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terça-feira, 30 de março de 2021

Fico te devendo uma carta sobre o Brasil - trailer


Fonte: JORNALISTAS LIVRES E YOUTUB

Carol Benjamin abrindo a Caixa Preta da Ditadura

 “Dizer a palavra não é um ato verdadeiro se isso não está ao mesmo tempo associado ao direito de auto expressão e de expressão do mundo, de criar e recriar, de decidir e escolher e, finalmente, participar do processo histórico da sociedade. Na cultura do silêncio as massas são ‘mudas’, isto é, elas são proibidas de criativamente tomar parte na transformação da sociedade e, portanto, proibidas de ser.” 

 Paulo FreireAção Cultural para a Liberdade, 1970

A saga de três gerações da família Benjamin, atravessada pela Ditadura Militar, é o foco de “Fico Te Devendo Uma Carta Sobre o Brasil” (Daza Filmes, 2019, 88min), de Carol Benjamin. Em sua estréia como diretora de um longa-metragem documental, Carol “investiga a persistência do silêncio como ferramenta de apagamento da memória”, como sintetiza a sinopse oficial. 

cultura do silenciamento asfixia a democracia, ensinou Paulo Freire, proibindo as massas de ser. Já a produção cinematográfica brasileira mais relevante de nossa época é aquela que rasga as mordaças, afronta a História Oficial escrita pelos opressores, e vai abrindo caminhos para a autêntica participação social.

Uma das histórias que estão no âmago do documentário é a prisão ilegal do pai de Carol, César Benjamin (click e acessa os artigos dele publicados pela Ed. Contraponto): aos 17 anos de idade, ele tornou-se preso político da Ditadura empresarial-militar instalada no país com o Golpe de 64. Aprisionado em Agosto de 1971, ficou 3 anos e meio em uma cela solitária. Depois, mais 2 anos em prisão comum. 

Por pressão da Anistia Internacional, que o declarou o “Preso Político do Ano” em 1975, César consegue ser deportado para a Suécia em 1976, indo ao encontro de seu irmão mais velho, Cid Benjamin, que também havia sido preso político da ditadura e já morava à época em Estocolmo.  

A avó de Carol e mãe de César, Iramaya Benjamin, também manifesta-se como figura histórica de relevância: o filme a celebra em sua infatigável luta em prol da anistia ampla, geral e irrestrita para os perseguidos pelo terrorismo de Estado. 

Na crítica publicada pela Revista Cult, destaca-se que “o prisma que Carol procura mover e contar é o das cartas trocadas entre Iramaya e Marianne Eyre, membra da Anistia Internacional em Estocolmo, na Suécia, onde César se exilou quando saiu da prisão até a anistia falseada de João Batista Figueiredo (em 1979), quando pôde retornar ao Brasil.” (Por Manoel Ricardo de Lima, Out. 2020)

Carol Benjamin vai em uma jornada de reconstrução de uma história que não é só familiar, é coletiva. Para tal fim precisa ir até a Suécia, pesquisar nos arquivos da Anistia Internacional de Estocolmo, em busca de pistas que lhe permitam compreender melhor os destinos de seu pai, seu tio e sua avó, realizando um belíssimo filme “composto de muitos falares e alguns silenciares” (como escreveu Carlos Alberto Matos). 

Deste modo, este filme-ensaio se alça à dimensão de uma reflexão poética e filosófica sobre a memória (individual e coletiva, entretecidas). É uma obra audiovisual de sabor um tanto Proustiana, um Em Busca do Tempo Perdido que se passa nos anos-de-chumbo: Carol quer capturar os rastros e vestígios que o regime militar quis rasgar, entregar para as novas gerações as caixas pretas já todas arrombadas, disponíveis para que possamos dar vazão às verdades que os opressores de ontem e hoje desejam mudas e mortas.

Para juntar os cacos e construir com eles seu caleidoscópio fílmico, Carol precisa afrontar o silêncio, tanto aquele imposto pelo regime autoritário e opressor (que deseja massas mudas e esforça-se por extinguir a efetiva participação popular no poder) quanto o calar-se que acomete os traumatizados. Protagonista de seu próprio filme, Carol Benjamin se coloca na postura audaciosa de quem quer abrir uma série de caixas pretas e, como Audre Lorde, quer afirmar que não é o silêncio que vai nos proteger. 

