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sábado, 20 de junho de 2020

“A cortina de fumaça do campo de Moria” – Ensaio fotográfico de Fellipe Lopes

Texto e fotos por Fellipe Lopes
Fui ao campo de refugiados de Moria entre 28/12/2019 e 01/01/2020 para documentar a situação e as condições em que mais de 20.000 pessoas estão vivendo. Existem vários casos de pessoas e famílias que esperam mais de dois anos para alguma resposta sobre uma mudança para um país europeu.
Acredito que o campo de refugiados de Mória é uma forte indicação da direção que nossa sociedade está seguindo, um lugar onde sonhos, desejos, culturas e histórias não são mais respeitados e são esmagados pela negligência de nossas autoridades.
Quando cheguei em Mória, a falta de presença do poder público, a quantidade de lixo que se acumula no acampamento, os banheiros sem higiene e a quantidade de fumaça que toma conta do ar na câmera, criada por pequenas fogueiras, é muito grande. visível. Isso cria o ambiente perfeito para um cenário pós-guerra. As pessoas às vezes dividiam tendas com oito pessoas, duas ou três famílias reunidas, e outras pessoas fazem pequenos barracos com madeira e lonas que encontram nos arredores do acampamento ou na vila.
Do ponto de vista de um fotógrafo, uma das coisas que chamou minha atenção é a falta de contato visual entre as pessoas. Talvez isso se deva à quantidade de trauma que essas famílias carregam em suas vidas pessoais e também talvez para não correr o risco de criar problemas com outras famílias ou desacordos no campo. Toda vez que eu tive contato visual com as pessoas que moram em Moria, foi bem-sucedido. Sempre recebi um olhar amoroso, respeitoso e curioso para mim. Aprender a expressão ” salamu alaykum ” ‘abriu várias portas para eu conhecer famílias e desenvolver meu trabalho. Compartilhar que eu estava procurando aprender mais sobre a cultura deles e fazer perguntas sobre eles criou um espaço onde eu poderia trabalhar e estar muito perto deles.
Infelizmente, essas pessoas carregam na bagagem de sua vida o trauma da guerra. A maioria das famílias deixou tudo para trás e fugiu para a Europa em busca de abrigo e um lugar seguro para ir com seus entes queridos. É incompreensível acreditar que essas famílias estejam compartilhando um espaço que foi criado para quatro mil pessoas, mas naquele momento mais de 20 mil pessoas moram lá. É inaceitável acreditar que essas famílias não sabem quando serão realocadas para outros países europeus e que precisam esperar, dia após dia, por uma decisão da União Europeia. É vergonhoso que o sistema simplesmente não funcione, que essas famílias não tenham alternativas.
Moria vive um cenário traumático em todos os sentidos; social, estrutural, saúde mental e serviços básicos, como saúde, alimentação, moradia e educação.
Depois de quase duas semanas conversando com as famílias e compartilhando várias xícaras de chá, o que vi dentro das tendas e acomodações era puro amor. Amor entre os membros das famílias que conheci, respeito e apoio a cada um deles. Eu não acredito que eles seriam capazes de continuar seguindo se não houver amor entre eles e o amor que eu pude ver, sentir e receber de diferentes famílias e pessoas ao redor do acampamento. Este elemento mantém as pessoas e as famílias unidas, alimentando os segundos de esperança e bons momentos em que vivem no campo. Este elemento não pode ser roubado por nenhuma autoridade ou sistema público.

