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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Marielle tem primeira lei sancionada após sua morte

Grafite em homenagem a Marielle Franco Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Foi sancionada na terça-feira (28/06/2018) pelo prefeito Marcelo Crivella a lei nº 103, de 2017, de autoria da vereadora Marielle Franco (Psol), que institui institui o Dia da Tereza de Benguela e da Mulher Negra no calendário oficial da cidade. A data passa a ser comemorada anualmente, no dia 25 de julho. O texto é o primeiro a ser sancionado após o assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março. A lei foi publicada no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro nesta terça-feira.
Do Extra 
Além da lei sancionada, a Câmara de Vereadores do Rio aprovou outros quatro projetos da vereadora no último dia 14. Estas outras leis ainda não foram sancionadas. Também foi aprovado um projeto de resolução que dá o nome de Marielle à tribuna da Casa.
LÍDER DE QUILOMBO
Tereza de Benguela, ou “Rainha Tereza”, como ficou conhecida em seu tempo, viveu no século XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê após soldados matarem seu companheiro, José Piolho. De acordo com documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770.
De acordo com a justificativa do projeto da lei, Marielle Franco acreditava que celebrar o dia de Tereza de Benguela é reconhecer institucionalmente a importância dela e das mulheres negras como agentes da luta pela liberdade e pelos direitos humanos.
PROJETOS APROVADOS NA CÂMARA
Três projetos tiveram votação não nominal e foram aprovados por unanimidade. Os outros dois — o primeiro cria uma campanha permanente de conscientização e enfrentamento ao assédio e à violência sexual em transportes públicos, e o segundo prevê que o município ofereça trabalho a adolescentes que cumprem medidas socioeducativas — foram aprovados em votação nominal e aberta. Dos quatro vereadores de oposição ao PSOL que já depuseram no Caso Marielle, dois votaram contra os projetos: o vereador Jair Mendes da Rocha (PMN) e o vereador Ítalo Ciba (Avante).
Veja quais são os cinco projetos aprovados:
Espaço Coruja (PL 17/2017)
Institui o Espaço Coruja, programa de acolhimento às crianças no período da noite, enquanto seus responsáveis trabalham ou estudam. É também essencial para conquistar igualdade entre homens e mulheres, permitindo que mães com dupla jornada continuem seus estudos ou permaneçam em seus empregos
Assédio não é passageiro (PL 417/2017)
“Cria a Campanha Permanente de Conscientização e Enfrentamento ao Assédio e Violência Sexual no município do Rio de Janeiro, nos equipamentos, espaços públicos e transportes coletivos”.
Dossiê Mulher Carioca (PL 555/2017)
Cria o Dossiê Mulher Carioca, para auxiliar a formulação de políticas públicas voltadas para mulheres através da compilação de dados da Saúde, Assistência Social e Direitos Humanos do Município do Rio de Janeiro”.
Efetivação das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (PL 515/2017)
“Prevê que o Município se responsabilize por suas obrigações legais, garantindo que as medidas socioeducativas do Judiciário sejam cumpridas pelos adolescentes em meio aberto e, eventualmente, dando-lhes oportunidades de ingresso no mercado de trabalho”.
Dia de Thereza de Benguela no Dia da Mulher Negra (PL 103/2017)
Inclui no calendário oficial da cidade o Dia de Thereza de Benguela como celebração adicional ao Dia da Mulher Negra, em homenagem à líder quilombola Thereza de Benguela, símbolo de força e resistência”.
Fonte:www.geledes.org.br
Adaptado pelo Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, em 18/09/2018.

