Postagem em destaque

FIQUEM LIGADOS! TODOS OS SÁBADOS NA RÁDIO AGRESTE FM - NOVA CRUZ-RN - 107.5 - DAS 19 HORAS ÁS 19 E 30: PROGRAMA 30 MINUTOS COM CULTURA" - PROMOÇÃO CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC-RN

Fiquem ligados nas ondas da Rádio Agreste FM - 107.5 - NOVA CRUZ, RIO GRANDE DO NORTE, todos os sábados: Programa "30 MINUTOS COM CULTU...

sábado, 31 de julho de 2021

Órfãos do feminicídio vivem um tipo de violência ainda pouco discutida no Brasil

 Fonte: Por Djamila Ribeiro, da Folha de S.Paulo

Neste mês de julho, fizemos homenagens devidas a mulheres que, apesar do Brasil, abriram caminhos em suas áreas. Depois de tanta festa, gostaria de honrar um outro legado de mulheres pretas, o da denúncia, jogando luz sobre um tema fundamental para o país —o dos órfãos do feminicídio.

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2020 houve um aumento de 7% na taxa de feminicídios —dessas mulheres, 66% são negras. O Brasil é o quinto país em número de assassinato de mulheres.

Os movimentos feministas e diversas organizações vêm historicamente denunciando e reivindicando políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher. Mas uma questão fundamental é pensar nos órfãos do feminicídio, nas crianças que perdem suas mães e seguem violentadas pelo Estado.

Em uma reportagem de Adriana Pimentel para a agência de notícias cearense Eco Nordeste, encontrei importantes referências sobre o tema. Na entrevista, Pimentel ouviu José Raimundo Carvalho, professor da Universidade Federal do Ceará e coordenador da Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, desenvolvida em parceria com o Instituto Maria da Penha, que ouviu 10 mil mulheres desde 2016.

As conclusões preliminares dão conta de como o assunto é pouco denunciado e estudado. Segundo Carvalho, é “o único projeto, até hoje, que começou a mapear os órfãos do feminícido no Brasil”. “Por incrível que pareça, não existe nenhuma base de dados, nenhuma política pública para os órfãos do feminicídio, e isso é um absurdo porque a orfandade é uma coisa horrível.”

São ainda ínfimos os dados para darmos conta de tamanha tragédia de consequências atuais e para as próximas décadas. Além dos dados levantados na pesquisa, em março de 2020, a pedido da revista Época, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública estimou que o feminicídio deixa mais de 2.000 órfãos no país todos os anos.

Trata-se de uma desgraça por diversos níveis. Em primeiro lugar, pela morte das mulheres pela misoginia. Mulheres que, até serem mortas, muitas vezes são violentadas por anos, abusadas de todas as formas pelos homens que têm sobre elas o sentimento de propriedade, marca da sociedade patriarcal.

Em segundo lugar, a morte da mulher socializa a miséria. Para justificar essa afirmação, precisamos entender que, no país onde foi construída a imagem de o homem ser o provedor da casa, mais de 10 milhões de famílias —dado do IBGE de 2015— são compostas de mulheres com filhos, sendo a maioria delas a responsável financeira.

Há toda uma construção por trás do “ser homem” que naturaliza comportamentos violentos e os absolve de ter sangue de mulheres nas mãos. Construídos para ser o paradigma do patriarcado, eles têm sua alteridade em relação aos outros muito mais distante. Como são absolvidos por exercer “o direito de ser homens”, as consequências de seus atos não são tratadas como grandes problemas, em que pese o fato de isso produzir violências inimagináveis.

O feminicídio, para além de todas essas consequências, transforma aquela criança em uma órfã destroçada pela violência no seu lar. E, depois disso, ela não tem a proteção de nenhuma política de acolhimento, encaminhamento e reparação.

O Brasil precisa se perguntar se é um país ou um abatedouro de mulheres, como já escrevi nesta Folha. E precisa olhar com uma lupa para as mulheres que estão morrendo. Que mulheres são essas? Quais eram seus sonhos? E seus filhos e filhas, como ficarão? Não dá mas para aguentar tamanho crime e abandono de políticas do Estado, não há um projeto de sociedade possível que não priorize essas questões.

Apesar do descaso do governo federal, alguns projetos pontuais têm sido referência no tema, como o projeto Órfãos do Feminicídio, da Defensoria Pública do estado do Amazonas, coordenado pela defensora pública Pollyana Souza Vieira, e a Rede Acolhe, da Defensoria Pública do estado do Ceará.

Mencionadas na reportagem de Pimentel, ambas oferecem assistência aos familiares das vítimas de feminicídio. Iniciativas como essas deveriam ser expandidas com o apoio dos governos e da sociedade civil.

Na entrevista citada, afirma Vieira: “Falta um olhar para essas ‘vítimas ocultas’”. “Sim, elas ainda são invisíveis, a gente ainda tem muito o que avançar nesse sentido.”

