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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O descaso com o Museu Nacional e a defesa dos museus públicos

Foto Tomaz Silva Agência Brasil
O incêndio do Museu Nacional representou uma perda irreparável para a ciência, para a cultura mundial, e para a historia brasileira. É difícil mensurar sua perda. A instituição de pesquisa é a mais antiga do país, fundada nos princípios aristocratas da monarquia portuguesa, foi responsável pelo nascimento da produção de conhecimento científico no país recém independente.

Contraditória à sua fundação, o Museu Nacional possuía um dos maiores acervos arqueológico e etnográfico da América Latina. Embora fundado por portugueses, era a casa de milhares de objetos que representavam a profunda história indígena, aquela que os colonizadores tentaram apagar, e que só não conseguiram devido à resistência dos próprios indígenas, e da vontade de poucos pesquisadores que, por centenas de anos, se dedicaram ao estudo e coleção da cultura material de povos esquecidos pela sociedade.
Foram 30 mil objetos etnográficos ligados à cultura indígena consumidos pelas chamas. Com eles, foi destruído também o maior acervo fonográfico indígena da América Latina, registros em som de milhares de línguas indígenas que, vitimadas pela colonização, não existem mais nem nos cassetes do Museu Nacional. A biblioteca, que continha o material original dos trabalhos de campos de 200 anos de estudos etnográficos também foi reduzida às cinzas.
O passado indígena no Museu Nacional era destaque, não só pela presença de Luzia, os vestígios ósseos da indígena mais antiga das América, mas pela coleção de milhares de objetos arqueológicos, provenientes de dois séculos de pesquisa, de diversas regiões do Brasil. Instrumentos, ferramentas, vestígios botânicos, esqueletos, 12.000 anos de história irrecuperáveis. Se o Brasil como um todo perdeu muito com o incêndio do Museu Nacional, sem dúvida os indígenas perderam muito mais, invisibilizados constantemente pela burguesia nacional, centenas de etnias perderam os últimos elos materiais com o seu passado.
Além das coleções ligadas à história do Brasil, era reconhecido internacionalmente pelo acervo de história natural: a maior coleção de fósseis da América Latina, dinossauros, cetáceos, as primeiras forma de vida na terra. No campo da biologia, perdeu-se também a maior coleção-tipo de insetos do mundo, um acervo que servia como base para a designação de novas espécies. Coleções de milhões de aranhas, carrapatos, escorpiões não foram salvas pelas chamas.
O Museu Nacional e a produção científica pública
Das imagens que correram a internet nessa semana, chamou a atenção a de pesquisadores, desesperados, buscando entre as chamas, peças, objetos e instrumentos de laboratório, na tentativa de salvar qualquer coisa que ainda não tivesse sido consumida pelo fogo.

A verdade é que, além dos objetos expostos nas vitrines, o Museu Nacional é um dos maiores centros de pesquisa científica do país. Já nasceu com essa vocação, de não ser apenas um repositório de objetos de história natural e humana, mas de ser um centro de produção de conhecimento.
Desde que foi fundido com a Universidade do Brasil (predecessora da UFRJ) em 1946, tornou-se um centro público de excelência em ensino e pesquisa. Possui cinco programas de pós-graduação, com destaque para o de Antropologia Social e Zoologia, os mais importantes do Brasil em suas áreas. Mais de 600 alunos de pós-graduação tiveram suas pesquisas interrompidas, e talvez destruídas, já que funcionava também, no prédio do museu, quase todos os laboratórios de pesquisa.
O incêndio de grande parte do acervo biológico e histórico interrompeu não só os estudos em andamento, mas acabou com qualquer possibilidade de novas pesquisas. O que se perdeu no Museu Nacional não foram só as coleções, o Brasil perdeu um centro de pesquisa, perdeu oportunidades de avanço da ciência nos mais variados campos.
O Museu Nacional ainda corre perigo
Diante do incêndio, os políticos de Brasília e do Rio de Janeiro logo correram para dar explicações sobre essa tragédia anunciada, e as mais variadas desculpas foram ouvidas. A verdade, é que o Museu Nacional, assim como a UFRJ e as demais instituições de pesquisa e ensino no país vivem uma situação de penúria. Com cortes recorrentes em seus orçamentos, o incêndio é resultado dessa política consciente de desvalorização da cultura e da ciência.

