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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

EDUARDO VASCONCELOS - CPC/RN PARTICIPA DE REUNIÃO COM SAMBISTAS COM FINAL DE MUITO SAMBA!

 Momento da reunião com sambistas na Praça Tiradentes - Centro do Rio/RN

 Com a palavra os sambistas cariocas


 Inicio da noite muito samba no pé - Praça Tiradentes - Centro do Rio com o GRUPO RAÇA!
 Cafezinho no Samba #AoVivo
O SAMBA NÃO QUER ATRAVESSAR NINGUÉM
Reunião na Praça Tiradentes, para debater o samba, a ocupação dos espaços públicos e as relações de trabalho dos músicos na atualidade.
 SAMBA RAÇA
 Inicio da noite muito samba no pé - Praça Tiradentes - Centro do Rio com o GRUPO RAÇA!


Hoje(14) a tarde o Presidente do CPC/RN (Centro Potiguar de Cultura), Eduardo Vasconcelos participou de uma importante reunião com sambistas cariocas sobre a provável saída da RODA DO SAMBA DA TIRADENTES, da Praça Tiradentes. Eduardo pediu a palavra e se solidarizou-se com os sambistas e o SINDMUSI/RJ e pediu união de todos, pois o samba tá no sangue dos brasileiros.


VEJA A RESPOSTA DO SINDIMUSI/RJ SOBRE A LEI!
Resposta do SindMusi/RJ ao artigo publicado no dia 30/11 sobre o samba na praça Tiradentes 
 
Não está favorável para os empresários. Nem para os músicos
10/12/2017 23:13:54
O DIA
Rio - Em artigo publicado dia 30 no jornal O Dia ('Atravessaram o samba), Carlos Thiago Cesário Alvim, presidente do Polo Novo Rio Antigo, deixa clara sua opinião de que a defesa do samba e da cultura, bandeira dos empresários e profissionais da região boêmia da Lapa, só deve ser respeitada se acontecer dentro das casas noturnas.
A roda de samba na Praça Tiradentes, de acordo com o artigo, incomoda os moradores da área; mas, ao que parece, incomoda muito mais os comerciantes.
Concorrência desleal ou uma nova demanda dos músicos e dos amantes do samba? A Lapa, famosa pela farta oferta de bares com música ao vivo, já há algum tempo vem sofrendo com a crise. Não há comércio que se sustente diante do aperto econômico que vivemos. Sem incentivos do poder público, que não abre mão dos impostos sem dar contrapartidas à altura, a manutenção dos empreendimentos exige malabarismos econômicos que fatalmente afastam os frequentadores, pois os preços se tornaram abusivos e fora da realidade do cliente corriqueiro que aprecia uma boa música.
Não está favorável para os empresários. Nem para os músicos. O couvert artístico, também com preço nada módico, não é transferido para os músicos integralmente, e não há transparência nos repasses dos valores auferidos no fim de uma noite de trabalho. Os cachês são cada vez mais diminutos e, não bastasse, há casos em que músicos têm que pagar pela água que consomem! Se não houver público, o músico paga para trabalhar, piso mínimo é inegociável.
Apesar das inúmeras notificações e fiscalizações, a informalidade do trabalho do músico impera, embora haja ferramentas legais para a sua contratação, mesmo em caráter eventual. Além disso, a maioria dos contratantes impõe um repertório único e raso, nada atraente para o músico, que muitas vezes é impedido de apresentar qualquer obra autoral.
São anos de depreciação do trabalho do músico; as queixas são recorrentes a ponto de diversos músicos hoje se recusarem a trabalhar na Lapa.
"Não queremos deixar o samba morrer", diz o mais alto representante do Polo Novo Rio Antigo. No entanto, desafina ao depreciar o trabalho do sambista, do músico que mantém o incessável tilintar das garrafas de cervejas das casas.
O samba na Tiradentes é movimento de libertação, de coragem e disposição para fazer música com autonomia. O público que democraticamente o frequenta não é subtraído das casas da Lapa.
É necessária uma reflexão mais profunda que não inspire equívocos e que até mesmo evite que o público venha a rechaçar as casas da Lapa quando se relaciona o esvaziamento destas ao movimento na Praça Tiradentes, que ocorre duas vezes ao mês.
Será ingênuo quem crê que o fechamento da Estudantina e do Semente é decorrência do samba na praça, como sugere Carlos Thiago. A conjuntura político-econômica está colocando o povo nas ruas, seja pela falta de condições de moradia, seja pelas manifestações diárias por direitos arrancados na marra, seja pela busca alternativa de trabalho.
Apesar da feroz resistência dos gestores públicos, felizmente as rodas de samba estão ocupando diversos espaços públicos, permitindo uma interação direta com o povo, tirando a triste ociosidade de praças e fomentando significativamente a economia informal, já que a formal nos vem sendo negada.
Não defendemos a desordem. Que as ocupações sejam organizadas, afinadas com os ditames legais e dentro dos limites e do respeito entre os frequentadores e os moradores. Rogamos que não haja a repressão violenta das autoridades, como ocorreu recentemente, que rejeita o diálogo, que ignora leis e o direito de ir e vir do cidadão.
Basta de violência. Que nos permitam, com a música, dar ao Rio espaços e momentos de alento.
?Sindicato dos músicos do estado do Rio