Assim como fez Petra Costa em Democracia e Vertigem, Carol não tem pudores de narrar em primeira pessoa do singular uma saga familiar que ela sabe ser de importância coletiva. Os silêncios familiares que ela vivencia, sem saber explicar ao certo, instigam-na a decifrar o mistério num mergulho imersivo na Psiquê dos presos políticos da ditadura. Explora assim, com evocações de Fernando Pessoa e planos sombrios, em que as grades confinantes na tela convivem com uma voz em off que busca dar carnalidade à vivência do encarcerado.

Uma hipótese desponta: aqueles que foram torturados, maltratados, postos no pau-de-arara, expostos às mais horrendas formas de degradação humana, acabaram saindo do confinamento torturante imposto pela ditadura com uma atitude de trancamento em sua subjetividade, uma atitude que se manifesta por sintomas de afasia, uma dificuldade tremenda para expressar as vivências de sofrimento indizível impostos pelo aparato ditatorial de repressão. 

Para além dos esforços hercúleos que o preso precisa realizar para manter a sanidade mental e não surtar, há a crônica dos interesses intelectuais do jovem César Benjamin, de seu devir-filósofo, de sua avidez pelo estudo. Detrás das grades, além de testemunhar a vida cotidiana das lagartixas e das aranhas que lhe acompanham na cela solitária, Benjamin traduz textos (como fez Lênin) e vai tornando-se  algo semelhante a um Gramsci brasileiro. Tentaram prendê-lo para calá-lo, mas não sabiam que sua mente se recusaria à servidão, que seria sempre curiosa, crítica, criativa. Apesar de sua situação kafkiana, preso sem ter sido processado, engulido por um cárcere ilegal e escandaloso.

Em um dos momentos de alívio cômico do filme, Iramaya relata que tentava levar livros para o filho no cárcere, mas quase todos eram proibidos. Os milicos não deixavam entrar nem mesmo O Pequeno Príncipe, nem mesmo obras sobre os filósofos pré-socráticos. Com uma ginga malandra digna de Garrincha, Iramaya um dia convenceu os carcereiros do filho a entregarem a ele uma obra de Althusser que fazia a análise crítica do marxismo. Aí passou…

Iramaya, no filme, é alçada a um status de heroína cívica brasileira, em um processo através do qual Carol Benjamin age de maneira Górkiana, revelando o devir de uma mulher que antes era pacata, casada com um oficial do Exército, mas que politizou-se diante das injustiças sofridas por sua prole.

Iramaya foi se engajando até tornar-se uma das lideranças mais importantes do país ao fundar o Comitê Brasileiro pela Anistia. Denunciou bravamente a tortura como crime hediondo e gritou em alto e bom som que torturadores não podem e não devem ser anistiados!

De algum modo, Iramaya Benjamin também evoca outras mães lationo-americanas que sofreram com a desaparição ou o assassinato, pelos Estados ditatoriais, como as célebres Madres de La Plaza de Mayo na Argentina

César, Iramaya e Cid Benjamin (1998)

Ousando também começar a decifrar a esfinge do presente e compreender porquê o Brasil está atravessando esta distopia grotesca que é o empoderamento do Bolsonarismo, Carol resolve dar voz a Brilhante Ustra, chefe do Departamento de Repressão da ditadura entre 1970 e 1974. O ídolo dos bolsonaristas foi o único mililtar brasileiro oficialmente reconhecido como um criminoso, violador sistemático dos direitos humanos fundamentais do cidadão brasileiro, e seu “A Verdade Sufocada” é um dos livros de cabeceira de Jair Messias Bolsonaro, seu admirador confesso. 

Quando Dilma Rousseff inaugurou a Comissão Nacional da Verdade, apontando sua importância para a “consolidação da democracia”, falou do “direito à verdade” e do “direito de prantear e sepultar” entes queridos.

César Benjamin, “sobrevivente de mim mesmo como um fósforo frio” (como ele gosta de dizer, com versos de Fernando Pessoa), veio a público para esquentar seu fósforo em fala pública para a CNV em 2021. Qualquer cidadão brasileiro deveria prestar atenção ao que ele revela nestas cenas que provam que o filme pode ser veículo para um testemunho histórico que deveríamos valorizar por todo o ensinamento que pode comunicar. 

Contra a cultura do silenciamento, Carol afirma que “os silêncios são as borrachas da História” – e a cineasta quer escrever uma história nova ao invés de trabalhar para o apagamento sistemático das biografias que Ustras e Bolsonaros gostariam de ver sepultadas no esquecimento. 