Escritor indígena é reconhecido em prêmio de literatura infantojuvenil

Entre seus livros estão O Karaíba, que fala sobre os indígenas antes da chegada dos europeus ao Brasil (foto: arquivo pessoal).
Da Revista Educação 
O Brasil ainda possui grandes barreiras em relação à valorização e reconhecimento de suas raízes indígenas. A História contada é voltada para o olhar europeu e no dia a dia não faltam estereótipos sobre os povos indígenas.
É costume um professor, antropólogo e jornalista, por exemplo, falarem sobre determinada etnia, e raramente, o indígena tem a oportunidade de espalhar a visão dele, a visão de seu povo sobre eles mesmos.
O indígena Daniel Munduruku – o segundo nome é a designação de seu povo étnico – nasceu em Belém, Pará, e vem se destacando por trazer esse outro olhar por meio de livros e em palestras em universidades no Brasil e mundo.
Prêmio Fundação Bunge desse ano, na área de letras, com o tema literatura infantojuvenil foi para Daniel. Essa premiação existe desde 1955 e tem como objetivo reconhecer cidadãos que atuem em ações de desenvolvimento da cultura e ciências no país. Entre os já selecionados estão Jorge Amado e Hilda Hilst.
O indígena é autor de mais de 50 livros voltados à cultura e luta indígena. Formado em Filosofia, licenciatura em História e Psicologia, Daniel é doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Entre os prêmios já recebidos estão o Jabuti e o Tolerância, esse último reconhecido pela Unesco.
“Luto para que a cultura indígena não seja considerada simplesmente parte do folclore nacional, mas que esteja viva no currículo escolar”, defende. Cerca de 12 milhões de seus livros circulam em escolas públicas e privadas do país e fazem parte de material didático para a educação básica.
Aplicar as leis 10.639, de 2003 e 11.645, de 2008, que exigem que as escolas incluam no currículo “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” ainda é desafio nas escolas.
“Embora haja muito avanço a partir da sanção da lei, os professores ainda não têm muita informação e quase sempre repetem o que aprenderam quando eram estudantes, pois são vítimas de um sistema que sempre excluiu os povos indígenas. Nosso objetivo é que a cultura indígena saia do aspecto comemorativo e tenha um viés mais pedagógico e a literatura indígena é uma ferramenta importante neste processo de construção da identidade brasileira”, afirma o premiado.
Sobre o prêmio
Os candidatos não se inscrevem, são indicados pelas principais universidades e entidades científicas e culturais brasileiras. A seleção final é feita por especialistas da área.
Vida e Obra é a categoria da área de Letras: Literatura Infantojuvenil a qual Munduruku venceu. A ganhadora na categoria Juventude, foi Nina Krivochein, de 14 anos, autora de quatro livros.
Na categoria Vida e Obra na área de Ciências Agrárias: serviços ambientais para o agronegócio, o físico Silvio Crestana foi o selecionado. O engenheiro agrônomo Pedro Henrique Brancalion, professor na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, foi o escolhido na categoria Ciências Agrárias Juventude.
Os selecionados pelo Vida e Obra vão receber, cada um, medalha de ouro e R$ 150 mil. Na categoria “Juventude”, o prêmio é R$60 mil e medalha de prata.
A cerimônia de entrega será em 13 de novembro, em São Paulo.
Fonte: www.geledes.org.br

“O que quero dizer a Lula é que ele foi o maior presidente do Brasil, queiram ou não seus opositores”, diz a deputada Leci Brandão

