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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Fórum Nacional Popular de Educação se organiza para resistir em 2019

União de estudantes e trabalhadores prepara agenda para defender um ensino público com qualidade e democracia.

O Fórum Nacional Popular de Educação, que reúne dezenas de entidades e movimentos educacionais, com a participação de estudantes e trabalhadores, realiza o primeiro encontro de 2019 nesta quinta (21) e sexta (22), em São Paulo.
O principal tema de discussão nestes dias é o enfrentamento a propostas do novo governo, como privatização e militarização do ensino, além da retirada da autonomia das universidades. Para as entidades que compõem o Fórum, é necessário um calendário de ação frente a estes retrocessos.
Pedro Gorki, presidente da UBES, participou do debate de conjuntura abordando a necessidade de unir os que defendem a educação pública e democrática em uma ampla frente pela escola e universidade pública e privada.
FNPE
A UBES participou da construção do Fórum Nacional Popular de Educação e o compõe desde sua criação, em 2017. A ideia foi criar um espaço paralelo de discussão sobre políticas públicas para a área, após o desmonte do Fórum Nacional de Educação (PNE). Este outro fórum teve várias entidades expulsas com a portaria 577/17 do Ministério da Educação.

Dica da UBES:

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Maior encontro de DCEs do Brasil acontecerá de 22 a 24 de março em SP

por Cristiane Tada.
DCEs, UEEs, federações e executivas podem baixar a ata e se inscreverem; credenciamento será no dia 20 de Março 
O maior encontro de DCEs do Brasil, o 67º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da UNE já tem data e local para acontecer. Nos dias 22, 23 e 24 de março de 2019, vão se reunir em São Paulo além de representantes de DCEs,  Uniões Estaduais dos Estudantes (UEEs), federações e executivas de cursos credenciados.
Tem direito a voz e voto no fórum representantes das entidades estudantis devidamente credenciados. Para fazer o credenciamento é necessário comparecer com a documentação prevista no Regimento do 67º CONEG  no dia 20 de março das 10h às 22h, na sede da UNE em São Paulo ( Rua Vergueiro, 2485).
O 67º CONEG vai trazer na sua programação mesas, painéis, grupos de discussão, atos, atividades culturais e a plenária final.

Fonte: UNE

Receita de bolinho de bacalhau

O bacalhau é um alimento milenar e que revolucionou a alimentação humana por conta da fácil conservação, já que era salgado e ainda mantinha seus nutrientes mesmo depois do corte e do salgamento do produto.
A primeira receita oficial do famoso bolinho de bacalhau foi em 1904 e saiu num livro de receitas chamado Tratado de Cozinha e Copa de Carlos Bandeira de Melo, oficial do exército português. Sendo assim, o bolinho tem origem tipicamente portuguesa.
Os bolinhos de bacalhau também são conhecidos como pastéis de bacalhau e são uma especialidade do Mediterrâneo. Muito consumidos na Espanha, Itália, Portugal, França, Angola e claro no Brasil.
Rendimento: 50 unidades
Ingredientes:
1 kg de bacalhau desfiado
1 kg de batata cozida sem pele
Azeite a gosto
½  cebola picada
2 dentes de alho picado
Salsinha picada a gosto
Molho picante a gosto
Sal a gosto

Modo de preparo: 
Faça uma massa com a batata, misturando o bacalhau, a salsinha, o molho picante e o sal. Doure o alho e a cebola no azeite e junte à massa. Forme os bolinhos e frite em óleo por imersão. Pronto!

Censura quer transformar Monteiro Lobato em “literatura pó de arroz”

