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sábado, 4 de novembro de 2017

Saúde - Alimentação - "A necessidade da educação alimentar é uma realidade"

Claudia Cezar
"Esclarecer as crianças é melhor do que impor normas", diz Claudia Cezar - Wanezza Soares
Para a doutora Claudia Cezar, a obesidade combate-se com conhecimento, não com tabus.
Não deixa de ser surpreendente observar que uma especialista em nutrição abra seu livro com esta epígrafe: “Comer não é só fonte de prazer, mas também se configura como um dos últimos redutos da sensação de liberdade”. Não contem, portanto, com Claudia Cezar para o papel de “ditadora da dieta” (palavras dela).
Ex-professora da Universidade de São Paulo, onde o tema da obesidade já se tornara seu principal interesse, a doutora Claudia desviou-se da cátedra para o mundo das pesquisas científicas. Coordenou mais de 50 estudos na área e compartilha as descobertas daí advindas com cerca de 100 mil pessoas obesas – de crianças a idosos – pesquisadas por ela e seu time. Doutora em Nutrição Humana, Fisiologia do Exercício, especialista em Medicina Psicossomática e autora de Comer, Tratar, Curtir, Claudia Cezar dirige hoje o Instituto Perfil Esportivo de Pesquisa, Ensino e Consultoria em Obesidade Humana (Ipepcoh), de São Paulo.
CartaCapital: O título do seu livro é Comer, Tratar, Curtir. Existe de fato a possibilidade de que dietas alimentares não sejam de um rigor bem desagradável?
Claudia Cezar: Hoje é fácil observar que proibir alimentos ou apenas restringir-se deles não é se tratar da obesidade porque essa ditadura dietética não diminuiu seu crescimento mundial. A trama dos personagens esclarece pesquisas científicas usando cenas reais do consultório para evidenciar que “comer a mais” não é a causa da obesidade, mas uma consequência dessa doença inflamatória, degenerativa e multicausal. 
Como cada caso é único, durante o tratamento a pessoa entende quais são as causas do aumento da sua gordura corporal para solucioná-las sem acrescentar mais sofrimento. Alimentar-se de forma agradável torna possível colocar a mudança do tratamento onde ela é necessária, no comportamento alimentar e não no alimento, pois sofrer é desnecessário.
CC: Seu foco são, basicamente, as crianças. Estamos diante do perigo de que elas venham a ser obesas e ao mesmo tempo mal alimentadas?
Claudia: O foco é alcançar a criança interior, ricamente tratada no documentário brasileiro Tarja Branca, pois psicanalistas como Sigmund Freud e Donald Winnicott entendem a obesidade mais relacionada à fase da oralidade. E faz sentido se, desde a infância, as exigências da vida adulta nos fizerem aprisionar essa porção divertida sem questionamento nem reflexão.
Mais de 60% das crianças no mundo já estão obesas e os educadores que fazem a pesquisa Avaliação do Estado Nutricional de Escolares (Aene) estão identificando o mesmo nas escolas particulares em São Paulo, porque os pais não são informados quando seus filhos estão obesos em nível de gravidade 1.
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É que, antes de ser doença, a obesidade é uma alteração do Estado Nutricional e sua seriedade alcançou a Medicina do Trabalho, que, neste ano, incluiu esse termo como verbete no Dicionário de Saúde do Trabalhador. A má alimentação não é a única causa da obesidade, porque, como a trama explica, dormir menos de oito horas e não brincar diariamente são causas reais de aumento da gordura corporal, independentemente da faixa etária.
CC: Quais são os grandes perigos da alimentação infantil? O que fazer diante de, por exemplo, doces, refrigerantes e sorvetes?
Claudia: Os maiores perigos são a imposição e o modismo que somente acontecem devido à falta de conhecimento sobre o assunto. Por isso meu livro orienta que os pais valorizem os professores que realizam a pesquisa-ação Aene entre os alunos.
Quando os educadores explicam os necessários cuidados com as células do corpo usando o conteúdo curricular e o livro didático da própria escola, argumentam de forma compreensível para a realidade e os interesses dos alunos.
Para quem olha de fora, o resultado parece mágica, como mostra o estudo publicado pela professora de educação física Maria Alice Zimmermann, que em um ano diminuiu a obesidade em mais de 20% nos estudantes do ensino fundamental. Devido às aulas com Aene, seus alunos escolheram, sem imposição, diminuir refrigerantes, fritas e hambúrgueres excessivos, sem erradicá-los do cardápio.
A alimentação infantil é um assunto complexo que requer a atenção de todos os envolvidos, porque os pais precisam de ajuda, pois proibir não é a solução, não ensina nem prepara para a vida adulta e ainda reprime a inteligência.
CC: Onde está a maior tentação para a criança, em casa ou fora?
Claudia: Fora de casa fica evidente a ineficiência das leis para proteger o consumidor contra a perversão de quem se importa apenas com lucro. Dentro de casa, eleger culpados também não é solução, porque somos fruto da cultura e pais, familiares e educadores somente ensinam o que aprenderam.
A tentação é uma realidade, mas também precisamos entender que cedemos a elas graças às nossas necessidades celulares e emocionais. A história mostra esse fenômeno na dificuldade de o pai entender que sua esposa tem preferência por alimentos doces no desjejum.
De forma suave, o texto enfatiza nossa dificuldade de lidar com conflitos e de firmar, ou cumprir, acordos verbais. Tratar a obesidade ou educar filhos requer acordos, porém, se forem contextualizados, agradáveis e condizentes com nossas necessidades, nos permitem ceder a tentações com certa regularidade e ainda colaborar com a construção da boa saúde sem ninguém se irritar.
CC: Entre 2002 e 2003, na Califórnia, a prefeitura de Berkeley solicitou que a lendária chef Alice Waters refizesse o cardápio das escolas públicas locais. Ms. Waters é pioneira na escola de produtos orgânicos, sazonais e locais. Um semestre depois, os pais pediram a volta dos hambúrgueres e das batatas fritas. A educação alimentar não devia começar pelos adultos?
Claudia:  Estudos como este seguem o modelo positivista, de resposta única com intervenção externa, que, por ser imposto, não proporciona solução. A necessidade da educação alimentar é uma realidade e, diferentemente da educação nutricional, precisa acontecer nas escolas. Por isso, a Unesco prepara-se para, sem incorrer no mesmo erro, fazer essa exigência nas escolas a partir de 2023.