Os órgãos de fomento à ciência no Brasil tiveram cortes nos últimos anos de mais de 6 bilhões de reais, um orçamento que caiu 12%. E isso não é obra só do governo Temer, de 2014 para 2015, os valores repassados ao Museu Nacional diminuíram de 571 mil para 134 mil, e no ultimo ano, o montante R$33.000,00[1] destinado à manutenção do museu beira o ridículo, é menos do que o valor pago em auxílio a um deputado federal.
As últimas declarações [2] vindas do Planalto parecem indicar que a reconstrução do Museu Nacional, de seu acervo e de suas pesquisas, será feito com capital privado de grandes bancos e empresários, o desvinculando da UFRJ, e isso é um perigo enorme. Colocar diretamente nas mãos da burguesia, com todos seus interesses de classe dominante a história do nossa sociedade, é fazer com que a sua versão dos processos históricos sejam predominantes. Se hoje, os museus públicos que já estão sob controle do estado, refletem os aspectos de seu caráter burguês, essa característica tende a se acentuar.
Da mesma maneira, aceitar os fundos privados como financiamento para a pesquisa é colocar algumas das mentes mais capacitadas do país à serviço não do desenvolvimento científico, mas dos interesses próprios dos ricos e empresários.
Lembremos que Lenin, em abril de 1919[3], foi pessoalmente responsável pela publicação de um decreto que nacionalizou todos os museus da União Soviética, acabou com as coleções particulares da antiga burguesia, e criou fortes instituições de pesquisa e de resguardo de materiais históricos e arqueológicos. Colocou as pesquisas científicas a serviço dos trabalhadores soviéticos, popularizando e democratizando os museus.
Da mesma maneira, é preciso defender e avançar no projeto de museus públicos no Brasil. Fazê-los mais atrativos, mais interessantes, e mais conectados com a nossa sociedade Remodelá-los de uma maneira que eles contem as contradições de nossa história, a resistência da população mais pobre, é preciso fazer museus mais indígenas e mais negros, dar voz aos que nunca tiveram, e não entregar a possibilidade de contar nossa historia para aqueles que sempre a contaram.
Guilherme Mongeló é militante do PSTU, arqueólogo, e membro da diretoria da Sociedade de Arqueologia Brasileira – Seção Norte
[1] Fonte: Portal da Transparência do Governo Federal- valores corrigidos pela inflação medida pelo IPCA de Julho de 2018
[2] http://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/-/asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/id/1525598
[3] https://www.marxists.org/archive/childe/1942/soviet-archaeology.htm

