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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Natal da gente brasileira

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“Podemos dizer que as festas do ciclo natalino se destacam pelo senso de coletividade, pela beleza, poesia e religiosidade, estando entre as mais vivas e emocionantes de toda a cultura popular brasileira. Festa, beleza e alegria para comemoração da criança que simboliza a renovação cósmica do mundo”.
Por Rosemberg Cariry*
Em Fortaleza, alguns grupos de reisado fortalecem a cultura popular.Em Fortaleza, alguns grupos de reisado fortalecem a cultura popular. Entre as festas populares brasileiras, o Natal é uma das mais importantes, sendo também uma das mais antigas. Os festejos em comemoração ao nascimento do Menino Jesus, antes uma forte tradição na Península Ibérica, desembarcaram no Brasil com os portugueses. No período colonial, com o intuito de catequizar as nações indígenas, os jesuítas organizavam representações, festas e bailados em homenagem ao Menino Deus. Nasceram assim, nas antigas missões e aldeamentos, as lapinhas vivas e os pastoris, realizados pelos índios. Com o passar do tempo, toda a diversidade e beleza das culturas africanas e afro-brasileiras vieram juntar-se a essas manifestações religiosas ibero-ameríndias, adquirindo belezas e originalidades, em um verdadeiro ciclo de bailados, pastoris, lapinhas, brincadeiras infantis, jornadas, jograis, cantorias, dramas, autos, danças dramáticas, folguedos, rituais e missas.
Podemos dizer que as festas do ciclo natalino se destacam pelo senso de coletividade, pela beleza, poesia e religiosidade, estando entre as mais vivas e emocionantes de toda a cultura popular brasileira. Festa, beleza e alegria para comemoração da criança que simboliza a renovação cósmica do mundo.
Após a Segunda Guerra Mundial, a presença norte-americana se faz sentir fortemente não apenas na economia nacional, mas também nas muitas transformações pelas quais passaram as manifestações culturais do povo brasileiro. A festa do Natal foi uma destas tradições fortemente abaladas pela chegada do Papai Noel estrangeiro, com suas roupas de veludo, o saco de presentes às costas e o trenó puxado por renas do Polo Norte. O Brasil trocou, então, a beleza, a riqueza e a diversidade de sua festa coletiva pelo Papai Noel importado, individualista e agressivamente capitalista.
É como se jogássemos fora a nossa alma, inscrita em tradições culturais e festivas, feitas por várias gerações e com a contribuição de muitos povos, por meio de 500 anos de história, e tomássemos emprestada a alma de uma “empresa” preocupada com a hegemonia do mundo e com a ampliação de mercados para os seus produtos. Hoje o festejo de Natal, nas grandes cidades brasileiras, está praticamente reduzido ao shopping center (o templo do consumo), ao ambiente privado familiar restrito, à troca de presentes entre “amigos nada secretos”, à comilança em torno do peru natalino e ao consumo de bebidas alcoólicas.
A Escola de Saberes de Barbalha resolveu revisitar o espírito comunitário e solidário e realizar o “Natal da Gente”, por meio da festa coletiva e das apresentações de reisados, pastoris, lapinhas, autos, corais, jograis e bandas de música. Para as crianças, mesas fartas de bolos, sequilhos, broas e aluás, em praça pública. Acreditamos que um Natal como esse contribui de forma afetiva para o fortalecimento dos laços de pertença, de sentimentos comunitários e solidários, em um tempo de crescentes individualismos, fascismos e violências. Eu gosto muito dessa forma de comemorar-se a chegada ao mundo de “Jesus Cristinho”, com seu sorrisinho maroto e suas promessas de amor igualitário.
*Rosemberg Cariry é cineasta e escritor

SNC ganha adesão de mais quatro municípios

Com a entrada de Linhares (ES), Guiricema (MG), Divinópolis de Goiás (GO) e Paial (SC), Sistema Nacional de Cultura conta com 2.641 cidades.