No Brasil da barbárie bolsofascista, desgovernado pelo monstro moral que faz apologia da tortura e diz que “quem procura osso é cachorro” para se referir aos pais e mães que demandam saber a verdade sobre seus entes queridos trucidados pela ditadura, Carol Benjamin abre caixas pretas e realiza a tarefa indispensável de resgate da memória com um fim prático: que nunca se esqueça, e “que aquele Brasil que houve nunca mais aconteça”, como diz Eric Nepomuceno:



“Há mães que até hoje, a cada vez que soa o telefone, a cada vez que alguém toca a campainha da porta, pensam: ‘É ele, é meu filho’. São mães que esperam por filhos que estão desaparecidos, que estão mortos; mas elas não se convencem, não querem se convencer. Querem ver ao menos o que restou de seus filhos. E pelo menos esse direitos essas mães têm. As famílias têm. O direito de não só ter a memória resgatada: de resgatar os restos dessas pessoas desaparecidas. Do que sobrou da sua dignidade. Esse é um ponto de honra da nossa geração. Que alguma vez poderá dizer: nunca mais. Um ponto de honra: resgatar a memória. Para que ninguém esqueça, para que nunca mais aconteça.” (NEPOMUCENO, Eric. A Memória de Todos Nós, 2015, pg 59)

Outro ingrediente importantíssimo do filme de Carol está em lembrar a todo cidadão brasileiro de uma das características mais sórdidas do processo repressivo no Brasil: as atrocidades cometidas pelo regime burguês-militar contra menores de idade e jovens universitários. A verdade intragável que Bolsonaristas e Ustristas querem esconder foi revelada em livros como Cativeiro Sem Fim, de Eduardo Reina, e é tema de reportagens assinadas por alguns dos melhores jornalistas brasileiros.

Os militares “mataram garotos”, como apontado pela reportagem de Cynara Menezes, do blog Socialista Morena, que “fez um levantamento por idade entre os mortos e desaparecidos e descobriu que 56% deles eram jovens como: Edson Luis [assassinado em 1968 no Calabouço]: tinham menos de 30 anos de idade. 29%, ou quase um terço dos mortos e desaparecidos da ditadura, tinham menos de 25 anos. São esses meninos que os defensores do coronel Brilhante Ustra falam que pretendiam implantar a ‘ditadura do proletariado’ no País e por isso foram barbaramente torturados e executados.”(MENEZES, Cynara. Maio de 2016)

Stress, ansiedade e dependência química podem ser consequências do home office


Escrito por: Andre Accarini

Psicanalista detalha as implicações psicológicas dessa nova realidade de trabalho na vida de milhões de trabalhadores. Para combater a fadiga das reuniões online, Citi criou a sexta livre do Zoom

Deu no New York Times: a Free Zoom Friday (em português “Sexta-feira livre do Zoom”) foi uma iniciativa da executiva-chefe do Citigroup, Jane Fraser, comunicada aos funcionários no dia 22 deste mês, com o propósito de iniciar uma nova tradição na empresa: incentivar os trabalhadores a se afastarem, uma vez por semana, de plataformas, como o Zoom, que possibilitam as infindáveis reuniões e teleconferências tanto pelo celular quanto pelo computador.

Fraser afirmou no memorando que circulou no banco – o Citibank, um dos maiores do mundo – que “a indefinição das linhas entre casa e trabalho afetaram nosso bem-estar”, e que “depois de ouvir colegas do mundo todo, ficou claro que é preciso combater a fadiga do Zoom, que muitos sentem”.

Mas, resolver stress e ansiedade causados pela nova realidade que milhões de trabalhadores enfrentam vai além de iniciativas como a da instituição financeira.  O psicanalista João Américo, técnico em reabilitação de dependentes químicos e pesquisador na área de saúde mental relacionada a transtornos ocasionados por racismo, explica que há uma série de outros fatores que devem ser levados em consideração quando a casa, o lar, passa a ser parte da empresa, como é o caso do trabalho home office.

Um deles, segundo o psicanalista, é levar em consideração que o capitalismo se adapta às realidades provocando alterações nas práticas sociais de exploração.

O trabalhador, de início, até se convence de que trabalhar em casa é uma vantagem, mas o que está por trás disso é o patrão achar que tem o poder de te explorar, te acionar a qualquer horário, inclusive sábados e domingos- João Américo

A falta de controle dos limites é o ponto chave, como detectou a executiva do Citicorp. O trabalhador acaba incorporando o trabalho à vida pessoal.

“Muita gente está trabalhando mais horas porque não tem, simbolicamente, o cartão de ponto, o vigia, alguém que esteja olhando, controlando. O sujeito se sente na obrigação de trabalhar muito mais porque não tem quem diga que começou e terminou o seu trabalho”, diz o psicanalista.