ELEIÇÕES 2018: Juliano Medeiros | Um voto inútil

Juliano Medeiros | Um voto inútil
Artigo publicado originalmente na Carta Capital
Faltam menos de três dias para o primeiro turno das eleições presidenciais e o Brasil segue diante de profundas incertezas. A crise social, que gerou um contingente de mais de 14 milhões de trabalhadores desempregados, se aprofunda.
A violência urbana alcança níveis alarmantes que nenhuma intervenção federal é capaz de deter, enquanto a alta cúpula do governo golpista se enreda em novos escândalos de corrupção, como revelaram as recentes gravações que mostram um aliado de Temer negociando propina junto a Odebrecht.
É nesse contexto que o país irá às urnas no próximo dia 7 de outubro. Entre os eleitores democráticos e progressistas há muita dúvida e também muito medo. Se por um lado, o indeferimento arbitrário da candidatura de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral e sua posterior substituição por Fernando Haddad finalmente definiram o quadro da disputa presidencial no primeiro turno, por outro, deu início a muitas especulações sobre a capacidade do campo de oposição ao golpe contar com um de seus nomes no segundo turno.
O atentado contra Bolsonaro não gerou uma disparada do candidato do PSL nas pesquisas eleitorais, como esperavam seus aliados, mas parece ter consolidado um potencial que alcança, hoje, não menos que 25% das intenções de voto. Isso, na avaliação de muitos especialistas, pode ser suficiente para levar o candidato da extrema-direita ao segundo turno. Seria necessário, portanto, lutar para garantir que a outra vaga seja de um nome do campo democrático.
Nesse contexto, muitos eleitores progressistas passaram a manifestar uma opção pelo chamado “voto útil”. Ou seja, mostram-se   dispostos a deixar de votar em um candidato com o qual se identificam para escolher um nome que simplesmente esteja mais bem posicionado nas pesquisas. Enquanto durou a indefinição em relação à candidatura do PT, Ciro Gomes (PDT) se beneficiou desse fenômeno. Agora que o partido de Lula oficializou o nome de Fernando Haddad como substituto, vemos muitos eleitores progressistas manifestando sua intenção de votar no candidato do PT apenas pelo potencial que ele demonstra ter para chegar ao segundo turno.
O medo de uma vitória de Bolsonaro ou de um segundo turno entre dois candidatos do campo do golpe é compreensível. Para qualquer eleitor que defende posições progressistas esse seria um cenário desesperador. Mas as últimas pesquisas apontam que é quase impossível um segundo turno sem um candidato do campo democrático. Essa é uma boa perspectiva. Por isso, o raciocínio que justifica o voto útil mostra-se incompleto, porque desconsidera ao menos uma variável importante: o que vem depois de outubro.
Derrotar Bolsonaro é, sem dúvida, muito importante. Mas contar com um governo capaz de enfrentar a crise que o país atravessa e retomar a normalidade democrática também. Por isso, é preciso vencer a eleição com um programa que expressa o rechaço do povo brasileiro não só à extrema-direita e à intolerância, mas também ao programa do golpe. E aqui está o problema do chamado “voto útil”.
Sem se dar conta, o eleitor progressista e democrático, ao optar pelo “voto útil”, empurra o candidato mais bem posicionado nas pesquisas – neste momento, Fernando Haddad – para o centro do espectro político no segundo turno, já que sua disposição será a de conquistar o apoio do grande empresariado e não dos eleitores de esquerda, que tendem a ser naturalmente seus.
Em outras palavras: “desidratar” as demais candidaturas desse campo (Ciro e Boulos), ao invés de garantir a chegada de Haddad ao segundo turno – o que é quase certo, dado a forte capacidade de transferência do apoio de Lula em muitas regiões do país – serve apenas para diminuir o peso de uma agenda verdadeiramente de esquerda na disputa contra Bolsonaro.
Um exemplo simples: se Boulos alcançar, digamos, 10% dos votos no primeiro turno, o peso de sua agenda – legalização das drogas, descriminalização do aborto, desmilitarização das polícias, combate aos privilégios, etc. – será muito maior no segundo turno. Se sua votação, ao contrário, ficar abaixo de 1%, porque o candidato que disputará o segundo turno contra Bolsonaro se sentiria na obrigação de dialogar com essas pautas, já que muitas delas são impopulares para uma parte mais conservadora do eleitorado?
O mais provável, portanto, é que ele acabe priorizando o diálogo com posições mais à direita, para conquistar votos de Alckmin ou Álvaro Dias, engavetando boas propostas de Ciro, Boulos e do próprio PT.
Por isso, o voto útil é uma espécie de “cheque em branco” para o pragmatismo. Ao reduzir as perspectivas eleitorais das demais candidaturas de esquerda, o eleitor progressista diminui o peso relativo de suas bandeiras no segundo turno, aumentando proporcionalmente a relevância do apoio que as candidaturas da direita podem oferecer.
Para quem só quer derrotar Bolsonaro, pode parecer um bom negócio. Mas para quem acredita que o Brasil precisa de um governo que, além de combater a extrema-direita, também ponha os golpistas pra correr, o voto útil é inútil. Nesse caso o melhor mesmo é votar para fortalecer candidaturas que representem uma mudança clara de rumos. Só isso pode deter a escalada de pragmatismo que, no segundo turno, costuma contaminar a esquerda brasileira.
Fonte: www.psol50.org.br
Adaptado pelo CPC/RN, em 04/10/2018.

