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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha


A população negra corresponde a mais da metade dos brasileiros: 54%, segundo o IBGE. Na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes, de acordo com a Associação Mujeres Afro. Tanto no Brasil quanto fora dele, porém, essa população também é a que mais sofre com a pobreza: por aqui, entre os mais pobres, três em cada quatro são pessoas negras, segundo o IBGE.

A Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que resultou no Dossiê Mulheres Negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil (2013), constituem o grupo que se encontra no maior número de situações de vulnerabilidade social. São elas que apresentam os menores índices de escolaridade; que recebem os menores salários, embora sejam as que tenham a jornada diária de trabalho mais extensa; se encontram majoritariamente em empregos informais, sem garantia de direitos trabalhistas; entre elas encontra-se o maior percentual de chefia de famílias monoparentais; etc.

Em 2015, foi publicado o Mapa da Violência 2015: homicídios de mulheres no Brasil, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a pedido da ONU Mulheres. Esse estudo revelou que entre 2003 e 2013 o número de mulheres negras mortas violentamente no país subiu 54,2%, enquanto que no mesmo decênio houve um recuo de 9,8% nos assassinatos de mulheres brancas. O documento destacou que, em 2013, “morreram assassinadas, proporcionalmente ao tamanho das respectivas populações, 66,7% mais meninas e mulheres negras do que brancas.”

Esses são dados que, indubitavelmente, decorrem de cerca de 400 anos de colonialismo e de economia escravocrata, que sequestrou e massacrou a população de diversos povos do continente africano e deu início à diáspora negra em direção ao Novo Mundo. Tal origem e a similaridade das opressões vivenciadas pela população negra, mais especificamente pelas mulheres negras ao longo desse período, resulta numa realidade socioeconômica comum às afrodescendentes da transnação latino-americana e caribenha. Noutras palavras, os índices recentemente revelados pelas pesquisas do IPEA e da Flacso/ONU Mulheres sobre as mulheres negras do Brasil possuem extrema semelhança com as condições e perspectivas de vida das mulheres negras de vários outros países da região.

O reconhecimento dessas similitudes implicou na declaração do dia 25 de julho como o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, data estabelecida durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, realizado em 1992, em Santo Domingo (República Dominicana). Situadas no cruzamento de vários eixos de poder e desigualdade (gênero, raça, classe e origem) as mulheres negras precisaram se organizar a parte e provocar reflexões críticas tanto no movimento negro quanto no movimento feminista, pois nem um dos dois contemplava suas demandas específicas, já que até meados da década de 1970 se enxergavam como movimentos constituídos por identidades homogêneas.

As razões que levaram, há mais de 30 anos, mulheres negras de toda parte da América Latina e do


Caribe a se articularem continuam, infelizmente, bastante atuais. Enfrentar simultaneamente o racismo, o sexismo, o classismo, a lgbtfobia e a xenofobia foi a estratégia encontrada pelo movimento das mulheres afro-latinas e caribenhas para dar visibilidade a si próprias, suas necessidades, suas lutas e suas conquistas.

Assim como o Dia Internacional da Mulher (comemorado em 8 de março), o 25 de Julho não tem como objetivo festejar: a ideia é fortalecer as organizações voltadas às mulheres negras e reforçar seus laços, trazendo maior visibilidade para sua luta e pressionando o poder público.

A celebração do Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha é extremamente relevante por valorizar suas contribuições políticas, intelectuais, econômicas e socioculturais no processo histórico de seus países e do continente. Ademais, foi também graças à articulação das mulheres afro-latinas e caribenhas que os governos da região passaram a constituir acordos e políticas internas e internacionais que vêm permitindo avanços na participação das mulheres negras em espaços como a universidade pública, o mercado formal de trabalho, os veículos mídia e a política partidária.

Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra
Em 2 de junho de 2014, a então presidenta Dilma Rousseff instituiu, por meio da Lei nº 12.987, o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Tereza Benguela liderou entre 1750 e 1770, após a morte de seu companheiro, José Piolho, o Quilombo do Quariterê, situado entre o rio Guaporé e a atual cidade de Cuiabá, capita de Mato Grosso. O lugar abrigava mais de 100 pessoas.

Durante seu comando, a Rainha Tereza criou uma espécie de parlamento e reforçou a defesa do Quilombo do Quariterê com armas adquiridas a partir de trocas ou levadas como espólio após conflitos. Nas suas terras eram cultivados milho, feijão, mandioca, banana e algodão, utilizado na fabricação de tecidos.

Tereza de Benguela é, assim como outras heroínas negras, um dos nomes esquecidos pela historiografia nacional, que, nos últimos anos, devido ao engajamento do movimento de mulheres negras e à pesquisa ou ao resgate de documentos até então não devidamente estudados, na busca de recontar a história nacional e multiplicar as narrativas que revelam a formação sociopolítica brasileira.

Festival Latinidades


No mês do Julho das Pretas alusivo ao Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha ocorre em atividades finalizando aqui no estado do Rio de Janeiro com a marcha 2018 em Copacabana. Considerado uma das maiores de mulheres negras da América Latina, durante todo mês acontecera debates, shows, publicações, espetáculos, capacitações e economia criativa, estimulando o diálogo entre o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos.

Tema da marcha 2018.Pela vida do povo preto e por mais mulheres negras no poder!

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

EDUARDO VASCONCELOS - CPC/RN FOI RECEBIDO HOJE PELA DIREÇÃO DA FUNARTE NO RIO DE JANEIRO


 Da esquerda para a direita: Paulo Grijó Gualberto, Coordenador Geral, Stepan Nercessian, Presidente, Eduardo Vasconcelos - CPC/RN e Ginaldo de Souza, diretor do Centro de Artes Cênicas da FUNARTE

Hoje (25), o presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, EDUARDO VASCONCELOS foi recebido pela base da executiva da FUNARTE no Rio de Janeiro, cujo objetivo foi para relatar os projetos, anseios e apoio para suas realizações.  Após a explanação de Eduardo o presidente se propôs a analisar, mas garantiu diante mão apoiar a iniciativa do CPC/RN, deixando claro que a FUNARTE apoiará, pedindo inclusive que os diretores presentes, Sten Nercessian e Ginaldo de Souza para estudarem formars legais, claro logo após o período eleitora para ajudar e apoiar os referidos projetos, como CINEMA NA PRAÇA/ESCOLA, Biblioteca, entre outros.

Eduardo Vasconcelos se comprometeu a enviar documentos detalhando os projetos para serem analisados pela equipe técnica e apoio. SÃO SONHOS QUE TORNARÃO REALIDADE!

No final, Eduardo Vasconcelos agradeceu, o apoio e solidariedade do nobres diretores. Eduardo adianta que próxima semana se reunirá com artistas e diretores do CPC/RN para repassar detalhadamente o teor da reunião e deliberar os próximo eventos do CPC/RnN previsto parra o final de agosto/setembro.

Amanhã (26) estará será recebido pela presidenta da Biblioteca Nacional, HELENA SEVERO!

Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha

Desde 1992 o dia 25 de julho se transformou em um marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. A data foi criada a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana.
Este dia busca dar visibilidade às situações de desigualdade racial e de gênero, ao mesmo tempo em que viabiliza o fortalecimento das muitas lutas das mulheres negras seja contra o racismo, o sexismo, a discriminação de classe, o preconceito ou mobilizando ações que fortalecem e resgatam organizações e grupos de resistência.
Festa e luta
Para a militante dos movimentos sociais e fundadora do Movimento Nacional dos Quilombos, Givânia Silva, é necessário pensar no dia 25 de julho como um marco referencial e transformador para as mulheres negras. “Existe um enorme déficit entre as demais populações e as mulheres negras, existe um acúmulo de prejuízos causados por um mal que ainda não vencemos, o mal do racismo que se fortalece muito com as ações do machismo. É importante dizer que o racismo é estruturador, ele avassala, elimina, mata, e nós mulheres negras somos o alvo principal dessa ação nefasta. Por isso celebramos o dia de hoje não apenas como festa, mas como reflexão do que tem sido a vida das mulheres não só no Brasil, mas no mundo, principalmente nos países que foram colonizados e sofrem os efeitos dessa ação que ainda se faz muito presente”, constata.
Machismo e violência
Ao falar sobre as urgências que se apresentam como lutas para as mulheres negras no Brasil, Givânia Silva destaca a questão da violência. “Aqui no Brasil nós mulheres negras atuamos em várias frentes, minha atuação tem sido junto às mulheres quilombolas, mas reconheço que existe uma questão que une todas nós mulheres negras que é a questão do machismo e da violência que vem matando mulheres todos os dias, não é possível aceitar que todos os dias morram tantas mulheres em cada lugar desse nosso país vítimas das ações do machismo ou do racismo. A maior parte desses crimes ficam em pune, então mais do que qualquer outra bandeira, que também são importantes para a vida das mulheres, nós precisamos pensar o quanto elas estão sendo vítimas do feminicídio”.
O Mapa da Violência 2015  mostra que a taxa de assassinatos de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013.
Fonte: Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil (Flacso/OPAS-OMS/SPM, 2015) Arte: Tainah Fernandes/Agência Patrícia Galvão
Processo histórico
Ao longo do processo histórico não é difícil constatar que as mulheres negras sofrem de forma mais severa os impactos da cultura machista e da ordem global econômica injusta que continua tratando mulheres negras com discriminação à medida que não discute e não aplica critérios justos no âmbito salarial, nas oportunidades de emprego ou no acesso à educação de qualidade.
No contexto atual que revela a situação de violência que as mulheres, e de modo especial, as mulheres negras enfrentam, grupos, instituições e coletivos seguem trabalhando em um conjunto de ações para divulgar e denunciar essa dura realidade que persiste no decorrer dos séculos em toda América Latina e Caribe, como lembra Givânia Silva: “Nos últimos anos o Brasil, por exemplo, conseguiu diminuir alguns indicadores importantes como os da fome e da miséria, que agora se encontram novamente ameaçados, mas não conseguiu diminuir os indicadores alarmantes do número de mulheres que morrem vítimas da violência doméstica, principalmente”.
Tereza de Benguela: Uma mulher que tornou-se símbolo de liderança, força e luta pela liberdade.
Tereza de Benguela: Uma mulher que tornou-se símbolo de liderança, força e luta pela liberdade.
A partir da lei  Lei nº 12.987/2014, no Brasil celebramos também em 25 de julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma importante líder quilombola que viveu durante o século 18. Casada com José Piolho, negro que chefiava o quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso, assumiu o comando da comunidade revelando-se uma grande  líder após a morte do marido.
Por Jucelene Rocha / Assessoria de Comunicação Cáritas Brasileira