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domingo, 31 de outubro de 2021

Comissão aprova inserção do nome de João Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

 

A Comissão de Educação (CE) aprovou na última quinta-feira (28) projeto que inscreve o nome de João Cândido Felisberto no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O PLS 340/2018, do ex-senador Lindebergh Farias, teve parecer favorável do senador Paulo Paim (PT-RS) e segue agora para análise da Câmara dos Deputados, se não houver solicitação para análise em Plenário.

Nascido no Rio Grande do Sul em 1880, filho de ex-escravizados, João Cândido trabalhou por mais de 15 anos na Marinha de Guerra do Brasil, tendo sido instrutor de aprendizes de marinheiro. Ele foi o marinheiro que liderou a Revolta da Chibata, ocorrida em 1910 em navios atracados na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e entrou para a história como o Almirante Negro.

Em reunião anterior o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) pediu vista “para melhor conhecimento da matéria”. Nesta quinta-feira o parlamentar votou favoravelmente ao projeto, mas leu para o colegiado nota de posição da Marinha, em que a instituição considera que o movimento ocorrido em novembro de 1910 não pode ser considerado como “ato de bravura” ou de “caráter humanitário”. 

De acordo com a nota técnica, “a revolta dos marinheiros de 1910 foi, de fato, um acontecimento triste na história do país. Todos os envolvidos, dentre eles a Marinha, setores do governo, os revoltosos e outras instituições tiveram culpas e omissões. Mas, reconhecer erros não justifica avalizar outros e, por conseguinte, exaltar as ações dos revoltosos”.

Emocionado, Paim enfatizou que respeita a Marinha e que não a vê como um polo racista no Brasil.

—O nosso próprio homenageado, o Almirante Negro, que num movimento para a sociedade já é um herói, escreveu a sua história dentro da Marinha, mas a Marinha, no documento, reconhece que ela discordou também da chibata.

Paim destacou o apoio de diversas personalidades e instituições, entre elas a Defensoria Pública da União, a Coordenadoria de Assuntos Raciais, a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as, a Coalizão Negra por Direitos, a Associação Brasileira de História, a Frente Nacional Antirracista. Ele lembrou ainda homenagens feitas a João Cândido, entre elas as realizadas pelo governo e pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, além da Fundação Palmares.

— Em 24 de julho de 2008, 39 nove anos depois da morte de João Cândido Felisberto, publicou-se, como a própria Marinha reconhece, no Diário Oficial da União, anistia total e irrestrita àqueles que lideraram a Revolta da Chibata. Em 7 de maio de 2010 — olhe bem —, a Transpetro, a pedido do Presidente da República, batizou com o nome de João Cândido o primeiro navio do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota).

Segundo o senador, “João Cândido é, na verdade, um agente social, que lutou e deu sua vida em defesa da dignidade e da justiça, uma personagem da história brasileira”.

— À época dos acontecimentos, ele já era tratado como herói, tornando-se então figura lendária. É cantado em verso e prosa até os dias de hoje. Por muitos e muitos anos, o assunto não veio ao debate, mas as raízes, que são profundas e verdadeiras, jamais morrem. Elas não morrem, elas ficarão sempre vivas. Eu sempre digo que as causas são indomáveis e ninguém consegue vencer as causas onde elas são justas. Elas se eternizam, elas tornam-se povo. Isso também faz a história de um povo e de um país.

O senador Flávio Arns (Podemos-PR) ratificou seu apoio a Paim.

— Esse é um fato que aconteceu naquela época. Já me manifestei que o comportamento mais adequado da Marinha seria pedir perdão para a sociedade para os fatos ocorridos, da mesma forma como o Brasil deveria pedir perdão pela escravidão que ocorreu no nosso país. Isso não pode se repetir e temos de reparar aquilo que cometemos — afirmou.

Líder da bancada do PT no Senado, o senador Paulo Rocha (PT-PA) disse que foi procurado pelo comando da Marinha.

— Uma homenagem a João Cândido não significa uma posição de aversão à Marinha. Nós consideramos a Marinha uma das forças armadas mais próximas da situação de nosso povo. Eu quero demonstrar com isso o sentimento que nós temos em relação à Marinha, para poder não colocar essa questão que o companheiro Paulo Paim colocou na defesa e na homenagem a esse grande brasileiro chamado João Cândido (…) Porque ele não atuou só como marinheiro; ele foi um personagem muito importante na luta dos negros, dos povos daquela época. 

Esperidião Amin (PP-SC) considerou o assunto muito sério e complexo. 

— A nota técnica na Marinha deve constar por inteiro nos anais dessa sessão. Porque uma coisa é homenagear uma pessoa, outra coisa é interpretar um movimento — no caso, um movimento que não foi de um dia. (…) O personagem merece, sim, o meu voto favorável porque, de alguma forma, contribuiu para uma evolução.

Revolta 

O principal motivo da revolta foi a insatisfação dos soldados da Marinha com os castigos físicos, os maus-tratos e as más condições de trabalho. Os castigos cruéis eram proibidos na Marinha desde 1889. Mesmo assim, eram impostos pelos oficiais aos soldados, negros em sua maioria. Várias tentativas de negociação fracassaram, entre elas a que contou com a participação do então presidente da República Nilo Peçanha.

