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domingo, 25 de novembro de 2018

"NO RIO DE JANEIRO/RN VISITEM O MUSEU DOS PRETOS NOVOS!

 

PRETOS NOVOS

“Pretos novos” ou “boçais” era a denominação dada aos cativos recém-chegados da África, no Brasil,assim que desembarcavam no porto. Logo que eram vendidos ou aprendiam a o português passavam a ser chamados de “ladinos”.

PARA ENTENDER A SUA IMPORTÂNCIA

O sítio arqueológico Cemitério dos Pretos Novos, que funcionou durante os anos de 1769 a 1830, é a principal prova material e incontestável, encontrada até hoje, sobre a barbárie ocorrida no período mais intenso do tráfico de cativos africanos para o Brasil. Depois da descoberta fortuita feita pela família Guimarães dos Anjos, em 8 de janeiro de 1996, não há mais como admitir uma visão equivocada e romanceada sobre a escravidão de africanos e seus descendentes diretos no Brasil. Foram depositados neste cemitério os restos mortais de dezenas de milhares de africanos, brutalmente retirados de sua terra natal e trazidos à força para o trabalho escravo. E igualmente bruta também era a forma como seus corpos foram despedaçados, queimados e espalhados pelo terreno, cobertos apenas com algumas pás de terra. Há indícios de que, dada a situação de descarte humano que apresentava o local, moradores daquela época que passavam pela Rua do Cemitério lançavam seu lixo doméstico: restos de comida e fragmentos de louças, cerâmicas e vidros.
Apesar de ser considerado o maior cemitério de escravos deste gênero nas Américas, o terreno destinado aos sepultamentos era muito pequeno para tantos corpos. Os vestígios arqueológicos e históricos deste campo santo são testemunhos da ação violenta e cruel sofrida pelos africanos que não resistiram aos maus tratos da captura e viagem transatlântica. Este relato revelado pela historiografia e trazido à luz pela Arqueologia, repleto de desrespeito e dor, ainda é desconhecido por muitos, pois não é contado em todas as escolas e nem sequer é mencionado nos livros de história que têm a escravidão como tema. Por isto, reafirma-se a importância deste Museu Memorial, no qual o Cemitério dos Pretos Novos se impõe como peça central para este debate.
Marco Antonio Teobaldo
curador

ORIGEM

G. W. Freireyss, o viajante alemão que descreveu o cemitério notou horrorizado que, neste local, a única marca da égide da Igreja era “uma pequena cruz de paus toscos mui velhos” fincada no centro do terreiro e cercada por ossadas inse­pultas.
… Pelo lado do fundo está tudo aberto, dividido do quintal de uma propriedade vizinha por uma cerca de esteiras, e pelos outros dois lados com mui baixo muro de tijolos, e no meio uma pequena cruz de paus toscos mui velhos, e a terra do campo revolvida, e juncada de ossos mal queimados.
Os relatos de viajantes que estiveram pelo Rio de Janeiro, no século XIX, contam que o Cemitério dos Pretos Novos não passava de uma montanha de terra e de corpos despidos, em decomposição, que de tempos em tempos eram queimados e seus ossos quebrados e revirados à terra. Em 1853, o Caminho do Cemitério passa a se chamar Rua da Harmonia. Embora a existência do Cemitério dos Pretos Novos fosse conhecida de historiadores e da literatura sobre a cidade do Rio de Janeiro e sobre a escravidão no Brasil, sua localização tornou-se totalmente desconhecida por décadas até o ano de 1996, quando, por ocasião de uma obra realizada na fundação da casa, foram encontradas ossadas humanas a poucos centímetros de escavação.
A pesquisa inicial e a análise dos vestígios arqueológicos, feitas pelo Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), confirmaram que se tratava das ossadas depositadas no antigo Cemitério dos Pretos Novos. Após quatro anos de descaso do poder público, a Família Guimarães dos Anjos decide realizar por conta própria exposições itinerantes com o rico material encontrado nas escavações. Mas reconhecendo a importância do local para a história da cidade do Rio de Janeiro e para a divulgação da história dos Pretos Novos, percebem que ali deveria se tornar um espaço de visitação pública.
No dia 20 de novembro de 2001 foi realizado o primeiro evento aberto ao público na residência. As atividades eram realizadas de maneira irregular e sem qualquer tipo de patrocínio ou subvenção, como por exemplo: os encontros com lideranças do movimento negro, rodas de samba e os bate-papos, que foram o embrião das oficinas realizadas atualmente.
No início, muito pouco se sabia sobre a história desses africanos sequestrados e trazidos para o Brasil. Os poucos registros encontrados sobre o tema falavam de números, mas muito pouco sobre a chegada e a vida do negro africano na colônia. Este fato é o que tem inspirado a trajetória do IPN a desenvolver atividades diversificadas voltadas à divulgação e à valorização da cultura negra.

