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domingo, 24 de maio de 2020

Heleno ameaça STF após decisão de apreender celulares de Bolsonaro e sinaliza golpe

General Augusto Heleno
General Augusto Heleno (Foto: Marcos Corrêa/PR)

247 - O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, ameaçou diretamente o Supremo Tribunal Federal e criticou o pedido de apreensão dos celulares de Jair Bolsonaro e de seu filho, Carlos Bolsonaro, após decisão tomada pelo ministro Celso de Mello à PGR (Procuradoria-Geral da República) para avaliação.

Heleno disse que o pedido é "inconcebível e, até certo ponto, inacreditável" em nota enviada à imprensa. O ministro considerou que a medida "seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência de outro poder na privacidade do presidente da República e na segurança institucional do país".
A nota do ministro Heleno ainda enviou um "alerta" de que a apreensão dos celulares "poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional". Saiba mais:
247 - O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, decidiu partir para cima do clã  Bolsonaro e pediu o depoimento do presidente, assim como a busca e apreensão do celular dele e de seu filho, Carlos Bolsonaro, para perícia. Em despachos enviados nesta quinta-feira (21) à PGR, o ministro ressaltou ser dever jurídico do Estado promover a apuração da "autoria e da materialidade dos fatos delituosos narrados por ‘qualquer pessoa do povo’”.
“A indisponibilidade da pretensão investigatória do Estado impede, pois, que os órgãos públicos competentes ignorem aquilo que se aponta na ´notitia criminis´, motivo pelo qual se torna imprescindível a apuração dos fatos delatados, quaisquer que possam ser as pessoas alegadamente envolvidas, ainda que se trate de alguém investido de autoridade na hierarquia da República, independentemente do Poder (Legislativo, Executivo ou Judiciário) a que tal agente se ache vinculado”, escreveu o ministro do STF.
Fonte: BRASIL 247

Encontro de artistas pela Amazônia reúne Wagner Moura, Jane Fonda e Morgan Freeman

Morgan Freeman

O evento ocorre no próximo dia 28, a partir das 21 horas (no horário de Brasília) e se chama “Artists United for Amazonia: Protecting the Protectors”. A música do evento ficará por conta de artistas como Herbie Hancock, Kali Uchis, Ivan Lins e Luciana Souza
247 - Encontro de artistas e celebridades em defesa da Amazônia irá reunir Wagner Moura, Sônia Guajajara, Oona Chaplin (Game of Thrones), Jane Fonda, Morgan Freeman, Alfre Woodard, Matthew Modine e Q'orianka Kilcher. O evento ocorre no próximo dia 28, a partir das 21 horas (no horário de Brasília) e se chama “Artists United for Amazonia: Protecting the Protectors” (Artistas Unidos pela Amazônia: Protegendo os Protetores).

A transmissão será feita pelo site e pelo Facebook da campanha e vai arrecadar doações para o Fundo de Emergência da Amazônia para iniciativas que procuram ajudar os moradores da região durante a pandemia do novo coronavírus.
A música do evento ficará por conta de artistas como Herbie Hancock, Kali Uchis, Ivan Lins e Luciana Souza.
Fonte: BRASIL 247

