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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

'Fiz uma opção: derrotar Jair Bolsonaro', diz Haddad em Ato da Virada, no Rio



Ato da Virada
Estimativa de 70 mil pessoas na Lapa pela democracia

por Maurício Thuswohl, para a RBA
"Estou aqui para evitar a cafajestização do homem brasileiro", disse Caetano Veloso. "Não queremos mais mentira e força bruta. Queremos paz, queremos Fernando e Manuela”, disse Chico Buarque.
Rio de Janeiro – Aos gritos de “Ele, não!” e “Lula presente, Haddad presidente”, cerca de 70 mil pessoas estiveram nos Arcos da Lapa, zona central do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (23) para o “Ato da Virada – Brasil pela Democracia”, realizado em apoio ao candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad.
O ato, que teve a participação de artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso, foi marcado pelo repúdio às recentes declarações do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que ontem (22) ameaçou seus opositores com “a prisão ou o exílio” e afirmou que colocará as forças de segurança do país para “dar no lombo” dos “petralhas” e dos “bandidos do MST e do MTST”.
Haddad, que passou o dia no Rio em atividade na Favela da Maré e em reuniões com representantes das comunidades judaica, evangélica e católica, criticou as afirmações de Bolsonaro: “Ele disse que depois das eleições eu teria dois destinos: a prisão ou o exílio. Eu fiz uma opção: resolvi derrotar Jair Bolsonaro. Eu não o quero preso nem exilado. O que eu quero é que ele viva com saúde para ver os negros na universidade, as mulheres emancipadas e donas do seus destinos, as terras indígenas demarcadas, os nordestinos progredindo com água, comida, trabalho e educação”, disse.
O candidato do PT adotou um tom duro contra o adversário: “Ele disse que quer acabar com o ‘coitadismo’ de mulheres, negros, nordestinos e gays. O meu recado pra ele é: Jair, se olha no espelho, o coitado é você, que não passa de um soldadinho de araque e só fala grosso porque tem gente armada à sua volta. Você não é capaz de enfrentar um debate, não é capaz de enfrentar uma entrevista sem censurar jornalista livre”.
A atividade pública de Bolsonaro também foi criticada: “Foram sete mandatos de nada, com o dinheiro público pagando o teu salário. São 28 anos no Congresso Nacional propagando o ódio, sem apresentar uma ideia, medíocre que fosse. Não sai nada dele que não seja o pior do ser humano. Ele só sabe agredir, difamar e caluniar, e agora se sabe como: através das fake news nas redes sociais bancadas por amigos empresários que apoiam o projeto neoliberal que ele representa”.
Haddad falou também sobre a possibilidade de virar o jogo até o dia da votação e a necessidade de "dar razão às pessoas' para conquistar as pessoas. "Não estou falando dos coxinhas que sempre nos odiaram, mas das pessoas que estão revoltadas porque estão desempregadas ou deixaram a universidade", explicou. "A essas pessoas nós precisamos abraçar e sentar para conversar daqui até o domingo. Vamos dialogar, eles não são nossos inimigos. Vamos fazer um projeto fraterno e avançar do ponto de vista social. Domingo nós vamos ganhar a eleição. Estou sentido no ar uma virada. Nós começamos a crescer e ele começou a cair. Nós temos cinco dias para fazer crescer ainda mais essa onda positiva."