MÁRCIO AYER - SECRJ RECEBE DAS MÃOS DO PRESIDENTE DO CPC/RN O DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO!

Eduardo Vasconcelos - CPC/RN entrega Diploma de Honra ao Mérito ao Marcio Ayer - SECRJ

Ontem (13), Eduardo Vasconcelos, presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, após ter participado de audiência na FUNARTE, se reuniu com o Presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro - SECRJ, MÁRCIO AYER e após discutirem vários assuntos inerentes ao movimento sindical, o mesmo entregou o Diploma de Honra ao Mérito do CPC/RN ao Márcio Ayer, em virtude do mesmo não ter podido participar da I Noite das Homenagens, ocorrido no dia 22 de setembro do ano em curso no IFRN - Campus Cidade Alta - Natal/RN, justificado anteriormente.

Márcio Ayer é jovem guerreiro que no Movimento Sindical recentemente conseguiu vencer as eleições do SECRJ, enfrentando poderosas "lideranças", que se mantinham no poder a vários anos.

E bem logo assumiu o comando do SECRJ, mostrou sua fibra, determinação e coragem para botar o trem nos trilhos. Um rapaz que tem muito caminhos pela frente a ser seguido.  Merecedor da honraria.  Um parceiro constante do CPC/RN e de sangue bom.