“A gente se vê na obrigação de resolver problemas fora do horário, trabalhando muito mais horas, por causa dessa ausência do portão de entrada e saída do trabalho ou a figura do chefe, que está lá olhando seu trabalho. É uma implicação psicológica desse tipo de relação”, completa.

Com o home office, o sujeito acaba tendo horário, mas não para largar o trabalho- João Américo

Situação também ainda não organizada é questão econômica. Para trabalhar em casa, o funcionário tem custos que muitas empresas ainda não repassam. “O trabalhador acaba cedendo seu espaço pessoal, seu ‘templo’ que é sua casa, gasta sua energia elétrica, sua internet, muitas vezes o seu próprio equipamento e não tem uma compensação financeira para bancar isso”, explica João Américo.

Computador pessoal, celular, tablet, a mesa, a cadeira – tudo faz parte das condições de trabalho que são responsabilidade da empresa. Portanto, diz João Américo, a empresa quando manda o trabalhador para o home office, não está fazendo “nenhum favor”, e sim preservando seu patrimônio – a força de trabalho que gera sua produtividade, seu lucro.

Puxadinho da firma

Além dos fatores já citados, outros pontos vêm sendo observados pelos profissionais que lidam com saúde mental. A nova realidade de rotina em home office mexe não somente com o trabalhador, ainda que ele se sinta confortável, mas com o restante da família.

O fato de ter seu lar engolido pela vida profissional, além de cercear a liberdade pessoal, afeta também toda a família.

Na avaliação de João Américo, cada vez mais exige-se que o trabalhador se adapte à realidade do teletrabalho, cedendo seu espaço pessoal para a empresa, tornando sua casa uma espécie de ‘puxadinho da firma’, o que reforça o ideário do patrão de que o trabalhador está 100% disponível.

João Américo reconhece que, com a pandemia, uma nova realidade foi imposta a todos e haverá sacrifício de ambas as partes. Mas, ele diz, é necessário entender que para a ponta mais fraca da corda – o trabalhador – a mudança de rotina é mais pesada.

“A gente precisa entender esses sacrifícios, mas precisa entender a realidade do outro também. Para o trabalhador, diminui o espaço geográfico da casa. As pessoas reservam um local pessoal e familiar e isso diminui o espaço para todos da família”, diz o psicanalista.

Não são poucos os exemplos para ilustrar. João Américo cita situações comuns em que o familiar, que também faz parte do ambiente da casa, tem de fazer silêncio, abaixar o volume da televisão e até mesmo deixar de circular em certos cômodos da casa para não interferir em uma reunião online com vídeo que, como constatou o Citi, afeta as relações familiares.

“As crianças têm que fazer silêncio, o cônjuge tem que tomar certos cuidados, porque aquele espaço agora é da empresa, é do trabalho”, ele diz.

As crianças

O home office durante a pandemia também altera as relações pessoais entre os familiares. A constante presença em casa interfere, por exemplo, no desenvolvimento psicológico de filhos.

“As crianças estão lidando com uma referência familiar que é o presente-ausente, ou seja, o cuidador que está ali, perto dos filhos, mas não pode dedicar a atenção necessária que eles precisam”.

Segundo João Américo, essas crianças terão a tendência a desenvolver relacionamentos afetivos problemáticos no futuro. “Essas crianças serão os adultos que podem desenvolver relações conflituosas e relacionamentos ausentes, ou seja, com a pessoa que ‘some’, que está longe, que não responde mensagens”.

Como fica o trabalhador, então?

Ao mesmo tempo em que há empresas, em especial as grandes, que se preocupam com a saúde mental dos trabalhadores e oferecem algum tipo de assistência psicológica, grande parte delas, ainda não se debruçou sobre esse olhar de cuidado com seus funcionários.

O psicanalista João Américo aponta que se faz necessário, mais do que nunca, o diálogo entre trabalhadores e empregadores para que se possa preservar, minimamente, o equilíbrio emocional frente à essa nova realidade que ele acredita, vai perdurar após a pandemia.

“Há que se levar em consideração a realidade de cada um. Como é o ambiente em casa, se faltam condições, se há outras pessoas envolvidas porque, no fundo, a realidade individual é uma realidade coletiva quando se trata de home office”.