Frente ampla pela democracia

Representantes de todos os partidos do campo progressista usaram o microfone para confirmar o apoio a Haddad e defender a democracia contra a ameaça representada pelas propostas de Bolsonaro: “Esta eleição está ocorrendo sob fraude, crime eleitoral e mentira. Neste momento, o Brasil está correndo o sério risco de legitimar pelo voto uma ditadura no país. Corremos o risco de eleger um ditador corrupto e mentiroso. Queremos defender o direito de discordar e a democracia”, disse a deputada federal Jandira Feghali, do PCdoB. 
Candidato do Psol no primeiro turno, Guilherme Boulos também mandou um recado a Bolsonaro: “Esse é um momento de luta pela democracia no nosso país. É preciso ter lado, ter coerência. Não cabe ficar em cima do muro, não cabe neutralidade porque neutralidade em um momento como esse significa cumplicidade. Há um candidato a presidente que ameaça as instituições, que ameaça seus opositores com a prisão ou o exílio, que diz que vai tratar como terroristas os movimentos sociais. O único jeito de acabar com o MTST é construir 6 milhões de casas no país”.
Ao lembrar Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro, o deputado federal eleito Marcelo Freixo, do Psol, proporcionou um dos momentos mais emocionantes da noite: “Bolsonaro, a sua capacidade de provocar medo não é e nunca será maior do que a nossa capacidade de sonhar por liberdade e democracia. É a eleição mais importante da história das nossas vidas porque precisamos derrotar um projeto fascista. Pelo terror, tiraram de nós a Marielle, que estaria aqui conosco neste momento”, disse.
O senador petista Lindbergh Farias que, segundo Bolsonaro, irá em breve para a cadeia “apodrecer” ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também alertou para o risco que corre a democracia no país: “Está muito claro que o plano do Bolsonaro é levar o Brasil em direção a uma ditadura. Bolsonaro vem dizendo há muito tempo o que quer fazer no Brasil. O símbolo dele não é Geisel, não é Médici, é o Brilhante Ustra”, disse. Lindbergh também criticou o Supremo Tribunal Federal: “Impressiona a covardia do STF neste momento da nossa história. Nenhuma resposta à indústria de fake news que foi montada no país”.
Falando em nome do PSB, o deputado federal reeleito Alessandro Molon comparou Bolsonaro ao presidente Michel Temer, do PMDB: “Estamos aqui nesta praça porque acreditamos na força transformadora da educação. Por isso vamos votar em quem defende dar para cada criança do nosso país um livro, um lápis e uma borracha e não uma arma. Quem faz uma campanha suja não pode fazer um governo limpo. Temos que tirar o Brasil do atoleiro em que Temer, Bolsonaro e sua turma o colocaram”, disse.
Chico e Caetano
Desde os anos 1970 Chico Buarque e Caetano Veloso não dividiam as mesmas paixões no mesmo palco juntos e ao vivo
Importantes figuras da história política nacional também foram lembradas durante o ato: “Se estivesse vivo, Leonel Brizola certamente estaria neste palco. Nós trabalhistas, brizolistas, nacionalistas votaremos em Haddad no domingo”, disse Vivaldo Barbosa, fundador e militante histórico do PDT.
Representando o PV, o deputado federal Fabiano Carnevale afirmou: “Somos o partido de Chico Mendes, que também estaria aqui apresentando ao mundo a ameaça que é a candidatura do Bolsonaro que quer entregar a Amazônia e retirar o Brasil do Acordo de Paris”.

Chico e Caetano 

A participação de artistas rendeu momentos emocionantes durante o ato: “Temos que apagar da mente brasileira a ideia de que o cafajeste é quem nos representa. É isso que precisamos negar dentro de nós. Precisamos encontrar meios de dizer àqueles que se deixaram hipnotizar por essa onda. Eu estou aqui por causa disso, para evitar a ‘cafajestização’ do homem brasileiro. A eleição de Fernando Haddad e Manuela D'Ávila representará a dignidade do povo brasileiro, de cada homem brasileiro”, disse Caetano Veloso.
Chico Buarque afirmou que “a eleição de Haddad é difícil”, mas disse preferir crer que ainda é possível virar o jogo: “Imagino que lá fora, muita gente – cidadãos conservadores, de direita, cristãos, os chamados coxinhas – tenham votado no candidato fascista e agora estejam vendo a onda de boçalidade que toma conta das ruas cada vez mais e que depois do primeiro turno só fez piorar e ninguém sabe onde vai parar a matança de gays, de mulheres, de trans, de estudantes, de capoeiras que ousaram dizer que votaram no PT. Nas periferias, onde afinal está o povo que mais sofre com a miséria e a violência, e votaram por mais miséria e mais violência, eles talvez na última hora virem o voto. Não queremos mais mentiras, não queremos mais força bruta. Queremos paz, queremos alegria, queremos Fernando e Manuela”.
Arcos da Lapa Ato da Virada
 Fonte: redebrasilatual.com.br