EXPOSIÇÃO PERMANENTE

Em 2010, após ter sido selecionado em edital público para Ponto de Cultura, o IPN iniciou as atividades de oficinas de História. Com uma sobra mínima de recurso financeiro e o apoio de alguns artistas voluntários, foi idealizada a primeira versão da exposição permanente do Memorial Pretos Novos. Pela primeira vez, os visitantes puderam ver o trabalho realizado pelos arqueólogos nos poços de sondagem, que contextualiza a brutalidade das atividades funerárias impingidas aos corpos dos africanos recém-chegados ao Rio de Janeiro.
Em 2017, o projeto de renovação do Memorial Pretos Novos recebeu o Prêmio Afro Nacional – categoria especial, com o qual remonta a exposição permanente com informações atualizadas, sobre as pesquisas realizadas a partir da quarta investigação arqueológica.

MERCADO DA ESCRAVIDÃO NO RIO DE JANEIRO

A história do Brasil precisa ser recontada por uma ótica não colonialista, a fim de contribuir para revelar o conhecimento e promover novas formas de reflexão sobre as origens do povo brasileiro. Estima-se, de forma conservadora, que a partir de 1580, começaram a chegar regularmente os primeiros grupos de africanos escravizados no Brasil. Mas somente mais tarde, em 1640, o negócio negreiro se expande com mais força, aumentando o número de cativos com o incremento do cultivo da cana-de-açúcar e a criação de novos engenhos nas capitanias do nordeste brasileiro e na capitania de São Vicente, incluindo o Rio de Janeiro, sobretudo nas áreas que iriam se tornar na Zona Norte e Zona Oeste da cidade. No início, o mercado de africanos escravizados se estabeleceu na Rua Direita (onde atualmente é a Rua Primeiro de Março), permanecendo ali até 1774, quando o vice-rei Marquês do Lavradio deu ordem para transferir definitivamente as operações de desembarque, manejo, venda e enterro de cativos para a região do Valongo. É dele a autoria da frase: Os escravos que não forem vendidos não sairão do Valongo nem mortos. O processo a que estes homens e mulheres (em sua maioria, muito jovens) foram submetidos é de uma violência descomunal. Pelas ruas do bairro do Valongo, estima-se que tenham passado mais de um milhão de africanos capturados para servirem à escravidão.

 