Explicação sobre Moria

O campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos, acolhe pessoas vindo da Syria, Iraque, Afeganistão e uma porcentagem da Continente africano, Nigéria, Somália, Sudan, Ethiopia e Gana. As pessoas que estão vindo da Syria, Iraque e Afeganistão tem que passar pela Turquia, tendo que pagar coyotes e smugglers no caminho, uma vez que eles chegam na costa norte da Turquia eles pegam um bote numa perigosa travessia para a ilha de Lesvos na Grécia, esse trajeto comparado ao Mediterrâneo mata menos pessoas, mas não deixa de ser perigoso. Diversos barcos ficam pelo caminho. Aos que chegam na ilha são direcionados para o campo de refugiados de Mória.
O campo tem capacidade para 4 mil pessoas e hoje o campo tem mais de 20 mil pessoas. Existem diversos casos de mães e pais solteiros, senhoras idosas, pessoas com câncer sem recebimento de medicação, pessoas com problemas de locomoção, e todos estão esperando alguma decisão. São famílias às vezes esperando mais de 2 anos apenas para fazer uma entrevista pra saber o status de sua situação, sem previsão de saber aonde poderá ser realocado. Infelizmente o campo não tem estrutura, pessoas vivem em barracas de acampamento, sem aquecimento. Comida e água è controlada e a quantidade de lixo dentro do campo não para de crescer, junto com isso com se cria mais problemas de saúde e os impactos psicológicos são incalculáveis. Crianças não recebem nenhuma estrutura psicológica por parte das autoridades, além de contar os riscos de estupro e agressão sexual.
O campo vive um cenário de pós guerra e minha reportagem fotográfica com mais de 50 fotos com nomes e histórias mostram a real situação que essas familias estão vivendo lá.
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.Confira o trabalho fotográfico completo: https://fellipelopes.com/moria-camp-photo-report

Fonte: Mídia Ninja

O desmonte da ANCINE e do cinema brasileiro desde a posse de Bolsonaro

O desmonte da ANCINE e do cinema brasileiro desde a posse de Bolsonaro
Por Rachel Daniel
A área do audiovisual no Brasil emprega cerca de 335 mil pessoas e possui uma receita na casa dos R$ 25 bilhões por ano. 70% dos filmes brasileiros exibidos entre 1995 e 2016 foram contemplados com alguma forma de incentivo público e fazem parte da cultura e história do nosso país.
Os mecanismos de fomento à cultura estão no alvo de Bolsonaro desde a campanha eleitoral. Em 2016, ano em que Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, ganhou 21 prêmios pelo filme e concorreu à Palma de Ouro em Cannes, Bolsonaro, em entrevista à cineasta Petra Costa, disse: “agora o que a cultura produz de bom para o Brasil? Qual filme tá concorrendo em Cannes ou Oscar?” e já dava indícios de que tipo de política defendia para cultura do Brasil.
No primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro, a Ancine recebeu um ultimato do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou a suspensão do repasse de recursos públicos para o setor caso a agência não mudasse a forma de prestação de contas. Isso fez com que nos primeiros meses de 2019 a agência não recebesse e não repassasse nenhum recurso financeiro para as produções no país.
Ainda no primeiro semestre de 2019, o presidente disse que queria transferir a sede da Ancine do Rio de Janeiro para Brasília e criticou o patrocínio federal a produções audiovisuais que, segundo ele, são contra a moral, a família e fazem apologia ao “comunismo”. Na ocasião disse: ‘Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine’
Em 2019 os ataques não pararam e o edital de projetos sobre diversidade (que contempla projetos com temáticas LGBTQI+ ) voltado a TVs públicas foi suspenso. A suspensão veio após Bolsonaro criticar alguns projetos pré-selecionados. Lançado em março de 2018, com recursos previstos de R$ 70 milhões a diversidade proposta, englobando 12 categorias, entre elas raça, religião e meio ambiente.
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) decidiu retirar quadros com pôsteres dos filmes brasileiros em cartaz, que estavam desde 2002 expostos nos corredores e nas salas da agência, localizada no centro do Rio de Janeiro. Além dos quadros, os filmes também foram retirados do site oficial – havia uma aba fixa mostrando os cartazes das novas produções brasileiras. A decisão gerou crítica entre cineastas e o movimento #OCinemaBrasileiroEmCartaz ganhou força nas redes sociais. Pessoas postaram cartazes de filme brasileiros para divulgar as produções nacionais.
Em junho do mesmo ano, a Folha de São Paulo publicou uma matéria sobre a Ancine, que declarou que a agência não tem recursos para pagar diversos projetos já contratados por meio de editais públicos em anos anteriores, o que deixa o setor preocupado, já que a paralisação de financiamento acontece desde abril de 2019 e deixa grande parte do setor travado.
Em março de 2020, a atriz Regina Duarte é convidada para assumir a secretaria de cultura. Em 20 de maio demitida e assume a Cinemateca Brasileira, em São Paulo. A Cinemateca é a instituição responsável pela preservação da produção audiovisual do país e é vinculada à Secretaria da Cultura e é a maior cinemateca da América Latina.
Atualmente, em meio à pandemia e ao caos político de um Estado Genocida, a Cinemateca, conduzida agora por Regina Duarte, tem enfrentado diversas crises. Sem repasses orçamentários do Governo Federal, a instituição teve serviços básicos cortados e com funcionários sem receber salário desde abril, e corte de luz que interfere na preservação do patrimônio. Artistas e entidades têm se mobilizado para socorrer a Cinemateca, tendo inclusive criado uma vaquinha virtual para este fim.
Fonte: Mídia Ninja

