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sábado, 2 de junho de 2018

Centro Cultural do Patrimônio - Paço Imperial (CCPPI)

Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial

Tombado pelo Iphan em 1938, o Paço Imperial é, desde que foi restaurado, entre 1982 e 1985, um centro de exposições e eventos, e sede da Biblioteca Paulo Santos. Atuando pela preservação da memória histórica, ao mesmo tempo em que incorpora as inovações da cultura brasileira, é um dos marcos da história cultural do Rio de Janeiro. Desde que se transformou em um espaço aberto às exposições e aos eventos culturais, a linha de atuação adotada mescla - como a sua arquitetura que contrapõe os elementos originais do prédio com os contemporâneos - a arte de Aleijadinho, Joseph Beuys, Maria Clara Machado, John Cage, Rolling Stones, Helio Oiticica e Mestre Valentim.
Formada pelo historiador da arquitetura e do urbanismo, Paulo Santos, a biblioteca que leva seu nome está instalada no primeiro andar do prédio, com um acervo de milhares de obras, a maior parte delas especializadas em arte e arquitetura luso-brasileiras. As demais salas do edifício estão franqueadas às exposições temporárias de artes plásticas, eventos teatrais, concertos musicais clássicos e populares, palestras e seminários. No andar térreo, são oferecidos diversos serviços com o mesmo rigor e qualidade de seus eventos culturais.

Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial

Situado no corredor cultural do Rio de Janeiro, o Paço Imperial é um raro exemplo de monumento histórico que, em diferentes momentos, foi palco de importantes acontecimentos de nossa história. Em 1938, o Paço Imperial foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) / Ministério da Cultura e em 1985, depois de restaurado, tornou-se um centro cultural vinculado ao IPHAN. Mais do que um museu, o Paço Imperial é um espaço voltado para a pesquisa e a produção de conteúdo e para o mapeamento, o incentivo e a difusão de manifestações artísticas e intelectuais. No Paço Imperial, as expressões do mundo atual dialogam com as referências do passado, convidando o visitante a passear pelos tempos. Sua programação diversificada inclui exposições de artes visuais, arquitetura e design, espetáculos de artes cênicas, concertos musicais, seminários e palestras.
Fonte: http://portal.iphan.gov.br

LUGAR DE PRETO E LUGAR DE BRANCO NA SOCIEDADE BRASILEIRA

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Imagem do filme "Será Que Vai Chover?"

Trabalhamos nesse Artigo com as Categorias: Negro/Preto/Branco

Passaram-se mais de 121 anos de abolição da escravidão no Brasil e questiono: Qual o lugar do negro e da negra na sociedade brasileira?

A Lei Áurea foi constituída sem estar alicerçada por uma Política Social que pudesse incluir o Homem negro e a Mulher negra agora como pessoas “livres” na sociedade brasileira e com direitos a educação de qualidade, saúde, moradia, renda e trabalho.

Ações afirmativas, Políticas Sociais desenvolvidas hoje pelo Governo Federal como: o PAC, a bolsa Família e as cotas na Universidade, apresentam-se como uma tentativa de mais um século de atraso, com o objetivo de reparar uma divida Histórica do Governo brasileiro com os Negros e Negras desse país.

Não quero aqui entrar no mérito do valor dessas ações afirmativas e políticas públicas, mas penso que está até certo ponto diminuindo o abismo Social entre o povo negro e os não negros nesse país, entretanto pouco se percebe a diminuição de práticas e ações racistas e preconceituosas. A mais recente dessas práticas foi o episódio que ocorreu num shopping Center em São Paulo, quando um homem negro por está próximo do seu automóvel no estacionamento do shopping, enquanto sua família, esposa e filhos faziam compras, foi brutalmente espancado por seguranças sem que estivesse a menor possibilidade de comprovar que o automóvel era seu: Será que sendo um homem branco teria acontecido tal agressão?

Não cabe aqui nesse momento julgarmos, mais precisamos analisar as práticas existentes em nossa sociedade, uma vez que temos a certeza que vivemos numa sociedade multirracial.