COMPLEXO DO VALONGO E VALONGUINHO

O Brasil foi o maior mercado escravista do mundo durante o século XIX, e foi também o último país a extinguir a escravidão africana nas Américas. Este mercado de seres humanos atingiu o seu ápice após a chegada da família real portuguesa, em 1808, fugida das tropas de Napoleão Bonaparte (que invadira Portugal por não respeitar o Bloqueio Continental imposto à Inglaterra). É nesse período que o Valongo se estabeleceu como a área comercial mais rentável na cidade do Rio de Janeiro, com o mercado de africanos escravizados. Cerca de 40% dos africanos cativos chegavam muito debilitados e acometidos de diversas enfermidades, desnutridos ou feridos, e por isso eram encaminhados para o Lazareto de Escravos, que funcionou nas ilhas de Bom Jesus, Enchadas e depois, no litoral da praia do Propósito, Saco da Gamboa. Era na enseada do Valonguinho, na confluência com a Rua do Valongo (Rua Sacadura Cabral com a Rua Camerino) era o ponto de concentração das casas de venda dos cativos. Há relatos de que estendeu-se também para a rua da Praia do Valongo (atual Rua Sacadura Cabral) e Prainha (Largo de São Francisco). O Valonguinho compreendia a área da pequena enseada entre a Pedra do Sal e a Pedreira do Valongo. Pesquisas apontam que a cultura afro-carioca o seu berço nesta região. Nas proximidades do Valonguinho, trabalhadores do porto, descendentes de escravos, imigrantes europeus e boêmios cariocas, formataram aquilo que conhecemos como “alma carioca”. Foi ali que Donga, Pixinguinha e outros bambas ajudaram a criar o Chorinho e o Samba de roda carioca. A região portuária era tão rica culturalmente que, na década de 50 do século XX, o compositor e artista plástico, Heitor dos Prazeres, batizou a região como “Pequena África”.
 
Fonte:http://pretosnovos.com.br

11º Bienal da UNE volta à Bahia para reencontrar o Brasil num grande festival

por Cristiane Tada.
UBES e ANPG se somam à UNE para realizar a maior mostra estudantil da América Latina que agora vai contar também com a produção secundarista e pós-graduanda; Festival dos Estudantes vai ocupar Salvador de 6 a 10 fevereiro de 2019  e está com as inscrições abertas pelo site inscricao.une.org.br 
A Bienal da UNE,  chega a sua 11ª edição e vai celebrar 20 anos de existência com uma volta às origens na capital da Bahia, Salvador. Pela primeira vez as três entidades estudantis: União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) se somam em um grande evento, o Festival dos Estudantes, o maior encontro estudantil da América Latina.
Entre os dias 6 e 10 de fevereiro de 2019, mais de 10 mil estudantes vindos de todas as regiões do país vão se integrar ao povo baiano e fazer da Universidade Federal da Bahia a referência da produção artística desenvolvida pela juventude brasileira.
Esta décima primeira edição vai homenagear Gilberto Gil e sua obra como artista, diplomata, ambientalista, político e músico. Gil da redescoberta do Brasil do baião, do xaxado, do choro de Pixinguinha, do prelúdio bachiano, da rapsódia, da Tropicália, dos festivais, do exílio.
11º Bienal da UNE – Festival dos Estudantes também será um convite ao reencontro do Brasil da festa em meio à resistência. A UNE vai celebrar seus 20 anos de enaltecimento da cultura popular na cidade que realizou sua 1a Bienal de Arte e Cultura em 1999, bem como onde a entidade foi refundada há 40 anos depois de desmantelada pela ditadura militar. Será ainda, a primeira vez em vinte anos que a entidade traz como palco principal do festival uma universidade pública. As atividades principais estão previstas para acontecer no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

INSCRIÇÕES ABERTAS

Ao longo de seus 20 anos, a Bienal da UNE se caracterizou como principal instrumento de mapeamento e difusão da produção artística desenvolvida por jovens estudantes brasileiros. Esse reconhecimento se dá pela realização de uma grande mostra estudantil, ponto central do festival.
As inscrições dos trabalhos, que vão compor a diversidade desta mostra estão abertas. Qualquer estudante secundarista, universitário ou pós-graduando pode inscrever trabalhos em sete áreas: artes cênicas, literatura, música, artes visuais, audiovisual, ciência e tecnologia e projetos de extensão. Para isso, basta estar matriculado em uma instituição de ensino no ano letivo de 2019, acessar o site inscricao.une.org.br, ler o regulamento, preencher o cadastro e pagar a taxa de R$100 reais.