Oposta ao positivismo está a teoria da complexidade, proposta pelo sociólogo francês Edgar Morin, que permite associar o conteúdo do currículo escolar a outros temas como a educação alimentar, por exemplo. Condição fundamental para facilitar o ensino transdisciplinar e por projetos sugeridos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.Entendo que o ideal é começar primeiro pelos adultos, sim, porque é um conhecimento que ainda precisa ser aprendido para ser ensinado.
CC: Qual seria a dieta ideal para as escolas públicas? Aquela que atendesse à demanda calórica da meninada sem induzir ao sobrepeso?
Claudia:  Na escola pública, os problemas pioram por causa da restrição financeira e das nutricionistas do Departamento de Alimentação Escolar precisarem formular cardápios sem saber quantos alunos estão com o estado nutricional alterado.
Mas, mesmo que fosse possível, hipoteticamente falando, que conseguissem fornecer refeições diferenciadas, como os escolares se comportariam? Acompanhei um estudo maravilhoso com escolares da rede pública, realizado e publicado pelas educadoras Ieda Heeren e Doroteia Fortes.
Elas mostraram que os alunos aumentaram o consumo voluntário de frutas e interferiram na composição da merenda, solicitando, por exemplo, a retirada da salsicha. A pesquisa Aene permite estudar essas possibilidades a partir do ponto de vista de quem atua e está na escola no momento em que ela acontece.
Estamos verificando que, se o conhecimento escolar não for suficiente para motivar crianças, adolescentes e adultos para a autogestão da saúde, não tem como responsabilizar a merenda escolar ou os alimentos da cantina, porque não existe uma dieta ideal, mas, sim, pessoas únicas que precisam aprender a entender sobre suas necessidades.
CC: A alimentação em geral está sujeita a tabus e mitos que se renovam de vez em quando. Por exemplo, o ovo já foi maldito, não é mais. A carne vermelha é sempre polêmica. Gordura animal saiu do índex. A manteiga parece mais inofensiva do que a margarina. E a sempre perseguida carne de porco? Como se comportar diante desses altos e baixos?
Claudia: Sua pergunta é extremamente rica e está relacionada a múltiplas áreas, mas vou me ater apenas a um ponto em comum nesses alimentos: a gordura é um macronutriente considerado vilão, porque fornece mais do que o dobro de calorias dos outros.
Se ingerido em excesso, aumenta os triglicérides e a fração LDL do colesterol, substâncias que facilitam a ocorrência das doenças cardiovasculares mesmo em crianças. No entanto, como contextualizado no meu livro, há situações e condições em que é ingerido sem causar danos.
Como se comportar diante das novidades comerciais não traz uma resposta simples ou única, mas o conhecimento necessário para escapar dos tabus e mitos é básico e fixo. Dominá-lo nos enriquece e ao mesmo tempo proporciona mais prazer e sabor, enquanto nos tratamos da obesidade ou a prevenimos. É como a letra da música Tô, de Zélia Duncan, que diz: Tô estudando pra saber ignorar. Porque o conhecimento torna a vida mais fácil, com menos regras e ditadores.
CC: Estamos vivendo o fetiche dos orgânicos. Eles fazem de fato uma boa diferença na qualidade da alimentação?
Claudia:  Sim, mas, como os demais temas, precisa acontecer sem exageros. A própria Organização Mundial da Saúde orienta que a boa saúde ocorre por harmonia entre as esferas física, mental, emocional e espiritual do ser humano.
A alimentação parece mais relacionada com a esfera física, porque é concreta, mas também está ligada às nossas emoções, ao nosso prazer de existir, pois comer orgânicos por obrigação pode fazer mais mal do que bem, dependendo do contexto de vida da pessoa. Por exemplo, meu livro mostra que as prioridades do tratamento mudam de acordo com o nível de gravidade da obesidade, porque, quanto mais grave é o caso, mais simples devem ser as regras de mudança. Mudar nunca é fácil, então que seja pelo menos saboroso e de acordo com o paladar de cada um.
Comer orgânicos e integrais é uma excelente opção, mas não é condição para tratar da obesidade se a pessoa não tem esse costume. Aliás, a liberdade de escolher o que se gosta de comer é um dos fatores que têm feito esse tratamento ter adesão maior que 80%.
CC: Vegans, ou veganos, estão na moda. Dietas tão restritas funcionam ou são doutrinas digamos assim religiosas?
Claudia:  Eu respeito quem é vegetariano, mas não indico, porque somente o nutricionista ou a nutricionista sabe construir uma refeição sem usar os nutrientes da proteína de origem animal e, ao mesmo tempo, atender às necessidades nutricionais do organismo sem exceder em calorias. Esse cálculo é bem complicado e desconhecê-lo é uma das causas da obesidade bem frequente nos consultórios.
CC: Qual é a relação ideal entre exercício físico e alimentação?
Claudia:  Sem se alimentar é impossível ter disposição para a prática física ou atividades diárias, por isso o título do meu livro começa com o verbo comer. Mas, quando há obesidade, a indisposição para o movimento não é preguiça, é dor.
Nas pesquisas sobre alterações do aparelho locomotor de pessoas obesas, identificamos que adolescentes e adultos não reconhecem quando estão sentindo dor. É que eles se acostumam lentamente ao árduo esforço de movimentar seu corpo pesado e, quando esse desconforto piora devido à dor de uma microlesão muscular, por exemplo, não conseguem diferenciar, porque já estavam sofrendo antes, no esforço diário de se locomover.
Acostumadas a não reclamar por causa da discriminação que sofrem, as pessoas obesas precisam encorajar-se para reconhecer uma dor porque ela é um alerta e, sem tratamento, só vai piorar. A relação ideal, apresentada no meu livro, é demonstrada nos verbos tratar e curtir do título, porque muitas vezes o programa de exercícios físicos vem somente depois da fisioterapia, como mostra a tabela de contraindicações de exercícios físicos em acordo com o nível de gravidade da obesidade.
Curtir é sentir, pois toda pessoa pode entender suas dores e suas satisfações como guias de autoconhecimento e satisfazer as necessidades do próprio corpo. Afinal, tratar a obesidade precisa ser melhor e mais fácil do que a experiência de estar obeso para a pessoa querer fazer diferente do que já faz.
Fonte: CARTA CAPITAL