Esse episódio ocorrido em São Paulo é apenas um dos muitos que acontece em todo o país de forma velada e sem que venha a ser divulgado para a sociedade brasileira. Mas o episódio de preconceito e racismo que são tornados públicos como assassinato do compositor negro Gerô que aconteceu em São Luís-MA, cometido por policiais militares de forma hedionda, tortura seguida de morte, foi minimizada pela justiça do Maranhão ao sentenciar os criminosos à pena mínima nesse mês de outubro de 2009.

No inicio desse ano viajei até a região da baixada para acompanhar na qualidade de Diretor Sindical uma Assembléia de Professores que estavam em greve. Após minha participação na referida Assembléia, retornei para São Luis, aproximadamente seis meses depois ao retornar a cidade da referida região fui surpreendido pela coordenadora do Sindicato de Trabalhadores em Educação (SINPROESEMA), que me comunicou que quando da minha passagem na cidade no início do ano, um comerciante da cidade chegou a comentar com ela que: “Nós não somos bestas, ou seja, bobos, você foi até uma cidade próxima e trouxe um preto dizendo que era do sindicato de professores, nós não acreditamos nisso”.

Talvez esse seja um dos episódios velados que me referi anteriormente nesse artigo, que acontece todos os dias em nosso extenso e multirracial país.

Podemos então a partir do comentário do comerciante da baixada maranhense, região que historicamente tem uma grande quantidade de negros e de negras e muitas comunidades remanescentes de quilombos e que durante o apogeu da economia maranhense entre os séculos XVIII e XIX e as grandes produções açucareira, algodoeira e a rizicultura, recebeu grande quantidade de escravos, ou seja, justamente desse lugar que tem uma grande população negra culturalmente enraizada, é que tentaremos traçar um paralelo entre o pensamento dos vigilantes do Shopping Center em São Paulo e o comerciante maranhense. Nos dois casos eram “impossíveis” os atores sociais deixassem de acreditar que os dois negros, o cliente do Shopping e o professor não podiam pertencer aqueles “lugares de branco”. Será que temos espaços definidos para negros e para negras em nossa sociedade? Qual o lugar dos negros? Qual o lugar dos brancos? O que faltou para o professor ser agredido fisicamente por está no espaço delimitado por um etnocentrismo a branco? , Podemos compará a agressão simbólica sofrida pelo professor com a agressão ao homem do Shopping Center?

Esse espaço é construído pelo imaginário social? Esse espaço está politicamente definido? Se não fosse sindicato de professores e sim de outra categoria de trabalhadores, categoria essa instituída socialmente após a abolição como categoria de trabalhadores negros, ou seja, trabalhos exercidos outrora por escravos que agora são “legalmente e politicamente corretos”, estarem sendo exercidos por negros e por negras, livres”.

Observamos a partir dessas impressões que se o preconceito social tende a diminuir a partir de políticas públicas e ações afirmativas, o preconceito racial está bem longe de ser excluído da nossa sociedade em todas as suas camadas.

Podemos também traçar uma ponte entre os espaços, Shopping em São Paulo e baixada maranhense, no primeiro talvez a quantidade de negros seja pequena e no segundo é muito grande, por que então as práticas são tão parecidas?

Estamos aqui mais como o objetivo de levantarmos questões para que possamos repensar nossas práticas nas relações étnicas raciais diárias em nosso país multirracial, verdades absolutas aos nossos questionamentos.

Cabem a nós negros, negras, brasileiros, unirmos pela igualdade. Entendemos que a partir da grande miscigenação desse país, ser negro ou negro no Brasil passa por opção política também.

Carlos Alberto Campelo Costa
Secretário de Políticas Sociais do SINPROESEMA
Membro da UNEGRO-MA (União de Negros e Negras pela igualdade)
Professor de História da rede Estadual e Municipal, São Luis-Maranhão

Publicado em, 01 de Novembro de 2009.