Nesse sentido, há exemplos como o dos bancários. No ano passado, no início da crise sanitária quando o isolamento social foi recomendado e, por consequência milhares de trabalhadores da categoria passaram exercer suas funções em casa, o Comando Nacional dos Bancários incluiu o tema como pauta permanente de negociações com os bancos, exigindo condições de trabalho.

Um estudo feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) concluiu que o home office criou novas demandas e dificuldades. Entre elas a inadequação do ambiente da residência para a realização do trabalho, a falta de equipamentos e mobiliário adequados, a sensação de isolamento, a elevação de custos residenciais, a falta de controle da extensão da jornada de trabalho, além do surgimento de novos problemas de saúde.

Um desses problemas, relata João Américo, é o aumento do número de dependentes de substâncias psicoativas. Ele explica, de antemão, que o uso de certas substâncias é cultural mas quando houver uma mudança no propósito do uso, hà que se ter atenção.

“Se uma pessoa consome álcool, bebe uma cerveja, de forma recreativa, para comemorar um aniversário, por exemplo, é uma coisa. A partir do momento em que ela passa usar o álcool como fuga para seus stress, para seu desequilíbrio emocional, isso se torna um problema”, ele diz.

O psicanalista relaciona algumas substâncias conhecidas da maioria da população, que entram nessa classificação e, segundo ele, merecem destaque: álcool, tabaco (cigarro), psicotrópicos (Rivotril é o mais conhecido), a maconha e outras drogas ilícitas e o açúcar.

Sim, o açúcar. Ele diz que a compulsão por doces, em especial em horários aleatórios, como acordar de madrugada com uma incontrolável vontade de comer, pode ser um sinal de dependência. E pode ter como origem o stress causado pelo home office.

Direitos

A advogada especialista em direito coletivo do trabalho, Lais Lima Muylaert Carrano, do escritório LBS Advogados, explica que ao contrário do vale-transporte, todos os demais benefícios, incluindo vale-alimentação e vale-refeição, devem ser concedidos indistintamente entre os empregados que trabalham nas dependências do empregador e os que trabalham em casa, principalmente os negociados coletivamente.

“O que define, de fato, se o vale-alimentação e/ou o vale-refeição será concedido não é o regime de trabalho adotado – presencial ou remoto – mas sim a existência de previsão contratual ou de norma coletiva a assegurar o pagamento do benefício pelo empregador”.

Controle de Jornada

Também advogada do Escritório LBS Advogados, Fernanda Teodora Sales de Carvalho, explica que as empresas fazem uso de ferramentas de trabalho como e-mails vinculados com os smartfones, linhas telefônicas corporativas com WhatsApp, Ipads e Laptops com a intenção de receber respostas mais instantâneas em suas demandas, ou seja, dos trabalhadores.

“Ao mesmo tempo em que permite que o trabalho se exerça à longa distância, [a tecnologia] possibilita que o controle se faça do mesmo modo, pelo contato online ou outros meios. Basta que o empregador queira controlar, à distância, o trabalho do empregado, que terá como fazê-lo”, explica.  

Ação sindical

A CUT tem realizado seminários com participação de especialista para subsidiar negociações coletivas e elaboração de leis pelo Congresso Nacional, a fim de garantir direitos para os trabalhadores em home-office.

Números

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em novembro de 2020, no Brasil, cerca de 7,3 milhões de pessoas estavam trabalhando de forma remota, sendo 2,85 milhões trabalhadores do setor público e 4,48 milhões no setor privado.

*Edição: Marize Muniz

Fonte: CUT

Lava Jato ajudou a eleger o Bolsonaro, admitiu procuradora da Operação - Foto: EVARISTO SA / AFP - "JÁ ERA DE SE ESPERAR"

A procuradora Jerusa Viecili admitiu, em conversa com colegas da força-tarefa da Lava Jato, que a operação ajudou a eleger o presidente Jair Bolsonaro em 2018. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

O diálogo foi entregue nesta segunda 29 ao Supremo Tribunal Federal pela defesa do ex-presidente Lula, que foi autorizada a ter acesso ao material da Operação Spoofing.

Na conversa, Jerusa afirma para o também procurador Deltan Dallagnol que, para tentar se reaproximar dos jornalistas, era preciso se “desvincular do Bozo”.

“Delta, sobre a reaproximação com os jornalistas, minha opinião é de que precisamos nos desvincular do Bozo [Jair Bolsonaro], só assim os jornalistas vão novamente ver a credibilidade e apoiar a LJ “, disse.

“Temos que entender que a FT [Força Tarefa] ajudou a eleger Bozo, e que, se ele atropelar a democracia, a LJ será lembrada como apoiadora. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso”, acrescentou.