Golpe foi dado por “velhos aristocratas”, diz fundador do Ratos de Porão

ratos
“Foi um golpe de velhos aristocratas que não querem ver pobre em avião. Para eles pobre tem que andar de ônibus, tem que se foder, engraxar o sapato deles e servir a comida deles. Rui Barbosa dizia não se iluda com pessoas de cabelo branco, pois os canalhas também envelhecem”.
Com essa frase João Carlos Molina Esteves, 55 anos, ou simplesmente Jão, guitarrista do Ratos de Porão e do Periferia SA, resume o cenário político do Brasil após o golpe que colocou Michel Temer na presidência da república. Fundador da lendária banda criada em 1981 em meio a explosão do movimento punk no Brasil, Jão atendeu a reportagem do Porém.net horas antes de um show do RDP no Jokers Pub, em Curitiba.
A formação atual com Jão na guitarra, João Gordo no vocal, Boka na bateria e Juninho no baixo é a com mais longevidade ao longo dos 36 anos de carreira do Ratos. Depois de tantas mudanças de integrantes (13 no total), Jão diz que a tolerância e o respeito as individualidades de cada um tem sido a fórmula. “São três veganos e eu sou o açougueiro da banda”, brinca o guitarrista, que é um dos sócios do Underdog, um bar-restaurante em São Paulo especializado em carnes. O prato principal é a parrilla argentina.
Veia operária que permanece ativa no RDP, Jão falou da ascensão do fascismo, da extrema direita e personagens caricatos como Jair Bolsonaro, ao qual classifica como uma ‘toupeira’. “Tem um monte de filha da puta que tem orgulho de um cara deste. Devem se identificar pela toupeirice. Discuto nas redes sociais com esses babacas que acreditam que a terra é plana, que Hitler era comunista. Os Bolsominions da vida, esses escrotos que seguem MBL. Tem até punk que gosta de Bolsonaro. Um cara deste não está entendendo porra nenhuma”.
Esse cenário político atual deve inspirar o próximo projeto do Ratos de Porão, como antecipa o guitarrista. “Estamos terminando de compor, pois o momento do Brasil é bem propício. Motivo para fazer letra tem”. O último álbum lançado pela banda foi Século Sinistro, em 2014.
Confira a entrevista na íntegra:
São 36 anos de carreira. Como manter a mesma pegada, atravessando gerações de fãs?
O Ratos de Porão nunca criou expectativa de sucesso, de exposição em mídia. A própria correria foi mantendo a coisa viva. Não somos uma banda popular nem dentro do rock, mas temos um público fiel no mundo inteiro. Isso é gratificante. É legal você ver um cara da Sérvia, por exemplo, que vai no seu show e diz: escuto sua banda faz tempo. Tem isso e tem o fato da gente gostar do que faz, isso é o que mantém a banda viva. A gente vê muita banda que pinta e depois de um ano some. Vamos pegar um exemplo daquela época das bandas emo, o Restart. Os caras fizeram sucesso, talvez ganharam em um ano mais do que eu ganhei na vida inteira, mas os caras não conseguem viver sem aquilo, sem grana e as facilidades que o sucesso traz. A gente já teve exposição em mídia, o Gordo já foi apresentador da MTV, mas isso para o Ratos nunca foi um retorno positivo. Somos uma banda que veio do punk, então o fato do vocalista trabalhar na TV não trouxe sucesso, pelo contrário, trouxe cobrança ideológica. A banda sempre tentou manter-se a parte disso, inclusive o Gordo.
O Ratos passou por mudanças de integrantes e do som da banda. Fale dessas transformações e cobranças que receberam.
O lance da cobrança do estilo musical já foi pior, pois às vezes é difícil para algumas pessoas assimilarem. Queira ou não, o Ratos deu a cara para bater, deu um passo a frente, ninguém estava misturando punk com metal quando a gente começou. Da parte do punk sempre teve aquele lance dos caras torcerem o bico. O Ratos sempre fez discos diferentes um dos outros, sempre mantendo o estilo da banda. Óbvio que teve outros ingredientes que foram somados a nossa música, influências diversas também. Tem banda como ACDC, Motorhead, Ramones, Cólera, que podem ficar tocando a mesma coisa a vida inteira e se sentir bem com isso. Não é meu caso. Gosto de fazer coisas que sejam relevantes para mim em primeiro lugar.
E o que tem escutado?
Tem uns estilos que meio que doem no saco, bandas nessa linha tipo Slipknot, tem umas guitarronas e tal, maior visual maneiro, mas eu não consigo parar para ouvir. Não sei se estou ficando um velho chato. Quando eu pego coisa nova para ouvir é banda tipo Slayer, que lança sempre disco bom, Napalm Death, Testament, Exodus. Não são bandas novas, são discos novos. Citei o new metal, que o cara vai cantando meio ‘amorosozinho’ e depois vai ficando ‘raivosão’. Sei lá, prefiro ouvir um Johnny Cash.
Como é a relação com os demais integrantes do RDP?
Bem boa, viajamos junto para caralho. Viajamos mais juntos entre nós do que com as nossas famílias. Respeitamos as individualidades. Sou o único que não sou vegano. A gente tem nossa vida fora da banda e ninguém fica andando junto para lá e para cá. Fora do lance do Ratos, cada um tem sua vida e é bem diferente a vida de cada um. Isso é bom, pois na época lá de atrás, quando a gente do Ratos andava toda hora junto, tinha mais treta. Na época do Jabá [ex-baixista e um dos fundadores 1981-1993], do Spaghetti [ex-baterista 1981 a 1991]. A gente era jovem, louco para caralho, a banda tinha mais exposição. Quando a gente fez o Brasil [álbum lançado em 1989], a gente estava em gravadora grande, saía em revista, éramos um bando de punk louco sem noção. Era mais complicado, pois isso acaba desgastando.
Foto: Gibran Mendes