Assis Valente passou a vida esperando a felicidade (e não a encontrou)

Carmem Miranda e Assis Valente
Ele passou 50 anos numa frenética busca pela alegria, sentimento que poucas vezes encontrou. Suas canções se tornaram crônicas cariocas e, principalmente, espaço para a confissão dos dissabores. Teve o prazer do reconhecimento, de se sentir parte de algo. Mas quando perdeu a notoriedade, decidiu encerrar a vida em frente ao mar do Rio de Janeiro. Não pôde ver o sucesso que faria anos depois.
Era fim da tarde de 11 de março de 1958. Mergulhado em dramas pessoais e com um enorme sentimento de solidão, o baiano de 49 anos escreveu, com sofreguidão, uma longa e detalhada carta na qual explicava a bobagem que viria a fazer. “Morro por minha vontade. Estou sentindo apenas a cruel saudade de tudo e de todos.” Assinou o papel e, sentado num banco em frente à Praia do Russel, no Rio, bebeu guaraná com formicida. Morreu minutos depois.
Levara uma vida de abandono, amargura, vaidade e fugaz reconhecimento. Não se conformava com o ostracismo que o mundo havia lhe imposto. Mas não era apenas isso. Para entender o que lhe fez chegar ao suicídio – a derradeira de três tentativas –, é necessário voltar ao começo de tudo.
O menino José de Assis Valente nasceu em 19 de março de 1908 na Bahia. A cidade natal é confusa para os biógrafos. Uns dizem que foi entre Bom Jardim e Patioba. Ele, numa entrevista ao Cine Rádio Jornal, afirmou ser de Campo da Pólvora (“por isso tenho essa pele queimada”).
O certo é que teve uma infância atribulada. Ainda pequeno, foi levado de casa e criado por outro casal, que mudou para Salvador e, pouco depois, para o Rio. Com um detalhe: sem ele, que ficou sozinho na capital baiana.
Virou-se como podia. Profissionalizou-se ainda jovem: especialista em prótese dentária. Mas o que queria era ser artista, a atração principal, receber aplausos. Os primeiros passos foram como orador de circo, improvisando versos de poemas, e desenhista de uma revista soteropolitana.
Entre próteses, desenhos e samba
Em 1928, decidiu mudar para o Rio. Logo empregou-se na oficina de um protético. Mas gostava mesmo era de desenhar, atividade que tomava suas noites e rendia algum dinheiro nas revistas da cidade.
Quando conheceu o compositor Heitor dos Prazeres, também ligado às artes plásticas, a sua história começou a mudar. Heitor se impressionou com a facilidade de o baiano compor versos, sempre intuitivos. Com o decisivo incentivo do amigo, Assis teve o primeiro samba gravado: Tem Francesa no Morro, por Araci Côrtes.
No mesmo ano faria o que considerava a sua melhor canção, criada na noite de Natal de 1932: Boas Festas. Estava sozinho em casa, triste, quando viu a imagem de uma menina com os sapatinhos sobre a cama, esperando o presente de Papai Noel. Foi o suficiente para nascer o clássico natalino – cantado até hoje, ironicamente, como um símbolo de alegria: Anoiteceu, o sino gemeu / E a gente ficou feliz a rezar / Papai Noel, vê se você tem / A felicidade pra você me dar / Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel
Sucesso em Carmen Miranda
Ainda em 1932, Assis assistiu a uma apresentação de Carmen Miranda, jovem cantora que o encantou instantaneamente. Carmen também ficou entusiasmada por aquele baiano cheio de elegância, educado e com um sorriso cativante. Ele passou a compor canções exclusivamente para a Pequena Notável. Foram 24 gravações, quase todas sucessos. Entre elas, E o Mundo Não se Acabou, Recenseamento e a genial Camisa Listrada: Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí / Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu Parati
Estava no auge da fama, sentindo-se importante e amado pelo público, quando Carmen, em 1939, decidiu mudar para os Estados Unidos. Foi um baque. Assis sentiu-se traído, abandonado. E, pior: tinha dificuldade de compor para outras cantoras.
Daí em diante a carreira começou a decair. Novos ritmos tocavam nas rádios e sua música passou a ser considerada obsoleta. Não conseguia – e muitas vezes não queria – acompanhar as novidades. Emplacou alguns sucessos, como o clássico Fez Bobagem, de 1942, gravado por Araci de Almeida. Mas sem a mesma repercussão de antes. Também não teve êxito no casamento com Nadyle da Silva Santos, que durou menos de três anos. Com ela teve sua única filha.
Para alguns estudiosos da música brasileira, como Tárik de Souza, o verso “beijei na boca de quem não devia” (entre outros) contido na canção E o Mundo Não se Acabou era uma autorreferência à homossexualidade de Assis Valente, que não tocava no assunto devido ao enorme preconceito da época. “Assis, que levava vida dupla para escapar do preconceito, fez a maioria de suas músicas no feminino exteriorizando uma anima alegre, proibida na vida real”, conta Tárik no livro Tem mais samba (editora 34).
Vendo a fama de longe e com dívidas quase impagáveis, tentou o suicídio duas vezes. Não parou de compor, mas boa parte das criações servia apenas para lotar as gavetas. Poucos queriam gravar um compositor que só estampava as manchetes por tentar se matar. Cada vez mais se afastava das pessoas. Até que, uma semana antes de completar 50 anos, conseguiu dar cabo à vida.
O sucesso que sempre perseguiu viria pouco depois. Não mais na voz de Carmen Miranda, mas pelas sucessivas regravações a partir dos anos 1960 – destaque para os Novos Baianos, que transformaram Brasil Pandeiro num estrondoso sucesso nacional.
Uma das mais regravadas é o samba Alegria, um marco na carreira e, sobretudo, uma das mais elaboradas sínteses de sua existência. Uma vida na qual a dor e o prazer coexistiram numa eterna busca por um sentimento que nunca alcançaria: Esperando a felicidade / Para ver se eu vou melhorar / Vou cantando, fingindo alegria / Para a humanidade não me ver chorar…

