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segunda-feira, 31 de julho de 2017

‘Feminismo é câncer’. ‘L.G.B.T é a P.Q.P.’ Intolerância invade Universidade Federal do Paraná


Facebook oficial da Universidade Federal do Paraná repudia mensagens encontradas em cartazes nos campi da universidade com mensagens homofóbicas e antifeministas
O Facebook oficial da Universidade Federal do Paraná, UFPR, lamentou na semana passada a ocorrência de mensagens encontradas em cartazes nos campi com conteúdos antifeminista e anti-LGBT (veja imagem abaixo).
Diz a postagem:
Lamentavelmente estes cartazes foram encontrados pelas paredes de alguns campi da Universidade. Não, isto não é liberdade de expressão. É agressão. Que fique claro: a UFPR repudia qualquer tipo de atitude violenta, ofensiva, humilhante e discriminatória.
Para ver como o grau de intolerância afeta a sociedade brasileira neste momento, nos mais de 700 comentários aparecem pessoas acusando a universidade de “censura”. “Isso é sim liberdade de expressão! Não interessa se a pessoa está certa ou errada, devemos defender o direito dela dizer o que quiser. Cabe a nós mostrar que o respeito deve ser absoluto. Mas censurar nunca é o caminho.”
E pessoas cobrando atitudes mais efetivas da universidade: “Repudiar é importante, mas não é suficiente né, UFPR? Não é de hoje que cartazes com agressões e opressões são expostos nas paredes da universidade e nada além de repúdio é feito. Ainda lembramos do cartaz em 2015 com ameaças de estupro e na época criam o programa conte conosco, que não funciona direito até hoje (se é que existe de fato).
Queremos mais que repúdio em rede social, queremos um plano de enfrentamento as opressões na pratica, no dia-a-dia, para que nós não tenhamos que continuar abandonando a universidade por medo.”

Fonte: REVISTA FÓRUM

RETROSPECTIVA: HOMOFOBIA MATA

O Dia do Orgulho Gay passou e nos restaram os outros 365 dias de violência que o cidadão homossexual vive ano a ano, aliás, nem no Dia do Orgulho Gay somos poupados da barbárie, descaso político e insignificância social na qual somos submetidos. O dia 14/06/08 ficará para sempre na memória da luta contra a homofobia no Brasil, o dia em que 3,1 milhões de gays, lésbicas e simpatizantes - acompanhados por baderneiros e homofobicos que visaram acabar com a festa -, foram às ruas pedindo pela por “Não Homofobia, mais cidadania”.

Apesar de muitas criticas, umas se referindo à fluidez rápida dos trios elétricos, outras falando da falta de segurança e infra-estrutura e outras apenas se limitando dizer que na Av. Paulista só tinha “gente feia”, a festa realizada foi bonita e de extrema importância para a manutenção do “Movimento Homossexual Brasileiro” e da continuidade das nossas lutas políticas. A Parada Gay mostra para as famílias tradicionais brasileiras que o gay existe, convive na sociedade e que somos um grande numero de oprimidos politicamente.


Há vários anos, ainda quando a Regina Faccini fazia parte da Associação da Parada, ela disse: “Os casos de homofobia aumentam muito nos dias que sucedem a Parada”. Esse fenômeno está bem nítido em nossa sociedade. Ontem, uma vitima da homofobia pós-parada teve sua vida ceifada pela escoria da sociedade, pelos nazistas e religiosos fundamentalistas que se sentem acima de nos por terem uma sexualidade de acordo com uma sociedade heteronormativa. Marcelo Campos Barros, de 35 anos, sofreu traumatismo craniano ao ser agredido depois da Parada Gay.

A morte cerebral dele havia sido confirmada no fim da tarde de ontem, 17/06, e ele acabou morrendo momentos depois, ainda no início da noite. Ele chegou a passar por uma cirurgia e estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Marcelo foi agredido na região da Praça da República, no centro de São Paulo, onde a Parada Gay terminou. Amigos do Marcelo afirmam que ele não participou da Parada, pois não gostava de eventos com grandes aglomerações, a vítima era chefe de cozinha do restaurante francês “Le Petit Trou” e estava num ponto de ônibus quando um grupo se aproximou e o espancou. A polícia ainda não tem pistas dos criminosos.

