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domingo, 22 de abril de 2018

Sindicato condena homenagem que a justiça presta ao relator da reforma trabalhista


A diretoria do ADURN-Sindicato vem a público expressar sua indignação e estarrecimento com a inacreditável homenagem que o TRT 21 presta ao deputado federal Rogério Marinho (PSDB), que amanhã será brindado com o título de Comendador, por ter, segundo o entendimento da comenda, ajudado a engrandecer a sociedade, seja por trabalhos ou influências sociais, econômicas e políticas.
Não cabe à essa diretoria questionar os parâmetros utilizados por qualquer entidade para homenagear quem quer que seja, mas consideramos inapropriado um tribunal, que é um espaço para onde se apreciam processos trabalhistas e onde os trabalhadores buscam apoio para suas demandas relativas à relação entre o Capital e o Trabalho,  homenagear um deputado que foi o relator de uma proposta que atingiu duramente as relações de trabalho desse país e tornou o mercado de trabalho mais precarizado e o trabalhador mais fragilizado.
No momento em que vivenciamos uma conjuntura de retirada de direitos sociais, ver um tribunal homenagear exatamente uma pessoa que contribuiu decisivamente para esse retirada de direitos, merece nossa discordância e negativa surpresa.
Diretoria do ADURN-Sindicato

Homem que acusou professora de “incentivar homossexualidade” terá de indenizá-la na Justiça


Do Facebook:
Propagar em rede social que determinado professor incentiva a homossexualidade e o adultério em aulas sobre questões de gênero e identidade fere direitos de personalidade e gera danos morais. Assim entendeu a 2ª Turma Recursal Cível, dos Juizados Especiais Cíveis  (JECs) do Rio Grande do Sul, ao manter a condenação de um homem que veiculou ofensas contra uma professora no Facebook.
O caso envolve o irmão de um aluno que fez publicações em duas páginas na rede social. O colegiado, no entanto, reduziu o valor indenizatório fixado em primeiro grau, de R$ 5 mil para R$ 3 mil.
A autora do pedido de indenização por danos morais disse que as críticas violarem a sua imagem no Facebook e na comunidade, pois se sentiu exposta e difamada por uma pessoa que nem sequer assistiu suas aulas.
O réu respondeu que o texto apenas refletiu preocupações normais, em especial pela formação religiosa da sua família. Alegou que a professora extrapolou os limites pedagógicos ao ‘‘incentivar’’ a traição conjugal e dizer aos alunos que todos são livres para ‘‘escolher’’ a sua orientação sexual. Ele disse que em momento algum utilizou palavras de baixo calão, xingamentos ou qualquer outro tipo de ofensa.
Conduta imprópria
O juiz leigo Denis Augusto de Oliveira avaliou que a discussão envolvia direitos básicos assegurados na Constituição. De um lado, o direito à liberdade de expressão do réu; de outro, o direito à honra e a imagem da autora demandante. Assim, em princípio, a demonstração de insatisfação com o teor da aula da professora não levaria, por si só, a condenação do réu, pois ainda não havia citado o nome dela em rede social. Porém, insatisfeito com a repercussão do fato, acabou expondo o nome dela perante a sociedade de Novo Hamburgo, onde a professora leciona.
‘‘É preciso pensar e ter discernimento antes de tomar qualquer atitude. A conduta do réu é imprópria, inconveniente e totalmente desproporcional. Poderia o demandado se dirigir à direção do educandário para manifestar a sua insatisfação e não à internet. Mostra-se claro, pois, que o objetivo primeiro do réu não era o de alertar os pais pela suposta má conduta da autora, mas sim denegrir a sua imagem’’, escreveu, fixando indenização em R$ 5 mil.
Para Oliveira, a liberdade de expressão deve ser utilizada com responsabilidade, nunca para expor ou denegrir a imagem de alguém. O entendimento do juiz leigo foi homologado pelo juiz de carreira Vinícius Tatsch dos Santos, titular da vara.
O relator na turma recursal, juiz Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, disse que caberia ao réu, discordando do conteúdo ministrado em aula, ter procurado os ‘‘canais competentes’’. O primeiro deles seria a direção da escola. Não poderia levar a professora à exposição pública, pois esta teve a sua conduta exposta, criticada e condenada por várias pessoas no ‘‘tribunal das redes sociais’’.
‘‘A exposição indevida da autora no Facebook, por mais de uma vez, desprovida de demonstração das práticas a ela atribuídas, a meu sentir configurou danos de ordem moral, tendo sido a autora indevidamente atingida em sua reputação e imagem pelas publicações feitas pelo ora recorrente, o que ampara o direito de ser contemplada com compensação pecuniária pelos prejuízos imateriais resultantes’’, definiu no acórdão.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO - DCM

REGIÃO AGRESTE CRIA A FRENTE POPULAR EM DEFESA DO BRASIL!

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 Reunião ocorrida ontem (21) ocorrida no SINTE de Nova Cruz
Foto: Várias reuniões preliminares foram realizadas no decorrer do mês
Lideranças petistas!

Ontem (21), sindicalistas e lideranças estudantis, reuniram-se no SINTE - Nova Cruz e após horas de debates foi criada a FRENTE POPULAR REGIÃO AGRESTE LULA LIVRE E EM DEFESA DO BRASIL

No final da reunião foi deliberado que no próximo dia 30/04 a FRENTE POPULAR realizará um grande ATO PÚBLICO na Freira Livre de Nova Cruz com a participação de várias lideranças e populações de outras cidades, que se concentrarão na Praça de Eventos localizada na entrada da cidade e de lá seguirá em uma CAMINHADA até a Feira Livre, onde haverá pronunciamentos de lideranças e entidades. Haverá distribuição de panfletos tanto na passeata como na feira esclarecendo a população importância e os objetivos da Frente Popular, além das ameaças aos direitos dos trabalhadores, estudantes e da população em geral legalmente constituídos e garantido na Constituição Federal. Tendo como inimigo do povo brasileiro o desgoverno TEMER!

Participaram da reunião lideranças da cidade de São Tomé (Miguel Salustino, Manoel Amador , Nelcilei e Cícero. Nova Cruz estiveram presentes: Professor, Sindicalista e Poeta Antonio Barbosa; Antonio Duarte e João Maria Campos (SINTE), Romário Anulino (IFRN), Delaias Barbosa  (CA-IFRN-NOVA CRUZ) e Daniel Barbosa (Dirigente do PT de Nova Cruz), Eduardo Vasconcelos, representando o Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, STRAF/STTR de Nova Cruz e o PCdoB de Nova Cruz.

Obs: Participam da FRENTE POPULAR várias cidades do Agreste Potiguar, entre elas Nova Cruz, Santo Antonio. Montanhas, Várzea, Espirito Santo, Passa e Fica, Monte das Gameleiras, entre outras.

CONTAGEM REGRESSIVA! FALTAM 07 DIAS PARA O V ENCONTRO DE LIDERANÇAS CULTURAIS DO CPC/RN!!!

Dia 27 de abril no IFRN de Parelhas-RN, o Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN com apoio de lideranças sindicais, culturais e instituições educacionais realizará o seu V ENCONTRO ESTADUAL DE LIDERANÇAS CULTURAIS DO CPC/RN, com debates, apresentações culturais, informes, aprovação de propostas e muito mais. AGUARDEM!!!

UNE volante: Resistência estudantil por democracia, educação e liberdade

Leia artigo escrito pela vice-presidenta da UNE Jessy Dayane
No mês de abril, que marca os 54 anos do golpe militar de 1964 e que o golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016 completa dois anos, a União Nacional dos Estudantes realiza a reedição da UNE Volante.
Na década de 60, essa iniciativa cumpriu um papel fundamental na organização dos estudantes nas universidades – que anos depois foram fundamentais na resistência à ditadura. Dessa vez, ao enfrentar os desafios da nossa geração, organizaremos a resistência contra o golpe que está em curso na defesa das eleições livres e democráticas e na construção do debate sobre o projeto de Brasil que os estudantes defendem.
No ano de 1962, a UNE Volante, junto com o Centro Popular de Cultura (CPC), percorreu o país e debateu sobre a reforma universitária no bojo das reformas de base propostas pelo governo Jango. Nesse processo, com muita arte, cultura e diálogo com a comunidade acadêmica, foi possível produzir uma importante reflexão sobre a realidade nacional, suas contradições e potencialidades. Uma das principais bandeiras do momento foi a reivindicação da paridade nos conselhos universitários, que resultou numa grande greve estudantil conhecida como “greve do 1/3”.
Nesse período a universidade era bem diferente da que conhecemos hoje. Exemplo disso é a peça teatral do CPC, “Auto dos 99”, que criticava o fato de apenas 1% da juventude brasileira estar nas universidades.
A UNE volante volta a percorrer o país numa realidade diferente; a universidade brasileira passou por um processo de maior democratização e popularização através das políticas educacionais dos governos Lula e Dilma. Entretanto, há um caminho longo até a universidade que queremos. As universidades ainda preservam muitos dilemas da nossa realidade social, econômica, cultural e política; apenas 15% da juventude acessa a universidade sendo que cerca de 70% via instituições particulares.
Além disso, também temos os novos dilemas do nosso tempo. Após o golpe de 2016 uma série de ameaças à existência da educação pública e gratuita a nível superior estão postas. Com a Emenda Constitucional 95, que congela os gastos sociais por 20 anos, todo processo de ampliação do acesso ao ensino superior está ameaçado, assim como a permanência daqueles estudantes mais pobres que precisam de assistência estudantil para concluir sua graduação.
Somam-se a esse desmonte os ataques à autonomia universitária e livre produção do conhecimento que aconteceram na Universidade Federal de Santa Catarina e na Universidade Federal de Minas Gerais, com um espetáculo midiático visando a desmoralização das instituições públicas. Também a interferência do Ministério Público Federal nas universidades que aprovaram a disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, a exemplo da Universidade de Brasília, com o intuito de censurar o pensamento crítico na universidade.
Esse avanço de uma política retrógrada não se restringe às universidades. No seio da sociedade vivenciamos mudanças que retiram direitos trabalhistas historicamente conquistados, que desnacionalizam nossas empresas, entregam nossas riquezas naturais e violam a constituição.
Temos um judiciário partidarizado e seletivo, com a prisão de um ex-presidente sem provas e sem transitado e julgado. Vivemos tempos de avanço do ódio, do fascismo, da intolerância e de uma grave crise econômica, política e institucional.
Nossos dilemas nas universidades não estão isolados da crise na sociedade. Por isso as saídas para os problemas do país também estão nas mãos dos estudantes.
Não é novidade a participação decisiva dos estudantes nas grandes transformações do nosso país, na defesa da democracia, da justiça e da soberania. Nesse momento, cabe a nós assumirmos a tarefa de restabelecer a democracia, de resistir por nossas conquistas e direitos e de lutar pelo Brasil que sonhamos: para os brasileiros e brasileiras.
Vamos percorrer o país a partir de 20 de abril começando pela região norte, na Universidade Federal do Pará. De lá, seguiremos por dois meses, realizando debates e festivais culturais de resistência em todas as regiões do país.
Nosso objetivo é proporcionar a troca de ideias entre os estudantes sobre o projeto de país e de universidade que queremos para construir a resistência e a reação estudantil. Nesse sentido, lutar pela liberdade de Lula e seu direito de se candidatar é um dever para nós que defendemos a democracia.
Vamos espalhar essa ideia através dos comitês pela liberdade de Lula que criaremos em todo país. Não baixaremos a cabeça diante da sanha golpista e, seguindo o exemplo de Helenira Rezende e Honestino Guimarães, seremos a chama que incendeia o país por democracia, justiça e liberdade!
Jessy Dayane
Vice-presidenta da UNE

Às amoras: a nova literatura brasileira vem cheia de identidade


Essa é a dedicatória do livro “Amora”, de Natalia Borges Polesso, que ganhou o Prêmio Jabuti em 2016. A obra composta por 33 contos entra como destaque latino-americano na literatura por muitos outros motivos além do prêmio: estética, forma, política. Não à toa a autora está na lista Bogotá-39, que elege os melhores de autores do continente com menos de 40 anos
Por Alessandra Monterastelli
Descoberta, amores não correspondidos, relação entre mãe e filha, observar e narrar a descoberta da outra, raízes, descrições psicológicas, curiosidade e ingenuidade diante do diferente, dor, solidão, companheirismo, o pesar dos anos para uma relação. Tudo isso, e muitas outras coisas essenciais são narradas dentro dos contos que compõem “Amora”.
Por meio de uma escrita simples, mas extremamente bem estruturada, mergulhamos rapidamente no momento em que a personagem se encontra, na sua memória, ou no seu sentimento. As vezes em primeira pessoa, as vezes quem lê é apenas observador, mas das duas formas é difícil não se identificar com a situação que está sendo contada. Os contos despertam, inevitavelmente, um sentimento de comunidade. Vemos a vida das personagens, sua forma de olhar o mundo, e acabamos lembrando de alguma forma da nossa história.
A impressão passada no começo da leitura é de que a autora escreveu sem muito objetivo além do de contar, como quem joga pensamentos em um diário. Engano devido à naturalidade com que as palavras estão no papel: conforme avançamos nos contos, eles nos arrastam para questões maiores, nos convidam a sentir o que sentem as personagens e a lembrar de nossas próprias vivências.
“O tempo era bonito às quintas-feiras, aos dezessete anos”: de forma sutil, mas bonita, a descoberta. Amora têm vários contos que tratam do descobrir ser e estar fora dos padrões sociais, às vezes de forma mais sensível, às vezes de uma forma mais realista e desconcertante. Trata, essencialmente, de relacionamentos homoafetivos entre mulheres, mas fugindo completamente do habitual para esse tema. Conta o que é estar em um relacionamento, o que é se relacionar, o que é amar, algo narrado de forma constante em romances heterossexuais.

É comum que na maioria das histórias entre duas mulheres uma delas morra ou a relação acabe sendo sexualizada mais do que contada. Não em Amora. Quando a morte aparece, nos contos, não parece como uma interrupção que incomoda, mas apenas como a história, assim como na a vida. Os relacionamentos narrados são contados de pontos de vista múltiplos, entre diversos estágios: mulheres com diferentes idades, solteiras ou casadas; amores rápidos e amores adultos; às vezes contam memórias, às vezes fatos que estão acontecendo agora; traição, tesão, dor, paixão, rancor, solidão.

Existem as descobertas da juventude, mas também a vida cotidiana de duas senhoras que vivem juntas há anos e que estão inseguras diante dos primeiros sinais que a vida dá sobre a velhice e depois, do fim. Alguns contos com mais humor e ironia, outros com dor e frieza. Afinal, somos humanas.
E Natalia Borges Polesso parece, enfim, ter transmitido exatamente o que esperava. “O erotismo tangencia alguns contos, mas estou mais preocupada em contar histórias de vida. Os textos tratam de vários tipos de relação, desde curiosidades infantis por figuras enigmáticas ou estranhas até amores adultos e na velhice. Nesses três livros que publiquei, tratei direta ou indiretamente de relações homoafetivas. Com o tempo, fiz desse ponto de vista uma escolha estética, porque acho importante que essa experiência seja vista, reconhecida e respeitada”, explicou em uma entrevista após vencer o Prêmio Jabuti.
Por retratar lésbicas e o relacionamento entre mulheres, o livro é político, mas em nenhum momento panfletário; existe um pensamento estético, e a mensagem é passada através dele. Daí também a entrada do livro no espectro da literatura latino-americana, e de Natalia na lista do Bogotá-39: a política está presente no que é escrito de forma natural.
“A gente precisa se reconhecer. A gente vive em um país e em um momento em que precisamos nos assumir mulher […] Ser escritora, ser mulher, ser lésbica: para mim a escrita viabiliza todos esses pontos”, disse Natalia em certa entrevista, ao que completou: “vivemos em sociedade, somos todos seres políticos. Fazemos política todo momento”. Um fato óbvio, mas que muitas vezes passa desapercebido. A sinceridade política na literatura não deixa de ser importante, e também não precisa estar escancarada para atingir quem lê. Às vezes, o que não está escrito de forma direta é até mais pungente, e alcança (para ferir ou não) mais precisamente.
A escritora Natalia Borges Polesso
A última parte do livro reúne contos “pequenos e ácidos”, que se caracterizam por serem tiros emocionais compostos por pequenos parágrafos. Fazem refletir sobre como é sentir o ser mulher diante de diferentes situações, que por sua vez desencadeiam emoções cotidianas, momentâneas, epifânicas e as vezes dolorosas. Que talvez todas já tenhamos sentido; mais uma vez, o identificar-se está presente na escrita de Natália. É um livro sobre relacionamentos, mas também sobre identidade, no final das contas, as duas coisas nunca andam totalmente separadas.
Do Portal Vermelho