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Foto: Google
Em 2010, a carioca Leci Brandão se filiou ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), para colocar em prática na política sua longa trajetória de dedicação à promoção de igualdade racial.  Naquele ano, foi eleita com mais de 85 mil votos como deputada estadual pelo estado de São Paulo e em 2014, reeleita. Leci Brandão foi a segunda deputada negra da história da Assembleia Legislativa de São Paulo.  Agora, aos 73 anos,  Leci volta à campanha para novamente tentar o cargo de deputada estadual por São Paulo e pelo mesmo partido, com ampla plataforma sobre as populações negra e indígena, as mulheres e os LGBTs.
por Katia Mello
A defesa dos Direitos Humanos começou há mais de quatro décadas para Leci, através de sua música, como uma das grandes intérpretes do samba no país. Nessa entrevista à coluna Geledés no debate, Leci Brandão conta como são elaborados seus projetos de lei e a influência de sua música em sua carreira política.
Deputada Leci Brandão / PCdoB:SP
Geledés – Deputada, você é cantora, compositora e umas das mais importantes intérpretes de samba no Brasil. Como se deu a decisão de entrar para a política e em que medida essa nova carreira mudou a sua vida?
Não decidi, mas fui convidada a entrar na política pelo PCdoB em 2009, para ser candidata à deputada estadual. O convite partiu do Orlando Silva (deputado federal pelo PCdoB) e Netinho de Paula (cantor e ex-vereador pelo PCdoB). Ambos tiveram a ideia e ligaram para o meu empresário. No primeiro momento não aceitei o convite, porque sempre entendi que meu trabalho artístico já era ligado às lutas sociais. Tanto é que sempre fui considerada uma cantora de protesto. Mas a partir do momento que houve essa divulgação, os movimentos sociais começaram a me incentivar e a entender que seria importante minha entrada no parlamento. Nem assim aceitei de imediato. Fui procurar uma resposta no meu campo espiritual, porque sobre todas as coisas que considero muito importantes, consulto os meus orixás. A reposta que obtive é que tinha mais uma missão a cumprir aqui na Terra e que, portanto, eu aceitasse o desafio. Foi assim que fiz, e fui eleita em 2010 e reeleita em 2014. A arte ficou um pouco prejudicada, porque não posso cantar todos os dias e todas as horas onde eu quero. A gente tenta equacionar isso da melhor forma, mas é claro que o parlamento é hoje prioridade na minha vida.
Geledés – Onde está a interseção entre a Leci Brandão cantora e a deputada negra defensora da cultura?
A relação está no momento em que eu busquei todo o meu trabalho artístico para verificar o que havia cantado e defendido, interpretado, enfim, para mudar a minha caminhada em direção à política. Ou seja, o perfil do meu mandato tem de ser exatamente coerente com as músicas que eu cantei durante mais de quatro décadas.
“Nosso gabinete está sempre aberto para receber as demandas da população; é o quilombo da diversidade.”
Geledés – Em sua plataforma de campanha de deputada estadual pelo PCdoB, consta a defesa da população negra, em especial das mulheres. Como isso deverá ocorrer em seus futuros projetos de lei?
Se Deus permitir que seja eleita, nós vamos cada vez mais construir projetos de lei com questões como a inclusão, a questão do empreendedorismo das mulheres negras, a entrada da população negra nas universidades e os projetos que vierem de associações e entidades de mulheres negras para apoiarmos e colocarmos em prática. Cada vez mais temos que fortalecer essa luta. E não tenho a menor dúvida que isso irá acontecer.
Geledés – Como elabora um projeto de lei?
Nosso gabinete está sempre aberto para receber as demandas da população; é o quilombo da diversidade. O fato de eu não ter uma formação jurídica, universitária, me remete sempre às pessoas para saber quais são suas maiores dificuldades. Assim surgem os projetos de lei, das questões pessoais do povo. De repente, chega um grupo de mulheres que trata de questões relacionadas à amamentação e nos reporta suas dificuldades no trabalho. Através de nossa assessoria jurídica, conseguimos criar um projeto de lei específico para esse caso, por exemplo. O projeto tem sempre que passar por algumas comissões. Se não passar na última comissão, não pode ser votado no plenário. Assim que estiver apto para ser votado no plenário, vamos torcer para que ele vire lei e seja sancionado pelo governador.
Geledés – Sobre a amamentação, se refere ao Projeto de Lei 941/2017 que objetiva instalação de salas de apoio para que os bebês sejam amamentados em órgãos públicos. Como está esse e outro projeto seu,  o 1130/2017, que trata de prevenção da violência obstétrica?
O Projeto de lei 941/2017, referente á amamentação, está para ser avaliado pela Comissão de Relações do Trabalho. Se houver parecer favorável, ele segue para a Comissão de Finanças, a última a avaliar os projetos antes de serem votados. Mas não há prazos específicos.  Em relação ao Projeto de lei 1130/17 ,  ele foi anexado a outro projeto que tem mérito parecido. Está pronto para ser votado. Todas as comissões analisaram e aprovaram. É o 755/2013 e também não há prazo estipulado para sua aprovação.
Geledés – Ainda em sua plataforma de campanha consta a promoção de igualdade religiosa no Estado de São Paulo. Como vê essa questão hoje e quais iniciativas deveriam ser promovidas?
Simplesmente seguir a Constituição, onde está escrito que o Estado é laico. A laicidade representa ter o dever de aceitar, respeitar toda e qualquer religião. Simples assim.
Geledés – Certa vez, por apoiar o arquivamento de um projeto que proíbe o uso de animais em rituais religiosos, você foi xingada, ofendida e ameaçada em sua página do Facebook. De que maneira reagiu às ofensas e por quê?
Decidi não ler, não assistir aos vídeos que foram colocados de forma covarde e desrespeitosa. Simplesmente tomamos medidas jurídicas. As pessoas tiveram que responder juridicamente a essas ofensas.
Geledés – Como vê a candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva em sua condição de prisioneiro? E se pudesse dizer algo a ele o que diria?
Por baixo da toga desses juízes que querem a prisão do Lula, com certeza tem uma camiseta de um partido. Tenho quase que certeza. Evidentemente que não é um partido progressista. Agora o que quero dizer a Lula é que ele foi o maior presidente do Brasil, queiram ou não seus opositores. Foi o presidente que cuidou realmente da questão social de forma plena e legítima. O único presidente que, embora não tenha tido os cursos intelectuais, conseguiu entender as necessidades do povo. Ele é uma pessoa que não merece estar na situação em que se encontra, até porque não cometeu crime algum.
Créditos da foto: Assessoria / PCdoB:SP
Fonte: www.geledes.org.br