Exemplo da democratização do ensino superior, Prouni precisa ser fortalecido

 por Renata Bars.
Entenda a importância do programa de bolsas criado pelo então ministro da educação Fernando Haddad, hoje candidato à presidência.
Em tempos críticos de ameaça à democracia e à educação no país, vale se lembrar de ferramentas que possibilitaram o acesso ao ensino superior a milhares de estudantes. O Prouni – Programa Universidade Para Todos é um desses casos. Criado em 2004 e institucionalizado pela Lei nº 11.096, em 13 de janeiro de 2005, período em que Fernando Haddad foi ministro da educação, o Prouni oferece bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de ensino superior privadas.
De lá pra cá, o ProUni concedeu 1.497.180 bolsas, das quais 562.551 estão ativas, segundo o último balanço divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). Atualmente, junto com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o programa corresponde a cerca de 47% das vagas ofertadas pelas instituições privadas. Em 2017, segundo o Censo da Educação Superior, eram cerca de 2 mil as instituições privadas participantes.
Para a presidenta da UNE Marianna Dias é importante defender cada vez mais a educação pública e os direitos dos estudantes, como o Prouni, o Fies, a política de cotas e o auxílio estudantil.
”Milhares de jovens tiveram suas vidas transformadas pelo Prouni. Isso significa que temos de investir sim na democratização do ensino superior. É uma forma de mudar o futuro dos estudantes e consequentemente do nosso país”, disse.

AMEAÇA DA EC DO TETO

A Emenda Constitucional 95 (EC95), conhecida como a ”Pec do fim do mundo” é reconhecida pelos estudantes como inimiga número 1 da educação e dos programas de democratização ao acesso. Instaurada pelo governo Temer, a EC95 vai congelar os investimentos em educação e saúde por 20 anos.
Na contramão, a ampliação do acesso e o financiamento ao ensino superior está entre os desafios a serem enfrentados pelo próximo presidente da República.
Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), lei em vigor desde 2014, a taxa bruta de matrículas no ensino superior, ou seja, o número total de estudantes matriculados, independentemente da idade, dividido pela população de 18 a 24 anos, deve chegar a 50% até 2024 – atualmente é 34,6%.
“Se não houver fortalecimento do Fies e Prouni, o país não atingirá a meta de ter 30% dos jovens entre 17 e 24 anos matriculados na faculdade até 2024”, afirmou o presidente da Associação das Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes) , Janguiê Diniz, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Para a Marianna Dias, eleger um candidato que esteja comprometido com a educação e com a retirada da EC95 será fundamental. ”Só assim para continuarmos avançando em programas importantes como o Prouni”, avaliou a presidenta.

E SE NÃO FOSSE O PROUNI?

Em 2015 ano em que a lei do Prouni completou uma década de existência, a equipe do site da UNE entrevistou estudantes prounistas com a seguinte pergunta ”se não fosse o Prouni onde você estaria hoje?”. Do questionamento surgiu um vídeo que demonstrou a dimensão do programa na vida dos jovens que por ele passam. Confira:

Grupo Nós do Morro estreia em horário alternativo no Teatro Glauce Rocha, no Rio

‘Encontros, 32 anos depois’ – Divulgação

Programação gratuita, sempre na hora do almoço, traz espetáculo que celebra os 32 anos de trajetória do grupo teatral