Em São Paulo – MUSEU DA DIVERSIDADE SEXUAL INAUGURA EXPOSIÇÃO DIGITAL QUEERENTENA COM 60 OBRAS

A primeira exposição digital idealizada pelo Museu da Diversidade Sexual – MDS, instituição vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, ficará disponível para acesso público a partir do dia 25 de maio no site do Museu (mds.org.br) e na plataforma #CulturaEmCasa (www.culturaemcasa.com.br). A data também comemora o aniversário de oito anos do MDS, primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à temática LGTBI+.
Lançada no dia 20 de abril pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, a plataforma de streaming e vídeo por demanda #CulturaEmCasa reúne o que há de melhor na programação cultural produzida por artistas e profissionais do setor. A ferramenta disponibiliza gratuitamente conteúdos inéditos das instituições de cultura do Estado de São Paulo e os conteúdos podem ser assistidos gratuitamente por televisão, computador, tablets e celulares. Em breve, serão lançados aplicativos para cada meio.
“Nosso objetivo é que o conteúdo cultural disponibilizado na plataforma seja amplo e diverso. É difusão cultural para todos e acesso 100% gratuito. E o Museu da Diversidade Sexual contribui com essa iniciativa de forma criativa e emblemática”, afirma Danielle Nigromonte, diretora-geral da Amigos da Arte, Organização Social que gere a instituição.
Museu da Diversidade Sexual abriu chamada pública para participação de artistas e, das 358 inscrições recebidas, vindas de todas regiões brasileiras e também de países como Portugal e Alemanha, foram selecionados 31 artistas e um coletivo, totalizando 60 obras.
A mostra foi criada com o objetivo de visibilizar os modos que artistas LGBTI+ estão encontrando para criar e discutir o momento de isolamento social que estamos vivendo devido à pandemia de Covid-19. A curadoria da Mostra, composta por profissionais reconhecidos e atuantes na causa LGBTI+, narra que um ponto em comum entre a maior parte dos trabalhos recebidos é a discussão sobre como a sociedade de modo geral está passando por experiências que já são vivenciadas cotidianamente por pessoas LGBTI+, como a solidão, insegurança, ansiedade e isolamento.
As discussões também podem se associar de alguma forma à luta LGBTI+ contra a epidemia de HIV/AIDS iniciada nos anos 1980, quando não havia estudos suficientes e pouco se sabia sobre suas características, o modo de contaminação e os avanços possíveis da ciência na contenção do vírus. Outros trabalhos metaforizam a imagem das máscaras, que se antes podiam ser vistas como algo que serve para esconder, hoje são símbolos de segurança e proteção.
Todos os trabalhos foram criados no período da pandemia e reúnem linguagens artísticas diversas, como fotografia, colagem digital, ilustração (desenho e arte digital), pintura em aquarela e guache, escultura, fotoperformance, pintura, combinação de desenhos manuais com digitais, videoperformance, videodança, técnicas mistas de desenho e fotografia, gravação em áudio, pintura em fotografia, giz oleoso e desenho. Os trabalhos são de artistas de São Paulo (capital e interior), Curitiba (PR), Londrina (PR), Rio de Janeiro (capital), Brasília (DF), João Neiva (ES), Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA).
“Nesse cenário de pandemia, o MDS se torna uma ferramenta importante para conectar e estimular a criatividade da comunidade, assim como ampliar a divulgação da produção artística LGBTI+ para o mundo.” diz Franco Reinaudo, diretor do Museu da Diversidade Sexual.
Artistas contemplados (em ordem alfabética):
  • Akira Umeda
  • Alan Piter Moraes Rios
  • Andrés Carmo
  • Caju
  • Carolina Lobo e Catarina Vaz
  • Cheo Gonzáles
  • Chica Vamo
  • Chico Monteiro
  • Coletivo “Haus of X”
  • Eduardo Mauer
  • Emily Lumbreras
  • Erick França
  • Fernanda Degolin e Jessica Crusco de Queiroz
  • Gabriel Darcin
  • Gabriel Tantacoisa
  • Joice Mendes
  • Julia Aiz
  • Keila Orona
  • Leíner Hoki
  • lualeo
  • Marcelo Prudente e Pedro Orlando
  • Maysa Sigoli
  • Rick Rodrigues
  • Rodrigo Kupfer
  • Sabrina Savani
  • Stephanie Gaddi Pollo
  • Tata Barreto
  • Vantees
  • Vinicius Monção
Sobre o Museu da Diversidade Sexual
Primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à temática, o Museu da Diversidade Sexual foi criado em maio de 2012 e é uma instituição vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Sua missão é preservar o patrimônio sócio, político e cultural da comunidade LGBTI+ brasileira através da coleta, organização e disponibilização pública de referenciais materiais e imateriais. As atividades culturais, educativas e expositivas do MDS têm foco nas orientações, identidades e expressões de gênero dissidentes.
Sobre a Amigxs da Arte
A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão do Museu da Diversidade Sexual (MDS), trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos como o Teatro Sérgio Cardoso e o Teatro Estadual de Araras. Saiba mais em: www.amigosdaarte.org.br.
Museu da Diversidade Sexual (MDS)
Estação República do Metrô, n° 24. R. do Arouche – República. São Paulo (SP).
O museu está localizado dentro da Estação República do Metrô, atrás da bilheteria. Piso Mezanino, loja 518.
Fonte: Portal BRASIL CULTURA

