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A verdadeira história de Marighella
Era filho de um imigrante italiano chamado Augusto Marighella, operário metalúrgico, mecânico e ex-motorista de caminhão de lixo que chegara a São Paulo e se transladara à Bahia. Sua mãe era a baiana e ex-empregada doméstica Maria Rita do Nascimento, negra e filha livre de escravos africanos trazidos do Sudão (negros hauçás).
Foi preso pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães. Libertado, prosseguiria no ativismo político, interrompendo os estudos universitários no terceiro ano, em 1934, quando deslocou-se para o Rio.
Em 1º de maio de 1936, foi preso por subversão e torturado pela polícia subordinada a Filinto Müller.

Ao sair da prisão entrou para a clandestinidade, sendo recapturado em 1939 e novamente torturado, permanecendo na prisão até 1945, quando foi beneficiado com a anistia do processo de redemocratização do país.
Elegeu-se deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1946. Conheceu a China de Mao nos anos 50.
Em maio, após o golpe militar, foi baleado e preso por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) dentro de um cinema, no Rio de Janeiro.

Libertado em 1965
por decisão judicial, no ano seguinte optou pela luta armada contra a ditadura,
escrevendo o livro A Crise Brasileira. No mês de dezembro de 1966, renunciou à
Comissão Executiva Nacional do PCB. Em agosto de 1967, participou da I
Conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS), realizada
em Havana, Cuba, a despeito da orientação contrária do PCB.
Aproveitando a
estada em Havana, redigiu Algumas Questões Sobre a Guerrilha no Brasil,
dedicado à memória do guerrilheiro Che Guevara e tornado público pelo Jornal do
Brasil em 5 de setembro de 1968.
Foi expulso do partido em 1967 e em fevereiro de 1968 fundou o grupo armado Ação Libertadora Nacional (ALN), que no ano seguinte participaria do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em uma ação conjunta com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).
Com o endurecimento da militar, os órgãos de repressão o elegeram como inimigo “número um”.
Na noite de 4 de novembro de 1969, delatado por
freis dominicanos que o ajudavam e que foram torturados, Marighella foi
surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, em São Paulo.
Foi morto com
pelo menos cinco tiros por agentes do Dops. Um deles à queima roupa. Ele não
estava armado na ocasião, diferente do que disse a ditadura militar na época.
Estava com cápsulas de cianureto, um veneno, para não sofrer as torturas.
A ação foi coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, figura conhecida da tortura da ditadura. Nos cinemas, em filme dirigido por Wagner Moura (com poucas adaptações comparado com a biografia), Marighella é interpretado pelo ator e músico Seu Jorge.