[PAPO RETO] Ser jovem em tempos de crise e golpes: ousadia, luta e sonhos

Nossa geração passa por um momento histórico que demora para acontecer. Momentos como este ocorrem de tempos em tempos e dizem respeito a mudanças profundas na sociedade. Por acaso, esse momento se passa enquanto nós somos jovens sujeitas e sujeitos da nossa história. Somos jovens que sonhamos com um futuro e com um Brasil diferente. Lutamos e construímos a cada dia o mundo novo que queremos viver. E como sabemos, a juventude sempre foi, historicamente, a ponta de lança dos processos revolucionários e de enfrentamento aos inimigos do povo. Agora não está sendo diferente.
Compreendemos que a nova República brasileira sofreu três grandes crises e que agora estamos vivendo a quarta grande crise estrutural. A primeira delas, nos anos 30, estabeleceu a república como a conhecemos hoje e levou à presidência, por meio de um golpe, Getúlio Vargas.  A segunda crise, mais de vinte anos mais tarde, já foi impulsionada pela “criminalização da corrupção” e tem como resultado a morte de Vargas em 1954, que propicia condições para o adiamento do golpe militar, este que veio a ser dado 10 anos mais tarde. A terceira crise engloba o período em que a ditadura militar começa a se tornar escancarada para as massas e, assim, começa a perder força em meados dos anos 70 e 80. Gritos de liberdade, democracia e Diretas Já são entoados em todo o Brasil. Neste momento, o nascimento de organizações como o MST, a CUT e o PT são essenciais para o fortalecimento da luta do povo e, principalmente o PT, consegue aglutinar em torno de si e ser, para além disso, a síntese da organização popular neste período.
Porém, agora vivemos o que entendemos como a quarta grande crise republicana brasileira. Esta, parte também da crise internacional do capital, iniciada em 2008, que os governos Lula e Dilma, os quais compreendemos como neodesenvolvimentistas, conseguiram adiar tais efeitos na vida do povo. Porém, sabemos que tem-se um aprofundamento da crise econômica, principalmente por conta da diminuição das taxas de lucro do empresariado, que estavam caindo desde 2010, sem retomadas. Eles queriam seus lucros e nós, povo brasileiro queríamos nossos direitos. Mesmo com sinalizações favoráveis ao aumento da taxa de lucro dos empresários, vindos do Governo Dilma, como por exemplo na nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda em 2015, este setor não aceitou mais o acordo neodesenvolvimentista e rompeu com esta aliança, apoiando o golpe contra Dilma, em 2016.
Compreendemos que houve uma somatória de questões, as quais nos trazem à atual conjuntura. Como por exemplo, a ausência de um projeto nacional que tenha o povo e a soberania como centro, evidenciado principalmente no leilão do campo de Libra, do Pré-Sal, em 2013. Para além disso, a não-centralidade em relação a organização popular, podendo esta ter sido vinculada aos programas sociais dos governos neodesenvolvimentistas, aumentando assim o nível de consciência do povo e acirrando a luta de classes. Temos também um elemento forte que é o crescimento da ofensiva política e cultural do conservadorismo, do fascismo e da intolerância, o que coloca em risco completamente todos os avanços e direitos conquistados através da nossa história. Somados a esses elementos, as sinalizações não favoráveis do governo Dilma às organizações populares, de esquerda e progressistas, principalmente no pós-eleição de 2014, nos forçou uma postura que chamamos “apoio-crítico”, pois em uma conjuntura delicada, criticar simplesmente seria jogar água no moinho da direita e fortalece-la, ao passo que simplesmente apoiar o governo não nos era coerente, por conta dessas sinalizações favoráveis à manutenção do acordo neodesenvolvimentista com setores empresariais.
Apesar de tudo isso, hoje vivemos tempos de resistência. A esquerda comprometida com a democracia não foi vacilante em dizer que era um golpe e exigir o Fora Temer. Grandes mobilizações em 2016, a Greve Geral de abril de 2017 e agora no último mês as mobilizações em torno da defesa de Lula e da democracia, nos mostram que mesmo em períodos espaçados, a resistência cresce. Mas cresce em resposta às derrotas que o judiciário, a grande mídia, o congresso e Temer nos impõem, como a aprovação do impeachment, das reformas e a condenação de Lula no último dia 24 de janeiro.
Analisando toda essa conjuntura, apontamos que as manifestações que virão, tem um grande potencial de proletarização, mas isso só acontecerá se nós tivermos a capacidade de dialogar com o povo, mas principalmente com a juventude da classe trabalhadora em todos os locais em que ela se encontra.
