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domingo, 23 de fevereiro de 2020

Morre Tepori Kamaiurá, grande matriarca do Xingu

Acervo Projeto Xingu/EPM-UNIFESP – Tepori em 1966, por Roberto Baruzzi©
POR NINA KAHN
Uma triste notícia para os povos do Alto Xingu. Tepori foi uma importante mulher de seu tempo.
Faleceu Tepori Kamaiurá, uma grande mulher do Alto Xingu. Ela estava com 99 anos.
Tepori viveu para prover, educar, aninhar, preparar e conviver com importantes e inigualáveis lideranças do que veio a se constituir como Parque Indígena do Xingu (MT). Era irmã do cacique Takumã e do pajé Sapaim, foi esposa de Paru Yawalapiti e, entre seus muitos filhos, estão o cacique Aritana e o precocemente falecido Pirakumã, cuja foto contendo a agressiva presença da polícia na Esplanada dos Ministérios em Brasília durante a Mobilização Nacional Indígena em 2013, foi bastante divulgada.
Era adolescente quando os irmãos Villas-Boas se apresentaram na região que ainda não era Parque do Xingu, que foi criado em 1961. Dois personagens foram estratégicos para a integração geopolítica dessa Terra Indígena concebida pelos Villas-Boas. Ao norte, Raoni Metuktire e ao sul, Paru Yawalapiti, os engenhosos agentes da diplomacia que se impôs para que a integridade cultural dos povos que hoje se convenciona chamar de “xinguanos” permanecesse.
Tepori era sóbria e discreta. Falava baixo, nunca ficava parada e dava a impressão de não se importar com assuntos que não estivessem relacionados à casa, à alimentação, ao conforto dos muitos filhos e netos.(Certamente com os bisnetos e tataranetos!) Parecia indiferente à presença de pessoas em sua casa, principalmente os brancos. Sem alarde, enviava uma criança para entregar ao visitante um belo naco de beiju recém assado, ou uma generosa cuia de mingau do sumo cozido da mandioca que estava há horas fervendo no quintal. Dela não se percebia qualquer olhar esperando agradecimento, mas achava normal ganhar de presente, na hora adequada, tecidos e miçangas. Se gostasse, guardava tudo nos recônditos de sua casa; se não gostasse, deixava de lado, como que franqueando a posse para quem quisesse. Tepori não fazia média. Entendia português, mas não fazia questão de conversar com quem não falasse sua língua. Enérgica, quando desprevenida dirigíamos-lhe o olhar, era puro afeto.
Tepori durante exames em pesquisa ação do Projeto Xingu.
A dignidade, o orgulho e a generosidade de toda sua descendência são a marca da mulher Tepori. Os homens Paru, Sapaim, Takumã, Aritana, Pirakumã, Kotok, e tantos outros de sua família, refletem essa grande mulher que soube forjá-los conforme seu tempo e seu olhar.
imagens por Helio Carlos Mello© – acervo Projeto Xingu/EPM-UNIFESP
Fonte: Jornalistas Livres

Olinda comemora 19 anos da decisão política que garantiu seu carnaval popular

A decisão política da então prefeita Luciana Santos foi responsável por devolver o Carnaval de rua à cidade de Olinda.
Há 19 anos, uma decisão política da então prefeita Luciana Santos foi responsável por devolver o Carnaval de rua à cidade de Olinda, naquele momento tomado por polos privados e não oficias, que impediam o desfile das agremiações. A Lei do Carnaval veio para ficar. Garante que orquestras e batuques não sejam abafados por som mecânico e que haja espaço para beleza e tradição no sobe-e-desce das ladeiras. Hoje, novos desafios se impõem e é preciso estar sempre alerta, contra retrocessos na folia.
O verdadeiro Carnaval acontece é nas ruas. Em Olinda, não basta assistir à folia. É preciso participar. Gastar os paralelepípedos, ao som do frevo, do maracatu, do afoxé e de tantos outros ritmos que tomam a cidade nos dias de Momo. Nesta festa profana, o ir e vir de blocos é sagrado.
E foi justamente para garantir a preservação dessa tradição que foi criada a Lei do Carnaval. Implantada em 2001, na primeira gestão de Luciana Santos na Prefeitura de Olinda, a norma regulamenta, entre outros assuntos, a utilização de som mecânico no Sítio Histórico, durante o Carnaval.
Uma medida inovadora, cujo objetivo é monitorar a instalação de aparelhagens, impedindo que seu volume ultrapasse os 80 decibéis. Assim, é possível evitar a formação de focos não oficias, que impediam o desfile de orquestras, passistas, caboclos de lança, estandartes, bonecos gigantes e foliões.
A implantação da legislação causou uma revolução. Houve uma verdadeira “revitalização do Carnaval”, com o resgate de seu caráter democrático e popular, depois de um período em que a proliferação de sons tornava praticamente impossível ouvir o toque de um clarim.
Para alertar os moradores do Sítio Histórico sobre os limites para a colocação de equipamentos de som em suas casas, procuradores e funcionários da Secretaria de Assuntos Jurídicos começaram a bater de porta em porta para conversar e distribuir panfletos informativos.
Quem infringe a lei, recebe multa. No caso de reincidência, essa multa dobra, e também há a apreensão do aparelho de som. O primeiro ano da campanha foi o mais difícil. Houve o recolhimento de cerca de 30 equipamentos. Nos anos seguintes, a iniciativa contou com forte apoio e compreensão da população, que entende que cuidar da cultura de uma cidade Patrimônio da Humanidade é mais que preservar sua riqueza de pedra e cal, é sobretudo valorizar a tradição de suas manifestações populares.
Inserido na agenda dos megaeventos carnavalescos do país, a folia de Olinda resiste e não assimila a lógica do modelo de camarotes, cordas e abadás.
Autoproclama-se um Carnaval participativo, do povo e agregador. Nesses 19 anos, a Lei do Carnaval tem sido importante instrumento para manter viva essa essência.
Veja o vídeo gravado pela presidenta:


Fonte: Portal BRASIL CULTURA

Governo Bolsonaro sabota o cinema, diz o diretor de Bacurau

Para Kleber Mendonça Filho, “o cinema é desmantelado diariamente” no Brasil
Kleber Mendonça Filho (o 1º à dir.) integra o júri do Festival de Berlim
O cineasta Kleber Mendonça Filho, diretor do premiado filme Bacurau, disse que o cinema nacional é alvo de sabotagem do governo Jair Bolsonaro. A fala foi feita na manhã desta quinta-feira (20), em encontro do júri com a imprensa no Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale.
Há 19 obras produzidas no País apenas nessa edição do festival. Mas segundo Kleber, apesar de o audiovisual brasileiro viver seu melhor momento, o período é muito difícil. “Este é o melhor momento do cinema brasileiro em sua história”, disse o ele, que é um dos membros do júri, presidido pelo ator britânico Jeremy Irons. “E é quando o cinema é desmantelado diariamente, quando passamos por momentos difíceis é que é o melhor momento para fazer filmes”, afirmou à imprensa internacional.
Kleber destacou a importância de novos diretores retratarem a realidade atual do país e o drama pelo qual passa a cultura. “Vou continuar a fazer filmes e a dizer o que eu penso”, afirmou. “Estou preocupado. Temos cerca de 600 projetos que atualmente estão congelados, por burocracia”, agregou o diretor, em comentário sobre recente declaração do diretor da Berlinale, Carlo Chatrian, de que tem inquietude em relação ao futuro do cinema brasileiro. “Preciso agradecer a Carlo, mas ele não é o único [a se preocupar].”
“O cinema brasileiro tem uma longa história. O que acontece agora [a boa fase] é resultado de vários anos de trabalho duro”, disse, referindo-se a políticas públicas, sobretudo após o governo Lula, que ajudaram a aumentar a diversidade do cinema nacional, anteriormente relegada aos estados do Sudeste. “É exatamente isso que está sendo sabotado agora. Sim, estou preocupado”, concluiu.
O diretor de Bacurau é um dos membros do júri da 70ª edição do evento, ao lado de nomes como a franco-argentina Bérenice Béjo, o ator italiano Luca Marinelli e o diretor americano Kenneth Lonergan.
Portal BRASIL CULTURA

Morre, aos 62 anos, a cantora Claudia Telles

Filha do compositor e violinista Candinho e de uma das precursoras da bossa nova, Sylvia Telles, a cantora Claudia Telles morreu nesta sexta-feira, aos 62 anos. Depois de sofrer uma parada cardíaca, ela foi acometida por falência múltipla de órgãos.
Claudia estava internada no Rio de Janeiro, no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla.
A artista começou a carreira ainda na adolescência fazendo coro em álbuns de cantores como Roberto Carlos, Gilberto Gil e José Augusto. Na década de 1970, foi celebrada pela interpretação de canções como Fim de Tarde e Preciso Te Esquecer.
A morte foi divulgada e confirmada por seu filho, Bruno Telles, que, em post em redes sociais, agradeceu a torcida e o carinho dos fãs.
“Gostaria de agradecer cada um de vocês que acompanhou, torceu, orou, rezou pela melhora dela. Cada um dos fãs que fizeram a carreira dela, a vida dela ser do jeito que foi. Ela tinha um carinho imenso por cada um de vocês. Com certeza foram vocês que fizeram a vida dela ser feliz do jeito que foi”, declarou.
Claudia gravou dez discos e seis compactos ao longo de sua trajetória musical.


Fonte: Portal BRASIL CULTURA