O Dia do Orgulho Gay passou e nos restaram os outros 365 dias de violência que o cidadão homossexual vive ano a ano, aliás, nem no Dia do Orgulho Gay somos poupados da barbárie, descaso político e insignificância social na qual somos submetidos. O dia 14/06/08 ficará para sempre na memória da luta contra a homofobia no Brasil, o dia em que 3,1 milhões de gays, lésbicas e simpatizantes - acompanhados por baderneiros e homofobicos que visaram acabar com a festa -, foram às ruas pedindo pela por “Não Homofobia, mais cidadania”.

Apesar de muitas criticas, umas se referindo à fluidez rápida dos trios elétricos, outras falando da falta de segurança e infra-estrutura e outras apenas se limitando dizer que na Av. Paulista só tinha “gente feia”, a festa realizada foi bonita e de extrema importância para a manutenção do “Movimento Homossexual Brasileiro” e da continuidade das nossas lutas políticas. A Parada Gay mostra para as famílias tradicionais brasileiras que o gay existe, convive na sociedade e que somos um grande numero de oprimidos politicamente.

Há vários anos, ainda quando a Regina Faccini fazia parte da Associação da Parada, ela disse: “Os casos de homofobia aumentam muito nos dias que sucedem a Parada”. Esse fenômeno está bem nítido em nossa sociedade. Ontem, uma vitima da homofobia pós-parada teve sua vida ceifada pela escoria da sociedade, pelos nazistas e religiosos fundamentalistas que se sentem acima de nos por terem uma sexualidade de acordo com uma sociedade heteronormativa. Marcelo Campos Barros, de 35 anos, sofreu traumatismo craniano ao ser agredido depois da Parada Gay.

A morte cerebral dele havia sido confirmada no fim da tarde de ontem, 17/06, e ele acabou morrendo momentos depois, ainda no início da noite. Ele chegou a passar por uma cirurgia e estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Marcelo foi agredido na região da Praça da República, no centro de São Paulo, onde a Parada Gay terminou. Amigos do Marcelo afirmam que ele não participou da Parada, pois não gostava de eventos com grandes aglomerações, a vítima era chefe de cozinha do restaurante francês “Le Petit Trou” e estava num ponto de ônibus quando um grupo se aproximou e o espancou. A polícia ainda não tem pistas dos criminosos.

Amanhã (19/06), às 18 horas, amigas do Marcelo irão fazer uma manifestação pela morte do amigo e pedirão pela paz e o fim da violência. A manifestação acontecerá na Rua Fradique Coutinho, esquina com a Rua Aspicuelta, na ocasião, todos usarão branco. Não podemos negar que a Parada Gay foi marcada pela violência, ao todo foram 57 vitimas, dentre elas, 23 atingidas por estilhaços de uma bomba caseira e ninguém foi preso até o momento, porém, não podemos remeter a culpa dessa violência a Associação da Parada. A polícia diz ter pistas que levam aos assassinos de Marcelo, mas não revela maiores detalhes para não atrapalhar a investigação: é o que esperamos. Amigos do Marcelo confirmaram presença na manifestação que ocorrerá no próximo sábado, às 19 horas, na Rua Dr. Viera de Carvalho. Não podemos conviver num estado de guerra pelo simples fatos de sermos homossexuais.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se pode aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” (Nelson Mandela.