Dia do Orgulho LGBTI+ e os desafios na atualidade

Parada do Orgulho LGBT, Brasília (DF), 2017. Foto: Mídia NINJA

“A Parada vai ser essa: ficar em casa, mas não ficar quieta”, afirma presidenta da ANTRA.
Por Luciana G. Console para Mídia NINJA
Dia 28 de junho é o Dia do Orgulho LGBTI+. A data, comemorada todo ano com as Paradas do Orgulho LGBT que acontecem em cidades de vários países, marca o levante dos frequentadores do bar Stonewall Inn em Nova Iorque em 1969 contra as frequentes batidas policiais ocorridas no local.
O bar, conhecido por ser ponto de encontro de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex, enfrentou mais de duas noites de conflito, que resultou na 1° Parada do Orgulho LGBT, em 1970, como forma de representar a resistência do ano anterior e a luta.
No entanto, apesar de décadas terem se passado, o Dia do Orgulho LGBTI+ se faz cada vez mais necessário, tendo em vista os dados de violência recentes. De acordo com o último Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras, o Brasil continuar sendo o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Em 2019, foram 124 mortes.
Para Keila Simpson, presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), o Congresso Nacional não se debruça sobre as questões que são colocadas em pauta em torno das políticas públicas e direitos da população LGBTI+. “Desde o governo Lula e Dilma já tinha esse debate ideológico dos parlamentares mais fanáticos, como a bancada BBB (bala, boi e bíblia), dos agentes de segurança, agropecuária e os religiosos, que são as mais inflamadas com relação a essas proposições que versam sobre direitos ou qualquer pauta mais atual, como o aborto e a questão das drogas.”
Já Carlos Alves, do setorial nacional LGBT da Central de Movimentos Populares destaca que os retrocessos, perdas de direitos e avanço do fascismo são resultado direto do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016. “Essa conjuntura com ataques, reforma trabalhista, perda da soberania, prisão do presidente Lula, perseguição aos movimentos sociais, cerco às favelas, tudo atinge diretamente a comunidade LGBT, porque ela está na favela, ela é preta, ela está desempregada ou são trabalhadoras/es do sexo, que vivem em situação de vulnerabilidade social muito grande. E sem direitos, sem política de assistência pública, essa população sofre muito mais”, explica Alves.
Violência contra população LGBTI+
A dificuldade de se enfrentar a questão do preconceito e da violência contra a população LGBTI+ começa na própria identificação destas violências. No Brasil, o fato de não se saber qual é o tamanho da população LGBTI+, devido à, por exemplo, falta de abordagem do tema nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), inviabiliza o cálculo da violência contra esse grupo social. Além disso, a não tipificação nos registros policiais da violência atrelada à questões de gênero e orientação sexual dificulta a elaboração de políticas públicas para que o quadro mude.
No entanto, o Atlas da Violência de 2019 conseguiu um vislumbre da situação no Brasil, baseando-se em denúncias registradas no Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), e nos registros administrativos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. O documento aponta evidências no aumento de casos de violência contra a população LGBTI+ no país no últimos anos. Só entre 2016 e 2017, o número de denúncias de homicídios contra LGBTI+ cresceu 127%.
Além dele, o Grupo Gay da Bahia (GGB), realiza, há anos, relatórios de levantamentos do número de pessoas assassinadas por questões homofóbicas, tem sido uma das poucas fontes. O Grupo reúne dados com base em notícias publicadas na imprensa, na internet e informações pessoais de parentes das vítimas. De acordo com o documento sobre mortes violentas de LGBTI+ no Brasil, 329 ocorreram em 2019.
Keila explica que estamos vivendo um momento de verdadeiro caos nas mãos do governo de Jair Bolsonaro, principalmente em meio à pandemia da COVID-19.
“A gente já estava, antes da pandemia, com a condição absurda do presidente da República de governar apenas para o seu curral eleitoral. Não temos, eu pessoalmente, não tenho nova perspectiva com esse governo. As medidas que ele tomou foram sempre para invisibilizar nossa população.”
Em 2019, o governo federal extinguiu os Conselhos Sociais, entre eles, o Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT. Os grupos tinham como função integrar a sociedade civil nas discussões do governo e recomendar ações.
No meio do caos, alguns avanços
A presidenta da ANTRA destaca também que as principais conquistas da população LGBTI+ dos últimos anos aconteceram no âmbito Judiciário, que precisou intervir para evitar retrocessos em conquistas civis. “É assim que o Congresso se movimenta. Perceba que quando o Supremo Tribunal Federal decide equiparar a lgbtfobia com o crime de racismo, o Congresso Nacional, logo em seguida, começa a se mexer e a apresentar projetos nesse sentido”, aponta.
Após anos de luta do movimento, no dia 13 de junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a criminalização da homofobia e da transfobia no Brasil. Desde então, discriminar uma pessoa por sua orientação sexual e de gênero é crime.
Outro exemplo é o Projeto de Lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, apresentado em 1995 pela deputada Marta Suplicy. Desde então, o PL sofreu diversas idas e vindas, até 2011, quando o STF decide a legalidade desta constituição familiar.
“A partir daí, até hoje, todas as conquistas foram assim. Primeiro, com o casamento civil igualitário, depois com a regulamentação de nome e gênero para pessoas trans, depois com a criminalização da lgbtfobia e agora com a doação de sangue de pessoas LGBT”, relembra Keila.