O estopim para a revolta foram as 250 chibatadas destinadas ao marinheiro Marcelino Menezes, acusado de agredir um oficial. A punição incluiu a proibição de que ele recebesse atendimento médico.

Por quatro dias, quatro encouraçados apontaram seus canhões para a Baía da Guanabara. A tensão terminou com o compromisso do governo, em acordo aprovado pelo Senado e assinado pelo presidente Hermes da Fonseca, sucessor de Nilo Peçanha, de dar fim ao uso da chibata e anistiar os envolvidos na revolta.

A anistia prometida, contudo, não ocorreu. João Cândido foi expulso da Marinha e preso por dois anos na Ilha das Cobras. Mesmo inocentado das acusações, foi banido, sendo perseguido até mesmo ao buscar trabalho na Marinha Mercante.

Paim afirma que Cândido morreu em 1969 sem o devido reconhecimento de suas contribuições, sem patente e na miséria. Em 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 11.756, que concedeu anistia póstuma a João Cândido Felisberto e aos demais participantes da Revolta da Chibata.

Fonte: Agência Senado

Com: https://www.geledes.org.br

Adaptado pelo Centro Potiguar de Cultura - CPC-RN, 31-10-2021.

Dia Nacional do Livro. - "GUERRILHA DO ARAGUAIA" - GLÊNIO SÁ, PRESENTE! Por JANA SÁ

JANA SÁ!

 Dia Nacional do Livro. Relendo o relato da experiência deste exemplo comunista, marxista-leninista, Glênio Sá, na Guerrilha do Araguaia. E o coração batendo mais acelerado com a expectativa de finalizar a edição do documentário @naofoiacidentematarammeupai até domingo.

Tumba de Jesus é reaberta após centenas de anos e cientistas fazem descoberta fantástica - Por Manoella

 

Israel é o lar de alguns dos lugares santos mais reverenciados do cristianismo, mas nenhum deles é considerado mais importante do que a Igreja do Santo Sepulcro, conhecida por abrigar o túmulo de Jesus.

Após séculos de decadência e danos estruturais, os cientistas finalmente começaram uma renovação do túmulo, há muito esperada, em outubro de 2016. Quando removeram uma laje de mármore pela primeira vez em centenas e centenas de anos, havia sob ela uma descoberta nunca antes vista.

O túmulo mais importante do cristianismo

Segundo a crônica do Novo Testamento de sua morte, o túmulo de Jesus foi construído próximo ao lugar de sua crucificação. A estrutura foi feita para cercar tanto seu corpo quanto a cruz em que ele morreu. E embora o local exato do sepultamento não tenha sido provado arqueologicamente, os historiadores sabem uma coisa com certeza sobre a Igreja atual do Santo Sepulcro.

A primeira igreja no local foi construída pelo imperador romano Constantino o Grande em cerca de 326 d.C., e foi destinada a abrigar seu próprio local de sepultamento. Primeiro, a mãe de Constantino, Helena, foi enviada para encontrar a localização exata da tumba de Jesus de três séculos antes. Com a ajuda de um bispo chamado Eusébio, ela acreditou tê-lo encontrado.

As primeiras restaurações

Do local da igreja que a mãe do imperador Constantino estabeleceu, a Igreja do Santo Sepulcro perdurou por vários anos, impulsionada por séculos de Cruzadas. A torre do sino da igreja desmoronou em 1545 e incentivou a primeira renovação.

Os frades franciscanos completaram sua própria renovação na igreja há muito negligenciada. Isto incluiu uma das primeiras limpezas da edícula: o santuário que abrigava o túmulo de Jesus.

Selando

Os monges franciscanos selaram então o local do sepultamento em 1555. A fim de preservar o local, e para evitar que os peregrinos ansiosos tocassem a verdadeira rocha onde o corpo de Jesus uma vez se sentou, os monges instalaram uma laje de mármore sobre o sepultamento de calcário.

Durante séculos, ela permaneceu por abrir. Os arqueólogos quiseram escavar mais dentro do sepultamento para ver se havia alguma prova arqueológica de que o corpo de Jesus estava lá uma vez.

Muitos poderes

Uma restauração moderna da Igreja do Santo Sepulcro já devia ter sido feita há vários séculos. Mas implementar mudanças neste mais importante dos locais santos cristãos é notoriamente difícil.

Parte da dificuldade decorre do fato de que três grandes denominações cristãs, católica romana, armênia apostólica e ortodoxa grega, compartilham a custódia da igreja - e nem sempre concordam entre si.

A "escada inamovível"

Por exemplo, um debate se prolongou por dois séculos e meio sobre a remoção ou não de uma escada de cedro do Líbano que fica acima da entrada da igreja. Ela tem uma história muito engraçada.

O objeto foi carinhosamente apelidado de "a escada inamovível", e ainda está lá hoje. Diferenças à parte, os padres decidiram que era hora de uma limpeza. Mal sabiam eles o que eventualmente testemunhariam.

Planejando a renovação e a escavação

Em 1947, durante o domínio colonial britânico, foi colocado um andaime de ferro ao redor da edícula estilo otomano para evitar que ele se desmoronasse até o chão. Depois veio um projeto de 2016 para ajudar a preservar este local tradicional do túmulo de Jesus.