CONTAGEM REGRESSIVA: FALTAM 02 DIAS! - CPC/RN PROMOVE PRÓXIMO DIA 22/09 EM BAÍA FORMOSA-RN SEMINÁRIO "SINDICALISMO E A IMPORTÂNCIA DA CULTURA"

SEMINÁRIO "SINDICALISMO E A IMPORTÂNCIA DA CULTURA"
Cartaz do CPC/RN

Próximo dia 22 de setembro na Escola Estadual PAULO FREIRE na cidade de BAÍA FORMOSA/RN, o Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN estará promovendo o Seminário, cujo tema será "SINDICALISMO E A IMPORTÂNCIA DA CULTURA", além de formar uma Comissão para visitar a Comunidade Indigna que habitam a Praia de Sagi, onde segundo fontes estão sendo ameaçados por empresário, Terá também apresentações culturais.

O evento iniciará conforme programação abaixo:
As inscrições já estão abertas, sem taxa de inscrição, com direito a um almoço e certificado! Serão aproximadamente 70 inscrições.
Contato: centropotiguardecultura@gmail.com

HOMERO LUIZ RÉBOLI (1947 – 2018)

Homero Luiz Réboli nasceu em 19 de setembro de 1947, em Curitiba, no bairro do Juvevê. Filho de Nair Pereira dos Santos Réboli e de Luiz Regino Réboli, ambos funcionários públicos federais. Seu pai, entre as décadas de 30 e 40, atuou como jogador oficial do Coritiba Foot Ball Club com o nome de Hygino.
Precocemente, Homero se envolveu com a arquitetura através de livros.
Ainda criança, pesquisava sobre a Grécia Antiga, apaixonado pelos monumentos e obras greco romanos. Assim, surgiu sua admiração pela arquitetura, levando-o a ingressar no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná, no ano de 1968. Enquanto estudava arquitetura, em 1970, casou-se com a professora e museóloga Eliana Moro, com quem teve três filhos: Alessandro, Cristiano e Giuliano. Em 1973, concluiu o curso superior iniciando seus passos como arquiteto, exercendo a profissão até o fim dos seus dias.