Cacá Diegues: Governo Bolsonaro é mais horrível que a ditadura militar

Cacá Diegues
Um mundo mais leve, menos sufocante e apressado, em que a natureza é vista como parceira da vida no planeta – e não como uma inimiga que devemos conquistar. A redescoberta mundial da solidão e da solidariedade durante a quarentena é o que leva Cacá Diegues a vislumbrar novos tempos pós-pandemia.
“Passada a crise letal da Covid-19, não seremos mais os mesmos. Teremos de reaprender a conviver e ajudar a construir a nova civilização que virá depois da peste”, diz o cineasta, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “O cinema também nunca mais será o mesmo – e tenho de agir para que siga uma direção mais justa, mais bela, humana e fraternal.”
Em isolamento social em sua casa, no Rio, Cacá completou 80 anos na terça-feira (dia 19), ao lado da mulher, Renata. Uma mostra de filmes, no Canal Brasil, celebra a data exibindo, às terças, títulos como Orfeu (1999), Deus É Brasileiro (2003), Chuvas de Verão (1978) e O Grande Circo Místico (2018), seu trabalho mais recente.
Nascido em Maceió, Cacá Diegues foi para o Rio aos 6 anos, quando o pai, o antropólogo Manuel Diegues Júnior (1912- 1991), assumiu a chefia de Difusão Cultural da Secretaria Geral do IBGE. Voraz consumidor de livros, filmes, jornais e da vasta produção artística contemporânea, ele evita a nostalgia e as perguntas sobre suas principais realizações – um dos criadores do Cinema Novo, principal movimento cinematográfico brasileiro, diretor de 18 longas e eleito imortal da Academia Brasileira de Letras.
Focalizando o presente, o cineasta projeta que “dias melhores virão”, reafirmando o título de seu célebre filme de 1989, estrelado por Marília Pêra (1943-2015) e Paulo José. Mas também revela um desconsolo sem precedentes: “Nunca vivi um período político no Brasil tão insuportável. Nem mesmo durante a ditadura militar, que durou 21 anos, foi tão terrível”.
Cacá considera “um erro grave” que a ciência e a cultura tenham sido feitas de inimigas pelo governo Jair Bolsonaro. Enquanto os cientistas apontam quem somos e o que existe à nossa volta, os artistas revelam “quem gostaríamos de ser”, diz ele. “Nada aconteceu de bom neste governo em relação à cultura. Não só não houve interesse em colaborar com o setor como também está sendo destruído o que havia. Um desastre.”
Ao mesmo tempo, o cineasta afirma que “o mais triste é que, paradoxalmente, o cinema brasileiro passa por uma fase brilhante de inteligência e criatividade, a mais rica, artística e comercialmente falando, da história do nosso cinema moderno”. Cita filmes como BacurauA Vida InvisívelMiragemDe Pernas pro Ar e Minha Mãe É uma Peça, além da diversidade de cinematografias das novas gerações que surgem em diferentes estados.