Os municípios de Linhares (ES), Guiricema (MG), Divinópolis de Goiás (GO) e Paial (SC) passaram a integrar o Sistema Nacional de Cultura (SNC), instrumento de gestão compartilhada de políticas públicas de cultura adotado pelo Ministério da Cultura (MinC). Com as novas adesões, publicadas no Diário Oficial da União desta terça e sexta-feira (27 e 30), 2.641 municípios brasileiros, além do Distrito Federal, estão no sistema, o que representa 47,4% do total. Em 2018, são 97 adesões ao SNC, que já abrange 177,7 milhões de habitantes.
A adesão ao SNC permite que estados e municípios aprimorem a gestão cultural, com a criação do órgão de gestão local, do conselho de política cultural, da conferência e do plano de cultura, além do sistema de financiamento. A assinatura do acordo de cooperação federativa entre o MinC e o ente federado, que se compromete a estruturar o seu sistema de cultura, marca a adesão ao sistema.
O Ministério da Cultura realiza oficinas para capacitação dos gestores e conselheiros municipais de cultura, para auxiliar nesse processo. Com isso, o MinC tem buscado oferecer aos municípios as condições técnicas apropriadas para a integração ao Sistema Nacional de Cultura.
Brasil Cultura

Iputinga: de engenho a bairro dos artistas


O bairro da Iputinga também é conhecido como bairro dos artistas - Créditos: Reprodução
O bairro da Iputinga também é conhecido como bairro dos artistas / Reprodução

Na colonização, área hoje correspondente à Iputinga fazia parte da chamada Várzea do Capibaribe.

Situado às margens do rio Capibaribe, o bairro da Iputinga é um bairro do Recife que surgiu na área conhecida como Várzea do Capibaribe. No princípio, a povoação que originou o bairro era chamada de Ipueira, nos documentos antigos, palavra indígena usada para se referir a lugares do campo que se enchem d’água no inverno, permanecendo alagados por algum tempo. No tupi, “y puera” significa rio velho.
Na época da colonização, as terras onde hoje existe o bairro eram consideradas de excelente posição e férteis para a agroindústria do açúcar. Por isso, muitos engenhos surgiram na Várzea do Capibaribe. Desse período, ainda restam casarões e algumas ruínas. Em 1975, o bairro quase foi totalmente destruído durante uma grande enchente.
O bairro da Iputinga também é conhecido como bairro dos artistas, por conta do movimento artístico impulsionado por Val Bonfim, professor e artista nascido e criado no bairro. Junto a um grupo formado por escultores, entalhadores, pintores, fotógrafos, cantores, ceramistas e poetas, Val conseguiu apoio de organizações e instituições para a revitalização do bairro e valorização da cultura ali produzida.
Edição: Vanessa Gonzaga - BRASIL DE FATO

Produtos indígenas brasileiros serão exportados para terras canadenses

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As delegações do Mercosul, Funai e Canadá durante a 4a. Rodada de Negociações, realizada em Brasília-DF (foto: acervo/Funai)
Durante a 4ª Rodada de Negociações do Acordo Comercial Canadá-Mercosul, realizada dia 6 de dezembro, em Brasília-DF, a Fundação Nacional do Índio contribuiu, junto ao Ministério das Relações Exteriores brasileiro, para desenvolver um instrumento de cooperação que deve abrir as portas do mercado canadense aos produtos e serviços indígenas do Brasil.
Resultado de imagem para Imagem de capa: Na safra 2017/2018, o Povo Paiter Suruí colheu cerca de 250 toneladas de castanha na Terra Indígena Sete de Setembro (foto: CR Cacoal/Funai)

Imagem de capa: Na safra 2017/2018, o Povo Paiter Suruí colheu cerca de 250 toneladas de castanha na Terra Indígena Sete de Setembro (foto: CR Cacoal/Funai)


O acordo poderá beneficiar os povos indígenas em uma agenda de comércio inclusivo, de forma que as comunidades sejam beneficiadas diretamente com a venda de seus produtos, e o Brasil aumente o volume de exportações.
O presidente da Fundação Nacional do Índio, Wallace Bastos, avalia o convite do Itamaraty como reflexo da atuação ímpar do órgão indigenista. "É uma oportunidade para apresentar o reflexo do contínuo trabalho que a Funai vem buscando para a autonomia das terras indígenas", afirmou.
De acordo com o coordenador-geral de Etnodesenvolvimento da Funai, Juan Scalia, o caráter inovador dessa iniciativa provém do reconhecimento do comércio exterior como estratégia de geração de renda para comunidades indígenas, marcado pelo direito ao consentimento prévio, livre e informado, no âmbito de um acordo comercial dessa magnitude e natureza.
Após novas propostas e considerações apresentadas pelos países do Mercosul, o documento foi submetido à análise da delegação canadense e será aprimorado na 5ª Rodada de Negociações, prevista para março de 2019, em Ottawa, Canadá.