Na arquitetura, Homero desenvolveu mais de mil projetos para clientes em Curitiba e Região Metropolitana, além de outros em cidades no estado do Paraná e de Santa Catarina, destacando-se uma gama de projetos residenciais e comerciais, como restaurantes, hotéis, escolas, praças públicas, hospitais, edifícios corporativos, farmácias, e igrejas.
Paralelamente, a música se fez presente na sua vida. Ainda jovem, na década de 60, participou de programas de calouros em rádios e tvs locais. Formou a banda “The Marvels” para tocar em bailes e festinhas para jovens daquela época. Foi com a banda que Homero participou da apresentação do Rei Roberto Carlos e sua Jovem Guarda no Teatro Guaíra ainda em construção.
Na antiga Escola Técnica, CEFET, hoje Universidade Tecnológica do Paraná, exerceu por 30 anos sua outra grande paixão, o magistério. Atuou nessa entidade de ensino como professor do curso técnico de Edificações de 1968 até 1998, criando ali grande empatia com alunos de muitas gerações. Além das aulas ministradas, realizou shows e palestras sobre Música, História da Arte e da Civilização, e o Poder da Criação, para auditórios lotados de alunos e seguidores.
Curiosamente, foi na antiga Escola Técnica, na década de 80, que Homero descobriu o aluno Reinaldo de Carvalho, o “Bola”, incentivando-o a se tornar Rei Momo do carnaval curitibano. Tempos depois, o aluno “Bola” prosseguiu por nove anos sua carreira promissora de Rei Momo no badalado Carnaval do Rio de Janeiro.
Em 1974, Homero Réboli conheceu seu grande parceiro musical, o poeta, jornalista e comunicador Cláudio Ribeiro. Juntos compuseram centenas de músicas, formando um público fiel que os acompanhou em toda sua trajetória. Foi por intermédio do jornalista e crítico de arte, Aramis Millarch, que a dupla foi apresentada a artistas renomados da MPB, dentre eles Elis Regina, Beth Carvalho, Gonzaguinha, Fafá de Belém, Lecy Brandão, Lúcio Alves, Joel do Bandolim, além de ícones da velha guarda do samba nacional, como Claudionor Cruz e o grande mestre Cartola, que se impressionaram com a qualidade de produção musical dos compositores expoentes. Em parceria com Cartola, A dupla compôs o samba “Um Perdão Para Mim “.
Em 1977, junto com o parceiro Cláudio, Homero participou do Concurso de Samba Enredo na quadra da Estação Primeira de Mangueira, no Rio de Janeiro, de onde saíram vencedores. Foram recebidos honrosamente pela diretoria da escola que os convidou para participar da sua Ala de Compositores em desfile na Sapucaí.

Em Curitiba, a participação de Homero Luiz Réboli nos carnavais oficiais da cidade foi marcante desde a década de 70. Destacou-se como um grande carnavalesco local, contribuindo com autoria de sambas enredos das principais escolas de samba de Curitiba, como a Colorado, Sapolândia, Não Agite e Embaixadores da Alegria, dos saudosos Delci e Edison D’Ávila. Nesses sambas, realizou parcerias com Maé da Cuíca, Julinho, Glauco Souza Lobo, e outros carnavalescos importantes da cidade. Nessa trajetória de sambista, foi presidente da escola de samba Sapolândia. Atuou ainda como “puxador de samba” em desfiles, e jurado na avenida. Da mesma forma, participou de escolas de samba do carnaval de Antonina.
Com uma carreira musical intensa, realizando diversas apresentações locais, Homero gravou seu primeiro disco em vinil, de título “Água santa “. Mais tarde gravou o segundo álbum em CD, o “Ilha Azul”, com as principais composições da carreira. Foram mais de 50 anos como músico e incentivador da MPB no cenário artístico paranaense.
“Coxa-branca” apaixonado, Homero nunca deixou de lado seu grande amor pelo clube de coração, o Coritiba Foot Ball Club. Em 1999, em parceria com o amigo Claudio Ribeiro, participou do concurso para escolha do Hino Oficial do clube. Concorrendo com mais de 120 composições, sendo que, após a classificação em três fases eliminatórias, se sagraram vencedores. Atualmente, a canção oficial é ovacionada pela torcida coxa-branca. No Museu do Futebol em São Paulo, o hino encontra-se exposto entre os principais hinos de clubes do futebol brasileiro.
Para Homero, a relação entre a música, a arquitetura e o magistério ia de encontro aos elementos de criação, sensibilidade e teoria, em uma triangulação artística, com um requintes de imensa espiritualidade, mas com certa percepção de racionalidade, que se fez presente em toda a sua vida. Quem conhecia Homero Réboli, enxergava nele a perfeita harmonia e o entrelaçamento destas áreas, às quais se dedicava a amar e respeitar e, pode afirmar com convicção, que ele viveu para a Arte.
Homero Luiz Réboli faleceu subitamente em Curitiba, no dia 6 de junho de 2018, aos 70 anos, deixando um grande legado criativo para o estado do Paraná.
Fonte: BRASIL CULTURA

