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quarta-feira, 25 de março de 2020

Como cuidar da saúde mental durante a quarentena

Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein Isolamento social por, no mínimo, 14 dias. Shows e eventos cancelados. Comércios, restaurantes, bares e parques com portas cerradas. Cinemas e teatros com atividades suspensas. Escolas sem alunos. Voos suspensos ou cancelados e viagens adiadas. As ações para conter a propagação do novo coronavírus anunciadas nos últimos dias estão mexendo com a rotina e a cabeça do brasileiro. As preocupações ultrapassaram a transmissão da doença e os cuidados com a saúde. Agora elas têm também viés social e econômico: como ficar em casa tanto tempo recluso? Como não trabalhar durante um tempo indeterminado? Como ajudar quem está com a Covid-19 sem correr risco? Como minimizar os riscos de endividamento do negócio próprio e do desemprego? O que fazer com as crianças em casa por tanto tempo? E como conter a saudade dos amigos e familiares? Como será o mundo depois que esta pandemia passar? 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a pressão psicológica e o estresse causado pela pandemia do novo coronavírus podem agravar ou gerar problemas mentais. “A Covid-19 é uma doença nova e, por isso, temos poucas informações sobre ela. Não se sabe ao certo qual o melhor tratamento, quais os impactos dela na saúde, na economia e no nosso dia a dia. Essas questões geram ansiedade, que é aquela apreensão por algo que vai acontecer, mas que não sabemos como lidar. Em excesso, ela compromete a saúde mental”, explica Alfredo Maluf, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein.
Para orientar a população sobre como lidar com uma situação de estresse atípico, como a vivida atualmente, o Departamento de Saúde Mental da OMS produziu um guia de saúde mental para a pandemia. O material está disponível no site da Organização das Nações Unidas (ONU) com dicas para população geral, pessoas em isolamento, crianças e idosos.
“O novo coronavírus é uma preocupação real. Mas é importante lembrar que o excesso de preocupação impede que providências pontuais sejam tomadas e causam sintomas como insônia, mal estar, cansaço, pensamentos catastróficos. As decisões devem ser tomadas seguindo uma sequência de necessidades”, diz Maluf. Segundo ele, o primeiro passo em busca da saúde mental é “ter noção do que está acontecendo com base em informações sérias e o entendimento de que não conseguiremos resolver todas as questões, que há mudanças que dependem de decisões governamentais, por exemplo”. 

População geral

1. Reduza a leitura ou o contato com notícias que podem causar ansiedade ou estresse. Busque informação apenas de fontes fidedignas e dê passos práticos para preparar seus planos, proteger-se e a sua família.  Procure informações e atualizações uma ou duas vezes. A enxurrada de notícias sobre o assunto pode levar qualquer pessoa à preocupação. Informe-se com os fatos e não os boatos ou as informações erradas.
2. Não existe nenhuma relação da doença com uma etnia ou nacionalidade. Demonstre empatia com todos os afetados em qualquer país. As pessoas infectadas não fizeram nada errado e merecem nosso apoio, compaixão e gentileza.
3. Não se refira às pessoas com a doença como “casos de covid-19”, “vítimas”, “adoentados” ou termos similares. Eles são “pessoas com Covid-19 ou que estão em tratamento, ou se recuperando”. Depois de recuperados, eles continuarão a vida normal em família, no trabalho e com amigos. É importante reduzir o estigma.
4. Reduza a leitura ou o contato com notícias que podem causar ansiedade ou estresse. Busque informação apenas de fontes fidedignas e dê passos práticos para preparar seus planos, proteger-se e a sua família.  Procure informações e atualizações uma ou duas vezes. A enxurrada de notícias sobre o assunto pode levar qualquer pessoa à preocupação. Informe-se com os fatos e não os boatos ou as informações erradas.
5. Projeta a si próprio e apoie os outros ajudando-os em seus momentos de necessidade. A assistência a outros em seu momento de carência pode ajudar a quem recebe o apoio como a quem dá o auxílio. Um exemplo: telefone para seus vizinhos ou pessoas em sua comunidade que precisam de assistência extra. Atuando juntos como uma comunidade pode ajudar a criar solidariedade e a enfrentar a Covid-19 em união. 
6. Crie oportunidades para ampliar histórias e imagens positivas e úteis de pessoas na sua área que tiveram a Covid-19. Por exemplo: experiências de pessoas que se recuperaram da doença ou que apoiaram um ente querido e estão dispostas a contar como foi.
7. Homenageie e aprecie o trabalho dos cuidadores e dos agentes de saúde que estão apoiando os afetados pelo novo coronavírus em sua região. Reconheça o papel deles para salvar vidas e manter todos seguros.

Crianças

8. Em estresses e crises é normal para a criança buscar mais os pais e exigirem mais deles. Fale com seus filhos sobre a Covid-19 de forma honesta e apropriada à idade deles.  Se eles tiverem preocupações, o fato de falar sobre elas pode ajudar a baixar a ansiedade das crianças. Elas observam os pais, as emoções no ar e tiram daí seus mecanismos para lidar com as próprias emoções da melhor forma nesses momentos difíceis.
9. Ajude as crianças a expressarem, de forma positiva, seus medos e ansiedades. Cada criança tem sua própria maneira de fazê-lo.  Algumas vezes, a atividade criativa, jogos e desenhos podem ajudar. As crianças se sentem melhor e mais aliviadas quando podem comunicar os sentimentos num ambiente de apoio.
10. Mantenha as crianças perto dos pais e familiares. Caso uma criança tenha que ser retirada de seus pais ou tutores, assegure-se de que ela será bem cuidada. Garanta que durante o tempo da separação, o contato com os pais ou tutores seja feito duas vezes ao dia por chamadas de vídeo ou outra forma apropriada à idade da criança.
11. Mantenha a rotina familiar sempre que possível e crie novas rotinas principalmente com as crianças em casa. Pense em atividades lúdicas e pedagógicas para fazer com elas. Incentive as crianças a continuarem brincando e se sociabilizando com os outros, mesmo que somente na família por causa do distanciamento social no momento.