Realizada por uma equipe de cientistas da Universidade de Atenas, esta restauração incluiria também uma escavação arqueológica do túmulo de Jesus. Espera-se que eles possam revelar seu conteúdo mais íntimo.

Sem precedentes

O campo crescente da arqueologia bíblica visa revelar a verdade histórica (ou, ao contrário, refutá-la) de eventos e lugares descritos na Bíblia. Este era exatamente o plano da escavação de 2016. A tecnologia moderna proporcionaria um acesso sem precedentes à informação que tem tirado o sono dos entusiastas bíblicos por toda sua vida.

A principal pergunta que os cientistas estavam procurando responder: o túmulo atual na Igreja do Santo Sepulcro era realmente o lugar de descanso final de Jesus? Mas nem tudo estava claro até então.

Falta de provas

Séculos de guerras e desastres naturais fizeram com que os cientistas suspeitassem muito que a edícula realmente abrigasse o túmulo de Jesus. Algumas décadas após sua morte, Jerusalém foi completamente destruída, arrasada em 70 EC durante a Primeira Guerra entre judeus e romanos.

Para complicar ainda mais a situação, apesar do que está escrito, há apenas provas físicas de duas crucificações realizadas pelos romanos durante o tempo de Jesus (uma foi encontrada perto de Jerusalém em 1968, a outra na Itália, 2018).

Descoberta anterior

A partir de escavações realizadas na igreja durante os anos 70, os pesquisadores puderam determinar que a estrutura do Santo Sepulcro foi construída de forma a encobrir a religião dominante que havia chegado antes do cristianismo.

O local que Helena e Eusébio haviam declarado como sendo o túmulo de Jesus havia sido primeiro um templo para os deuses romanos Júpiter ou Vênus, construído pelo imperador Adriano séculos antes do reinado de Constantino.

Expedições mais antigas

O líder da escavação nos anos 70, um padre e arqueólogo franciscano chamado Virgilio Canio Corbo, supôs que o recinto da igreja estaria aproximadamente no mesmo lugar que estava na época de Hadrian.

Isso significava que a localização da edícula não teria mudado desde o século II d.C. Embora a hipótese de Corbo tenha sido contestada, felizmente mais evidências surgiram para apoiar ainda mais a afirmação de que este era de fato o lugar do túmulo de Jesus.

Fora dos muros da cidade?

Escavações adicionais realizadas durante o século XX revelaram descobertas revolucionárias na Igreja do Santo Sepulcro. Isto incluiu vários túmulos de pedra, e uma antiga pedreira de calcário que se pensava ser os restos da primeira igreja de Constantino de 326, uma descrição que sustenta a que foi dada na Bíblia.

Estes achados lançam uma luz importante sobre a atual localização aceita do túmulo de Jesus. Outra questão-chave é se o local existente teria estado ou não dentro dos muros de Jerusalém durante o tempo da morte de Jesus.

O que diz a Bíblia

Como esperado, o maior guia em caso de dúvidas cristãs é o livro da Bíblia. Logo, segundo a própria Bíblia, é dito que Jesus Cristo foi enterrado fora dos muros da cidade - mas a igreja e a tumba atuais estão dentro dos muros da Cidade Velha de Jerusalém.

Mas mais descobertas provaram que a igreja teria estado fora da cidade durante o tempo imediatamente após a morte de Jesus, e os muros se expandiram depois. Até agora, muita coisa estava se alinhando.

Ganhando o sinal verde

Estas descobertas mais recentes que foram feitas foram levadas em consideração quando os monges do Santo Sepulcro tomaram a decisão de permitir que a equipe de Atenas começasse os trabalhos de restauração. Com a promessa da equipe de que a estrutura existente não seria alterada, a aprovação foi dada. O trabalho estava pronto para começar, e com ele, uma oportunidade única de ver o interior do túmulo de Jesus.

A equipe levou dez meses para completar as restaurações no exterior da edícula. Com cuidado cuidadoso, eles removeram o molde e os danos causados pela água manualmente, e também inseriram modernos parafusos para reforçar as paredes e as fundações. Isto garantiu que a estrutura seria sólida por pelo menos mais alguns séculos. Mas a equipe de pesquisadores guardou a melhor parte do projeto para o fim.

Abrindo a câmara funerária

Lembra-se da laje de mármore que os monges franciscanos colocaram sobre a câmara funerária para evitar que ela fosse exposta a milhões de peregrinos? A equipe estava prestes a movê-la pela primeira vez desde que ela foi colocada lá, em meados do século XVI. Foi um momento de descoberta que os cientistas - e os monges - esperavam por toda a sua vida.

Em 25 e 26 de outubro de 2016, a equipe trabalhou na Igreja do Santo Sepulcro por sessenta horas seguidas para remover a laje de mármore, tendo o cuidado extra de não danificar nenhuma parte da câmara funerária ao redor. Quando finalmente o mármore foi levantado, a equipe viu algo que não estava esperando.