Apesar de muitas criticas, umas se referindo à fluidez rápida dos trios elétricos, outras falando da falta de segurança e infra-estrutura e outras apenas se limitando dizer que na Av. Paulista só tinha “gente feia”, a festa realizada foi bonita e de extrema importância para a manutenção do “Movimento Homossexual Brasileiro” e da continuidade das nossas lutas políticas. A Parada Gay mostra para as famílias tradicionais brasileiras que o gay existe, convive na sociedade e que somos um grande numero de oprimidos politicamente.
Há vários anos, ainda quando a Regina Faccini fazia parte da Associação da Parada, ela disse: “Os casos de homofobia aumentam muito nos dias que sucedem a Parada”. Esse fenômeno está bem nítido em nossa sociedade. Ontem, uma vitima da homofobia pós-parada teve sua vida ceifada pela escoria da sociedade, pelos nazistas e religiosos fundamentalistas que se sentem acima de nos por terem uma sexualidade de acordo com uma sociedade heteronormativa. Marcelo Campos Barros, de 35 anos, sofreu traumatismo craniano ao ser agredido depois da Parada Gay.

A morte cerebral dele havia sido confirmada no fim da tarde de ontem, 17/06, e ele acabou morrendo momentos depois, ainda no início da noite. Ele chegou a passar por uma cirurgia e estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Marcelo foi agredido na região da Praça da República, no centro de São Paulo, onde a Parada Gay terminou. Amigos do Marcelo afirmam que ele não participou da Parada, pois não gostava de eventos com grandes aglomerações, a vítima era chefe de cozinha do restaurante francês “Le Petit Trou” e estava num ponto de ônibus quando um grupo se aproximou e o espancou. A polícia ainda não tem pistas dos criminosos.

Amanhã (19/06), às 18 horas, amigas do Marcelo irão fazer uma manifestação pela morte do amigo e pedirão pela paz e o fim da violência. A manifestação acontecerá na Rua Fradique Coutinho, esquina com a Rua Aspicuelta, na ocasião, todos usarão branco. Não podemos negar que a Parada Gay foi marcada pela violência, ao todo foram 57 vitimas, dentre elas, 23 atingidas por estilhaços de uma bomba caseira e ninguém foi preso até o momento, porém, não podemos remeter a culpa dessa violência a Associação da Parada. A polícia diz ter pistas que levam aos assassinos de Marcelo, mas não revela maiores detalhes para não atrapalhar a investigação: é o que esperamos. Amigos do Marcelo confirmaram presença na manifestação que ocorrerá no próximo sábado, às 19 horas, na Rua Dr. Viera de Carvalho. Não podemos conviver num estado de guerra pelo simples fatos de sermos homossexuais.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se pode aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” (Nelson Mandela)

Fonte: http://passageirodomundo.blogspot.com.br

A SOLIDARIEDADE É UM DOS REQUISITOS PARA A EMANCIPAÇÃO

"A solidariedade é o sentimento que melhor expressa
o respeito pela dignidade humana" (Franz kafka)
.
Costumo dizer aos que me questionam pelo fato de criticar o dinheiro, mas, ao mesmo tempo, batalhar diariamente para obtê-lo com o exercício da advocacia (como se isto fosse um paradoxo entre o que eu digo e o que faço) que o Instituto Butantan de São Paulo precisa do veneno da cobra para produzir o soro antiofídico que neutraliza tal veneno e salva vidas.

Destarte, não há nenhuma contradição entre obtermos o dinheiro necessário aos nossos intentos e sobrevivência, e, ao mesmo tempo, criticá-lo. É que a sociedade do capital, confirmando o caráter onívoro da mediação social pelo dinheiro que tudo atrai para si e a tudo e a todos submete, nos obriga ditatorialmente a buscar dinheiro para vivermos.

Para levarmos adiante a luta contra este modo de mediação social em decomposição orgânica (que ocorre por seus próprios fundamentos contraditórios e irracionais), necessitamos de recursos em dinheiro para combatê-lo de modo eficaz;  e também precisamos saber como fazê-lo, o que não é tão simples assim.

O blogue Náufrago da utopia, para manter a sua independência diante do mercado, não veicula propagandas comerciais, pois isto significaria uma capitis deminutio na liberdade de dizer e conscientizar a partir de seus pressupostos revolucionários; e muito menos aceita qualquer subvenção de governos e de entes a eles vinculados, que significaria uma dependência em relação ao Estado que tanto criticamos (o segmento político institucional é sempre correia de transmissão e legitimação da opressão estatal).