Dia do Orgulho LGBTI+ em meio à pandemia: a luta não pode parar

Diante do isolamento social por conta do novo coronavírus, as comemorações da semana do Orgulho LGBTQI+ vão tomar as redes na próxima semana. Keila conta que as ações já estão acontecendo desde o início do mês, com diversas Instituições pelo Brasil realizando lives, seminários, debates políticos e atrações culturais nas redes sociais.
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“A Parada vai ser essa: ficar em casa, mas não ficar quieta. É agitar a rede social nessa semana para visibilizar cada vez mais o orgulho de ser quem somos, de sermos pessoas, que apesar das adversidades que enfrentamos no dia a dia, ainda assim temos orgulho de ser como somos”, enfatiza.
A própria ANTRA vai realizar um festival online no dia 26 de junho, com 8 horas de duração e participação de pessoas trans do mundo.
A programação da Semana do Orgulho LGBTQI+, com início no dia 23 de junho, vai contar com webinários temáticos, com projeções em prédios, Marcha Virtual (twittaço nas redes) e uma grande LIVE SHOW, com a participação de artistas de todo o país e está sendo produzida por 26 organizações nacionais para tentar minimizar os impactos negativos do isolamento, denunciar os desmontes e celebrar o ORGULHO de ser LGBTQI+. No dia 28, fechando a semana, acontece o lançamento do Conselho Popular Nacional LGBTI+.
Fonte: MÍDIA NINJA

Chico Buarque assina carta contra Weintraub no Banco Mundial

O documento é assinado por economistas, empresários, políticos, ex-ministros, artistas e intelectuais, e já conta com mais de 250 assinaturas, que incluem ainda as de 15 entidades da sociedade civil.

Da revista Fórum – O cantor e compositor Chico Buarque, que fez aniversário nesta sexta-feira (19), é um dos signatários da carta enviada ao Banco Mundial desaconselhando a nomeação do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, para uma das diretorias da entidade.

O documento é assinado por economistas, empresários, políticos, ex-ministros, artistas e intelectuais, e já conta com mais de 250 assinaturas, que incluem ainda as de 15 entidades da sociedade civil.


Weintraub foi indicado para assumir um cargo no Banco Mundial após deixar a chefia do Ministério da Educação. O anúncio foi feito por meio de vídeo, divulgado nesta quinta-feira (18), ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
“Enviamos esta carta para desaconselhar fortemente a indicação do Sr. Weintraub para este importante cargo e informá-lo sobre os possíveis danos irreparáveis que ele causaria à posição do seu país no Banco Mundial. Estamos convencidos de que o Sr. Abraham Weintraub não possui as qualificações éticas, profissionais e morais mínimas para ocupar o assento da 15ª Diretoria Executiva do Banco Mundial”, diz o documento.
Fonte: Brasil 247