimentos estudantis.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira.

Fonte; BRASIL CULTURA