A PARANAENSE QUE SALVOU MUITOS JUDEUS


Aracy Guimarães Rosa (1908-2011) foi  esposa do diplomata e escritor Guimarães Rosa. Funcionária do Itamaraty em Hamburgo ajudou inúmeros judeus a fugir do nazismo. Conhecida como “Anjo de Hamburgo”, foi homenageada nos museus do Holocausto de Jerusalém e de Washington.
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011) nasceu em Rio Negro, Paraná, o dia 5 de dezembro de 1908. Filha de pai brasileiro e mãe alemã, ainda criança foi morar com os pais em São Paulo. Em 1930, casou-se com o alemão Johann Eduard Ludwig Tess, de quem se separou cinco anos depois. Vítima do estigma que marcavam as mulheres separadas, destemida, poliglota e culta, embarcou com o filho de cinco anos em um navio rumo à Alemanha. Instalada na casa de uma tia, passou privações.
Fluente em português, alemão, inglês e francês, em 1936 encontrou trabalho no Itamarati, como chefe da seção de passaportes do consulado brasileiro em Hamburgo. Enquanto se adaptava ao país, assistiu a expulsão dos judeus do funcionalismo público, testemunhou seu banimento das escolas e das universidades e os viu perderem seus direitos e propriedades.
Desafiando o antissemitismo encampado nos bastidores do governo de Getúlio Vargas, que restringiu a entrada de judeus no Brasil, foi responsável pela concessão de vistos em Hamburgo, Aracy passou a omitir dos superiores qualquer informação que identificasse um requerente como judeu. Mesmo correndo sérios riscos se fosse descoberta, ajudou incontáveis famílias de judeus a escapar da morte nos campos de concentração de Adolf Hitler.
Em 1938 Aracy de Carvalho conheceu Guimarães Rosa, que depois se tornaria um dos maiores escritores brasileiros, e havia sido transferido para Hamburgo. Ela se apaixonou por ele, mesmo sabendo da transgressão da chefe da seção de passaporte, lhe deu total apoio. Aracy e Guimarães Rosa foram investigados pelas autoridades do Brasil e da Alemanha.
Em 1942, quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha e aliou-se aos Estados Unidos, à Inglaterra e à União Soviética, contra Hitler, o casal foi mantido por 100 dias em um hotel, em poder da Gestapo, até se estabelecer a troca de diplomatas entre os dois países.
De volta ao Brasil, como eram desquitados, só oficializaram a união na Embaixada do México, no Rio de Janeiro, em 1947. O romancista dedicou-lhe “Grande Sertão: Veredas” (1956), obra central na moderna literatura brasileira.
Em 1982, Aracy Guimarães Rosa foi laureada com a mais alta honraria para os “não judeus” que se arriscaram para proteger vítimas do Holocausto – foi declarada “Justa entre as Nações”, pelo governo de Israel. Recebeu homenagens também no Museu do Holocausto de Washington e Jerusalém.
Aracy Guimarães Rosa faleceu na cidade de São Paulo, no dia 3 de março de 2011, em consequência do Mal de Alzheimer.