Há cerca de um ano, o presidente Jair Bolsonaro teceu críticas diretas à atuação da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e chegou a afirmar que buscaria a sua extinção, sob a seguinte justificativa: “Não tem nada a ver que o poder público tenha que se meter em fazer filme”, declarou. Até 2018, a atividade florescia graças a investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual, que aportou R$ 870 milhões só naquele ano.
Atualmente, existe mais de R$ 1 bilhão em recursos represados do fundo, que é alimentado por imposto recolhido do próprio setor. “Como a Ancine tem acesso a muitos recursos e nada acontece, às vezes imagino que tudo isso é um satânico projeto do governo para acabar com o cinema brasileiro por inércia”, diz Cacá Diegues.
A seu ver, “o mais grave não é o que ele diz que pensa. O mais grave é que Bolsonaro é um farsante, incompetente, despreparado, desequilibrado, incapaz e, sobretudo, um homem mau. O Brasil está sendo governado por uma negativa do que deveria ser o ser humano.”
Ainda durante o período eleitoral, foram veiculadas campanhas nas redes criticando a classe artística e a Lei Rouanet, que aporta cerca de R$ 1 bilhão por ano no setor. Assim, foi reativada a antiga ideia de que o segmento cultural sobrevive de favores do Estado, incapaz de alcançar a autossustentabilidade.
Alguns estudos apontam, porém, que o setor representa expressivos 2,6% do PIB do País. “Tem sempre alguém dizendo que ‘mamamos nas tetas do Estado’”, afirma o cineasta. “É triste e injusto, mas já estou de saco cheio de há mais de 50 anos refutar a mesma coisa, e a imagem do cinema continua a mesma.”
Decepcionado, ele prefere concentrar esforços em seu primeiro filme desde a morte da filha Flora, vítima de câncer, em 2019, ano em que não teve forças para retornar ao set. Em Deus Ainda É Brasileiro, Antônio Fagundes volta a viver o papel-título, desta vez para questionar: “Vinte anos atrás vocês estavam alegres e pentacampeões mundiais, e agora está todo mundo triste, desempregado, sem dinheiro e ainda perderam de 7 a 1 da Alemanha?”.
Em seu mundo ideal, “as pessoas riem muito, sem parar”, conta. O que talvez explique não apenas o desejo de rodar uma comédia num momento tão delicado, mas também em retomar ideais e utopias lá do começo da trajetória, nos anos 1960. “O Cinema Novo pensou em mudar o cinema, o Brasil e o mundo. Os filmes do Glauber [Rocha, 1939-1981] foram feitos para mudar o mundo e conseguiram. O que não podemos ter é a pretensão de que o mundo irá sempre para onde a arte quiser”, diz.
Cacá conclui: “É isso que a arte pode fazer: modificar o modo como vemos o ser humano e o mundo. Quer papel mais generoso do que esse? Eu, particularmente, vivo até hoje desses sonhos”.
Com informações do Valor Econômico
Fonte: Portal BRASIL CULUTRA