CONEB, ENG E ENPG

Além das mostras culturais, shows e seminários, dentro da programação também acontecerão os encontros da base do movimento estudantil que trarão debates conjunturais, educacionais e de organização do movimento estudantil.
O 15º Coneb da UNE vai reunir DAs e CAs de todo o país; o 4º Encontro de Grêmios da UBES (ENG) vai reunir líderes de escolas; a ANPG vai realizar o seu 8º Encontro Nacional de Pós-Graduandos (ENPG) e juntas as entidades vão debater os rumos do Brasil e a defesa da educação pública e gratuita.
As inscrições de trabalhos e participação na 11º Bienal da UNE – Festival dos Estudantes,  para o 15º Coneb da UNE e o 8º ENPG da ANPG são unificadas pelo site inscricao.une.org.br , já para a participação no 4º ENG da UBES (ENG) acesse ubes.org.br 

GILBERTO GIL, UM REENCONTRO COM O BRASIL

A Bienal da UNE foi criada em 1999 e tem como norte a investigação e celebração dos elementos mais intrínsecos da brasilidade, algo como o DNA do Brasil, a formação do seu povo.
Em 2019 logo após a vitória das eleições presidenciais de um candidato ultraconservador nos valores, com uma agenda explicitamente ultraliberal na economia, de tradição militar, que flerta com o fascismo, a UNE se junta a UBES e ANPG e leva para a sua 11ª Bienal o tema “Gilberto Gil: um reencontro com o Brasil”, evocando o exemplo criativo e combativo de Gil. A ideia é a partir da sua obra contar a trajetória da cultura brasileira com suas contradições e resistência, oferecendo um espaço de reencontro a todos que caminham contra os retrocessos para inaugurar um ciclo novo. Uma revisita à própria história do movimento estudantil e do Brasil para forjar a sobrevivência e o futuro.

SALVADOR: RESISTÊNCIA CULTURAL E NOVO CICLO

A programação da Bienal apresenta um qualificado rol de convidados entre pensadores, artistas e ativistas com o objetivo de reunir as diversas linguagens e expressões culturais, valorizar a identidade nacional e conectar as produções estudantis de todas as regiões do país.
Na capital que derrotou Bolsonaro nas urnas, a cidade de todos os santos, que é sinônimo de carnaval e transborda cultura, a 11ª Bienal da UNE- Festival dos Estudantes vai ocupar durante cinco dias (6 a 10/2) na UFBA, seus dois teatros, cinema, e laboratórios do curso Comunicação.
A Universidade Federal da Bahia, além de uma das principais instituições de ensino da federação é um centro de pesquisa da cultura, foi a universidade que abrigou o 1º doutorado de dança do mundo, bem como a casa de Abino Rubin e Paulo Miguez, os principais pensadores das políticas culturais brasileiras.

HISTÓRIA DA BIENAL DA UNE

Em 1999, com a realização da 1º Bienal em Salvador (BA), a UNE retomou com vigor o seu trabalho cultural que teve destaque na década de 1960 com o famoso Centro Popular de Cultura (CPC). Na sua 6ª edição, novamente em Salvador o evento exaltou as raízes do Brasil em 2009. Na sua última edição em 2017 o festival propôs a reinvenção no Brasil inspirada nas feiras livres na cidade de Fortaleza (CE).
Já passaram pela Bienal o próprio homenageado deste ano Gilberto Gil, Oscar Niemeyer, Ariano Suassuna, Abdias Nascimento, Alceu Valença, Ziraldo, Tom Zé, Martinho da Vila, Augusto Boal, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Lenine, Naná Vasconcelos, Criolo, Pitty e muitos outros personagens.