Escondido por séculos

Debaixo do mármore havia várias camadas de sujeira e detritos que se acumularam durante literalmente milhares de anos. Era a primeira vez que os humanos tinham colocado os olhos na parte mais profunda da câmara funerária, e muito possivelmente a última. Após horas de escavação, peneiramento e remoção dos detritos, eles fizeram uma nova descoberta chocante.

Os cientistas não faziam ideia de que outra placa de mármore havia sido colocada sob a que foi colocada pelos monges franciscanos em 1555. Foi uma surpresa completa. Enquanto a primeira camada de mármore era uma branca leitosa, a segunda era cinza, um sinal de sua extraordinária idade. Na superfície do mármore cinza, a equipe viu algo em que não podia acreditar. Havia uma bela cruz gravada no centro da pedra!

O que isso significava?

Esta segunda placa de mármore, há muito escondida, foi um mistério que colocou os historiadores em uma busca frenética por respostas. Alguns especulavam que a cruz foi colocada ali durante o tempo das Cruzadas, uma marca duradoura de uma de suas conquistas da Cidade Santa. Alguns pensavam que poderia ter sido o resultado de um ataque dos conquistadores árabes mesmo antes das Cruzadas, cerca de 1009.

Ainda assim, outros sugeriram que poderia ser ainda mais antiga. Apesar da miríade de teorias, havia uma coisa em que a equipe concordava. O mármore recém-descoberto tinha que ser pelo menos tão velho quanto as paredes que o rodeavam, o que faria com que tivesse, no mínimo, quinhentos anos. Mas havia alguma maneira de saber a sua idade?

Recebendo os resultados 

A equipe da escavação de 2016 utilizou um processo chamado luminescência estimulada óptica (OSL) para determinar quando o material que foi coletado foi exposto à luz pela última vez. Isto forneceria as provas científicas para provar a data exata da câmara. Após quase um ano, os resultados chegaram.

Apesar das evidências anteriores que ligavam a câmara ao período dos romanos antes de se tornarem cristãos, os testes mais recentes provaram que a laje de sepultamento e a cobertura oculta foram expostas pela última vez durante o quarto século. Esse foi o mesmo período de tempo em que a primeira Igreja do Santo Sepulcro foi construída por Constantino!

Mais provas

Mais descobertas poderiam fornecer um registro arqueológico convincente ao longo de toda a profundidade da câmara. A análise da argamassa retirada da parede sul do túmulo corroborou com a datação da laje de mármore e da tampa. Para a equipe de Atenas e para os monges que tiveram a oportunidade de supervisionar a obra, esta foi uma notícia positivamente eletrizante.

Com a restauração concluída, é improvável que as placas de mármore e a câmara funerária sejam abertas novamente a qualquer momento no futuro próximo. Os resultados da escavação revelaram novos fatos que mudarão para sempre a maneira como as pessoas em todo o mundo veem o local mais sagrado do Cristianismo. O ponto repercutiu bastante.

Conversão de não-crentes em crentes

Mesmo alguns dos maiores críticos da arqueologia sobre a autenticidade do local do túmulo de Jesus tiveram uma mudança de opinião a respeito das recentes descobertas, uma vez que elas trazem fatos bem relevantes.

O famoso arqueólogo israelense Dan Bahat, que questionou a veracidade da afirmação de Corbo de que a Igreja estava aproximadamente no mesmo lugar que estava quando foi construída há quase dois mil anos, disse que agora não há razão para duvidar da veracidade do local.

Não há 100% de certeza

Embora possa não haver provas concretas de que o corpo de Jesus foi realmente enterrado diretamente lá, "não temos realmente nenhuma razão para rejeitar a autenticidade do local", diz Bahat. "Certamente, não há outros locais que possam carregar uma afirmação tão forte".

Embora o mundo protestante e muitos arqueólogos acreditem que o local real estava fora da Cidade Velha em um lugar chamado Túmulo do Jardim, as descobertas das escavações de 2016 convenceram mais do que alguns poucos especialistas.

Por que isso é importante?

Sem dúvida, arqueólogos e buscadores de verdades históricas continuarão a fazer descobertas revolucionárias que desvendam novas verdades sobre a história física por trás das histórias na Bíblia. Mas, para os verdadeiros crentes, descobertas como a feita pela equipe de Atenas são inconsequentes. Uma viagem a Jerusalém já é prova suficiente.

Uma vez dentro da Cidade Velha, os visitantes verão inúmeros peregrinos se alegrando, chorando, abençoando seus filhos e experimentando sua própria forma de epifanias religiosas. Para eles, a autenticidade dos locais é inabalável, e as respostas que buscam estão simplesmente em sua fé.

Fonte: https://indeedfinance.com

sábado, 30 de outubro de 2021

FIQUEM LIGADOS HOJE (30) NA AGRESTE FM 107.5 - NOVA CRUZ-RN - "PROGRAMA 30 MINUTOS COM CULTURA" - Iniciativa do CPC-RN (CENTRO POTIGUAR DE CULTURA)

Ai galera que gosta de cultura, fiquem ligados, hoje (30), ás 19 horas nas ondas da Rádio AGRESTE FM 107.5, "Programa 30 minutos com cultura", uma super promoção do CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC-RN, espaço para o artistas de modo em geral expor suas criatividades, seus talentos, entre outras coisas mais.

