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segunda-feira, 2 de julho de 2018

A violência contra pessoas LGBT - Pabllo Vittar - Indestrutível (Vídeoclipe Oficial)


A violência contra pessoas LGBT- lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros- são acções que podem ocorrer tanto pelas mãos de indivíduos ou grupos, como por parte da aplicação de leis governamentais visando as pessoas que contrariam as regras da heterocisnormatividade.

Um crime de ódio ocorre simplesmente quando os indivíduos são vitimados por causa da sua raça, etnia, religião, sexo, identidade de gênero ou orientação sexual. Os crimes de ódio contra as pessoas LGBT muitas vezes ocorrem porque os autores são homofóbicos, bifóbicos, transfóbicos, entre outros. Os ataques também podem ser atribuídos à própria sociedade. Uma variedade de grupos religiosos, bem como os defensores de ideologias extremistas condenam a homossexualidade, bissexualidade, transexualidade, etc, definindo-a a termos como: fraco, doente e moralmente errado. A violência dirigida às pessoas por causa de sua sexualidade e identidade de gênero pode ser de forma psicológica e física, incluindo o assassinato. Estas ações podem ser causadas por hábitos culturais, religiosos ou políticos e preconceitos.

Por DJ Nanda.
Coletivo de Juventude da UNEGRO RJ\UNEGRO CULTURATURA
Fonte:clipe yortube

Respiração Artificial - Por Bruno Lorenzatto

Ricardo Piglia mais se assemelha – na esteira de Borges, Vila-Matas, Roberto Bolaño e outros escritores contemporâneos – a um ávido e atento leitor que escreve, e se propõe a escrever colocando em questão sobretudo a própria literatura, repetindo-a, citando-a, para daí extrair sua singularidade como criador, como artista.
Por Bruno Lorenzatto
Respiração Artificial, um dos principais livros do escritor argentino, publicado em 1980, é uma narrativa em parte epistolar, labiríntica e com diversos narradores (os autores das cartas). O livro repete a forma e os temas de um romance que um personagem do próprio livro pretendia escrever. Procedimentos desse tipo criam ao longo do texto um jogo de espelhos falsos que multiplicam as interpretações possíveis, não permitindo tirar conclusões definitivas sobre a história, nem sobre os personagens que a contam – aquele que lê participa ativamente do texto. Há incursões pela história argentina, crítica literária, e reflexões filosóficas. Desprovido de linearidade temporal, o livro faz com o leitor se perca em épocas e lugares distintos enquanto busca um pouco inutilmente juntar os fragmentos díspares que o compõem.
Tudo se passa como se Ricardo Piglia fosse também um dos narradores do romance, presente na voz de Emilio Renzi, personagem constante em sua obra e narrador de, entre outros livros, Os diários de Emilio Renzi (ele também um escritor argentino com dados biográficos parecidos com os de Piglia), última publicação do autor antes de morrer, no ano passado. Renzi é então um personagem que funciona como um duplo de Ricardo Piglia, uma repetição, um simulacro. Este fato indica um viés de autoficção que percorre seus textos, ou seja, a insinuação ambígua da presença do autor “real” no interior de seu trabalho ficcional.
“Viver em terceira pessoa” é a ideia central que orienta a conduta de Marcelo, um dos personagens de Respiração Artificial – princípio retomado mais tarde, praticamente nos mesmos termos, em Os diários de Emilio Renzi. “Pensar contra si próprio” como um método “quase infalível de lucidez”. “A primeira coisa que pensamos está sempre errada, (…) é um reflexo condicionado.” Em outro sentido, é o princípio que parece colocar em prática o próprio Piglia em seu trabalho literário quando pensamos em Emilio Renzi, o personagem Renzi, que, como sabemos, é Piglia ficcionalizado. Pois o que é isso senão uma forma do autor falar de si na terceira pessoa, ou mesmo, ainda que por metáfora, de viver em terceira pessoa? Procedimento literário, mas também ético, como veremos.
Se “a primeira coisa que pensamos está sempre errada”, é porque os seres humanos se encontram pensando no âmbito dos reflexos condicionados, “somos adestrados durante um tempo excessivamente longo na estupidez, e no fim ela se transforma numa segunda natureza”, é a tese de Marcelo, contada por Renzi. Nesse sentido, algo como a liberdade nunca poderia ser definida como a capacidade de fazer o que se quer ou o que se tem vontade, pois o que queremos ou pensamos que queremos a princípio está determinado por um condicionamento específico proveniente da cultura e incorporado pelo indivíduo. De modo que a liberdade seria então a capacidade de não aceitar ou não agir a partir do condicionamento com o qual nos identificamos, questionando sistematicamente os pensamentos que nos parecem mais evidentes à primeira vista – donde poderíamos estranhamente concluir: viver em terceira pessoa significa ser livre.
A parte final de Respiração Artificial é notável não tanto pelo conteúdo das ideias filosóficas engendradas com perspicácia, mas sobretudo pela forma como o autor propõe um ensaio que relaciona história, filosofia e literatura, na voz de um dos personagens, misturando com virtuosismo dados ficcionais e históricos. Para isso, toma como uma de suas bases a hipótese de um encontro juvenil entre Kafka e Hitler, a partir do qual Kafka – profundamente impactado e horrorizado com as ideias do então jovem pintor frustrado Adolf – teria se inspirado para criar o horror em sua literatura antes que ninguém, a não ser ele mesmo, Kafka, pudesse vislumbrar de modo visionário esse horror e que isso pudesse se tornar real com a ascensão política de alguém como Hitler. Uma articulação, além disso, segundo a qual o Mein Kampf seria a culminação filosófica do subjetivismo inaugurado por Descartes, tendo em Heidegger o símbolo maior da adesão da filosofia ao nazismo (o que lembra a tese de Derrida sobre Heidegger, em que é estabelecida uma relação entre a filosofia alemã e o nazismo).
De todo modo, nessa longa trajetória do racionalismo ocidental, é certo que o eu figura como fonte privilegiada das verdades. “Um filósofo sentado diante da lareira, (…) não é essa a situação básica? É totalmente lógico (…) que quando o filósofo se levanta de sua poltrona, depois de ter se convencido de que é o proprietário exclusivo da verdade além de toda dúvida, o que faz é pegar uma daquelas achas inflamadas e dedicar-se a incendiar com o fogo de sua razão o mundo inteiro. Aconteceu quatrocentos anos depois, mas era lógico, era uma consequência inevitável.” Em Hitler, o método da dúvida – proposto por Descartes – se converteria no método da certeza assegurada pelo eu, levando às últimas consequências o ideário e a razão burguesa europeia em toda sua monstruosidade. Enfim, talvez seja esse outro motivo – político – pelo qual seja preciso viver contra o eu, ou como diz Piglia, pensar contra si próprio, viver em terceira pessoa.
Fonte: Outras Palavras