Turistas refazem “Os Passos de Anchieta” no Espirito Santo



Os Passos de Anchieta é uma trilha de sucesso entre peregrinos que viajam até o Espirito Santo e turistas em busca de natureza e aventura no litoral capixaba. A caminhada se repete quinzenalmente, assim como fazia o padre Anchieta.
Até domingo (3) será realizada a 21ª edição da caminhada oficial. Cada passo é uma nova descoberta para quem revive o caminho percorrido pelo jesuíta. Mais do que uma prática saudável ou que evidencia o fervor religioso, a trilha oferece experiências que reúnem atrativos ecológicos, religiosos, sítios históricos e gastronomia diversificada.
O percurso do primeiro dia sai da Catedral de Vitória e percorre 25 km até a Barra do Jacú, em Vila Velha. Até Setiba, em Guarapari, são 28 km, no segundo dia de peregrinação. No sábado são 24 km até Meaípe, ainda em Guarapari, e no domingo, 23 km até a cidade histórica de Anchieta, onde fica o santuário Nossa Senhora da Assunção, erguido pelo jesuíta em 1597 com ajuda dos índios tupis. A trilha pode ser feita nos dois sentidos. Seguindo a sabedoria indígena, boa parte do trajeto é feito pela praia, nas marés baixas, quando a areia fica solada e facilita a caminhada.
O roteiro reconstitui o trajeto dentro de considerável exatidão histórica e, no sentido inverso, vai da Aldeia de Reritiba (cidade de Anchieta) até a Vila de Nossa Senhora da Vitória (a capital), onde o religioso dirigia o Colégio de São Tiago, atual Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo e abrigo simbólico do túmulo de Anchieta. Auxiliado pelos índios temiminós, ele fazia o trajeto de 14 léguas, duas vezes por mês, desde que se recolheu na vila indígena da costa capixaba, onde viveu 10 anos até a morte, em 1597. Ainda no Espírito Santo, além de Reritiba, o padre jesuíta também fundou Guarapari e São Mateus.
30 05 18 SantuarioNacionalAnchieta VitorJubini
Santuário de Anchieta (ES). Crédito: Vitor Jubini
Ao resgatar as pegadas de Anchieta, o turista se depara com as paisagens que inspiravam o andarilho da catequese na colônia, considerado o primeiro apóstolo do Brasil. O viajante se encontra consigo mesmo nas reflexões que a jornada oferece e descobre outros caminhos: o do coração, para quem tem fé; e o do conhecimento, para os que refazem o trajeto pelo valor histórico e o prazer de ir ao encontro da natureza. Seja qual for o motivo, o resultado ao término da trilha dá a gratificante sensação de vitória e um aprendizado sempre útil na simbólica caminhada da vida.
Anchieta – São José de Anchieta foi proclamado santo em 2014. Nasceu em 1534, em San Cristoban de Laguna, ilha de Tenerife, nas Canárias, arquipélago da costa da África que pertence a Espanha. Aos 14 anos foi para Coimbra, em Portugal, e ingressou na Companhia de Jesus, fundada em 1535 pelo primo, Inácio de Loiola. Anchieta chegou em Salvador, em 1553, aos 19 anos. Depois fundou Niterói (RJ) e o Colégio de Piratininga, que deu origem a São Paulo. Sua ação se estendeu até Pernambuco. Anchieta foi o autor da primeira gramática de tupi-guarani para facilitar o trabalho de evangelização dos índios.
Fonte: BRASIL CULTURA