Vocês artistas de modo em geral, procurem os diretores do CPC-RN, Eduardo Vasconcelos e Claudio Lima, diretores do CPC-RN e tenha a oportunidade de mostrar seu talento. FIQUEM LIGADOS!

Lembre-se:

"JACARÉ PARADO VIRA BOLSA DE MADAME!" - MEXA-SE! E mostre seu talento!

Lembrando! Que o Programa 30 MINUTOS COM CULTURA é todos os sábados das 19 horas ás 19:30, nas ondas da Rádio Agreste FM - 107.5 - NOVA CRUZ-RN.


O fim do Bolsa Família e a incerteza do Auxílio Brasil - Por: Jessyanne Bezerra

 

Ontem (sexta-feira) (29), mais de 1 milhão de brasileiros vão sacar sua última parcela do Bolsa Família. Depois de 18 anos, o programa de transferência de renda que já foi considerado modelo no mundo é extinto pela MP 1.061, que cria o Auxílio Brasil.

Oficialmente, o Bolsa Família só termina na próxima semana, começo de novembro, quando a lei que o criou será revogada. E ainda pode voltar, caso o Congresso deixe caducar ou altere MP. Mas, pelo menos por enquanto, é o fim.

Para os beneficiários do programa, 14,84 milhões em outubro, segundo o Ministério da Cidadania, o que vem é a expectativa e a incerteza sobre o programa que deve substituí-lo: o Auxílio Brasil.

O Bolsa Família foi criado em 2003, pelo então presidente Lula. Mas sua base veio de antes: o programa veio a partir da unificação de uma série de benefícios já existentes. Lá atrás, o valor pago era de R$ 50 por família em extrema pobreza, com um acréscimo de até R$ 45 dependendo da composição familiar.

O governo promete começar a pagar o Auxílio Brasil já em novembro. Mas, ainda na quinta-feira (28), anunciou mudanças no valor: depois de prometer um valor mínimo de R$ 400 aos beneficiários, vai deixar esse valor para dezembro. Para o próximo mês, fica valendo apenas o reajuste de 20%.

E para a população resta a incerteza de receber a transferência de renda que por quase duas décadas conseguiu suprir as demandas dos mais pobres. Enquanto falta gestão e organização orçamentária, o povo continua a mercê da fome e do desemprego, pois não há a confirmação do Auxílio Brasil e a finalização do Bolsa Família e Auxílio Emergencial.

Fonte: Potiguar Notícias

Adaptado pelo CPC-RN, em 30-10=2021

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Projeto EntreRios: Artistas Jean Sartief e Rita Machado, registram rios Potengi e Douro

 

Os artistas potiguares Jean Sartief e Rita Machado lançam, a partir de patrocínio do SEBRAE através do edital de Economia Criativa, o livro EntreRios, com fotos e fragmentos poéticos relativos aos rios Potengi, no Rio Grande do Norte – Brasil, e o rio Douro em Porto – Portugal. O lançamento acontece dia 5 de novembro em Natal no salão de exposições do SEBRAE, área ampla no rall de entrada, das 17 às 20 horas e tem exposição já confirmada para as próximas semanas na cidade do Porto, Portugal. Até a ocasião do lançamento, o livro será vendido ao preço promocional de R$35. Além do livro e da exposição fotográfica, os artistas ainda lançam vídeo poético sobre a obra que poderá ser acessado também através das páginas por meio de QR code.
 
Com formato diferenciado e contendo páginas-imagens que podem ser destacadas, manipuladas e utilizadas pelo leitor de diversas formas e em caráter único, o livro chama atenção pela autenticidade. Além das páginas, a capa do livro também se torna um pôster, entregando novas possibilidades de interação com a obra.
 
Com base na potência e mobilidade das águas, surge o conceito estético e norteador da publicação: algo que permita fluidez e que contenha diferencial criativo e significativo, não só na apreensão do conteúdo como também na fruição visual.  As fotos, textos e imagens demarcam os rios Potengi e Douro nas dimensões de alcance de cada um, uma vez que ribeiras, comunidades, turistas, pesca, desenvolvimento cultural, ambiental, social e econômico dão margens aos seus leitos e agregam a construção de um caminho em que novas realidades vão sendo incorporadas entre territórios diversos dentro destes espaços geográficos de longa proximidade histórica.
 
SELO ARTÍSTICO
 
EntreRIOS é o primeiro produto do selo editorial artístico GIRO, criado pelos dois artistas. A proposta do selo é transcender as linguagens e promover um diálogo entre artistas do Brasil e do mundo, fomentando fluxos criativos.
 
O livro EntreRios está disponível em pré-venda até o dia de seu lançamento, dia 5 de novembro, ao valor promocional de R$35 com entrega garantida para o território brasileiro. A compra pode ser efetivada através de transferência PIX para a chave 84 998139467 (celular).
 
OS AUTORES 
 
EntreRios recebe o norteamento poético dos artistas potiguares Rita Machado (Fotógrafa, Jornalista, Radialista, Artista visual e Multimidia) e Jean Sartief, que reside em Portugal desde 2019 (Fotógrafo, Jornalista, ilustrador, Poeta e Performer, com cinco livros publicados). Os artistas travam dialogo em torno dos diferentes espaços geográficos que vivem e que coincidentemente são margeados por imponentes rios.
 