Que tal aproveitar a hora do almoço para ir ao teatro? De 24 de outubro a 10 de novembro, de quarta a domingo, sempre às 13h30, quem estiver pelo Centro do Rio vai contar com uma programação especial no Teatro Glauce Rocha, da Funarte. É o projeto ‘Nós do Morro almoçando com arte’, que celebra os 32 anos de trajetória do Grupo Nós do Morro. A temporada inclui 12 apresentações do espetáculo Encontros, 32 anos depois, com entrada gratuita. Nos dias 27 e 28 de outubro, excepcionalmente, não haverá sessões.
Diretor artístico e fundador do grupo teatral, Guti Fraga explica que o projeto integra as ações comemorativas pelo aniversário do Nós do Morro. “Além de comemorar sua trajetória, a proposta objetiva dar sequência à sua missão de democratização do acesso à arte, fomentando trabalhadores, estudantes e passantes em geral a usarem o intervalo do almoço não apenas para a alimentação, mas também para vivenciarem uma experiência artística.”
O espetáculo é emblemático porque foi o primeiro a ser encenado, em 1987, um ano após a criação do grupo, e tinha o nome de Encontros. O texto original é de Luís Paulo Corrêa e Castro. A história fala da vida dos adolescentes do Vidigal na década de 1980, mostrando os principais pontos de encontro e reunião e os problemas enfrentados no cotidiano dos moradores de uma favela em plena “década perdida”.
“Antes de tudo, Encontros é uma celebração à vida desses jovens sonhadores que, impossibilitados de contar com políticas públicas que os ajudassem a ter acesso aos bens de produção cultural e a uma vida melhor, se viravam como podiam, fazendo do seu viver uma forma de expressão de uma geração que vivia à margem das benesses da sociedade de consumo e do mundo da “alta cultura” – destaca Guti.
A peça volta à cena em uma releitura assinada por Fabrício Santiago, com colaboração de Álamo Facó. O argumento é o mesmo e os conflitos permanecem, mas as situações foram adaptadas para o contexto atual, com a dinâmica de uma sociedade cada vez mais impactada pela globalização. A remontagem desse espetáculo é a prova de que a semente germinada com a criação do Nós do Morro frutificou, mostrando que a iniciativa idealizada por Guti Fraga, Fred Pinheiro, Luís Paulo Corrêa e Castro e Fernando Mello da Costa serviu de espelho para uma série de movimentos culturais criados em favelas e bairros da periferia, formando crianças, jovens e adultos e mostrando que a vida integrada à arte é muito mais bonita de ser vivida.
“Ainda criança, o maior sonho da minha vida era simplesmente conseguir viver da minha arte. E, ao ter a sorte de encontrar com a escola de teatro Nós do Morro, o meu sonho se tornou possível. Retornar ao grupo nesse momento como dramaturgo é um dos presentes mais especiais de toda minha trajetória”, diz Fabrício Santiago, dramaturgo de Encontros, 32 anos depois.
Apesar dos 31 anos que separam a primeira montagem desta atual, a importância ainda é bastante latente na história, não somente do Nós do Morro, mas de tantas outras comunidades espalhadas pelo Rio de Janeiro e pelos demais estados brasileiros.
“O texto falava do cotidiano da favela, porque era importante que os moradores se reconhecessem e, através dessa experiência, vislumbrassem a vivência artística como algo próximo e tangível; atuando pela democratização do acesso à arte. Acreditávamos na possibilidade de aliar formação artística à responsabilidade social. Entendíamos o processo de criação artística como uma filosofia de vida, capaz de formar cidadãos atentos aos problemas do mundo e generosos com os outros. Então, remontar esse texto é uma forma de reafirmar que continuamos acreditando em tudo o que nos motivou desde o início. A nossa história nos mostra que o Grupo Nós do Morro é uma iniciativa que deu certo e, diante desses 32 anos, temos a certeza de que apenas começamos. Que venham os próximos 32!”, ressalta Guti Fraga.
Ficha Técnica

Texto original: Luís Paulo Corrêa e Castro
Dramaturgia e adaptação: Fabrício Santiago e Álamo Facó
Direção Artística: Guti Fraga e Fátima Domingues
Elenco: Alexandre Cipriano, Bruno Borges, Danilo Martins, Deivison Santos, Diego Francisco, Edson de Oliveira, Felipe Paulino, Francisca Damião, Jackie Brown, Giulia Tavares, João Vítor Nascimento, Marília Coelho, Nathália Mattos, Pablo Sobral, Ramon Francisco, Sônia Magalhães, Taiana Bastos, Thaís Dutra e Tiago Ebenezer
Cenografia: Fernando Mello da Costa
Figurinos: Gorette Bezerra
Iluminação: Pablo Cardoso
Direção de movimento e coreografias: Johayne Hildefonso
Direção Musical: Gabriel Moura
Fotógrafo: Felipe Paiva
Assessoria de imprensa: MercadoCom/ Ribamar Filho
Produção Executiva: Marcio Lopes
Direção de Produção: Dani Carvalho

Serviço:
Encontros, 32 anos depois
De 24 de outubro até 10 de novembro – de quarta a domingo, sempre às 13h30

Obs.: Nos dias 27 e 28 de outubro, excepcionalmente, não haverá sessões.
Classificação: 14 anos
Entrada Franca
Teatro Glauce Rocha
Av. Rio Branco 179 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 2220 0259