No Dia da Diversidade Cultural, secretaria é extinta pelo governo Bolsonaro

Um dia após a saída da atriz Regina Duarte do comando da Secretaria Especial da Cultura, o Ministério do Turismo fez uma mudança significativa na estrutura da pasta e extinguiu a Secretaria da Diversidade Cultural. Coincidentemente, a modificação ocorre exatamente no Dia Mundial da Diversidade Cultural, celebrado nesta quinta-feira (21/05).
Segundo a pasta, o objetivo é criar uma estrutura “eficaz e eficiente”, garantindo a continuidade das ações em andamento e a implementação das iniciativas previstas para curto, médio e longo prazos.
A Secretaria da Diversidade Cultura centralizou uma das crises entre o governo e Regina Duarte. Maria do Carmo Brant de Carvalho foi nomeada secretária de Diversidade Cultural pela atriz em 9 de março. A nomeação foi suspensa no mesmo dia pelo Palácio do Planalto.
Fonte: Portal BRASIL CULTURA

Afinal, por que os comunistas se tratam como “camaradas”?

Com a 2ª Revolução Francesa e as demais revoluções europeias, em 1848, “camarada” se tornou parte de um discurso afetuoso entre pessoas que compartilham as mesmas ideias socialistas e, mais importante ainda, lutavam por elas
A Revolução de 1917, liderada por Vladimir Lênin, derrubou não apenas a dinastia imperial dos Romanov, que dominava a Rússia havia mais de 300 anos. Com os bolcheviques no poder, caíram também as formas de tratamento de respeito usadas sob o regime czarista.
Até então, homens e mulheres pertencentes à nobreza, funcionários públicos e oficiais militares, comerciantes respeitáveis e padres – cada um deles tinha pronomes próprios de tratamento, similares ao “senhor” e ao “vosso” do português. Já as pessoas simples do povo, fossem cidadãos urbanos ou camponeses, não tinham uma forma de tratamento determinada – o que servia para aprofundar ainda mais as desigualdades da sociedade.
Em certa medida, o que viria a ocorrer na Rússia – a ideia de adaptar os pronomes de tratamento de acordo com a nova configuração social e política – já acontecera na França mais de um século antes. Após a nobreza ser abolida com a Revolução de 1789, os franceses inventaram uma nova forma de tratamento para pessoas livres: “cidadão”. Até mesmo o antigo rei da França passou a ser chamado de “Cidadão Luís Capeto”.
No século 19, com o advento do socialismo científico na Alemanha – terra de Karl Marx e Friedrich Engels –, os primeiros socialistas adotaram a palavra “kamrade” como sua forma de tratamento. A razão para a escolha não é clara. Em latim, o termo “camarada” significa, literalmente, “companheiro de cômodo”. Segundo alguns estudos de linguística, a palavra era usada para designar, provavelmente, pessoas que compartilhavam um mesmo alojamento durante os estudos.
Com a 2ª Revolução Francesa e as demais revoluções europeias, em 1848, “camarada” se tornou parte de um discurso afetuoso entre pessoas que compartilham as mesmas ideias socialistas e, mais importante ainda, lutavam por elas. Mas os russos não diziam “camarada” – e, sim, sua própria versão: “továrisch”.
Irmãos no comércio
Em russo, “továrisch” significava, inicialmente, não “companheiro” – mas “irmão no comércio”. A palavra vem da raiz “továr”, que significa “mercadoria”. Továrisch era um parceiro em atividades comerciais – aquele com quem uma pessoa comercializava. Assim, a palavra tinha uma conotação óbvia voltada aos negócios.
Entre os cossacos, um membro legítimo da comunidade era chamado de továrisch. O termo também foi usado no serviço público: de 1802 a 1917, existiu o cargo de “továrisch do ministro” – tecnicamente, ele era o vice-ministro. Depois da Revolução Russa, os bolcheviques adotaram rapidamente a palavra továrisch como modo universal de tratamento, usada para seus correligionários e os comunistas em geral.
Assim como o rei Luís 16 (chamado de “Cidadão Luís Capeto” depois da Revolução Francesa), o czar Nikolai Romanov passou a ser tratado por “cidadão” – e não por “továrisch” –, porque ele não poderia nunca ser um deles. Por sinal, dizer “você não é um továrisch para nós” era um insulto grave entre os bolcheviques.
Továrisch ou cidadão?
Em procedimentos oficiais, como julgamentos ou em corte marcial (que, aliás, era chamada de “julgamento továrisch” em russo), passou-se a usar o termo “grajdanín” (cidadão). Ora, um cidadão não é necessariamente um továrisch.
A forma feminina, porém, não se aplicava: “tovarka” foi utilizada por um breve período e logo ficou obsoleta. As mulheres eram tratadas da mesma maneira que os homens. No entanto, seus sobrenomes ainda tinham terminações femininas, por exemplo, “továrisch Ivânova” (a forma masculina seria “továrisch Ivánov”).
Entre os militares soviéticos (e, mais tarde, russos, ucranianos e bielorrussos), a palavra “tovarisch” se tornou a principal forma de tratamento. Os superiores se dirigiam aos subordinados usando sua posição e sobrenome, ou továrisch e sua posição: “Capitão Petróv” ou “tovarisch Capitão”. Os subordinados se dirigiam aos superiores usando apenas továrisch e sua posição: “tovarisch Primeiro-Tenente”, “tovarisch Coronel”.
Na tradição soviética, os líderes comunistas sempre foram chamados por “továrisch”: továrisch Stálin, továrisch Brêjnev, etc. Com o fim da União Soviética, os socialistas deixaram o poder, e o Partido Comunista da Federação Russa sucedeu o Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Mas a forma de tratamento erguida pelos revolucionários bolcheviques se consolidou como uma das longevas tradições do campo comunista mundo afora.
Com informações do Russia Beyond.
Fonte: Portal BRASIL CULTURA