Jean Sartief
 
Nasceu em natal-RN e vive desde 2019 na cidade do Porto em Portugal. Formou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, atua nas áreas de fotografia, literatura, cerâmica e performance. Jean busca o diálogo entre as linguagens tradicionais e a linguagem contemporânea. Entre suas obras podemos destacar a elaboração da capa e projeto gráfico do livro A Flor do Trapiá (2021), além da capa de vários livros de escritores potiguares; e Coletânea Porto – fotografias (2019); é autor do Livro Jardim dos Abismos (2020); participou da exposição Anatomia do Simbólico – esculturas em cerâmica (2019). Teve fotografias expostas no XI Salão de Artes visuais em Natal (2007) apresentando a série Por Trás do Silêncio e a obra Farnese e eu, que resultou no prêmio Thomé Filgueira de artes visuais em 2008. 
 
 
Rita Machado
 
É formada em Rádio-TV e Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Fez curso de edição em áudio/vídeo, sonoplastia, fotografia, cinema, produção, animação, artes visuais, iluminação, cenografia e música. Atualmente desenvolve trabalhos na área de comunicação e artes. Entre seus trabalhos recentes, constam: Livro Fotográfico A Cidade Encantada do Xereta publicado em março 2021; Direção / Roteiro / Edição / dos clipes da cantora e compositora Aiyra – Pariu a Si Mesma e Azul;  Direção / Roteiro e Edição dos clipes Viva a Voz, Amor de Cinema e Ancorado em Si da cantora e compositora Khrystal além doa clipes Mergulho e Pequenos Milagres do cantor Letto; Diagramação, direção, projeto gráfico e ilustrações dos livros: Meio-Dia, Ardência e Quanto mar cabe no sal da lágrima? de Thiago Medeiros, Stela e outros poemas de Marina Rabelo, O gato Candidato ou a Cidade do Vento (infantil) e A Última hora de Rosália Figueirêdo.
 
Serviço:
 
Livro fotográfico EntreRios de Jean Sartief e Rita Machado
 
Lançamento Brasil: com exposição e exibição de vídeo poético.
 
Dia 5 de novembro de 2021 das 17 às 20h no salão de exposições do SEBRAE – Av. Lima e Silva, 76.
 
Valor do livro: preço promocional R$35.
 
A compra já pode ser efetivada através de transferência PIX para a chave 84 998139467 (celular) com o envio do comprovante para o mesmo número.

Fonte: POTIGUAR NOTÍCIAS

Artesanato e camarão potiguares integram a Mostra Nordeste no Senado - Por: Com informações da Agência Sebrae de Notícias

Uma seleção de peças artesanais de tipologias, como fibras, cerâmica, bordado e renda, vai representar o artesanato do Rio Grande do Norte na Mostra Nordeste de Artesanato do Senado, que busca valorizar o potencial os empreendedores criativos e a identidade cultural do país. A mostra foi aberta nesta terça-feira (26), no espaço Ivandro Cunha, anexo I do Senado, em Brasília (DF). A exposição é composta por trabalhos de artesãos de todos os estados do Nordeste, a terceira região a apresentar, no ciclo, o talento e a criatividade de quem produz artes manuais no país. Além do artesanato, o evento também destaca os sabores e os atrativos turísticos da região.

A Mostra de Artesanato do Nordeste e a Mostra de Gastronomia do Nordeste fazem parte do terceiro ciclo ‘A Internacionalização da Economia Criativa, da Gastronomia e do Turismo como Indutores do Desenvolvimento Regional', promovido pela comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional em parceria com o Sebrae para impulsionar a valorização das aptidões culinárias e atrativos turísticos de cada estado do Brasil para fortalecer a economia. Nos ciclos anteriores, foram apresentados os potenciais dos estados das regiões Norte e Sudeste. Agora, é a vez do Nordeste.

Durante três dias, parlamentares, embaixadores, gestores públicos e demais lideranças terão a oportunidade de conhecer, ver de perto e também provar o que o Nordeste tem de bom em arte popular, cultura, turismo e gastronomia. O Rio Grande do Norte selecionou peças de diferentes regiões para dar uma mostra da criatividade e versatilidade do artesão potiguar. Almofadas com bordados de Caicó, que conquistou a Indicação Geográfica (IG) e fibra de bananeira, utilitários em bordados, rendas e fibra de sisal, jarros de argila com fibra de coco e peças decorativas, como um cavalo esculpido na madeira de imburana e vasos feitos de argila, estão entre os trabalhos que serão expostos no evento.

Além disso, o Rio Grande do Norte também vai apresentar os principais atrativos turísticos potiguares, com destaque para a série Descubra o RN, que enfoca, além do tradicional turismo de sol, mar e passeios nas dunas, o turismo rural, religioso, cultural e de aventura. A ideia é exibir para os visitantes, convidados da mostra, as experiências únicas em lugares com paisagens deslumbrantes nas regiões do Agreste, Trairi, Seridó, serras potiguares, Costa das Dunas (Grande Natal e litoral norte e sul) e Costa Branca do estado.