SERVIÇO

O quê? 11ª Bienal da UNE – Festival dos Estudantes.
Quando? 6 a 10 de fevereiro de 2019.
Quanto? R$100 até dia 20/12; R$150 até dia 06/02 de 2019; R$200 a partir do dia 07/02 de 2019.
Onde? Universidade Federal da Bahia (UFBA), Campus Ondina.
Inscrições? inscricao.une.org.br
Fonte: UNE

3ª sessão do Cine Diversidade aconteceu quinta-feira (22/11)

3ª sessão do Cine Diversidade acontece amanhã (22/11)
Em sua terceira sessão, o projeto de extensão Cine Diversidade exibiu, na última quinta-feira, 22, o longa-metragem Estrelas além do tempo (2016), de Theodore Melfi, às 13h30min, no Auditório Principal. O evento pretende criar um espaço de reflexão entre o NEABI, NAPNE e NUARTE do Campus São Gonçalo do Amarante do IFRN, abordando temáticas de inclusão social e educacional, cultura popular e processos históricos e sociais.
A organização do evento oferece 80 ingressos, distribuídos para o público externo (50% das vagas) e para o público interno (50% das vagas). Os alunos, servidores e técnicos-administrativos interessados devem procurar os docentes Renato Marinho e Yane Ramalho ou a aluna Camille Teixeira, bolsista do projeto.  
Para o professor Renato Marinho, a segunda sessão do Cine Diversidade contribuirá com a discussão sobre a diversidade e as representações construídas sobre temáticas de inclusão na “sétima arte”. A partir de obras cinematográfica que problematizam questões que envolvem a diversidade, o momento pretende estabelecer um diálogo com as diversas linguagens, facilitando, portanto, um exercício de reflexão para além do cinema, do lazer e do entretenimento", disse.
O filme (Estrelas além do tempo)
Em plena Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética disputam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na NASA, onde um grupo de funcionárias negras é obrigada a trabalhar a parte. É lá que estão Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), grandes amigas que, além de provar sua competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA.
Fonte: IFRN - São Gonçalo do Amarante
Adaptado pelo Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, 15/11/2018

Os melhores Pratos das Terras Paulista


O melhor da comida caipira, caiçara e serrana

Sabor de São Paulo fomenta, divulga e pereniza os produtos, matérias primas e pratos típicos dos municípios do Estado. Esse é um projeto do Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria de Turismo, que trabalha na promoção de seus roteiros turístico-gastronômicos por acreditar que, a gastronomia, como produto associado ao Turismo, é indutora do desenvolvimento regional.
Cada etapa receberá as inscrições dos pratos das cidades participantes, que passarão pela avaliação da revista Prazeres da Mesa e da Secretaria de Turismo. Serão selecionadas as dez melhores receitas. No dia da etapa regional, realizada no Senac da Cidade-sede, o Chef
Padrinho abrirá o evento com uma aula gratuita. Após a aula, inicia-se a degustação dos 10 pratos classificados e no início da noite, teremos o resultado da votação que definirá os 3 pratos que virão para a capital em novembro, participar da grande festa da gastronomia do Estado.
De 2013 a 2015, 360 estabelecimentos de todo Estado apresentaram os mais saborosos quitutes da culinária paulista para mais de 100 mil pessoas num circuito que culminou com o Guia Gastronômico do Estado. .
Queremos provar sua receita e que todo o país tenha a chance de prová-la também.
Leia atentamente o regulamento e se inscreva!
Confira o calendário aqui e boa sorte!
BRASIL CULTURA

O doce das crianças e a morte (miniconto)

Miniconto é um tipo de conto muito pequeno, digamos que com no máximo uma página, ou um parágrafo. Alguns dizem que ele é o primo mais novo do poema em prosa, outros apontam as fábulas chinesas como origem, de certo é que desde meados do século XX o conto tem experimentado – com sucesso – formas extremamente breves a partir de textos de gente como Cortázar, Borges, Kafka, Arreola, Monterroso, Trevisan e o nosso Manoel Barbosa que apresenta aqui seu miniconto:
“O doce das crianças e a morte.
Aquela tarde de sol estava maravilhosa. As aulas transcorriam normalmente.  Em certo momento, a diretora do liceu veio à sala de aula e cochichou algo para a nossa professora.   Logo, as feições delas se tornaram graves. A nossa
curiosidade juvenil foi aguçada. Precisávamos saber o que se passava. Então, a professora nos olhou com consternação e avisou:

– Vocês serão dispensados das aulas nesta tarde. Ao ouvir aquilo, a turma fez um “uau” de alegria. Mas ela emendou:
– O Seo Kito da banquinha faleceu.
Aquilo foi um ártico a cortar nossa mente juvenil. Não estávamos acostumados com a morte. Nesta época, eu estava com onze anos e só olhava para frente. A palavra passado nada mais era que alguns segundos atrás. Só isso.  Depois daquele choque inicial, voltamos à vida e da sala saímos direto para o pátio a brincar, a  gritar e, sim, por que não?, a brigar. Pois isso fazia parte do dia. Uns nem chegaram à porta da escola e já chutavam uma bola de futebol. As meninas faziam grupinhos com seus caderninhos coloridos. Outros se atracavam ali mesmo para tirar alguma diferença. De repente, a instituição educacional era um alarido só.
O falecido Seo Kito nos acompanhava desde o ensino fundamental, quando abriu uma vendinha para vender guloseimas e refrigerantes em frente à escola. No início, a direção e os professores desconfiaram daquele negro velho, alto e sorridente. O preconceito aflorava numa região colonizada por imigrantes brancos vindos da Europa. Lá nos seus países, não havia negritude. E a cor era diferente despertou, um dos piores sentimentos que há no homem, o preconceito.  E assim, os imigrantes incorporaram a visão dos senhores de engenho local e seus herdeiros que diziam que os negros são preguiçosos, são malandros, …cometem atos ilícitos.  Ainda hoje, persiste essa concepção de que crimes, como a distribuição de drogas ilícitas nas portas das escolas,    são sempre praticados pelos negros e pobres. Ele pertencia a essa ralé, conforme o pensamento conservador e reacionário. A desconfiança sobre as atitudes do Seo Kito, era maior ainda, porque ele sempre conversava com as crianças. Depois da escola e pais muito investigar, constataram que o negro dava conselhos à meninada.
– Estude menino para não sofrer na vida que nem eu!
– Não vai perder a aula!
– Cuidado ao atravessar a rua!
– Ponha a blusa menina que está frio, senão vai ficar resfriada!
E por fim, aquele negro que contrastava conosco na cor e que já havia ganho os corações dos alunos, arrebatou também os dos mestres e dos pais.
Ainda assim, achei estranho ser dispensado da escola pela morte de alguém. Não diziam que o estudo era a coisa mais importante? E agora nos deixavam ir, assim, sem muita explicação. Na saída, não segui o caminho direto para casa, como sempre fazia. Não sei o por quê, sentia um vazio e decidi chutar pedras e, como havia muitas ao redor, comecei de imediato! O que aparecia de pedregoso na minha frente eu chutava. Outros meninos viram aquilo e partiram para a brincadeira. A garotada  fazia aquilo rindo. Mas para mim não tinha graça não. Aquele negro morto era um cara alumiado. Bom, pelo menos para mim.  Tinha sempre um sorriso no rosto. E rindo, dizia coisas sérias que meus pais me diziam ralhando. Adorava ver o jeito bondoso do Seo Kito tratar as crianças. Aquela paciência. Aquela alegria. Além de vender doces e balas, ele tinha uma diversão que era fazer uma estrela para cada criança e dar uma qualificação para cada um. Certo dia, a menina que eu gostava, a Maria,   disse bem alto, enquanto rodopiava com os braços abertos  ao vento:
– Eu adoro vento!
No dia seguinte, o Seo Kito a presenteou com uma pequena estrela feita de cimento com uma pedra no centro e uma inscrição: “Menina do Vento”. Eu ganhei uma inscrição “Menino dos Lápis”, pois fazia coleção deles. O meu amigo Peixinho que adorava futebol ganhou uma inscrição: “O Goleador”. E assim por diante, praticamente todos na escola receberam um adjetivo. Portanto, a morte daquele velho era um baque para a piazada. Enquanto chutava pedras, por instantes fiquei pensando se no dia seguinte a banquinha de guloseimas iria funcionar. E conclui que não. Me perguntava o que ia acontecer depois e não vislumbrava nada. Depois de chutar uma porção de pedras, percebi que já estava perto de casa. O tempo demorou, mas eu morava ao lado do liceu. Quando entrei em casa mamãe me disse que estava preocupada comigo.
– O café está na mesa.
Olhei o bolo que ela postara sobre a mesa e não pude deixar de lembrar-me novamente do Seo Kito.
– Mãe!  Depois posso ir ao velório? Todo mundo da escola vai! , menti para ver se ela deixava.
– Todo mundo?
– É todo mundo, o Neto, o Sérgio, a Soninha… E enumerei uns dez!, até que ela acabou cedendo:
– Está bem! Vai ser na casa dele mesmo. E concluiu: – É pertinho, depois eu passo lá com o seu pai.
