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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

BRASIL: Brasil encerra 2022 com 2,6 milhões buscando emprego há mais de dois anos

Estudo publicado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, mostra que encontrar trabalho ainda é um desafio. Isso porque os dados revelam que, no terceiro trimestre, 27,2% (2,6 milhões) há mais de dois anos. E não para por aí. 44,5% dos desempregados (4,2 milhões) buscavam nova ocupação de um mês a menos de um ano e 16,6% (1,6 milhão) há pelo menos um mês.

A pesquisa ainda aponta que, quando comparamos com 2012, o número de desempregados cresceu 76,6%. Hoje, o IBGE estima em 9,5 milhões o total de desempregados no Brasil.

Quando o recorte é por região, o desemprego é maior no Nordeste (12%) e menor no Sul (5,2%). No Centro-Oeste vai a 6,5%, 8,2% no Norte e 8,7% no Sudeste.

Já por estado, as maiores taxas de desemprego foram registradas na Bahia (15,1%), em Pernambuco (13,9%) e no Rio de Janeiro (12,3%). As menores, em Rondônia (3,9%), Mato Grosso e Santa Catarina (ambas com 3,8%). Em São Paulo, esse índice chegou a 8,6%.

Avanço brutal da informalidade

A situação da informalidade também foi mapeada pelo IBGE. Segundo os dados, a taxa de informalidade no país segue próxima dos 40% – corresponde a 39,4% dos ocupados.

Quando recortamos por estado, ela varia de 25,9% (Santa Catarina) a 60,5% (Pará). Em São Paulo, esse índice chega a 30,6%. Entram nessa conta empregados no setor privado e trabalhados domésticos sem carteira, empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ. No total, 39,1 milhões de brasileiros sobrevivendo do trabalho informal (sem qualquer direito ou benefício).

Com informações do IBGE e da RBA

Com CTB NACIONAL

OPINIÃO: Combater o racismo é essencial para construir um futuro de igualdade e justiça

 Por Professora Francisca (Imagem: PicsArt)

Neste Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro – é fundamental refletirmos sobre a importância de acabar com a chaga do racismo em nossa sociedade. E, para isso, é necessário reafirmar a política de cotas raciais e sociais nas universidades públicas de todo o país.

Isso porque neste ano, a Lei 12.711/12, que instituiu as políticas afirmativas com objetivo de promover a equidade entre negros e brancos e igualar as oportunidades no futuro, serão reavaliadas. Os resultados das cotas mostram, porém, a necessidade de mais avanços porque ainda temos muito que caminhar para termos uma sociedade onde todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades na vida.

O racismo estrutural ainda mantém a população negra distante do sonho de viver num mundo sem medo e sem racismo. Como mostra o estudo “Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil”, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por esse estudo, os pretos eram, em 2021, 34,5% da população pobre no país, os pardos 38,4% e os brancos 18,6%. Ou seja, entre os 33 milhões que passam fome e os cerca de 120 milhões em insegurança alimentar, a maioria é de não brancos.

O mercado de trabalho estampa claramente o racismo estrutural como mostra o estudo do IBGE. Entre os brancos, a taxa de desemprego era de 11,3% em 2021, enquanto a população negra amargava um índice de 16,5% e os pardos 16,2%. No mercado informal, a participação dos pretos foi de 43,4% e dos pardos 47%, já entre os brancos 32,7%.

É preciso saber como combater tamanha desigualdade causada pelo racismo, forjado para justificar a escravidão como atestam historiadores. E para o bom combate é importante aprofundar os conhecimentos de toda a nossa história de quase quatro séculos de escravidão.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva garante que a igualdade racial é uma das prioridades de seu governo, já que o atual faz tudo ao contrário ao insuflar as manifestações de preconceito, de ódio e violência, além de eleger as professoras e professores como inimigos e, dessa forma, relegar a educação pública com cortes de verbas gigantescos.

O presidente Lula assegurou a criação do Ministério da Igualdade Racial como um passo importante para a luta antirracista. Além do novo ministério deve promover uma ampla discussão com a sociedade sobre as cotas raciais nas universidades e no mercado de trabalho. Deve também revigorar o Ministério da Educação com investimentos valorosos em educação pública, melhoria salarial para o magistério e estruturar melhor as escolas.

Somando a isso o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, como determina a Lei 10.693/03 e muito pouco aplicada na realidade. Também o Inciso XLII do Artigo 5º da Constituição Federal que tornou o racismo como crime inafiançável e imprescritível. Portanto, é necessário punir os racistas como manda a lei.

Já a escola pública, essencialmente, deve promover o ensino da História do Brasil sobre novas perspectivas com a incorporação do amplo debate a cerca de nossa formação, étnica, social, política, econômica e cultural. Tirar a visão eurocentrista das nossas escolas e mostrar as lutas dos povos indígenas em defesa de suas terras, suas culturas e suas vidas.

Assim como estudar a resistência dos seres humanos trazidos à força do continente africano para serem escravizados aqui. Essas mulheres e homens, enquanto classe trabalhadora, intensificaram grandes revoltas contra o sistema escravista como a história atesta.

Inclusive o Dia da Consciência Negra foi criado em homenagem a Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares, que teve a duração de quase um século. Zumbi foi morto no dia 20 de novembro de 1695, por um bandeirante a serviço da coroa portuguesa.

O papel da escola pública, de qualquer governante democrático e da sociedade que deseja elevar o seu patamar de civilização é o de fomentar o conhecimento pelo estudo da nossa história para a compreensão do presente e a construção de um futuro sem racismo e sem desigualdade.

Professora Francisca é diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), secretária de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diretora da CTB-SP.

Fonte: CTB NACIONAL E CTB-SP