Economia Criativa e Turismo: Ausentes na Agenda Política Brasileira

O conceito de Economia Criativa surge em 1994, em decorrência do estímulo a um movimento em prol do desenvolvimento social humano australiano, por meio dos pensamentos transmitidos pelo então primeiro-ministro do país, Paul Keating, que formatou um conjunto de políticas públicas baseadas na produção cultural e artística.
por Andrea Nakane*
A prática dos atributos relacionados a essa exponencial configuração não foi percebida com a devida intensidade no país de sua origem, tendo a Inglaterra, posteriormente, de forma muito sagaz e metódica desenvolvido premissas estruturais que possibilitaram sua aderência e propulsão social, evidenciando, assim uma nova ordem econômica que galgou o mundo.
As especificidades da Economia Criativa incluem respostas concretas as demandas de maior vulnerabilidade do atual estágio evolutivo da humanidade, entre as quais estão a busca do equilíbrio high tech com o high touch, valorizando o capital intelectual e seu processo criativo, de forma mais responsável, com menor impacto ambiental, muito mais inclusiva e sobretudo, experencial, no sentido de trabalhar com sensações e emoções, que projetam desejos, bem estar e memórias prazerosas.
Diversos setores ativos da economia, já estão se rendendo as perspectivas vinculadas ao exercício da Economia Criativa, apresentando inovações e projetos de impactos que chamam a atenção do público e os conduzem ao seu consumo.
O Turismo é um desses eixos, que com notoriedade sustenta em seu portfólio setores como total alinhamento ao desenvolvimento da Economia Criativa, como o Patrimônio Histórico, Manifestações Culturais, Gastronomia, Eventos e Artesanato.
O que percebemos no Brasil é a ausência de uma visão estratégica que integre e incentive, de forma não genérica, a Economia Criativa e o Turismo.
Os projetos, atualmente, frutos dessa associação são ainda isolados, sem um relevante mapeamento de seus resultados e possíveis boas práticas inspiradoras. 
Riqueza Bruta
Temos, então, uma riqueza bruta em nossas mãos, porém, sem conhecimentos plenos de como extrair a maximização de sua produtividade.
E nesse caso, há todo sentido na figuração de sermos um “gigante adormecido”. Já passou e muito da hora, de ser despertado. Precisamos de celeridade, tendo em vista que nos âmbitos do desenvolvimento econômico e social, os benefícios seriam latentes e já foram conquistados por outras nações.
Ao analisar programas de governo dos candidatos à presidência da República, mais uma vez, é constatado a total ignorância com relação a Economia Criativa e o Turismo.
Fato que demonstra nosso retardamento global e que será refletido, na continuidade letárgica e insensível dos gestores públicos.
Para que o sucesso das Parcerias Públicos Privadas seja concreto, ambos os lados devem estar “acordados”. Se um deles estiver em estado de sonolência profunda, o panorama continuará sendo muito inferior as perspectivas conspícuas e extraordinárias vinculadas a essa dupla dinâmica, poderosa e valorosa.
Acorda, Brasil!
Vamos fazer nosso papel e chacoalhar essa inércia com debates e reflexões, o que pode gerar um lobby social e dessa maneira vislumbrar algum horizonte, mais criativo e feliz!
*Andrea Nakane é educadora, empreendedora e sócia da empresa Mestres da Hospitalidade.
Fonte: BRASIL CULTURA