Idosos e pessoas com problemas de saúde

12. Idosos, especialmente em isolamento social ou com problemas cognitivos (como demência) podem se tornar ansiosos, estressados, com raiva, agitados e distanciados durante a quarentena. Ofereça a eles apoio emocional por meio de redes familiares ou de agentes de saúde. 
13. Partilhe fatos simples sobre o que está acontecendo com informações claras e palavras compreensíveis para quem tem barreiras de entendimento. Repita a informação sempre que necessário.  Envolva a família e outras redes de apoio no fornecimento das notícias e de medidas de prevenção como a lavagem de mãos.
14. Se você tem alguma doença ou síndrome, certifique-se de que seus medicamentos estão disponíveis para uso. Ative ainda seu grupo de amigos para pedir ajuda caso necessário.
15. Esteja preparado e informado sobre como buscar ajuda, chamar um taxi, comprar comida. Providencie medicamentos para duas semanas, caso necessário.
16. Aprenda exercícios físicos simples para fazer em casa todos os dias durante o isolamento e a quarentena para não reduzir a mobilidade. 
Mantenha rotinas e tarefas regulares sempre que possível e crie novas num ambiente diferente. Entre elas atividades diárias, limpeza, canto, pinturas e outras. Ajude outros, vizinhos, amigos, crianças e pessoas em hospitais combatendo a Covid-19, sempre que for Seguro, claro. Mantenha o contato com pessoas queridas por telefone.
Fonte: BRASIL 247

Ásia e África são o berço das modernas epidemias e pandemias. O motivo, infelizmente, é bem preocupante

Agricultura tradicional na Índia
As modernas epidemias e pandemias têm surgido quase sempre em países da Ásia e da África. O motivo, segundo especialista, não é nada tranquilizador: tem a ver com o processo acelerado de urbanização dessas áreas, e a destruição do seu meio ambiente natural.
Por: Equipe Oásis
Um agricultor na Índia. O estilo tradicional de vida dos indianos, essencialmente ligado à natureza e à vida natural, está sendo rapidamente substituído pelo da vida urbana, com o surgimento de cidades cada vez maiores, destituídas das necessárias infraestruturas de saúde pública.
Hoje, é coisa bem sabida: o novo coronavirus COVID-19 teve origem na China, na região de Hubei, e de lá deu início à sua corrida para infectar os quatro cantos do planeta. Isso não é novidade: apenas nos últimos vinte anos ocorreram três diversas epidemias de alguma variante do coronavirus, e o tempo que transcorre entre um e outra se faz cada vez mais curto.
Em artigo publicado no site científico The Conversation, o professor Suresh Kuchipudi da Pennsylvania State University, especialista no setor dos vírus zoonóticos (ou seja aqueles que passam dos animais ao ser humano), explica as razões pelas quais esse tipo de epidemias se desenvolve quase sempre em países da Ásia ou da África. O motivo não é nada tranquilizador e está diretamente ligado ao crescimento econômico e tecnológico desses países.
Lagos, capital da Nigéria
Com cerca de 14 milhões de habitantes, Lagos, capital da Nigéria, é uma das cidades mais densamente povoadas do mundo. Um exemplo típico de como evolui o processo de urbanização de muitas cidades africanas.
Reações em cadeia
Kuchipudi explica que a Ásia e a África, continentes onde vive cerca de 60% da população mundial, apresentaram nos últimos anos um rapidíssimo processo de urbanização: apenas na última década, cerca de 200 milhões de pessoas abandonaram o campo na Ásia oriental para viver em áreas urbanas. Urbanização também significa desflorestamento e destruição do meio ambiente natural. Com seu habitat destruído, os animais silvestres, privados de suas moradas, são obrigados a se aproximar cada vez mais dos centros urbanos. E os animais selvagens (os morcegos, por exemplo) são hospedeiros perfeitos para os vírus, alguns dos quais podem deixar seus hospedeiros e  se transferir para os seres humanos. Isso não é tudo: as primeiras vitimas da urbanização acelerada e insustentável são os predadores, e o seu desaparecimento permite aos roedores (que são outros hospedeiros ideais para os vírus zoonóticos) multiplicar-se de forma descontrolada.
Arranha-céus em bairro de Xangai, na China
A urbanização na China cresce a passos de gigante. Na foto, bairro de Xangai,
Será cada vez pior?
Um outro grande problema são os métodos agrícolas usados nessas áreas, que para uma grande parte das populações da Ásia e da África ainda são baseados em sistemas de agricultura e de pecuária de subsistência, com controles sanitários reduzidos ou ausentes.
Kuchipudi lança um alerta em relação ao futuro: para esse pesquisador a situação será cada vez pior, visto que a urbanização da Ásia e da África não dá sinais de querer parar ou pelo menos diminuir o seu ritmo de crescimento. Para o cientista, é apenas questão de tempo antes que um novo coronavirus, ou alguma outra forma viral, exploda nessas regiões e comece a se alargar para o resto do mundo. “Existe uma necessidade urgente”, diz Kuchipudi, “de estratégias contra o desflorestamento e que reduzam o contato entre o homem e os animais selvagens”.

Fonte: Brasil 247