Sendo assim, para o primeiro semestre de 2018, a Frente Brasil Popular está dialogando e construindo amplamente a meta-síntese que está sendo o Congresso do Povo. Essa ideia tende a ganhar força nos próximos meses, enquanto um processo de construção, para que possamos realiza-lo na metade do ano, contando com a participação do povo brasileiro que não necessariamente se mobilizou e foi às ruas depois das últimas derrotas impostas pelo governo golpista. Temos o desafio de fazer do Congresso do Povo um espaço de politização do processo eleitoral que irá acontecer em outubro de 2018, assim como de formular um Projeto Nacional que tenha bases e caráter popular e de soberania, que até então estamos chamando de Projeto Brasil. Porém, devemos entender o Congresso do Povo como processo e não somente como evento a ser realizado. Com isso, a construção da nossa meta-síntese vai se dar no cotidiano, do diálogo com o povo e com a juventude, nas periferias, nas escolas, nas universidades, no campo e na cidade. Temos que jogar toda a nossa ousadia, alegria, criatividade e agitação e propaganda para este processo, pois temos condições reais de atingir muitas pessoas e colocar para todas e todos a necessidade e a viabilidade da organização popular como saída para a crise que estamos vivendo.
Nossa tarefa é fomentar a resistência democrática.
Neste ano viveremos um processo eleitoral que será diferente de qualquer outra eleição que nós jovens pudemos vivenciar. Será uma eleição onde a luta de classes estará explícita e o povo deve ser chamado a se posicionar sobre o nosso futuro. Esse processo eleitoral é a oportunidade que nós, setores democráticos e populares, temos para barrar o golpe, mas também é a chance que o golpismo tem para se legitimar e seguir desmontando nossos direitos e nossas vidas. Por isso existe a necessidade real de conseguirmos politizar essas eleições, dialogando com o povo, defendendo a democracia e denunciando a perseguição política sem provas feita ao Presidente Lula. Devemos estar atentas e atentos às ameaças de prisão feitas a ele pelo judiciário e pela grande mídia, pois defender Lula é defender a democracia.
Neste momento, não devemos abrir mão da histórica ousadia da juventude, mas temos que ter olhos bem atentos com a nossa segurança nessa conjuntura e saber combinar essas ações com a criação e formação de força social, de povo organizado que esteja ao nosso lado, pois bem sabemos que ações ousadas construídas isoladamente e sem apoio popular, tendem a propiciar a criminalização dos movimentos sociais frente ao povo, principalmente pelos setores da mídia golpista e pelo judiciário.  Devemos intensificar as lutas e mobilizações de rua em torno da defesa dos nossos direitos, pois como bem vimos, a derrota que impomos a eles com a necessidade de adiamento da Reforma da Previdência na última semana, foi também fruto de muita luta, organização popular e desgaste do governo golpista de Michel Temer, que não contabilizou votos suficientes para esse desmonte. Portanto lembramos de que só a luta muda a vida. Só a organização popular tem condições reais e concretas de ganhos para a classe trabalhadora e que nesse momento de retirada de direitos, esse é o caminho da nossa vitória.
Temos que olhar para nossa história e aprender com ela. Ver o que de bom podemos reutilizar, sabendo em que momento aplicar, assim como a iniciativa da UNE-Volante, que, neste primeiro semestre se propõe a rodar universidades públicas de norte a sul, defendendo a educação e dialogando com a sociedade sobre o que está acontecendo no Brasil. Não estamos inventando a roda. A UNE-Volante foi uma iniciativa da União Nacional dos Estudantes que, junto com os Centros Populares de Cultura, no início dos anos 60, quando também vivia-se um momento crucial, rodou o país se propondo ao diálogo e a construção de um Brasil mais soberano.
Portanto, sabendo que o momento não é fácil e tendo noção da importância do nosso papel, por sermos juventude nestes tempos, temos condições de organizar muitas e muitos jovens de norte a sul do país, principalmente em torno do Congresso do Povo. Sabemos que as quebras impostas à luta de massas e à resistência democrática se dão com duros golpes, mas não podemos baixar a cabeça. É tempo de luta de classes, é tempo de ofensiva. E se temos a certeza que é tempo de golpes, temos a certeza também de que é tempo de resistência, de organização, de formação e de luta. É tempo de criatividade, de arte como luta, é tempo de defender a democracia e o nosso futuro.
Mariana Lemos – Diretora de Universidades Particulares da UNE e militante do Levante Popular da Juventude