Produtos indígenas e mercado externo
Há uma série de iniciativas bem sucedidas em termos de produção indígena que envolve o mercado externo: o guaraná dos Sateré-Mawé é exportado para a Itália; os Guarani-Mbya do Paraná negociam erva-mate com empresas californianas; a castanha-da-amazônia e o açaí ganharam o mercado nacional e avançam no volume de exportações brasileiras; os Tinguí-Boto são responsáveis pela maior produção de batata-doce agroecológica de sua região; os Potiguara são produtores de 18% de todo o camarão do Estado da Paraíba; e há várias terras indígenas no sul e centro-oeste do país produzindo grãos.
A realidade indígena no Brasil é múltipla e diversa e deve ser respeitada caso a caso. Para alguns povos, relacionar-se com o mercado é fundamental para melhorar suas condições de vida, mas para os povos indígenas isolados e de recente contato, por exemplo, proteger-se do mercado é uma escolha que deve ser respeitada.

Expertise

Além da questão sobre Povos Indígenas e Comércio Exterior resultante do acordo entre Brasil e Canadá, a Funai tem contribuído tecnicamente, junto ao Ministério das Relações Exteriores, com a negociação sobre meio ambiente. Nesse caso, a participação levanta importantes questões sobre a dimensão e importância que os povos indígenas têm adquirido para o meio ambiente, economia e desenvolvimento social por meio da cooperação internacional, atuando direta e indiretamente para o bem-estar da atual e futura geração.

"As terras indígenas representam 14% do território brasileiro e 50% das áreas protegidas do Brasil. Isso demonstra a magnitude do trabalho realizado na Funai em prol da autonomia indígena. Muito se alcançou graças à cooperação internacional com os governos dos Estados Unidos e Alemanha, por meio de suas agências ao desenvolvimento", explica Paulo Ibituruna, coordenador de Políticas Ambientais da Coordenação-Geral de Gestão Ambiental da Funai. "Há casos de recuperação do solo em terras indígenas que abriram oportunidades para a produção sustentável e comercialização dos produtos indígenas", completa.
A atuação da Funai no tema não se limitou às Negociações de Acordo Comercial Canadá-Mercosul. A Fundação também participou neste ano do 1º Fórum de Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis na Amazônia, promovido pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), onde foram abordados temas que refletem a busca de soluções para as dificuldades da produção sustentável na região amazônica.
Assessoria de Comunicação Social/Funai
com informações da CGGAM e CGETNO

Funai conclui processos de demarcação das Terras Indígenas Cobra Grande (PA) e Guaviraty (SP)

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Indígena Guarani Mbya (foto: Mário Vilela/Funai)

A Funai enviou ontem (20) ao Ministério da Justiça os processos de demarcação das Terras Indígenas Cobra Grande e Guaviraty, localizadas no Estados do Pará e de São Paulo, respectivamente. Ambas as áreas somam pouco mais de 10 mil e vão beneficiar cerca de 628 indígenas.
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Capa: família indígena Guarani Mbya 
(foto: Mário Vilela/Funai)


Vivem na Terra Indígena Cobra Grande, 583 indígenas (Censo de 2008) pertencentes aos povos Arapium, Jaraqui e Tapajó. A área desse território indígena é de aproximadamente 8.906 hectares, localizada no município de Santarém/PA.

Já a Terra Indígena Guaviraty possui 1.248 hectares, onde vivem 45 indígenas do Povo Guarani Mbya (Censo de 2012), e está localizada entre os municípios paulistas de Iguape e Cananeia.

Assessoria de Comunicação Social/Funai
Adaptado pelo CPC/RN, em 21/12/2018.