Cordelista cearense envia “Antologia do Golpe” a Lula


Detido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, há mais de 80 dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem recebido milhares de cartas de brasileiras e brasileiros que o apoiam.
Por Cristiane Brito
Arquivo pessoal Coletânea “Antologia do golpe”, enviada a Lula (PT), aborda temas políticos dos últimos anos no país Coletânea “Antologia do golpe”, enviada a Lula (PT), aborda temas políticos dos últimos anos no país
De mensagens de cidadãos comuns a documentos assinados por entidades e figuras de renome, passando por intelectuais, artistas e aliados políticos, o petista tem sido o destinatário mais cativo das correspondências que chegam atualmente à Polícia Federal em terras paranaenses.
Nos próximos dias, um envelope especial deve se somar às milhares de cartas já enviadas a Lula: ele irá receber uma coletânea de cordéis postada diretamente de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, no Ceará.
É a “Antologia do Golpe”, de autoria do cordelista Hamurábi Batista, que há 27 anos se dedica à literatura. O material reúne ao todo 19 cordéis, que foram produzidos nos últimos anos, no contexto da crise política que levou ao golpe de 2016 e seus desdobramentos.
Segundo o autor, a ideia é que a criatividade típica da narrativa de cordel ajude o petista a dar mais leveza ao tema.
“É um tema duro, não tem nada pra ficar alegre, mas a energia com que eu estou mandando é com tanto carinho que acho que pode chegar até ele. Minha intenção é dar um pouco de alegria pra ele”, afirma.
As histórias narradas na coletânea abordam os mais diferentes temas, como os protestos de 2013; a Operação Lava Jato; o golpe que levou à destituição da ex-presidenta Dilma Russeff (PT); a morte do ministro do Supremo Teori Zavaski; a condenação do petista José Dirceu; a reforma da Previdência; o petróleo brasileiro; a dívida pública e o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).
Outros livretos trazem Lula como figura central das narrativas, abordando a sentença do caso do triplex e a perseguição política, judicial e midiática ao petista.
Livro 
O pesquisador Alberto Perdigão, que acompanha o trabalho de Batista e ajudou no processo de envio dos cordéis para Curitiba, destaca que o material tem grande relevância literária especialmente por oferecer um viés que contrasta com o discurso dos jornais tradicionais sobre o golpe.
“O cordel é um dispositivo midiático informativo que pode servir como mídia alternativa ao jornalismo hegemônico. Fiquei muito impressionado com a fertilidade dessa produção volumosa e de muita qualidade [da coletânea]. Não tenho a menor dúvida de que ele [Lula] vai gostar muito”.
Hamurábi Batista busca atualmente um financiamento para tentar transformar a “Antologia do Golpe” em livro. Segundo ele, a ideia é disseminar ainda mais a narrativa sobre o golpe, para que mais leitores acessem, por meio do cordel, informações não divulgadas pela mídia tradicional.
“O cordel é jornalismo popular. Ele tem uma força e um respaldo grandes. A partir disso, as pessoas que têm dúvidas podem esclarecer suas dúvidas através dessa linguagem”, complementa.
A obra completa do cordelista pode ser acessada aqui
Fonte: Brasil de Fato