Assim ao cair da noite, fui até a casa do falecido. Ela ficava nos fundos da banquinha de vender guloseimas. Uma casinha humilde de madeira. O quiosque e a moradia foram construídas de tábuas disformes aproveitadas de sobras de construção civil. A sala, a cozinha e a área de refeição eram num só ambiente. Ao fundo ficava o quarto do casal, Dona Nega e o falecido. No meio da sala, debaixo da única lâmpada, o Seo Kito de terno preto e rosto brilhando. Parecia estar dormindo. Na cabeceira do caixão, a sua mulher. Cinquenta anos de união matrimonial. A velhinha negrinha era miudinha. Ela tinha uma sequela decorrente de um acidente vascular cerebral que fazia com que balançasse a cabeça e mexesse a boca como se mascasse um chiclete. Sem parar! E os olhos repetiam um tique nervoso abrindo e fechando e revirando para o lado. Ela não falou nada. Só ficava olhando o morto.
Quando cheguei, quase toda a minha turma estava presente. Além dos parentes e alguns amigos da família do falecido. Todos estavam estáticos, enquanto rezavam ou olhavam o morto. Eu fiquei procurando a Maria, a menina do vento, para ver se ela tinha vindo. Olhava de soslaio para todo canto e, depois de tanto procurar, conclui que não viera. Algum tempo depois, meus pais entraram, cumprimentaram a Dona Nega, ficaram pouco tempo e foram embora. Antes de irem, a minha mãe alertou-me para não ficar muito tempo. Olhei para o relógio da parede que marcava oito horas. Foi nesse exato momento que a Tia Zita que era a irmã do Seo Kito avisou:
– Quem tiver fome venha para a banquinha. Lá tem bolo, café, pão, comida.
Não demorou muito, as pessoas foram saindo e se dirigindo a banquinha. Lá dentro estava repleto de guloseimas e mais guloseimas. O irmão do morto, o Tio Caé começou a contar umas histórias do Seo Kito sobre quando eram pequeninos. Eram muitas as peripécias dos dois a vida toda. Demos boas gargalhadas. Cada um foi contando e repetindo as histórias do Seo Kito. Além das que ele contava para a piazada, nos divertíamos recordando as conversas gostosas que tivemos com ele próprio. Todo mundo tinha algo a falar do negro sorridente. Então o velório se transformou em diversão.  Os causos envolvendo o morto iam sendo contados, enquanto que eu… soltava a imaginação! No meio da conversa, apareceu um copo de aguardente que os adultos tomavam e, às vezes,  o esqueciam sobre o balcão, onde se encostavam. E eu, disfarçadamente,  pegava aquele copo e tomava um trago. Quanto mais eu tomava mais as histórias ficavam coloridas, agitadas. Mas, quanto mais entornava o copo,  mais embaralhados iam ficando os causos. Até que alguém falou:
–  A Dona Nega ficou sozinha com o morto!
Então, fomos até a porta da vendinha e olhamos para a casinha na escuridão. Não sei se os outros viram, mas eu vi uma luz bem encima do defunto e a velhinha na penumbra atrás na ponta do caixão. Fechei os olhos, olhei de novo,  e parecia que a casinha estava subindo para o céu negro estrelado com a sua luzinha acessa clareando o negro morto e a sua companheira. Foi aí e quando que um aguaceiro desabou e a chuva insistentemente passou a repicar sobre o telhado de zinco. Era um barulho ensurdecedor. Um arrepio percorreu meu corpo e meu coração  disparou. Eu me agarrei ao copo da aguardente e o entornei tão depressa que a maldita desceu queimando a garganta e o cérebro. Então… tudo passou a girar: a banquinha, as pessoas e os personagens das histórias. E ali fiquei sentado estatelado,  ainda ouvindo as histórias.
À meia-noite, eu estava num canto encolhido, no chão batido, quando alguém me cutucou. Era a minha mãe que viera em meu encalço.
– Embora já para casa! Já!
No caminho foi aquele sermão. Enquanto minha cabeça ainda girava, as minhas orelhas ficaram ardendo só de ouvir o ralhar. Mas o pior estava por vir. Ao chegar a minha casa, ela foi logo dizendo para o meu pai que eu estava bebendo. E minha mãe gritava bem alto:
– Onde se viu um menino nesta idade bebendo! Olha o cheiro de cachaça!
Meu pai não falou nada, só senti a cinta de couro lambendo as minhas costas e as minhas pernas, e o ardor subindo em queimação. Não ouvi nada, não respondi nada, só senti uma dor imensa e as lágrimas foram escorrendo  e salgando a minha boca. A cabeça girava e eu só via a casinha alumiada subindo para o céu com o Seo Kito deitado no caixão e a Dona Nega dentro com as mãos unidas apertando o rosário.
Manoel Valdemar Barbosa Filho
Advogado e escritor
Paranaguá-PR