Parques nacionais devem receber 11,5% a mais de turistas em 2017

foz

O número de turistas em parques nacionais crescerá 11,5% em 2017, segundo análise da Euromonitor International (Instituto de Inteligência Comercial). O levantamento estima ainda que, em 2018, o País deve alcançar o número recorde de 8,6 milhões de turistas nas unidades de conservação.
“Esse crescimento representa a mudança de um país que demonstra que pode ir muito além do turismo de Sol e Praia e que tem a natureza como sua maior riqueza. Trata-se de um posicionamento mundial muito importante, pois somos o País com maior potencial do mundo em atrativos naturais para o turismo”, destaca o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Vinicius Lummertz.
O presidente também destacou a importância desses números, uma vez que a estimativa é superior à alta de 2% prevista para o mercado de viagens domésticas, e disse acreditar que é possível crescer ainda mais se o processo de concessão de serviços de apoio à visitação nas unidades for acelerado.
“A saída para um aumento ainda maior do número de visitantes nos Parques Nacionais é a concessão para a iniciativa privada. Os casos de sucesso dos parques da Tijuca (RJ), Foz do Iguaçu (PR) e Fernando de Noronha (PE) comprovam essa necessidade”, afirma.
Concessão
Hoje, no Brasil, são 324 unidades de conservação, com abrangência de 9% do território nacional. Dessas, 72 são Parques Nacionais, em 26 milhões de hectares.
Fernando Sousa, diretor institucional do Grupo Cataratas, concessionário dos parques da Tijuca, de Fernando de Noronha e de Foz do Iguaçu, acredita que o aumento no número de visitas está ligado às melhorias em infraestrutura e serviços oferecidos nos locais. “O número de visitantes do Parque da Tijuca, por exemplo, subiu de 700 mil, no início da concessão, para 1,8 milhão este ano, o que representa um crescimento de 17%”, afirma.
Segundo ele, a concessão proporciona um salto de qualidade para todo o público, com acessibilidade, limpeza e manutenção continua, além de profissionalização dos serviços e uma experiência com mais informações para os turistas.
Outras três unidades de conservação do País estão em processo de concessão: Parque Nacional de Brasília (DF), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e Parque Nacional do Pau Brasil (BA).
Reconhecimento internacional
O Brasil aparece em primeiro lugar no ranking da World Travel and Tourism Council (WTTC) no quesito recursos naturais e os Parques Nacionais. O País também foi eleito como o de maiores belezas naturais pela revista turística internacional Conde Nast Traveller e como o país “mais legal do mundo” pelo canal norte-americano CNN.
Fonte: Governo do Brasil, com informações da Embratur
C/ Brasil Cultura