Nos últimos tempos, os zeladores do chamado politicamente correto “descobriram” que Monteiro Lobato “seria racista”. O negro de seus escritos, para quem conhece o folclore e a mentalidade brasileiros, parece um negro minimizado, mas não o é.
Por José de Souza Martins, no Valor Econômico
Quinho
O “politicamente correto” persegue a obra de Monteiro Lobato O “politicamente correto” persegue a obra de Monteiro Lobato
Monteiro Lobato traz para sua obra literária o brasileiro que éramos e não víamos e não vemos. Sua literatura nos leva a personagens que são manifestações de personalidades historicamente geradas nas contradições entre a casa-grande e a senzala.
A senzala não era apenas nem principalmente o lugar da prisão de corpos cansados. Era o lugar da cultura insubmissa e desconstrutiva do escravo. Ninguém escraviza sem pagar um preço. Quem vê a escravidão só como cativeiro, é cego. Não vê nela as tensões ressocializadoras e libertadoras. Não vê Tia Nastácia.
Na verdade, tanto ela quanto o Saci-Pererê são pretos míticos, a alma do imaginário brasileiro de todos, brancos e negros, cernes de nossa identidade cultural mestiça. Para muitos, uma imperfeição; para outros, expressão de nossa pluralidade, uma de nossas maiores virtudes.
Por cerca de um século, a obra de Monteiro Lobato formou nossa consciência social e educou várias gerações de brasileiros, de várias origens, para uma compreensão brasileira e crítica dos atrasos de nossa sociedade. A crítica de nossas sutis injustiças saídas da boca de crianças bem-nascidas, mas educadas nas ambivalências do que restava culturalmente das polarizações do cativeiro. Sobretudo no rico imaginário humanizador que há nas fantasias e lendas da preta velha.
Retificar a obra de Lobato, para corrigir-lhe as cruas verdades da desigualdade e da injustiça, é indevida e inadmissível censura de obra literária, coisa de polícia – e não coisa de literatura. É criar uma mentira para enganar crianças e adultos. Fazer das histórias de Lobato uma literatura pó de arroz.
Emília quer reformar a natureza e o mundo, impelida pelo simplismo modernizador de refazer o já feito, a destruição do ser em nome do não ser. Já Tia Nastácia, ao contrário, quer prover a alma da criança brasileira com os entes libertadores do imaginário da senzala. É ela quem inventa o Brasil que conhecemos. O Brasil que ouve e ensina, não o Brasil que manda.
Lobato é um educador e um reformador da sociedade. Diferentemente das elites de então, ele quer destravar o desenvolvimento econômico e quer desalienar os que viam o Brasil como se Brasil não fosse.
Nenhuma criança se tornou racista por ler os livros de Lobato. Nenhuma deixou de ser seduzida pelo afeto generoso de Tia Nastácia, o de um coração que tem lugar para todos, que não discrimina mas acolhe, mesmo quem a discrimina. As crianças e os adolescentes de várias gerações é que são os justos juízes da obra de Monteiro Lobato e mais ninguém.
O sectarismo e a intolerância que se difundem entre nós desde o início dos anos 1960 vêm alcançando níveis que ultrapassam os limites da ignorância lícita. O politicamente correto é incorreto quando despoja nossa consciência social da poesia que é própria da vida e da inteligência. A poesia das mediações e da totalidade que desvenda os mistérios da aparência para nos revelar a essência do que somos e não sabemos.
Sem a perspectiva do todo, a obra de Lobato se torna incompreensível, o que abre caminho para o descabido preconceito de leitor apressado e desatencioso. Mais descabido em relação ao leitor que, além do mais, é mediador de interpretação, seja como crítico literário, seja como educador, seja como editor.
A obra de Lobato é impregnada de minúcias desconstrutivas e explicativas. Nela estão contidos, plenamente, os mistérios do Brasil, do nosso ser não sendo. Lobato, com sua obra, quer iluminar nosso caminho, remover a catarata de nosso atraso, mostrar o que somos mesmo não gostando de sê-lo. Ele quer libertar-nos de nossos fingimentos.
Tanto a obra artística quanto a obra literária de Monteiro Lobato são espelhos para que nos vejamos naquilo que não temos conseguido ver, as heranças da escravidão que empobrecem o nosso espírito.
O caipira lobatiano é um ser residual da peculiar escravidão indígena. Os que acusam Lobato de racismo, na definição de personagens e nos diálogos de seus textos, com base no mesmo critério tendencioso, poderiam ver no Jeca Tatu outra manifestação preconceituosa contra o indígena e o caipira que dele descende. Mas disso ninguém reclama.
O mesmo se pode dizer do Saci-Pererê. Originalmente, um ente mítico indígena que, no século 18, com a disseminação da escravidão negra em São Paulo, torna-se negro na narrativa popular. Um poderoso documento de que a nossa negritude é a do enegrecimento cultural, nossa bela busca de identidade.
* José de Souza Martins, sociólogo, é professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP e membro da Academia Paulista de Letras