Publicada portaria de recredenciamento institucional do IFRN

Publicada portaria de recredenciamento institucional do IFRN
A divulgação foi feita no Diário Oficial da União
A divulgação foi feita no Diário Oficial da União e entrou em vigor na última sexta-feira (16)
O Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira (16) publicou a portaria de recredenciamento do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Válido por oito anos, o documento garante o IFRN como instituição de ensino técnico, de nível superior e de pós-graduação e foi assinado por Rossieli Soares da Silva, ministro da Educação. Esse recredenciamento reafirma o que traz a Lei nº 11.892 (Lei de Criação dos Institutos).
A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008 instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas.
Para Agamenon Tavares, pró-reitor de Ensino do Instituto, esse recredenciamento coroa o trabalho desempenhado por docentes e técnicos-administrativos nos últimos anos, indo além: "dando o merecido, devido e inquestionável destaque aos nossos estudantes, razão de ser do nosso trabalho e de nossa dedicação", declarou. Já Wyllys Tabosa, reitor do IFRN, recebeu a portaria como um estímulo. "Celebrar os dez anos da Rede Federal com essa notícia é desafiador. Temos de fazer mais e mais por essa instituição que agrega e capacita cidadãos, ajudando a desenvolver potenciais de pessoas e do próprio Rio Grande do Norte", disse.
Função Social
O IFRN tem como função social ofertar educação profissional e tecnológica – de qualidade referenciada socialmente e de arquitetura político-pedagógica capaz de articular ciência, cultura, trabalho e tecnologia – comprometida com a formação humana integral, com o exercício da cidadania e com a produção e a socialização do conhecimento, visando, sobretudo, a transformação da realidade na perspectiva da igualdade e da justiça sociais.
A busca pela competência técnica permeia todos os níveis de ensino oferecidos - desde a formação inicial e continuada de trabalhadores, à formação profissional de nível médio (integrados e subsequentes) e superior (licenciaturas, cursos de tecnologia e pós-graduação).
Fonte: Portal do IFRN