Soneto à UJS #34anos

Soneto à UJS
Que é essa brasa que incendeia
Petizes corações adolescentes
E fornece ao grito a voz potente
De quem já nesta hora cambaleia?

Qual é essa promessa de mudança
A empunhar cerradas estas mãos?
Qual é a bandeira da esperança
A nos fazer lutar por este chão?

Do povo ela é a força que mais cresce
É o eco a estremecer o vil capitalista
Da liberdade, este botão que já floresce

Vanguarda da luta emancipacionista
É a menina dos olhos do Brasil
A União da Juventude Socialista

Por Débora Nunes

ASTRÔNOMOS POTIGUARES CRIARAM MÉTODO PARA ENCONTRAR NOVOS PLANETAS E A NASA VAI USÁ-LO

Nave da Wfirst (NASA) que, vai usar a técnica criada por pesquisadores da UFRN para procurar novos habitados – Foto: Reprodução/NASA
Atualmente os métodos usados para encontrar novos planetas no Universo só detectam planetas muito maiores que a Terra, e que estão muito perto do sol, e isso reduz drasticamente a possibilidade de encontrarmos vida.
Mas astrônomos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criaram uma técnica pela qual fica mais fácil e mais rápida a identificação de planetas como o nosso fora do Sistema Solar, e mais: com maiores possibilidades de haver vida.
Esse novo método faz parte da tese de doutorado de Leandro Almeida, pesquisador potiguar que se baseou na teoria da Relatividade Geral, do físico alemão Albert Einstein. Ele será aplicado aos dados do satélite “Wfirst da NASA, que é a próxima missão espacial planejada para a busca por exoplanetas com micro-lentes.
Leandro, com ajuda de seu orientador descobriram que é possível identificar pequenos planetas através da observação do movimento das estrelas pelo telescópio. Eles observaram que o brilho de uma estrela aumenta quando outra se aproxima da linha de visão e diminui à medida em que elas se afastam.
A queda da luminosidade nem sempre é uniforme o que para os pesquisadores significa indicação da presença de planetas em órbita. Isso tudo só é possível observar com lentes especiais.
“O objetivo da astronomia é achar vida fora da Terra em outros planetas. As técnicas que existem tentam descobrir isso. Só que micro-lentes gravitacionais são mais sensíveis para esse tipo de detecção. A gente está justamente entrando nessa caçada agora, com o nosso método proposto”, explicou Leandro Almeida ao G1/RN.
O método vai ser pela NASA mas ainda sem data definida para o lançamento. Isso já representa um grande passo para pesquisadores brasileiros na Astronomia mundial.
Reportagem de Michelle Rincon, Inter TV Cabugi e G1/RN
C/ curiozzzo.com