Fonte: funarte.gov.br

Extrema direita abre fogo contra a democracia e desperta ampla reação

Nessa reta final da campanha eleitoral, recrudescem as posições contra e a favor da democracia. Como contraponto ao campo bolsonarista, que ataca as liberdades, a Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF), forma-se um amplo leque de defesa da legalidade democrática.
As manifestações de reprovação aos arroubos totalitários do presidenciável Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo, deputado federal por São Paulo, são demarcações importantes na luta pela democracia nesse processo eleitoral.
O candidato da extrema direita jurou que ele e seu time têm “todo o respeito e consideração com os demais poderes, e o Judiciário obviamente é importante”, mas, no mesmo dia em que as ameaças de Eduardo Bolsonaro foram reveladas o pai disparou munição de peso contra a Constituição ao prometer banir os “vermelhos” do país, ou prendê-los, criminalizar os movimentos sociais, caso seja eleito, e garrotear a liberdade de imprensa ao anunciar retaliações ao jornal Folha de São Paulo como resposta à denúncia de “caixa dois” via redes sociais em sua campanha eleitoral, um incontestável crime eleitoral.

Amplo repúdio

Alheio às manobras diversionistas de Bolsonaro, o universo dos que assumiram a responsabilidade de defesa da Constituição e do STF se pronunciou com energia. A começar por Fernando Haddad, o candidato presidencial da chapa democrática e progressista, que cobrou firmeza das instituições diante dessa escalada protofascista. Com teor semelhante, também, se pronunciou a candidata a Vice Manuela D’Ávila. Em ato realizado nesta segunda-feira (22), na cidade de São Paulo : “Do lado de cá tem a Constituição de 88, do lado de lá tem um candidato a ditador, o fascista, aquele que não respeita nada do que nós somos, não respeita a nossa existência”.
Haddad, ressaltou que nos últimos dias a campanha de Bolsonaro fez ameaças à imprensa, à oposição e ao Judiciário. “Ou a gente acorda para este problema esta semana ou vamos correr riscos inclusive físicos”, enfatizou, comparando o momento brasileiro ao do surgimento dos regimes nazi-fascistas na Europa. “É um pesadelo que pode durar décadas”, afirmou.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reprovou as ameaças do deputado Eduardo Bolsonaro e disse que elas “cheiram a fascismo” e “merecem repúdio dos democratas.”
Para o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, “atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia”. Toffoli destacou que a Suprema Corte é uma instituição “centenária e essencial ao Estado Democrático de Direito” e que “não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo”.
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, afirmou que “não se tem respeito pelas instituições pátrias”. “Tempos estranhos, vamos ver onde é que vamos parar. É ruim quando não se tem respeito pelas instituições pátrias, isso é muito ruim”, afirmou. Outro ministro da Corte, Alexandre de Moraes, disse que que as declarações do deputado Bolsonaro são “absolutamente irresponsáveis” e defendeu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) abra uma investigação contra ele.
O decano da Corte Suprema, Celso de Mello classificou a declaração do filho de Bolsonaro como “inconsequente e golpista” e decorrente de visão autoritária que compromete “a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da República”.
A agressividade de Jair Bolsonaro também foi reprovada pela Associação Nacional de Jornais, cujo presidente Marcelo Rech lamentou as declarações do candidato que “demonstra incompreensão sobre o papel do jornalismo”. Também é condenável a ameaça de retaliação com investimentos publicitários do governo, que devem seguir sempre critérios técnicos e não políticos”. Já Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), duvidou do compromisso de Bolsonaro com a preservação da democracia já que fomentou a intimidação de jornalistas, em vez de condenar.

Algoz da democracia

A candidata presidencial da Rede no primeiro turno, Marina Silva, igualmente assumiu a defesa da democracia ao anunciar o “voto crítico” na chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila. “Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, ‘destroem sempre que surgem’, ‘banalizando o mal’, propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, pelo menos e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad”, disse ela em nota.
Também a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu um comunicado afirmando que defender a Corte Suprema é “obrigação do Estado”, ressaltando a importância de preservar os valores democráticos. “O mais importante tribunal do país tem usado a Constituição como guia para enfrentar os difíceis problemas que lhe são colocados, da forma como deve ser. É obrigação do Estado defender o STF”, diz o comunicado assinado pelo presidente nacional da entidade, Cláudio Lamachia.
Essas manifestações em defesa das liberdades e da democracia por parte de lideranças e autoridades de instituições são importantes para repelir o campo bolsonarista que emerge com o papel de algoz da democracia. Há ainda setores vacilantes, que subestimam a escalada fascista da candidatura da extrema direita, mas é certo que com esses ataques à Constituição e ao STF vai se formando um amplo campo disposto a não ceder espaço para o avanço das propostas discricionárias da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão.
Matéria extraída do Portal Brasil Cultura