Os visitantes também poderão provar o sabor genuinamente potiguar, durante a Mostra de Gastronomia do Nordeste, que ocorre na quinta-feira (28). No festival, a chef Elizabeth Assunção, do Senac-RN, vai elaborar um prato principal e uma sobremesa com ingredientes típicos e terroir do Rio Grande do Norte para degustação no restaurante do Senado. O menu potiguar será o Camarão ao Creme de Castanha e sobremesa feita com ingredientes regionais, incluindo o caju e o mel de abelha Jandaíra.

“Vamos apresentar o delicado trabalho manual dos nossos artesãos e, sobretudo, promover a economia criativa potiguar. É uma oportunidade ímpar de expor esses talentos. Além disso, vamos destacar também as potencialidades e maravilhas do turismo e da gastronomia do Rio Grande do Norte ”,promete Maézia Teodora, analista técnica da Unidade de Desenvolvimento Setorial do Sebrae-RN.
 
Propostas pela senadora Kátia Abreu, as mostras são uma iniciativa ampla, que conta com audiências públicas, exposições de artesanato e degustações gastronômicas, voltadas para brasileiros e também para as representações estrangeiras no país. O objetivo é potencializar, divulgar e explorar as aptidões da culinária e dos atrativos de cada estado fomentando a economia e o desenvolvimento local. A proposta é transformar os pequenos negócios em protagonistas do desenvolvimento sustentável do Brasil.

Fonte: POTIGUAR NOTÍCIAS

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

E eu, não sou uma mulher, Unimed?

 


Por ANA PAULA CAMPOS

Inicio meu relato saudando o Orixá da comunicação, Exú, pedindo que cuide para que  - eu diga a verdade e fique livre da má interpretação das pessoas que agem de má-fé. Em tempo, o título é uma inferência ao célebre discurso da feminista negra, Sojourner Truth, em 1851. Laroyê! Salve os orixás e minhas ancestrais, que me conduzem e me fazem ficar firme e de pé, diante das agruras do racismo! 

 
Como boa parte das pessoas que me acompanham sabe, na última quarta-feira, dia 20 de outubro fui vítima do racismo na unidade de fisioterapia da UNIMED, localizada no bairro Pretrópoles, em Natal-RN. O caso prosseguiu na sexta-feira, ainda na unidade. 
 
Sendo colunista deste jornal, farei uso desde espaço, não apenas visando escurecer os fatos, mas também como forma de refletirmos sobre alguns desdobramentos. Para que o texto não se alongue, diante da impossibilidade de discutir tantas questões em poucas linhas, farei isso em dois momentos diferentes. Duas quartas-feiras seguidas. 
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Em razão da sua última cirurgia, eu e minha filha iniciamos uma rotina de fisioterapia para reabilitação dos seus movimentos. Pela falta de opções de centros de fisioterapia pelo plano, sempre recorremos ao mesmo espaço. Esta é a sua quarta cirurgia, logo, quarta reabilitação. Sendo uma mulher afrocentrada, juremeira e candomblecista, sempre vou a todos os espaços vestida com roupas que remetem à cultura africana e usando minhas contas de Entidades e Orixás no pescoço. 
 
Na quarta-feira (20/10/21), acompanhava minha filha, que estava fazendo um exercício na cama elástica, quando, devido a um desconforto durante sua execução, ela desceu do aparelho. Quase que imediatamente uma mulher branca e loira subiu e iniciou sua sequência.  
 
Educadamente, informei: “com licença, minha filha ainda está usando este aparelho”. Ela desceu visivelmente contrariada e retrucou: “eu pensei que ela tinha acabado, porque ela desceu”. Não respondi. Minha filha deu continuidade ao exercício, mas devido à instabilidade na coluna, a fisioterapeuta solicitou que ela o realizasse no chão, por segurança.
 
Logo em seguida, a tal moça, branca e loira, retorna e, desta vez, dirige-se diretamente à fisioterapeuta com voz debochada: “fulana, ela já acabou?”, dando a entender que eu a estava impedindo de usar a cama elástica. 
 
Continuei fazendo a contagem e observando os movimentos da minha filha em silêncio. Ao final, virei-me para voltar para a sala onde normalmente é finalizado o processo. No instante em que me viro, a mulher branca e loira se joga na minha frente. Diante da sua postura até aquele momento, pude intuir qual era sua intenção e fiquei firme, de pé em sua frente, de cabeça erguida, segurando a mão da minha filha, imaginando que ela estaria assustada com a cena. Uma vez que tive meu trajeto bloqueado, não saí. Por que pessoas negras têm que dar passagem a pessoas brancas que, propositadamente, bloqueiam nossa passagem?
 
Ao perceber meu posicionamento, a mulher branca e loira começa a gritar para que todes na clínica pudessem ouvir: “meu deus, o que é isso?” Ela, novamente, sem nenhum impedimento, arrodeou e seguiu para outra sala; no que eu falei no mesmo tom que o dela: “não está satisfeita, compre uma clínica só pra você!”, e seguimos para uma sala oposta. Lá, percebendo o nervosismo da minha filha, perguntei se ela estava com medo e diante da confirmação, tentei acalmá-la. Ao final, pensando ingenuamente que tudo estava resolvido; fui para casa sem procurar o responsável do recinto. 
 
Na noite da quinta para a sexta, minha filha estava agitada e nervosa, sem conseguir dormir. Disse que estava com medo de retornar à clínica. Eu disse que tudo estava resolvido e que, por segurança, faríamos nossos exercícios longe da mulher branca e loira. 
 
Ao chegar lá, seguimos nossa rotina normalmente. Como faço de costume, depois de posicionar minha filha na bicicleta ergométrica, sentei e dei continuidade à leitura do meu livro. Ironicamente, um livro sobre racismo da filósofa negra, Sueli Carneiro, que vem, em seus artigos, apresentando e discutindo o apartheid racial no Brasil. Olhando ao redor, tive a impressão de estar sendo observada com certo receio, por fisioterapeutas e pacientes, o que se confirmou com o gesto do fisioterapeuta da mulher branca e loira, que veio buscar sua sandália esquecida próxima a mim. 
 
Fizemos todas as sequencias de exercícios tentando manter o bom humor habitual, para dispersar o medo e a dor da minha filha. Ao me despedir, fui informada pela fisioterapeuta de que precisava passar pela administração. O fato em si já me soou bem humilhante e eu já sabia do que se tratava. 
 
Ao abrir a porta e ser reconhecida pelas pessoas – todas brancas – que ocupavam a sala, percebi os olhares espantados e o silêncio imediato. Cumprimentei a todes. Ao entrar, fui encaminhada para uma salinha pequena dentro do mesmo espaço. O administrador, um homem cis branco, pediu que fechasse a porta. Eu estava acompanhada da minha filha. Não vi necessidade de deixá-la fora da sala, uma vez que já havia presenciado toda a cena. Aproveitaria a situação para que ela aprendesse como devemos nos defender em situações como esta, uma vez que ela é surda e passa, corriqueiramente, por situações de preconceito.
 
O homem branco disse que recebeu uma reclamação da paciente –branca e loira. De modo geral, ela estava com medo da minha presença no local porque, segundo ela, eu atravessei seu caminho, impedindo que ela passasse. Alegando estar prezando pela harmonia no local, o homem branco disse que “sondou” com seus funcionários sobre minha conduta na clínica, recebendo ótimas referências das fisioterapeutas anteriores, que atenderam minha filha.
 
 Esperei o homem branco terminar de falar e falei, sem arrodeios, que isso se tratava de um episódio de racismo. O que estava acontecendo era que aquele plano de saúde vem sendo aburguesado nesse Estado e pessoas brancas, maioria nas clínicas da UNIMED, não estão acostumadas a conviver no mesmo espaço com pessoas negras e de terreiro, que seguem altivas e seguras da sua herança ancestral. 
 
Além disso, pessoas brancas estão mal-acostumadas a terem tudo que querem, ou tomarem à força, quando algo não lhes é cedido, como ocorreu com a cama elástica. Ao ser contrariada em seus devaneios de privilégios, a mulher branca e loira forjou uma cena, fazendo uso da imagem da negra raivosa versus a branca sexo frágil, criando um cenário no qual pessoas negras seriam perigosas e estariam colocando em risco a integridade física dos seus iguais, brancos. Toda essa lógica já fora, inclusive, apresentada e discutida pelos psicanalistas negres, Neuza Santos Souza e Frantz Fanon. 
 
Alertei que sou uma intelectual e pesquisadora sobre as questões raciais, referência em todo o Estado do RN, educadora da Rede Pública e de Axé. O que por si só já diz muito sobre a filosofia que sigo, mas que nada disso me protegeria da imagem criada sobre mim no Ocidente. 
 
Ao ouvir meus argumentos com expressão confusa e espantada, como se minha fala não correspondesse ao arquétipo de negra barraqueira e sem estudo, o homem branco saiu em defesa da mulher branca, pedindo que eu “relevasse, pois` claramente a moça não estava bem”. Esta conduta nos evidencia a lógica do pacto narcísico da branquitude, como nos ensina a intelectual negra, Aparecida Bento, e do contrato social da branquitude, irrefutavelmente descrito por Sueli Carneiro em sua tese de doutorado. 

Concluí minha fala relatando como toda a situação afetou o emocional da minha filha e de como eu, enquanto mãe, estava insegura em frequentar o mesmo espaço que aquela mulher branca e loira. Exigi que ela fosse chamada novamente para uma conversa de alerta, como se fez comigo. 
 
Na manhã desta última segunda-feira, ao descer a rampa dou de cara com o administrador, que me informa que, de fato, chamou a mulher branca para conversar e colocar meus apontamentos, no que ela alegou “mal-entendido” e “não ter a intenção de ser racista”. Típico! 
 
A boa notícia foi o posicionamento da UNIMED, que se colocou a minha disposição para resolver o caso da forma que melhor me atendesse, assim como a minha filha, e disposta a dialogar e nos proteger. Isso é um avanço, mas não é mais do que a obrigação da instituição, uma vez que um atendimento humanizado é o que pessoas racializadas e de terreiro esperam e merecem enquanto seres humanos. Sigamos!