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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Médico da Unicamp exala preconceito após aprovação de cotas: “Trocar cérebro por nádegas


A Reitoria da Unicamp e a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp repudiaram, por meio de notas, nesta sexta-feira, 2, as declarações do professor da área médica da Unicamp, Paulo Palma, que fez declarações consideradas “desrespeitosas” e que exalam preconceitos.
Depois de publicar uma mensagem acintosa em rede social citando o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, o médico um pouco desinformado sobre estudos de rendimento de alunos cotistas, diz que o “nível da produtividade” (SIC) da universidade tende a cair com as cotas.
Sob o falso manto do discurso ‘meritocrático’ e com pensamento positivista-mecanicista, Paulo Palma fez declarações assombrosas para alguém com o mínimo de formação acadêmica. “O vagabundo do Lula pega a divisão de classe(SIC), pega a juventude perdida (SIC) para buscar atalhos para vida real e acha que isso vai resolver problema do ensino no País. Estão dizendo Paulo Palma é assediador. Estou cantando e dançando para esses indivíduos que não têm currículo, tem discurso do blá, blá, blá, são laborfóbicos. Quando chegam às 9h à universidade estou lá desde 7h. A universidade é para a elite cultural do Brasil, não para vagabundo”, afirmou ao jornal Correio PopularOutra declaração do professor é de que cotas significam troca de “cérebro por nádegas”.  
Apesar da verborragia, o currículo lattes do professor é recheado de artigos técnicos, bem ao estilo do produtivismo brasileiro. Nada realmente de grande valor como um Nobel de Medicina. Entre os prêmios e títulos ele destaca o de membro honorário da “Sociedad Paraguaya de Urologia”.
Em nota, a direção da Faculdade de Ciências Médicas disse repudiar, com veemência, comentários desrespeitosos realizados por um membro do corpo docente.
Veja nota da Direção da Faculdade de Ciências Médicas
A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp repudia, com veemência,
comentários desrespeitosos realizados por um membro do corpo docente, recentemente, em
rede social e matérias jornalísticas. Tais comentários ferem os valores universitários e os
objetivos de pluralidade e inclusão social, amplamente preconizados e difundidos pela
FCM, ao longo de sua história.
A FCM da Unicamp, em conjunto com a Reitoria, acompanha os desdobramentos dos
últimos acontecimentos, bem como a tomada das providências administrativas cabíveis.

Veja nota da Reitoria
A propósito das declarações de um docente da Unicamp ao jornal Correio Popular, em sua edição de 02 de Junho, sobre a aprovação do princípio de cotas étnico-raciais pelo Conselho Universitário, a reitoria esclarece o seguinte:
1- A reitoria repudia a linguagem e o tom adotados pelo referido docente, incompatíveis com o debate qualificado das ideias no ambiente acadêmico e com o respeito que a sociedade merece.
2 – A reitoria reafirma o seu compromisso com o avanço da inclusão social e étnico-racial, com garantia da excelência acadêmica, o que vem sendo discutido em um ambiente de ampla participação da comunidade e órgãos institucionais, mediante o respeito à diversidade de ideias.
3 – A Unicamp pratica, respeita e defende a liberdade de expressão como valor inalienável de uma sociedade democrática, mas não tolera manifestações que firam os princípios de respeito à dignidade da pessoa e aos seus direitos fundamentais, não aceitando tratamento desigual por motivo de preconceito, conforme explicitado em sua missão institucional.
4- Diante disso, a reitoria tomou as providências cabíveis de acordo com as normas e regulamentos estabelecidos no regimento da Universidade.
Foto: Reprodução/Facebook
Reitoria repudiou declarações do médico mal informado, que não levou em consideração, em sua fala, que o rendimento de alunos cotistas é muito maior que o restante dos estudantes

Resistência: para o contra fluxo do discurso hegemônico

O documentário Resistência, de Eliza Capai, traz à tona um apanhado de episódios recentes da história do Brasil. Seu marco inicial se dá na Ocupação Alesp, realizada pela movimentação política dos secundaristas de escola pública que reivindicavam a investigação do desvio de verba da merenda das escolas públicas de São Paulo.
Por Tatiane Mattos
O documentário Resistência, de Eliza Capai, traz à tona um apanhado de episódios recentes da história do Brasil. Seu marco inicial se dá na Ocupação Alesp, realizada pela movimentação política dos secundaristas de escola pública que reivindicavam a investigação do desvio de verba da merenda das escolas públicas de São Paulo, no mesmo ano em que o Governo do Estado de SP, encabeçado por Geraldo Alckmin (PSDB), ameaçava também fechar algumas escolas, efetuando um remanejamento entre alunos que desconsiderava o diálogo. E a narrativa perpassa outras ocupações (OcupaMinc e Ocupação Funarte) que se deram entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro após o Impeachment da presidenta Dilma Rousseff, considerado por muitas e muitos, e aqui me incluo, como um golpe. Nesse recorte temporal, que se dá também a partir do horror com que acompanhamos a votação do Impeachment da Câmera dos Deputados, que a diretora-narradora nomeia de caricatural – e eu acrescentaria, como o filme evidencia, de uma caricatura grotesca -, foram tantos os episódios que, talvez, cause estranheza e/ou dificuldade de entendimento em que não acompanhou diariamente o processo (ou seria em todos nós?).
No entanto, na sequência de episódios apresentados através do espectro de fluxo de consciência (para utilizar os termos da literatura que me são mais íntimos), com a voz em off de uma narradora que não hesita em revelar o ponto de vista da diretora, para além das imagens, há um chamado à memória com um convite para a reflexão a quem, ainda que vivenciando tais acontecimentos, acabou atropelado pelo bombardeio de informação a que fomos sujeitos enquanto tentávamos, em cada uma dessas ocupações, resistir. E o documentário ganha muita força quando entra, por essa razão, na disputa de narrativa com aquilo que foi construído pela grande mídia brasileira, baseando-se, para tanto, em três eixos principais: estudantes secundaristas, mulheres e artistas.
Sabemos que o que se desenhou nessa grande imprensa de toda a movimentação política que se deu nos momentos imediatamente anteriores e posteriores a saída de Dilma Rousseff foi um intenso esforço de desqualificação dos movimentos. Tais desdobramentos fazem parte do jogo de desarticulação da memória, que implica, entre outras coisas, no processo de não reconhecimento de eventos históricos experienciados, tanto é assim que hoje ainda falamos – pouco – em ditadura militar quando tivemos na história recente no nosso país uma ditadura civil-militar. Nesse sentido, é possível que tomemos um susto (e isso foi o que aconteceu na sala em que assisti, com estudantes de jornalismo de uma universidade portuguesa, mas também é o que aconteceu com grande parte das pessoas que acompanharam em tempo real o que ocorria) quando vemos que há movimentação política entre estudantes secundaristas, que mulheres, ainda que tenhamos pouca representação nas instituições políticas, encabecem movimentos sociais com participação crucial nas instâncias deliberativas e que artistas, de todas as áreas, tenham força o suficiente para fazer com que um ministério, ainda que aos trancos e barrancos, volte à sua formação sob a guarda de um governo reacionário que não infere importância alguma à cultura. Boa parte desse cenário, apesar de parecer nova, já esteve presente nas lutas políticas que se travaram no Brasil.
É evidente que essa sobrepujança do discurso hegemônico não opera apenas na construção da memória, mas também nas entrelinhas daquilo que se escolhe ou não politizar e combater. Para exemplificar, temos que os estudantes que ocuparam a Alesp conseguiram os números de assinatura para abertura da CPI, tamanha a potência da ocupação na época, no entanto, com o descaso da mídia que se abateu logo após a desocupação, a CPI resultou apenas em alguns servidores investigados e todos os políticos envolvidos isentos de suas responsabilidades. Ainda assim, a construção da memória é potente em termos de acionar mecanismos de mobilização às lutas e é nessa seara que Resistência se encontra.
Pulsando na construção de memória, o documentário ganha em força mais uma vez quando opta, claramente, e com uma narradora mulher, por aportar-se principalmente na energia dos secundaristas e das mulheres nessas movimentações. É a partir dessas vozes que se contesta a repressão policial – num jogo de imagens que revela, denunciando, como a violência praticada é inversamente proporcional aos anseios políticos ali presente. Nesse embate, ganha espaço a mulher negra, advogada, que interpela a tropa de choque colocada a serviço da reintegração de posse dos espaços ocupados – todos eles públicos e, portanto, pertencentes aqueles que ali estavam. Nesse mesmo embate, acompanhamos estudantes obrigados pelo braço armado do Estado a deixarem as ocupações. As duas forças se reúnem assim, nesse momento narrativo, contra a força repressiva de um Estado evidentemente violento e que não atende às reinvindicações daqueles que, nessa nova formação governamental imposta a fórceps, serão significativamente ainda mais violentados. Nesse sentido, o filme firma-se no seu intento de disputa de narrativa com o discurso hegemônico construído pelo oligopólio da mídia no Brasil: na contramão do discurso machista também responsável pela retirada da presidenta eleita, agora prospectado através da imagem da bela, recatada e do lar, a mulher na frente das movimentações políticas que contestam o governo de Temer;  na contramão do discurso da política retrógrada, jovens que correlacionam forças para exigir novas ordenadas políticas.
Esses episódios ocorridos no último ano e meio são concentrados em 55 minutos de filme, que trazem à tona a memória escamoteada que pode impulsionar novas movimentações. Se tem nos sido difícil escolher o que defender, diante de uma prática política que tenta nos pregar uma rasteira por dia, parece-me mais fácil quando temos acesso a essa memória. O documentário foi capaz de ativar a memória da movimentação – daquilo que é possível através da luta, ainda que sejamos derrotados em algumas batalhas – e, para mim particularmente, encerra-se aí o seu maior êxito, porque nos aciona também os mecanismos de ação diante do que assistimos. Durante a escrita desse texto, soube dos áudios vazados do Temer com representantes do grupo JBS. É necessário movimentar-se sempre contra o que nos vai sendo imposto: ocupar e resistir. Fora Temer. Diretas Já!
Leia aqui entrevista da diretora do documentário Eliza Capai à Fórum.
Fonte: Revista fórum

Infância Roubada:Brasil tem 2,6 milhões de crianças em situação de trabalho infantil...



Brasil tem 2,6 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) em situação de trabalho infantil,segundo levantamento feito pela Fundação Abrinq. O panorama nacional da infância e adolescência é lançado nesta terça-feira (21) pela organização sem fins lucrativos que promove a defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

A pesquisa ainda aponta um aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos em situação de trabalho infantil, e redução de 659 mil crianças e adolescentes na faixa de 10 a 17 anos na comparação entre os anos de 2014 e 2015 – segundo dados da Pnad 2015. A maior parte delas encontra-se nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo que, proporcionalmente, a Região Sul lidera a concentração desse público nessa condição.

A compilação reúne os dados mais recentes no tema, disponibilizados em órgãos como IBGE, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Disque Denúncia, entre outros.

Pobreza - O “Cenário da Infância e Adolescência – 2017” também revela que 17,3 milhões de crianças de 0 a 14 anos, equivalente a 40,2% da população brasileira nessa faixa etária, vivem em domicílios de baixa renda, segundo dados do IBGE (2015).

"Entre as regiões que apresentam a maior concentração de pobreza (pessoas que vivem com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo), o Nordeste e o Norte do País continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo nessa condição".

O guia também traz números sobre o que é considerado como “extrema pobreza”, isto é, crianças cuja família tem renda per capita é inferior a ¼ de salário mínimo: 5,8 milhões de habitantes (13,5% da população) de 0 a 14 anos de idade.

A publicação chama a atenção sobre o fato de as regiões que mais concentram crianças e adolescentes no
Brasil apresentarem, justamente, os piores indicadores sociais. No Norte do país, 25,5% dos bebês dos nascidos são de mães com menos de 19 anos.

Violência - De acordo com o estudo, quase 18,4% dos homicídios no país são praticados contra crianças e adolescentes. Pouco mais de 80% deles com armas de fogo.

A região Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo e supera a proporção nacional em 5,4 pontos percentuais.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino

Fonte:www.ibge.gov.br/busca.saraiva.com.br