Seu pai tinha uma oficina de pintura de carros, você trabalhou de motoboy, com Kombi em transportadora. Podemos considerar o Jão, a veia operária do Ratos?
Pode se dizer que sim. Hoje eu tenho um bar, que a especialidade é carne, a parrilla argentina. Isso criou uma piada dentro da banda de que o Ratos criou um açougue. Três são veganos e eu sou o açougueiro da banda. Venho de família operária, o rock me deu muita coisa, mas nunca me deu luxo. Consegui criar minhas filhas, viver e criá-las honestamente. Criar filho com rock no Brasil é meio foda, ainda mais com um som do tipo do Ratos.
Qual a diferença dos projetos e dos públicos do Ratos de Porão e do Periferia SA.?
O público do Ratos é mais eclético. Vai desde o pessoal do punk, do hardcore, do metal, até uns perdidos que falam que é a banda do João Gordo. Já o Periferia é algo mais direcionado musicalmente, não é tão eclético. Fazemos um punk de protesto, hardcore old school. Essa é a nossa pegada. Muita gente que não vai no show do Periferia, vai no show do Ratos. E tem gente que vai no Periferia e não gosta do Ratos.
Vocês foram precursores do punk no Brasil e na época havia rivalidade entre os punks de São Paulo (capital) e do ABC. Fale desse período.
Era uma treta de gangue bairrista, uns se achavam mais punk que os outros. Quando entrei no punk eu nunca tinha ido para o ABC. Pelo fato do ABC ter as empresas multinacionais, as indústrias, tinha muito punk working class, mais tinha muito skinhead, aquele lance nacionalista. E isso também era motivo de briga. No fundo acho que todo mundo gostava de brigar e de ter uma treta. Eu particularmente, o Jão, nunca tive nada com os caras. Eu até achava que tinha umas bandas do ABC bem mais fodas que as de São Paulo, tipo o Áustria. Quando teve o Começo do Fim do Mundo [festival punk em 1982], no Sesc Pompéia, foi tenso, pois juntou todo mundo, juntou punks de São Paulo e do ABC pela primeira vez. O clima era de que iria dar merda. Os caras do ABC achavam que a gente era playboy, mas não tinha playboy, a gente era da periferia de São Paulo. Subúrbio e periferia é tudo a mesma coisa, gente excluída da sociedade. Hoje já tem o lance ideológico, do tipo: sou vegano e não ando com você, sou anarcopunk e não ando com você, sou crust e não ando contigo.
Foto: Gibran Mendes

Quais as histórias mais bizarras que lembra nestes 36 anos?
Coisas bizarras acontecem sempre. Mas tem umas coisas que são bem loucas, se puxar no Youtube vai achar lá “Ratos: bolt of love”, a gente tocando em um barco do amor em um lago na Finlândia. A gente tocando e o barquinho chacoalhando. Esse ano fizemos uma turnê latino-americana em lugares que nunca tínhamos ido. Costa Rica, El Salvador. É louco ver que a gente tem público lá. Na Bolívia, por exemplo, teve um show com uns moleques que tinham umas camisetas escritas Ratos de Porão a mão, pois os moleques não tinham dinheiro para comprar e acho que nem chegava nosso material lá. Isso é louco, pois remete a minha adolescência. Tinha umas camisetas escritas “vida ruim”, “Ratos de Porão”. Me identifiquei para caralho. Hoje, mesmo com esse mundo globalizado, tem um monte de excluído. Se marcar está pior. A evolução é relativa.
Em 1989 vocês lançaram Brasil, com clássicos como Amazônia Nunca Mais, Farsa Nacionalista, Máquina Militar, Crianças Sem Futuro. Trace o Brasil de 1989 e o Brasil atual?
O momento atual do Brasil como sociedade está bem estranho. Não sei até que ponto as redes sociais influenciaram nisso. Hoje em dia tem um monte de filha da puta eleitor do Bolsonaro que tem orgulho disso, orgulho de um cara que é a maior toupeira. Se identificam pela toupeirice entre o candidato e o eleitor. Discuto nas redes sociais com uns babacas que acreditam que a terra é plana, que Hitler era comunista. O mundo tem muita informação hoje, na minha época você tinha que correr atrás da informação. Era através de livros, livro te salvava. Hoje os idiotas compram ideias prontas. A política no Brasil está bizarra, a eleição do ano que vem é um negócio temeroso. As opções são brutas, até Luciano Huck tentaram lançar. Depois do golpe, pois isso foi um golpe, um golpe de velhos aristocratas que não querem ver pobre em avião. Para eles pobres tem que andar de ônibus, tem que se foder,  engraxar o sapato deles, servir a comida deles. Olha o Temer, eu desejo muito mal para esse verme filho da puta. Onde está aquela galera que estava fazendo dancinha na Paulista pintado? Onde está essa gente? Essa galera não está se sentindo enganada? Não é possível, o preço da gasolina para mim é o mesmo que para eles. Olha esse lance trabalhista [reforma trabalhista], eu não sou empregado, mas no meu bar eu tenho várias pessoas registradas. Eu não concordo com isso ai e não vou fazer isso com os caras que trabalham para mim. O bagulho foi um crime, um roubo, uma exploração.
E o Dória?
Putz, o Doriana é triste hein malandro! Os caras pensaram que ele iria colocar todo mundo de camisa polo Ralph Lauren na escola, caviar na merenda, vai vendo. O cara é um patife, um marqueteiro. Nunca cuidou nem da conta corrente dele, não sabe administrar nada. É capaz de um bosta deste tentar ser candidato. Quem votou no cara lá em São Paulo não quer dar o braço a torcer, assim como a galera que apoiou o golpe. Os caras tem tipo orgulho, jamais vão admitir que estão errados. O cara burro não admite nunca, ele vê que a gasolina está mais de quatro contos, vê os direitos trabalhistas roubados, vê professor não ganhando salário, mas não admite a merda toda. Pega o Alckmin, outro patife da pior espécie. Já dizia Rui Barbosa, “não se iluda com pessoas de cabelo branco, pois os canalhas também envelhecem”.
Foto: Gibran Mendes