Povos Aruá, Suruí e Tupari recebem prêmio por cultivo familiar de café especial em Rondônia

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Agricultores familiares das etnias Aruá, Suruí e Tupari ficaram entre os melhores produtores de cafés finos em Rondônia. Valdir Aruá e Luan Suruí conquistaram, respectivamente, o 2º e 8° lugares no Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia - Concafé. Outro destaque foi o jovem Vagner Tupari, de 18 anos, cuja nota de avaliação (acima de 80) o classificou entre os 20 melhores cafés especiais da competição.

Produtor familiar de Alta Floresta d'Oeste/RO, Valdir Aruá disse que a família planta café há seis anos, com o incentivo de não-índios e demais parceiros. "Eu estou muito feliz e orgulhoso por ser o primeiro indígena, daqui de Rondônia, a estar entre os ganhadores deste concurso", agradeceu Valdir Aruá durante a cerimônia da premiação realizada na cidade de Cacoal (RO), no dia 21 de setembro. Cerca de 132 cafeicultores de 24 municípios rondonienses participaram do concurso realizado pela Emater-RO em parceria com a prefeitura de Alta Floresta d'Oeste.

Parceiros

A Fundação Nacional do Índio presta apoio ao Povo Suruí por meio de duas Coordenações Técnicas Locais: CTL Cacoal I (em Rondônia) e CTL Rondolândia (em Mato Grosso). Já a assistência ao Povo Tupari é feita pela CTL Alta Floresta I, também no estado de Rondônia. A Embrapa desenvolve um projeto de cultivo de café com os povos Tupari e Aruá na Terra Indígena Rio Branco. Com o apoio da Emater-RO, a etnia Suruí também visa a produção dos cafés de qualidade.

Cafeicultura indígena

Em publicação da Embrapa Rondônia, o pesquisador Enrique Alves diz que a cafeicultura familiar nas aldeias enfatiza a sustentabilidade. "A produção de cafés especiais renovou nesses indígenas a preocupação com o meio ambiente e reforçou a vontade de ser sustentável e orgânico, preservando e interagindo com a floresta. Inclusive, desistiram da praticidade dos herbicidas em prol da capina mecânica e já pensam em proteger o solo com adubação verde nas entrelinhas", salienta.

Conforme explica Alves, a agricultura sustentável pode alcançar o equilíbrio entre geração de renda, melhoria de vida nas aldeias e preservação da floresta. Isto porque o cultivo do café "se adapta tanto a cultivos a pleno sol quanto arborizado e possui alta rentabilidade por área, resultando em menor dependência de grandes lavouras para proporcionar a viabilidade do módulo produtivo".

Com uma abordagem contextualizada, Alves ressalta que os índios não vivem apenas da caça e coleta de alimentos. Por séculos, eles também aprenderam como conservar sementes e frutos. "Possuem, em sua tradição, o cuidado e o amor à terra e ao meio ambiente. Têm uma forma simples de agricultura e são extremamente seletivos no momento da colheita. E são essas as características principais que fazem dos indígenas potenciais produtores de cafés finos", afirma.

Assessoria de Comunicação Social - Funai
com informações das CTL's Cacoal I e Alta Floresta I