“É cruel pensar nisso, mas é verdade, porque, quando acaba o processo na Justiça, a denúncia na delegacia, o assassino vai preso e pronto! Está resolvido o problema para o Estado. Só que ninguém verifica o que está por trás disso, as implicações que essa violência vai causar para os seres humanos que sobreviveram àquilo tudo, e eles ficam totalmente invisíveis.”

Djamila Ribeiro

Mestre em filosofia política pela Unifesp e coordenadora da coleção de livros Feminismos Plurais.

Fonte: https://www.geledes.org.br

Em meio a abandono oficial, Cinemateca sofre novo incêndio - "SIMPLESMENTE UM ABSURDO!" - Eduardo Vasconcelos - CPC-RN

Após abandono da gestão, inundação e dois incêndios, acervo audiovisual brasileiro começa a acumular prejuízos à memória cultural.

Um incêndio atinge um depósito da Cinemateca Brasileira, na zona oeste de São Paulo, na noite desta quinta-feira (29). De acordo com o Corpo de Bombeiros, 11 viaturas foram enviadas à Vila Leopoldina, onde o imóvel está localizado.

No ano passado, um temporal alagou o galpão e parte do acervo foi comprometido. Em 2016, um outro galpão da Cinemateca Brasileira, ao lado da sede da Vila Mariana, foi atingida por um incêndio que destruiu cerca de 500 obras.

A Cinemateca é considerada oficialmente abandonada, desde julho de 2020, quando o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) entrou com uma ação na Justiça contra a União por abandono, devido à falta de contrato para gestão da instituição.

O prédio em questão não é a sede principal da Cinemateca, que fica na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista. Mas o depósito atingido pelas chamas também abriga parte de seu acervo, como filmes de 35 mm e 16 mm, feitos de material altamente inflamável. Eles seriam cópias para exibição, não os rolos originais, que ficam em outro local.

Em entrevista à TV Globo, a diretora-executiva da Sociedade Amigos da Cinemateca, Maria Dora Mourão, disse que o galpão atingido pelo fogo era o único em uso dentre os galpões da Cinemateca. No local são armazenados documentos e filmes de longas e curta-metragens, um “acervo relevante”.

Além deles, também ficam guardados ali o acervo da Programadora Brasil — projeto do antigo Ministério da Cultura para exibição de conteúdo em
circuitos não comerciais—, documentos e equipamentos museológicos,
como projetores antigos.

Ainda não há informações sobre quais áreas do imóvel foram atingidas. De acordo com funcionários da Cinemateca, o incêndio teria começado com um curto-circuito do ar condicionado.

Oficialmente abandonada

O contrato para administração da Cinemateca firmado entre o governo federal e a Organização Social (OS) Associação Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) terminou no dia 31 de dezembro de 2019 e, desde então, não houve nova licitação. A Cinemateca, no entanto, continuou sendo mantida de forma improvisada pela equipe técnica, sob gestão da Acerp, que continuou no local para não abandoná-lo, mesmo sem os recursos e salários.

Na ação judicial, a promotoria destacou problemas como risco de incêndio, falta de vigilância, atrasos nas contas de água e luz, e atraso no pagamento de salários.

No entanto, em maio deste ano, o MPF suspendeu a ação contra a União depois que o governo federal se comprometeu a mostrar as ações implementadas pela preservação do patrimônio no prazo de até 45 dias. Não há notícia sobre este retorno.

O governo informou, na ocasião, que atendeu às medidas determinadas pelo TRF-3, pois realizou os contratos emergenciais com brigadistas, vigilantes e para manutenção predial, acrescentou que outros contratos estão em fase de pregão e que está em vias de contratar uma nova gestora, recontratar 42 funcionários e restabelecer um conselho deliberativo. Por este motivo, Ferraz e Oliveira propuseram ao procurador que encerrasse o processo movido pelo Ministério Público Federal.

Repercussão

“Precisamos aguardar a perícia do corpo de bombeiros mas tudo leva a crer que trata-se da crônica de uma tragédia anunciada diante do desgoverno federal”, afirmou o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Alê Youssef, à Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

“Trata-se de uma importante instituição cultural que pertence ao Governo Federal e vem sendo negligenciada pelo governo Bolsonaro desde 2019. Lamentável”, disse o secretário estadual da Cultura de SP, Sérgio Sá Leitão.

CULTURA! FIQUEM LIGADOS! TODOS OS SÁBADOS A PARTIR DAS 19H. NAS ONDAS DA RÁDIO AGRESTE FM - 107.5 - NOVA CRUZ-RN - PROGRAMA 30 MINUTOS COM CULTURA - PROMOÇÃO - CPC-RN

 

Radialistas, Eduardo Vasconcelos, atual presidente do CPC-RN e Cláudio Lima, Tesoureiro do CPC-RN, ambos coordenam o programa, que vai ao AR todos os sábados na Agreste FM - 107.5 - Nova Cruz-RN.  Cujo objetivo é de divulgar as ações dos artistas potiguares, bem como informações e notícias do que rola no Estado Potiguar e no Brasil!  Participe! Fiquem ligados no Programa 30 MINUTOS!

30 MINUTOS COM CULTURA vai até você nas ondas da Agreste FM - 107.5 - NOVA CRUZ-RN!

Passem adiante!