A repressão, a violência policial, sempre estiveram nas letras do Ratos. Diante do atual cenário, para onde podemos caminhar?
Acho preocupante todo esse lance de repressão. Eu sempre posto lá [Facebook], a polícia militar tem que acabar, porque esse formato aí é da ditadura. Estamos no mesmo nível daquela época, vai professor protestar porque não está ganhando salário e leva bala de borracha, spray de pimenta no olho. Quando eu posto isso sempre vem os Bolsominions dizer: “quem tem medo de polícia é bandido (sic)”. Essas frases prontas. Não sou bandido, mas sou cabreiro com a polícia sim.
Quando o Ratos estava prestes a completar 30 anos foi lançado o documentário Guidable. Recentemente vocês fizeram um show com outras bandas, como Resto de Nada, Mercenárias, AI-5, em comemoração aos 40 anos do punk rock. E para os 40 anos do RDP, o que vislumbrar?
Quando o Ratos fez 30 anos eu juntei quase todo mundo que tocou no Ratos, faltou só o Pica Pau [ex-baixista 1995 a 1999]. Era para ter saído um DVD disso ai. Contamos a história da banda através da discografia com as formações da época. Mas deu merda no áudio e desistimos de lançar. Sobre os 40 anos têm quatro anos para gente pensar, mas vamos comemorar de alguma forma sim.
Vocês estão no estúdio compondo?
Estamos terminando de compor, mas cada um tem sua vida, seus projetos paralelos, mas estamos querendo fazer disco novo por aí, pois o momento do Brasil é bem propício. Motivo para fazer letra tem. O Ratos sempre foi chato com a gente mesmo neste lance de composição. A gente vai gravar o disco na certeza que tem que estar legal. A gente prefere demorar um pouco mais para lançar um disco ao invés de fazer um bagulho nas coxas.
Nestes 36 anos de banda, se pudesse voltar no tempo, o que faria diferente?
Não fumaria crack. Isso atrasou meu lado, perdi amigos. Vida pessoal ficou na merda, devendo para traficante. Mandamos o Jabá embora da banda, que era o fundador junto comigo. Esse tipo de coisas. Essas cagadas se eu não pudesse fazer seria bem melhor. Foi uma fase bem crítica, não sei como a banda não acabou e até conseguiu produzir coisas.
Júlio Carignano
Brasil de Fato | Curitiba (PR), via Porém.net
Edição: Gibran Mendes