Leia o que a procuradora ainda disse:

“Veja que, no passado, em pelo menos duas oportunidades poderíamos ter nos desvinculado um pouco do Bozo nas redes sociais: 1. caso Flavio (se fosse qualquer outro politico envolvido, nossa cobrança por apuração teria sido muito mais forte); 2. caso da lei de acesso à informação que o bozo, por decreto, ampliou rol de legitimados para decretar sigilo e depois a Câmara derrubou o decreto. A TI fez nota técnica e tudo e nossa reação foi bem fraca (meros retweets). (ao lado do caso Flavio, o próprio caso de Onix Lorenzoni) agora, com a “comemoração da ditadura” (embora não tenha vinculação direta com o combate à corrupção), estamos em silêncio nas redes sociais. Não prezamos a democracia?  concordamos, como os defensores de bozo, que ditadura foram os 13 anos de governo PT? a LJ teria se desenvolvido numa ditadura? sei que há uma preocupação com a perda de apoio dos bolsominions, mas eles diminuem a cada dia. o governo perde força, pelos atropelos, recuos e trapalhadas, a cada dia. converse com as pessoas: poucos ainda admitem que votaram no bozo (não sei como Amoedo não foi eleito no 1º turno pq ultimamente, so me falam que votaram nele). enfim, acho que defender a democracia, nesse momento, seria um bom início de reaproximação com a grande imprensa. com relação a defender a Democracia, também seria importante um discurso de defesa das instituições. Atacamos muito o STF e seus ministros, mas sabemos que a democracia só existe com respeito às instituições. e o STF precisa ser preservado, como órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro. • 15:08:34 Jerusa pense com carinho”.

Dallagnol, então, responde: “Concordo Je. Acho nota esquisita. E se fizermos artigos de opinião? Acho que não da pra bater, mas da pra firmar posição numa abordagem mais ampla”.

Fonte: Carta Capital

Com Potiguar Notícias

Campanha estudantil “Vida, pão, saúde e educação” ganha redes e ruas - Fonte: UBES

Na ultima quarta 17/3, dia em que o Brasil chegou a mais um recorde diário de mortes por Covid-19, estudantes lançaram a Jornada de Lutas da Juventude 2021 “Vida, pão, saúde e educação”.

“É um grito dos estudantes que não aguentam mais e não se calarão diante de um governo genocida”, explica Rozana Barroso, presidenta da UBES. Realizada pela entidade secundarista em conjunto com a UNE e a ANPG, as ações exigem vacina para toda a população, auxílio emergencial, planos sérios para controle da pandemia e problemas sociais. (Leia mais aqui)

Além das dezenas de entidades municipais e estaduais que compõe a UBES, lideranças secundaristas e estudantes Brasil afora, diversas personalidades, figuras do meio político e social compartilharam a campanha nas redes sociais.

Se liga: dia 30 de março será o principal dia de ações!

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Ontem (29) A capital do Paraná completou 328 anos de fundação

Em 1693, mais precisamente no dia 29 de março, o capitão-povoador Matheus Martins Leme, ao coroar os “apelos de paz, quietação e bem comum do povo”, promoveu a primeira eleição para a Câmara de Vereadores e a instalação da Vila, como exigiam as Ordenações Portuguesas.

Estava fundada a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, depois Curitiba.

A mudança do nome da vila e da rotina do povoado veio em 1721, com a visita do ouvidor Raphael Pires Pardinho, hoje nome de praça na cidade.

Ele foi, provavelmente, a primeira autoridade a se preocupar com o meio ambiente da cidade, iniciando uma tradição pela qual Curitiba hoje é reconhecida internacionalmente.

Esquecida pelos governantes da Capitania de São Paulo, Curitiba passou por um período de extrema pobreza. A prosperidade só viria a partir de 1812, com o tropeirismo.

Ponto estratégico do caminho do Viamão a São Paulo e às Minas Gerais, o povoado viu crescer o comércio com a passagem dos tropeiros.

Curitiba é uma palavra de origem Guarani: kur yt yba quer dizer “grande quantidade de pinheiros, pinheiral”, na linguagem dos índios, primeiros habitantes do território.

Nos primórdios da ocupação humana, as terras onde hoje está Curitiba apresentavam grande quantidade de Araucaria angustifolia, o pinheiro-do-Paraná.

Siga lendo no site da Prefeitura de Curitiba

Fonte: Portal BRASIL CULTURA

Adaptado peço CPC-RN