Denunciamos a nossa tragédia social ao mesmo tempo em que buscamos a análise de suas causas e modo de superação.

Temos hoje, no Brasil, cerca de 13,5 milhões de desempregados. Considerando que se trata da chamada mão-de-obra economicamente ativa, e que quase todos os trabalhadores desempregados têm uma família deles dependente, isto significa que quase ¼ da população brasileira (quase 50 milhões de pessoas) não tem como obter recursos para o custeio das suas necessidades. Esse é o caldeirão no qual se processam as mais aviltantes maquinações do diabo.

O aumento vertiginoso da violência urbana deriva da miséria social decorrente das estatísticas de desemprego, alarmantes mesmo segundo os nem sempre confiáveis dados oficiais. Estamos todos ameaçados, pois a vida já vale menos que um celular.

A falência econômica do Estado decorre da depressão econômica (local e mundial) e implica o abandono, pelo Estado, do atendimento das demandas sociais básicas (educação e saúde). Dito Estado agora se fixa apenas no provimento e custeio daquilo que lhe é essencial, ou seja, do financiamento das instituições (parlamento, judiciário e força militar). Assim, vamos vivendo de perdas em perdas e tentando sobreviver a elas. 
Denunciamos tudo isso porque não aceitamos passivamente tal estado de coisas como se fosse a resultante de determinismo histórico imutável. 

Teimamos em mudar o curso da história de sangue e dor de humanidade e isto implica uma concepção teórica e prática somente possível de ser encontrada a partir de uma discussão dialética e aberta, desde que circunscrita ao campo da análise dos nossos infortúnios sociais e não da sua justificativa de acomodação.  

Quem denuncia tal estado de coisas e se propõe criticamente à formulação de alternativas de vida social sem apelar para o mercado ou às tetas do estado paga um preço muito alto. Estamos dispostos a pagar tal preço como contribuição revolucionária. 

Buscamos uma saída e haveremos de encontrá-la.
.
UM APELO SOLIDÁRIO
.
A elaboração de um blogue com artigos reflexivos e ilustrações explicativas que ajudam na correta interpretação e suavização a leitura, requer um esforço intelectual de elaboração E pesquisa, além de físico, que demanda muito tempo. E como quem escreve artigos contra o capital quase sempre não detém capital ou renda dele derivada, consome o seu tempo sem ter uma receita que promova o seu sustento. Como sabemos, no capitalismo sob o qual vivemos tempo é dinheiro.

Neste sentido (como em todos os outros), é de suma importância a prática da solidariedade entre aqueles que compreendem a importância do esforço emancipatório e podem promover e contribuir para emancipação social com gestos e ações que, por mais simples que sejam, somam com todas as outras na direção da construção de um novo tempo de vida fraterna, na qual não sejamos todos adversários de todos. 

Isto é solidariedade.

O blogue Náufrago da utopia tem atingido índices de acesso contributivos para a conscientização daquilo que está na base dos nossos infortúnios sociais de modo aberto e dialético. Já ultrapassamos a casa dos 2 milhões de acessos e certamente temos contribuído para um arejamento do pensar, incomodando os recalcitrantes defensores do status quo da conservação ou reforma que nada muda, ou muda pouco para não transformar nada.     

Precisamos manter, ampliar e acrescentar outros elementos à nossa luta, de modo a criarmos uma vertente de conscientização teórica e prática que nos conduza à saída do labirinto que nos prende à segregação social histórica; e, para tanto, solicitamos a ajuda dos leitores que se dispuserem (e puderem) contribuir financeiramente.

Tomei a iniciativa, com a anuência do Celso, fundador e editor do blogue, de elaborar o apelo ora publicado em razão das dificuldades financeiras inerentes à condição de combatente do seu fundador.

Aquele(a) que se dispuser a contribuir financeiramente deverá depositar qualquer valor disponível e ao seu critério, de uma única vez, na conta corrente nº 001-00020035-2, agência 2139, da Caixa Econômica Federal (banco 104), em nome de Celso Lungaretti (CPF 755.982.728-49). Posteriormente o blogue exporá o quantitativo de valores arrecadados e correspondente prestação de contas da destinação. 

Desde já, recebam um abraço agradecido do blogue Náufrago da utopia

Até a vitória!
(por Dalton Rosado)

Freixo, Priscila e Isadora


Nesta semana, Priscila Soares (vulgo “ex-mulher de Freixo”, segundo a maior parte da mídia) denunciou, por meio das redes sociais, o machismo que sofreu durante sua relação com um dos políticos atualmente mais proeminentes da esquerda dita mais à esquerda: Marcelo Freixo, PSOL.
Como exposto por Maria Elisa Maximo, do Catarinas, “Denunciar o machismo e a misoginia que se expressam a partir de espaços conservadores e conhecidamente reacionários é o óbvio e ululante. É como chover no molhado. Agora, falar do machismo que se expressa a partir dos espaços que, em tese, têm compromisso de transformar essa realidade, é sério, complexo e é uma necessidade que precisa ser encarada, principalmente pelos homens, com responsabilidade e serenidade. Não dá mais pra aceitar que nossos camaradas da esquerda recebam nossas denúncias como acinte, como autoritarismo, como levianismo.”
É sempre infeliz quando a postura majoritária da esquerda nos coloca em posição de encontrar lucidez nos prepostos mais delirantes da direita. Pois eu li e, mesmo tampando o nariz, me vi obrigada a concordar com Rodrigo Constantino, que propôs uma reflexão sobre como essa denúncia teria sido recebida se seu alvo fosse, por exemplo, o homem que adoramos odiar: Jair Bolsonaro.
Nós esperamos machismo das figurinhas da direita. Mas o que fazemos quando nos deparamos com o machismo da esquerda? O que fazemos quando pessoas a quem admiramos se mostram menos que perfeitas?
Problematizamos? Desconstruímos?
Ou chamamos de “linchamento”, justificamos, racionalizamos e varremos para debaixo do tapete para manter a incolumidade de nossos ídolos?
É muito complicado ver que as pessoas que fazem apontamentos e levantam questionamentos que são tão importantes são tão frequentemente tratadas como se fossem elas próprias o problema. Como se estivessem “fazendo o jogo da direita” ou “dividindo/enfraquecendo o movimento”.
Isadora Freixo, filha de 19 anos do político, compreensivelmente veio a público defender a imagem do pai. Expondo memórias dolorosas de seu relacionamento com Priscila, minou sua credibilidade (se é que isso ainda precisava ser feito, já que a moça já mal estava sendo ouvida), fazendo uso da alegoria da “mulher rejeitada” e fez alusão ao histórico de depressão desta. Ou seja, sem perceber, corroborou as alegações feitas por Priscila em relação ao gaslighting que esta vinha sofrendo.
Contudo, é uma situação complicada. O que Isadora descreve de sua relação com Priscila, assim como os detalhes fornecidos por esta de sua relação com Freixo, não é mera “lavação de roupa suja em público”. São as evidências que corroboram o apontamento (ou acusação, como se costuma chamar) das opressões sofridas no âmbito dessas relações. No caso de Priscila, o machismo, nomeado claramente. No caso de Isadora, o adultismo, que, para esta, como para a maioria das pessoas, infelizmente segue inominado.
Priscila nunca foi filha de Freixo. Isadora nunca foi companheira dele. Mais que isso, Priscila nunca foi Isadora e Isadora nunca foi Priscila. Óbvio, né? Pois é. Mas a decorrência dessa obviedade é menos óbvia. Ambas tiveram com ele tipos de convivência distintos, não só pelo tipo de relação, mas porque são pessoas diversas e, logo, as relações que formam, ainda que com o mesmo cara, serão diversas. Resumindo: a perspectiva de uma não invalida a da outra.
Isadora, assim como Priscila, tem o direito de expor seu ponto de vista. O problema, a meu ver, está em contrapor esses pontos de vista como se apenas um deles pudesse prevalecer. Como se só houvesse espaço para o reconhecimento de uma dor. Uma forma de opressão.
Fazer isso é, na minha opinião, usar o sofrimento de uma pessoa para apagar o da outra, quando, infelizmente, o que não falta é espaço para todo mundo sofrer, ao mesmo tempo, ainda que por motivos diferentes.
E foi por isso que me incomodou tanto o artigo publicado por esta Revista Fórum a respeito dessa questão. Porque, ao lê-lo, eu tive exatamente essa sensação, a de que rolou um: se precisamos falar de flores, então vamos falar de flores, mas vamos antes tecer toda uma crítica às flores, para que, quando estas finalmente aparecerem, elas já sejam vistas com outros olhos.
E isso me parece silenciamento – e não só silenciamento, mas, o que é pior, um silenciamento que finge não ser silenciamento. Afinal, não é que não houve oportunidade de falar, né? É só que a gente vai fazer o possível para que ninguém escute.
E tem mais. Sempre me deixa um gosto amargo na boca quando, diante de uma situação em que se discute o comportamento de um homem, a discussão se desloca para as mulheres que o “defendem” ou o “atacam”, tirando de foco, tcharam… o homem em si. E isso é, para mim, muito machista. Porque agora se atacam as honras e as credibilidades das mulheres, uma é uma louca ciumenta, a outra é uma fedelha ciumenta e por aí vamos.
A crítica ao machismo de Freixo (ou mesmo a outras incoerências deste) não precisa apagar suas virtudes, nem aquilo que ele construiu ou constrói de bom para quem gosta dele. Pelo contrário, é algo que pode ser muito produtivo e benéfico se conseguirmos ter a maturidade de ouvir com orelhas de quem quer aprender e evoluir.
É difícil não cair no maniqueísmo de “ah, ele é machista, logo, não presta”, ou “ah, ela é adultista, logo, não presta”. As pessoas não se resumem a um só aspecto, um só comportamento. Não é porque alguém falou ou fez algo problemático que agora se tem um compromisso de odiar essa pessoa. Fãs do Freixo podem continuar fãs do Freixo sem passar paninho para ele. Quem se solidariza com Priscila pode continuar a se solidarizar sem passar paninho para ela.
Pessoas pisam na bola. Erram. Mas podem aprender com seus erros.
É só que fica difícil a gente aprender com erro quando, ao invés de assumir esse erro, a gente finge que não foi erro, ou que até que faz sentido, no contexto, ou que nem foi tão ruim assim, ou que, na verdade, veja bem… e assim vamos na desresponsabilização. E ninguém consegue ser a tal da mudança que quer ver no mundo.

Às vésperas de julgamento, tag #LibertemRafaelBraga é o assunto mais comentado do Twitter

Por Redação
Nesta segunda-feira (31), a tag #LibertemRafaelBraga se tornou o assunto mais comentado do Twitter no Brasil. A mobilização online faz parte de uma campanha que já atingiu níveis internacionais pela liberdade do jovem, único preso das manifestações de junho de 2013. Nesta terça-feira (1), a 1ª Câmara do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deve julgar um pedido de habeas corpus para que Rafael responda ao processo em liberdade.
Em junho de 2013, Braga foi detido portando uma garrafa de desinfetante Pinho Sol, que foi interpretado como material para fabricar explosivos. Ele respondeu ao processo em liberdade com uma tornozeleira eletrônica e, em janeiro de 2016, foi detido novamente depois de ser abordado por um policial enquanto ia comprar pão. Foi atribuído ao jovem, nesta última ocasião, 0,6 grama de maconha, 9,3 gramas de cocaína e um rojão. Desde seu primeiro depoimento, no entanto, Braga alega que tal material não lhe pertencia, e ainda revelou uma série de ameaças de policias, desde 2013, de “plantar” drogas “em sua conta”. Em sentença publicada no último dia 20, Rafael Braga foi condenado a 11 anos de prisão por tráfico de drogas. A decisão foi baseada apenas no depoimento de policiais.
Ativistas e militantes interpretam a prisão de Rafael Braga como arbitrária e fruto da política racista de encarceramento da população negra no Brasil. A campanha pela liberdade do jovem é endossada, inclusive, por figuras de renome na luta pelos direitos da população negra à nível mundial, como Angela Davis.
Às vésperas do julgamento do habeas corpus, ao menos três capitais brasileiras terão atos exigindo a liberdade do jovem. Em São Paulo, será realizado um ato-vigília, a partir das 18h, em frente ao Teatro Municipal, no centro da capital. Convocados pela Frente Alternativa Preta e pela Campanha 30 Dias Por Rafael Braga, outros atos também serão realizados no Rio de Janeiro, em frente ao Tribunal de Justiça do estado, às 17h, e em Brasília, diante do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), às 14h.
Revista Fórum

CULTURA: Quem financia o filme contra Lula?

Laboratorio.jpg
Dallagnol fez "laboratório de interpretação" com globais. Cobrou cachê? (Reprodução: Instagram)

Filme inspirado na Lava Jato segue os passos de Lula

Será o "japa" do Meirelles?

Da Fel-lha:

Diretor de “Polícia Federal”, filme inspirado na Lava Jato, Marcelo Antunez quis filmar a cena da condução coercitiva do ex-presidente Lula no próprio lugar em que ela se deu: no salão presidencial do aeroporto de Congonhas.


“Tem um peso histórico. O filme ganha muito com esse apoio na realidade”, diz. A cena deve encerrar o longa.



O filme angaria controvérsias que vão além do Fla-Flu político. Com orçamento de R$ 15 milhões, tem investidores secretos (algo incomum) e teve até acesso à carceragem dos réus da Lava Jato.



Estreia em 7 de setembro.



Na foto abaixo, o ator Marcelo Serrado caracterizado como um juiz inspirado em Sergio Moro.



Créditos: Ique Esteves/ Divulgação
C/ Conversa Afiada

O trabalho sem cidadania, por Boaventura Sousa Santos


Por Jota A. Botelho
Entrevista com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos sobre a crise do trabalho no mundo do capitalismo neoliberal onde sua relação perde toda a cidadania. Será o fim do Contrato Social firmado desde o século XVII

Segundo o prof. Boaventura o capitalismo neoliberal é um capitalismo global que mostra toda a sua vocação antissocial globalizante e, portanto, sobrepondo aos Estados Nacionais. Como a proteção social ainda hoje é ancorada nos Estados Nacionais, na medida que ele sobrepõe a estes Estados, ele irá fazer um ataque aos direitos sociais e econômicos, sobretudo aos direitos laborais. 

E, por outro lado, ele vai promover um outro discurso - os dos direitos humanos - como sendo um discurso progressista, mas para quem está atento isso acarretará a substituição do discurso dos direitos da cidadania por este discurso, que embora válidos, mas não tem a mesma eficácia, a mesma densidade política, não tem os meios de coesão e aplicação que tem os direitos da cidadania, mudando assim completamente a lógica anterior com a hegemonia deste discurso, que provocará uma deteriorização dos direitos de cidadania. Obviamente, ainda segundo o prof. Boaventura, o objetivo desta forma de capitalismo neoliberal é transformar o trabalho num fator de produção e nada mais.
O trabalho será exatamente a nossa contribuição para a máquina produtiva. O trabalho não são pessoas, não são famílias, os trabalhadores não são entes que podem organizar-se politicamente. Enfim, o trabalho não dará mais acesso à cidadania, portanto não é mais trabalho com direitos. O trabalho deixará de ser uma identidade coletiva, de autoestima, porque foi destruído na sua identidade política e cultural. Veja abaixo o restante da entrevista com o prof. Boaventura de Sousa Santos.   


Fonte: http://jornalggn.com.br

CULTURA: O racismo pela voz da plateia, por Diva Guimarães


 
Sugerido por Lucio Vieira
Na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), o ator Lázaro Ramos se emociona com fala de professora sobre racismo