Ouça “História Hoje” 23/10/: Há 112 anos, Santos Dumont realizava em Paris o primeiro voo mecânico do mundo

No dia 23 de outubro de 1906, Alberto Santos Dumont realiza, em Paris, o primeiro voo mecânico do mundo com o 14-Bis.
Apresentação José Carlos Andrade

ANTES DE OUVIR O ÁUDIO DESLIGUE O SOM DA RÁDIO BRASIL CULTURA NO TOPO DA PAGINA

“HISTORIA HOJE”

Alberto Santos Dumont

Inventor aeronauta brasileiro nascido na fazenda Cabangu, próxima a estação de Palmira, hoje denominada Santos Dumont, Estado de Minas Gerais, pioneiro no uso do relógio de pulso, criador do aeromodelismo e do avião com motor dirigível, inventando a navegação aérea com veículos mais pesados que o ar, ao realizar o primeiro vôo público com um avião capaz de decolar, voar, retornar e pousar com seus próprios meios, sem o auxílio de equipamentos ou dispositivos externos e, por isso mesmo, denominado de o pai da aviação. Um dos dez filhos de um engenheiro e magnata do café, Henrique Dumont, a partir das muitas e modernas máquinas utilizadas nos trabalhos com os cafezais desenvolveu sua habilidade para a mecânica.
Impressionado com a obra de Júlio Verne, formou-se na Universidade do Rio de Janeiro e foi mandado pelo pai estudar física, química, mecânica e eletricidade em Paris (1891), onde se especializou em aeronáutica após realizou sua primeira experiência com balões (1897). Introduzindo modificações técnicas para dar maior estabilidade, alterou-lhe o centro de gravidade do balão, mediante o alongamento das cordas de suspensão da barquinha destinada ao tripulante, e também utilizou pela primeira vez a seda japonesa, tornando-o mais leve e permitindo suportar maior tensão. Assim construiu um balão em forma de charuto e com um volume abaixo da média, media aproximadamente 20,2 m de comprimento por 3,5 m de diâmetro e volume de 180 m3, propulsionado por um motor a gasolina de 4,5 HP e deu-lhe o nome de Brasil, o primeiro de uma série, pilotado pela primeira vez em 4 de julho de 1898, no Jardim da Aclimação, em Paris, demonstrando a dirigibilidade dos balões.
A série era diferenciados a medida que eram introduzidas inovações. No número 2 colocou maior potência no motor, no de número 3 empregou pela primeira vez o gás de iluminação em lugar do hidrogênio, mais caro, e o aparelho tinha um formato diferente, mais afilado nas pontas e, para abrigá-lo, construiu um hangar especial, o primeiro do mundo. No Brasil 4, pilotou sentado numa sela de bicicleta, de onde dirigia e controlava o motor, o leme de direção e as torneiras do lastro, o qual, em vez de areia, compunha-se de 54 litros de água, guardados em dois reservatórios. Esse balão subiu com sucesso em 1º de agosto de 1900, quando se realizavam em Paris a Grande Exposição e o Congresso Internacional de Aeronáutica. No nº 5 apresentou como novidade um motor de 16 HP, ao qual se adaptava uma formação triangular de pinho, com 41kg e fabricada pelo próprio aeronauta.
O balão, no entanto, chocou-se com um prédio de Paris e o cientista ficou pendurado a vinte metros de altura, mas saiu ileso. Com dirigível Brasil nº 6, que custou cerca de 30 mil dólares, contornou a torre Eiffel (1901) e voltou ao ponto de partida (o campo de aerostação de Saint-Cloud) em menos de uma hora, e pelo feito conquistou em Paris o Prêmio Deutsch de la Meurthe (cerca de 125 mil francos). Com o mesmo dirigível tentou atravessar o Mediterrâneo (1902), mas caiu no mar, sofrendo seu segundo sério acidente. Em seguida esteve no Brasil (1903) onde foi tratado como herói nacional e, logo depois, voltou a Paris para continuar construindo balões. Três anos depois (12 de outubro de 1906), em Bagatelle, Paris, realizou o primeiro vôo mecânico do mundo, voando a dois metros do chão por cerca de sessenta metros.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira.