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domingo, 9 de dezembro de 2018

ADVOGADO CYRUS BENAVIDES LANÇA SEU PRIMEIRO LIVRO NA CAPITAL POTIGUAR

Imagem do Google
Imagem: tribunadenoticias.com.br
“Postagens da vida - Crônicas de Cyrus Benavides” é o primeiro livro do advogado, professor e Diretor do Instituto de Pesos e Medidas - IPEM do Rio Grande do Norte, Cyrus Benavides. 

A obra, reúne mais de cento e vinte e sete textos publicados em suas redes sociais ao longo de sua carreira profissional.

No livro, o autor expressa em crônicas o seu olhar sobre o cotidiano, as relações humanas, demonstração de fé, sonhos, ideais, trabalho, amor, amizade, família, saudades, gratidão, origens e seus desafios.

O lançamento ocorreu dia 13 de novembro, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Natal, localizada na Rua Barão de Serra Branca, no Bairro de Candelária.

O autor destinou uma parte da renda de sua Obra para as ações socioeducacionais desenvolvidas pela Legião da Boa Vontade (LBV) no Estado do Rio Grande do Norte.

Serviço
Lançamento do livro: “Postagens da vida - Crônicas de Cyrus Benavides”
Editora Offset
Data: 13/11/18 - Horário: 18h30 
Local: Sede da Ordem dos Advogados – OAB/RN (Rua Barão de Serra Branca, s/n, Candelária).

Fonte: tribunadenoticias.com.br

Adaptado pelo Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, em 09/12/2018.

Há futuro: jovens querem seguir juntos, ocupar espaços, resistir

Diante de um governo que ameaça a educação e as liberdades individuais, um misto de medo e esperança resume as expectativas dessa geração: rebeldia e resistência para virar essa maré.

São Paulo - Gabriella tem 17 anos, vive em Curitiba, estuda em colégio estadual e quer prestar vestibular para Ciências Sociais.
Rafael, de Bagé (RS), vive em São Paulo. Aos 28 anos fez Enem com o objetivo de ingressar em uma faculdade de Ciências da Computação.
Bruna, 19 anos, está no segundo semestre de Relações Internacionais na PUC, em São Paulo.


Rafinha: "Eu não acreditava que uma pessoa que trouxesse tanta mágoa no coração, tanto ódio na fala, pudesse se eleger presidente"
São adjetivos também comuns a esses jovens, ao definir o que mais os incomoda quando pensam nos dias que estão por vir. “Nos próximos anos a perspectiva é de medo do que pode acontecer, de quem ele pode atacar. Se as palavras dele são reais, quem ele pode atacar?”, questiona Rafael Roxo Rodrigues. Integrante do Levante Popular da Juventude, na Frente Territorial que trabalha nas periferias, Rafinha acha que a política do governo Bolsonaro vai acabar com algumas perspectivas importantes para o desenvolvimento dos jovens. “ProUni, Fies, ele vai diminuir esses programas e o número de vagas. Já falou contra as cotas. Acho que ele vai murchar essas políticas públicas.”
Para o rapaz, que tem origem na periferia de Porto Alegre, a eleição de Bolsonaro foi algo “bem estranho”. “Eu não acreditava que uma pessoa que trouxesse tanta mágoa no coração, tanto ódio na fala, pudesse se eleger presidente do Brasil. Os brasileiros queriam uma mudança e não optaram por qualquer mudança. Foram para alguém que é radical na sua fala, polêmico nas suas discussões políticas.”
Ygor Silva Santos classifica como cruel o resultado eleição. “Para a juventude que lutou por liberdade de fala, de sair na rua, é muito cruel ter uma pessoa com essa posição no governo. O retrocesso não vai se dar só pelas vias institucionais, com perda de bolsas nas universidades, fechamento de escolas, menor número de vagas. Mas pela liberdade individual, de ser jovem, ter acesso a cultura, educação, ter acesso à cidade. A síntese do governo Bolsonaro será o retrocesso”, acredita.

Pedaço da história que não se pode negar

Ygor enxerga como um processo essa disputa política entre pretos e pretas da periferia, LGBTs, mulheres, com pessoas que votaram, apoiaram, fizeram campanha para Bolsonaro. “É um pedaço da história muito importante que não podemos negar: como um pobre votou em alguém que é contra o pobre, como o negro votou em alguém que destila discurso racista?”


Ygor: O Canto das Três Raças (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, celebrizada por Clara Nunes) é uma música que sintetiza o que estou vendo nas periferias"
Para ele, esse é um problema estrutural na nossa sociedade. “Nós não fizemos um processo de formação política, de contar nossa história. E isso levou a outras coisas, como a negação da política”, diz, destacando o alto número de pessoas que não votaram em ninguém – 42 milhões de pessoas, 29% do total. “Tentar entender tudo isso é algo importantíssimo.”
Ygor acha que não dá para qualificar todos que votaram em Bolsonaro como racistas ou homofóbicos. “Muitos foram pelo senso comum, pelo discurso de crise que implodiu o Brasil de 2013 para cá. Um protesto que colocou essa dor pra fora de uma forma que é pensar no passado, na volta à ditadura, até a monarquia, como se fosse um tempo melhor.”
Ele acha que são pessoas fragilizadas, crentes em um discurso de que tudo vai se resolver, que irão para o paraíso. “O Canto das Três Raças (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, celebrizada por Clara Nunes) é uma música que sintetiza o que estou vendo nas periferias.”
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor

Luta de classes

A professora Manu Nascimento também considera a eleição de 2018 uma grande luta de classes. “A direita elitista sabia que não conseguiria se eleger, caso não trabalhassem em uma campanha de desmonte moral, baseada em notícias ilegítimas”, afirma, em relação às fake news usadas pela pela campanha de Bolsonaro contra o candidato Fernando Haddad.
A campanha, para ela, sempre frisou a ideia de um “novo” governo, o que cativou o povo, por indignação aos escândalos de corrupção. “Mas sabemos que o verdadeiro interesse de Jair Bolsonaro era somente conseguir se eleger, com campanha vazia e bem maquiada, para que suas ‘propostas’, que dificultam a vida da classe trabalhadora e dão cada vez mais poder à elite, prevaleçam.”

Manu: “Como iremos avançar sem alunos em sala de aula, sem professores e professoras para trabalhar com a individualidade, sem a interação entre alunos como sociedade e sem terem oportunidade de ter um ensino público de qualidade?”
Assim como a Gabe em Curitiba, Manu gostaria muito de estar errada a respeito de suas impressões sobre o futuro. Mas cita os 28 anos de vida parlamentar do ex-capitão do Exército para desacreditar no interesse do eleito pelo povo brasileiro. “Não sei o que esperar.”
Manu Nascimento é trans. Sente-se “cada vez mais acuada e desamparada” para atuar na área que escolheu. Nascida em Itararé, interior de São Paulo, lecionava Português em São Carlos e sofreu preconceitos.
As perspectivas, agora, são piores. “Nossa educação está para passar por um grande retrocesso, que é a homologação das diretrizes para o ensino à distância”, avalia. “E como iremos avançar sem alunos em sala de aula, sem professores e professoras para trabalhar com a individualidade, sem a interação entre alunos como sociedade e sem realmente terem oportunidade de ter um ensino público de qualidade?”

Educação mercadoria, emprego precário

A qualidade e o futuro da educação também estão entre as inquietações de Jane Rosa da Silva. “A primeira preocupação que me vem à cabeça é como estudante. O que começou no governo Temer, ano que vem deve se concretizar: o fim do financiamento da pesquisa no Brasil”, afirma.
Com licenciatura em Geografia e fazendo mestrado como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Jane prevê o corte dos recursos para os estudantes no próximo ano. “A chance de fazer um doutorado com uma bolsa que dá condições melhores pra gente estudar são cada vez menores.”
O CNPq é responsável pelo fomento às pesquisas científicas e tecnológicas, pela formação de pesquisadores, e tem trajetória relacionada ao desenvolvimento científico brasileiro. 
“Quando Bolsonaro ameaça colocar o ensino superior no Ministério da Ciência e Tecnologia, eu, como estudante e pesquisadora sobre o tema, fico pensando qual a leitura que ele faz, qual o papel que ele entende da educação como um todo.” Para Jane, avança a mercantilização da educação.
"Isso remete ao projeto Escola sem Partido. É uma das coisas que mais tenho como ameaça a um futuro como professora", diz referindo-se ao risco de o projeto também chamado de "Lei da Mordaça" afetar seu trabalho da universidade e também sua atividade como estudante.

Jane: "Entrei na faculdade com a perspectiva de prestar um concurso e trabalhar numa instituição pública. Tenho visto isso se reduzir depois de 2016, com o golpe. E ano que vem não creio que isso vá melhorar"
Jane menciona o iminente fim dos concursos públicos. “Entrei na faculdade com a perspectiva de prestar um concurso e trabalhar numa instituição pública. Tenho visto isso se reduzir depois de 2016, com o golpe. E ano que vem não creio que isso vá melhorar, até porque a lógica de Bolsonaro é privatizar tudo.”
E cita ainda outros riscos que ameaçam todos os trabalhadores, com graves prejuízos aos mais jovens, como a lei que autoriza a terceirização irrestrita. “A perspectiva é que não vão mais abrir concursos e vou ser contratada por uma empresa terceirizada. E terceirização significa trabalho mais precário”, critica.
“Daí fico pensando: pra mim, profissionalmente, quais serão as condições de trabalho? Será muito diferente do que eu imaginava quando entrei na faculdade em 2013. Fico bem preocupada com o que fazer.”
Os receios de Bruna Palomera Ferrarini Spinola se assemelham. Cursando o segundo semestre de Relações Internacionais na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo, ela afirma que já é difícil de conseguir emprego na profissão que escolheu, por diversos motivos. “E com o novo governo pode ser que fique mais ainda”, avalia.
A jovem de 19 anos quer atuar no segmento de multinacionais. “Tenho medo de que as mulheres percam ainda mais suas chances, seja em relação a salário e também a representatividade dentro da empresa.”
Os primeiros anúncios do governo Bolsonaro, causando abalos nas relações com a China, o mundo árabe e o Mercosul, também são complicadores para a vida profissional de Bruna. “Até porque nossa imagem não está muito boa. E talvez as relações com os outros países também serão afetadas.”
E ressalta outras “questões de Bolsonaro”, como querer tirar o Brasil da ONU. “Isso afetaria bastante quem estuda Relações Internacionais, porque muitos acabam seguindo para a área diplomática.”

Violência, falta de liberdade, insegurança


Bruna: "Esses caras estão se sentindo representados, com liberdade de fazer o que quiserem. Minha insegurança de andar sozinha aumenta"
Bruna vive em Santana, bairro da zona norte paulistana de renda acima da média, assim como a região da Gabe, Orleans, em Curitiba. Jane mora na Vila Geni, periferia de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Ygor, em Heliópolis. Rafinha, no centro de São Paulo. Manu, na periferia da cidade de Itararé. Mas, independentemente da sensação de segurança que uma ou outra região possa causar, o medo por ser mulher, negro, trans, jovem e estar na rua está presente em todos esses jovens.
“Uma coisa que me marca quando penso na expectativa para o próximo ano é, como mulher, como sobreviver a esse mundo?”, questiona Jane, lembrando o período da campanha, quando foram recorrentes casos de violência contra mulheres por seu posicionamento político.
“Esses caras estão se sentindo representados, com liberdade de fazer o que quiserem. Minha insegurança de andar sozinha aumenta. Mesmo morando no interior. Pensar que ele (Bolsonaro) diz que defende a pauta da segurança pública, mas não pensando em nós, mulheres”, observa a geógrafa.
Rafinha relata que o clima nas periferias é de “pânico meio generalizado”. Diante de um governo que ainda nem começou se especula muita coisa, afirma. “O grande receio são as opressões identitárias, onde o negro vai sofrer, o gay vai sofrer. A repressão do Estado sobre essas pessoas é mais grave.”
A preservação da liberdade como jovem e mulher preocupa Bruna. “Muitas estão com esse medo. Também homossexuais, negros que já sofriam muito esse medo, mas com o governo Bolsonaro estão temendo pela vida, liberdade de expressão, liberdades individuais.” Para a estudante de Relações Internacionais da PUC-SP, o maior problema não é  Bolsonaro ter ganhado, mas o discurso de ódio que ele legitimou. 
Por ser de "classe média" e branca, Bruna reconhece estar em situação mais favorável do que diversas outras pessoas. Mesmo assim, a palavra medo é recorrente. “Essa incerteza de como vai ser o futuro.”
Ygor acha que vai ter mais dificuldade para andar na rua por ser negro. “Já está acontecendo. O discurso racista, machista, LGBTfóbico ganhou mais força”, afirma. “Dias depois da eleição já tem mais abordagem nas ruas. Tenho conhecidos que apanharam por homofobia. Será um período muito difícil, mas teremos de estar na rua para combater esse período. Não só pela força do Estado, que é a polícia, mas socialmente, porque ganharam um aparato de autoestima social”, avalia.

Ocupar espaços para resistir

“Estar nas ruas, nas universidades, ocupar os espaços será resistência”, reforça Ygor, que assim como Rafinha tem no Levante Popular da Juventude uma forma de ação. 
Jane também acredita nessa força. “Ao mesmo tempo que eu vejo esse cenário muito ruim para nós, tenho uma certa esperança”, afirma, lembrando os protestos do Ele Não que movimentou milhões de pessoas e a força que as mulheres tiveram na construção desse sentimento de unidade.
A geógrafa considera isso simbólico e faz uma projeção: “Se não vai ser fácil pra nós, pra ele também não vai. A juventude é muito importante nesse processo de resistência. Minha expectativa é que toda essa rebeldia e resistência se canalize em organização para a gente virar essa maré”.
Gabe destaca a importância do apoio mútuo dos amigos. “Estamos na mesma situação, e tentamos um ajudar o outro. Um proteger o outro, para que seja menos doloroso passar por isso.” Um grupo de WhatsApp foi criado para essas conversas e para eventuais emergências.
Jessy, da UNE: "Também não será fácil para eles. Onde se produz conhecimento, onde se confrontam as ideias, eles têm tido mais dificuldade de se desenvolver e ter hegemonia" 
Bruna aposta em “fazer tudo que der pra fazer”. “Nos manifestar para que alguns planos não sejam aceitos, em defesa de projetos de minorias, índios. Eles estarão entre os mais afetados e ficam meio de lado”, afirma. “E permanecer todo mundo junto. Não desistir. As eleições já foram. Agora precisamos continuar conversando com os eleitores do Bolsonaro para mostrar outras opiniões, para não se sintam no direito de perpetuar esse discurso de ódio do presidente eleito”, afirma a estudante da PUC.

Territórios de resistência

A União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) estão entre os polos de organização da população jovem. A primeira existe há 67 anos e representa cerca de 40 milhões de estudantes que cursam o ensino fundamental, médio, profissionalizante e pré-vestibular do país. A UNE se relaciona com mais de 6 milhões de universitários nos 26 estados e no Distrito Federal.
A diretora de comunicação da Ubes, Stefany Kovalski, 19 anos, conta que a entidade tem recebido relatos e acompanhado as preocupações de estudantes com o futuro. E de enfrentamento entre grupos que têm visões diferentes sobre o novo governo. “Principalmente por meninas, negros e negras e LGBTs, ou os estudantes dos grêmios estudantis. Fora a tendência de privatização e de expansão do ensino à distância”, explica.
A entidade reafirma, diz a estudante, a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade e da democratização do acesso. “Estaremos ao lado dos estudantes para que consigamos ter, de fato, uma escola plural, democrática, onde todas as opiniões, etnias, gêneros, orientações sexuais sejam respeitadas.”
A vice-presidenta da UNE, Jessy Dayane Silva Santos, observa que o crescimento das ideias fascistas na sociedade repercute na universidade. “Por outro lado, como foi ao longo da história, a universidade persiste como território de resistência democrática, das liberdades individuais, da diversidade, do conjunto das ideias. Espaço de debate e de diálogo. Não é à toa que educação e universidade estão entre os principais territórios atacados pela ascensão das ideias fascistas, pela figura do Bolsonaro e de quem constrói com ele esse projeto”, afirma.
Jessy reitera: também não será fácil para eles. “Onde se produz conhecimento, onde se confrontam as ideias, eles têm tido mais dificuldade de se desenvolver e ter hegemonia.”
Jane faz mestrado em Geografia na Unesp, campus de Presidente Prudente (SP), onde nasceu há 24 anos.
Manu, formada em Letras pela Universidade Federal de São Carlos, está desempregada aos 25 anos.
Ygor também está sem trabalho. Estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Fatec do bairro de Heliópolis, região sudeste de São Paulo, onde vive desde que nasceu, há 20 anos.
Jovens com histórias diferentes, mas que têm hoje, em comum, sentimentos estranhos a essa fase da vida: o medo do futuro, o receio de perder a liberdade, a falta de perspectiva em relação à vida acadêmica, a possibilidade distante de conseguir um bom emprego. E uma certeza: o caminho está na união e no potencial de mobilização que conheceram ainda mais a fundo nos últimos meses. São o caminho para resistência ao que pode estar por vir.
Todos eles, de uma forma ou de outra – por meio do voto ou participando de ações que tomaram as ruas do país –, se posicionaram contra a eleição de Jair Bolsonaro, justamente por receio do que suas propostas representam para a juventude.
“Estou estudando para o vestibular durante esse ano todo e junto acompanhei as eleições”, conta Gabriella Eugênio Marquetti, a Gabe, de Curitiba. “Quero ser professora de Sociologia. Durante o ano pensei e repensei essa escolha com medo do que poderia acontecer após os resultados da eleição. No fim continuei com a escolha, mas ainda muito apreensiva.”
Ela diz esperar estar errada e que o futuro governo seja bom. “Mas não é o que eu acredito que vá acontecer”, avalia. “A visão que ele tem para o futuro é de um Brasil sem pensamento crítico, homofóbico, autoritário, misógino, racista.”
Fonte: redebrasilatual.com.br

Evento "Pernambuco tem Capoeira, sim senhor" acontece neste domingo (09), no RECIFE

Ritmos como o maracatu e maculelê também farão parte do encontro - Créditos: Divulgação
Ritmos como o maracatu e maculelê também farão parte do encontro / Divulgação
Maracatu, maculelê, musicalidade e muita roda de capoeira é o que vai acontecer no evento Pernambuco Tem Capoeira Sim Senhor no dia 09. As atividades terão início às 15h30, no Parque Dona Lindu, que fica localizado na na Avenida Boa Viagem - Recife.
A entrada é 1 quilo de alimento não perecível e você concorrerá ao sorteio de uma camisa do grupo Pernambuco Tem Capoeira Sim Senhor.
Edição: Marcos Barbosa - BRASIL DE FATO

EM 1972 ROBERTO CARLOS FEZ UM SHOW ULTRA SECRETO PARA DETENTOS EM NATAL (RN)

Em um dia do mês de Março de 1972 o fotógrafo Paulo Sousa chegou à redação do jornal Diário de Natal com uma notícia bombástica que exigia “segredo absoluto”: Roberto Carlos estava vindo pra Natal fazer um show secreto [e exclusivo] para detentos da Penitenciária João Chaves.
E no dia 5 de Março de 1972 saiu mesmo uma matéria na edição dominical do jornal, chamada de “O Poti”, confirmado nos mínimos detalhes o ocorrido.
O show seria assistido exclusivamente pelos detentos, funcionários e alguns poucos familiares destes. Ninguém acreditou que o cantor comparecesse, exceto os detentos, que estavam muito confiantes na palavra do diretor do presídio, coronel Rubens.
O jornal conta que a apresentação estava prevista para as 17h, e que Roberto Carlos realmente chegou, mesmo que 30 minutos depois, de forma muito humilde, dispensando proteção policial.
O curioso é que se quer havia uma estrutura mínima de show. O palco era apenas uma cadeira em uma calçada. O cantor ainda ficou parado por uns 20 minutos até que um amplificador de som fosse instalado.
A matéria fala ainda que o cantor perguntou se sua aparelhagem de som já havia chegado, e recebendo uma resposta negativa perguntou também se ali existia por acaso um violão. O diretor do presídio foi buscar um e entregou a Roberto um violão velho, empoeirado e totalmente desafinado.
Quando finalmente estava tudo pronto o show começou sob forte microfonia e dificuldades do som. Roberto Carlos respondeu à tudo com muita humildade, sempre com brincadeiras. O artista ainda cantou sucessos como “Amada amante”, “Detalhes” e “Jesus Cristo” para cerca de 217 apenados.
Veja a matéria completa do Jornal aqui:
Só fiquei curioso pra saber o motivo. Me lembra até aqueles 11 shows internacionais que já aconteceram em Natal e você nem fazia ideia.
Fonte: CURIOZZZO

2018 – Natal Bem Brasileiro – Receitas

natal brasileiro bc
A valorização da cozinha brasileira pelos profissionais do fogão e pelo consumidor é muito recente. O Portal Brasil Cultura tem participação nisso! Sugestões de receitas doces e salgadas para quem quer fazer uma ceia de Natal Bem  Brasileira e com muito sabor.
Falar em cozinha brasileira está na moda e os chefs estão percebendo sua importância para fazer uma culinária com raízes próprias, capaz de ganhar respeito no cenário gastronômico mundial pela sua autenticidade. Mas parece que a maioria dos consumidores ainda tem preconceito em pedir pratos da cozinha brasileira. “Por isso tenho que colocar esse conceito de forma moderada no cardápio”. Assim,o site Brasil Cultura aproveita para introduzir releituras de doces brasileiros, como o doce de leite com açafrão, a goiabada cascão com alecrim, o doce de abóbora com cerefólio, mel com coalhada e pimenta aroeira. Uma idéia quase lúdica de comprar pronto os melhores doces típicos brasileiros e fazer harmonizações diferentes com eles, como as receitas que o Portal da Cultura Brasileira  escolheu para fazer uma ceia de Natal contemporânea, baseada nos ingredientes e receitas de nosso país, com um novo olhar. Um Natal com o sabor de uma galinhada remodelada, de um leve caruru, de uma farofa com frutas secas como a jaca e a banana, a castanha-do-pará e a castanha-de-caju e de uma verdadeira iguaria até hoje pouco valorizada que é a suã com arroz de pequi.

SUÃ DE PORCO E ARROZ COM PEQUI

6 porções
1 kg de suã de porco em pedaços
Farinha de trigo (suficiente para empanar)
1 salsão picado
Óleo de girassol
2 cenouras picadas
1 cebola picada
1 alho-poró picado
1 bouquet de ervas
500 ml de vinho branco
1 vidro de pequi em conserva
200 g de arroz
Sal e pimenta-do-reino
1. Tempere os pedaços de suã com o sal e a pimenta-do-reino. Empane-os com farinha de trigo e doure-os em uma frigideira com óleo.
2. Em uma panela funda refogue os legumes, coloque o suã, o bouquet de ervas, o vinho branco e cozinhe até quase secar.
3. Cubra com água, tampe a panela e deixe cozinhar em fogo baixo até que fique macio. Retire os pedaços de suã e reserve.
4. Separe 3/4 da conserva de pequi. Use o pequi e o líquido da conserva para fazer um purê no liquidificador e reserve.
5. Faça um arroz branco e quando pronto junte o purê de pequi.
6. Sirva em seguida a suã, acompanhada do arroz de pequi.

FAROFA COM FRUTAS BRASILEIRAS

6 porções
150 g de manteiga
1 cebola roxa picada em cubinhos
50 g de jaca seca
100 g de banana passa
50 g de castanha-de-caju
50 g de castanha-do-pará
300 g de farinha de mandioca
1 ramo de alecrim
Sal e pimenta
1. Derreta a manteiga em fogo baixo e refogue a cebola por vinte minutos.
2. Junte em seguida as frutas secas cortadas finamente, as castanhas inteiras, o ramo de alecrim e o sal. Cozinhe por mais 10 minutos e adicione a pimenta e a farinha.
3. É importante que esta farofa fique bastante úmida.

GALINHADA

6 porções
1 frango caipira em pedaços
70 ml de vinagre de vinho tinto
1 cebola
2 dentes de alho
1 folha de louro
1 ramo de cheiro-verde (cebolinha e salsinha)
1 colher (chá) de urucum
1 colher (sopa) de extrato de tomate
Sal e pimenta
1. Tempere o frango com o sal, a pimenta, o vinagre, a cebola e o alho. Deixe marinar por 2 horas.
2. Aqueça uma panela funda e doure bem os pedaços de frango. Junte então o restante da marinada, as ervas, o urucum e o extrato de tomate.
3. Cozinhe em fogo baixo até quase secar. Cubra então com água, tampe a panela e cozinhe até que o frango esteja bem macio.

CARURU

4 porções
100 g de camarão seco
100 g de castanha-de-caju
1 cebola
1 dente de alho
Suco de limão
30 ml de vinagre
Cheiro-verde e coentro
30 ml de azeite de dendê
200 g de quiabo
1. Em um processador bata o camarão seco e a castanha-de-caju até obter uma massa bem homogênea, coloque água se necessário.
2. Refogue a cebola e o alho finamente picado, e junte então a pasta de camarão. Cozinhe por 15 minutos, adicione o suco de limão, o vinagre e as ervas, misture bem e cozinhe por mais 10 minutos. Coloque então o dendê, apague o fogo e mexa vigorosamente.
3. Sirva em seguida com lâminas de quiabo cruas e também fritas. (O quiabo cru não tem baba)

DOCES DA FAZENDA

Algumas harmonizações de doces tradicionais brasileiros, mas cabem outras criações. Escolha produtos de boa qualidade.

  • Combine a goiabada cascão com folhas de alecrim.
  • O doce de goiaba com manjericão.
  • O doce de leite com pistilos de açafrão.
  • O doce de abóbora com cerefólio.
  • O figo em calda com flores de violeta.Na noite anterior, aqueça a compota com a calda e faça uma infusão de muitas flores de violeta na calda. Deixe retornar à temperatura ambiente. Na manhã seguinte, retire os figos e coe a calda. No momento de servir parta o figo ao meio e decore com uma flor.
  • Escolha um queijo-de-minas meia cura, porém macio e polvilhe com pimenta-do-reino moída na hora.
  • Aqueça o leite cru a 35ºC (pode ser usado um termômetro comum), junte então o coalho, cubra com um pano e deixe descansar por 12 horas. Em seguida, leve à geladeira. Na hora de servir, disponha uma colher num prato, regue com mel e salpique as bagas de aroeira.Disponha de maneira delicada cada doce e suas harmonizações e sirva em seguida.

Leia mais aqui

Fonte: Brasil Cultura

A crise dos aventureiros do livro

Não há crise de leitura, definitivamente. A crise do livro é sim pela saída das compras governamentais do cenário econômico e isso não é nada novo há anos. Quase 50% do total de exemplares vendidos em todo o Brasil era parte das ações governamentais, e isso acabou já vem tempo. O que está em crise é o modelo das tais “megastores” para a venda de livros.
Por Paulo Tedesco*
As grandes lojas com aluguéis e cotas condominiais absurdas escoradas pela venda de livros com atendentes que não entendiam patavinas de livros, finalmente se esgotaram. E porque finalmente? Porque para sustentar essa aventura financeira era preciso sacrificar o preço do livro, como se livro fosse papel higiênico que volta e meio pedia queima de estoque para salvar faturamentos, quer dizer, no caso das grandes lojas de redes, se sacrificavam excelentes livros para salvar as ações de acionistas que nada sabiam de livros.
Vamos falar de outra forma, o que afundou foi a farra de capital bancário a juros simpáticos para gerar números (e não necessariamente boas vendas de bons livros) que agradassem ao mercado e ganhassem manchetes nos espaços destinados à economia. Era isso, nada mais.
Essa fórmula caça-níquel sacrificava toda uma cadeia de produção de um bem cultural da importância do livro, no que obviamente só poderia terminar em desastre, tão feio que a própria produção nacional de livros encontra-se, agora, ameaçada. Breve, podemos voltar ao Brasil colônia ou pré-Getúlio, importando e contrabandeando livros estrangeiros na calada da noite.
Vender celular e impressora de mesa com livros ou ter livros consignados, como alguns andaram a dizer nada teve a ver com essa crise. O que fez o barco embicar foi a história de vender livro que valia quarenta reais por dez reais com sacolinha bonita e brinde mais pontos de desconto para a próxima compra. As grandes lojas em suas estratégias camicases foram o mata-mato das vendas de livros no Brasil, queimaram até a raiz de muita editora e autor e pouco deixaram para trás.
Mas, por óbvio, temos que complementar que a virada em direção à compra em lojas virtuais também influenciou, mas jamais de forma definitiva. Aliás, veja só, porque pagar estacionamento ou tomar ônibus, se pelo mesmo custo o leitor pode receber o livro na porta de casa e por vezes com descontos interessantes? Ora, isso sim é evolução do setor, e posso apostar que hoje se vende mais livros sem compras governamentais, e com remuneração decente de autores e editores, que nunca antes na história, e graças à venda a distância.
A Amazon não revela números por medo do fisco, as vendas porta-á-porta e de autopublicação, como as pela internet, também não aparecem nas pesquisas, e geralmente não são citadas em avaliações mercadológicas. Pois é hora de reavaliar preconceitos, a crise na verdade está é nas costas dos aventureiros que levaram ao buraco editoras, autores e muito emprego e não do mundo da leitura e do leitor.
*Paulo Tedesco é escritor, consultor e professor de produção escrita editorial.