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sábado, 27 de abril de 2019

Dia da Educação dia 28 de abril

A data serve para incentivar e conscientizar a população sobre a importância da educação, seja escolar, social ou familiar, para a construção de valores essenciais na vida em sociedade e do convívio saudável com outros indivíduos.
Muitas pessoas associam a palavra “educação” com o ambiente escolar, o que não deixa de ser correto, porém não deve ser apenas a escola o único instrumento importante de educação de uma criança ou jovem.
A família é a base da formação educacional de uma pessoa, os pais ou responsáveis devem estar atentos e participar da formação dos valores sociais, éticos e morais do indivíduo.
Dia da Educação
O dever do Estado é garantir condições para a formação educacional de todos os cidadãos, com qualidade e gratuitamente.
O Brasil ainda enfrenta graves problemas com a qualidade do ensino e educação, principalmente nos últimos 3 anos.
No Brasil, a educação também é motivo de destaque no dia 25 de agosto, quando se comemora o Dia Nacional da Educação Infantil, a partir da Lei nº Lei 12.602/12, sancionada pela presidente Dilma Rousseff.
Origem do Dia da Educação
O dia da Educação foi escolhido no dia 28 de abril quando terminava o Fórum Mundial de Educação realizado em Dakar, Senegal, no ano de 2000.
Neste Fórum ficou estabelecido o compromisso dos países de levar a educação básica e secundária a todas as crianças e jovens do mundo.

Como Dorival Caymmi se tornou o mais original compositor brasileiro

Neste mês de abril, completam-se 105 anos do nascimento do cantor e compositor Dorival Caymmi (1914-2008), autor de clássicos como O que É que a Baiana Tem?. Em função da data, o Prosa, Poesia e Arte recupera um dos mais belos e completos textos sobre ele, escrito pelo jornalista Carlos Rennó, na Folha de S.Paulo, em 17 de agosto de 2008, um dia após a morte de Caymmi. Para Rennó, o artista baiano era um “perfeccionista sem esforço”, que compunha “devagarinho” e “aos pedacinhos”. Confira.
O cantor e compositor Dorival Caymmi (1914-2008): na música, “qualidade muita, quantidade pouca” O cantor e compositor Dorival Caymmi (1914-2008): na música, “qualidade muita, quantidade pouca”
“Preguiça criadora” gerou o mais original compositor brasileiro
Por Carlos Rennó*
O que chama a atenção na obra de Dorival Caymmi, se comparada a de outros compositores brasileiros, é a sua relativamente pequena produção e o seu grande percentual de “standards”, isto é: de canções-modelo. Nesse aspecto, nem nosso maior compositor, Tom Jobim, o superou. À luz da informação estética, seria o mais original, pois o menos redundante. Qualidade muita, quantidade pouca.
Foram pouco mais de cem canções em cerca de 60 anos de atividade como compositor. Pudera. Uma (João Valentão) levou nove para ser acabada, outra (Saudade da Bahia) passou 12 na gaveta. Perfeccionista sem obsessão e sem esforço, Caymmi compunha “devagarinho” e “aos pedacinhos”, como chegou a dizer.
A esse método correspondeu uma atitude de descompromisso com o mercado e comprometimento só com o público. Caymmi raramente compôs por encomenda e sempre cantou menos pelas circunstanciais avaliações comerciais de sua arte do que pela sua disposição. Quis e ganhou o bastante para poder curtir o “dolce far niente” de uma “vida de artista” (ou o ócio do ofício…). Aliás, foi para tirá-lo da vadiagem que seu pai, o funcionário público Durval, neto de italiano, lhe arranjou seu primeiro emprego no jornal O Imparcial, de Salvador, como auxiliar de escritório, aos 16.
Mas a convivência com a música começava já em casa -onde o pai tocava piano, violão e bandolim, e a mãe cantava- e prosseguia na rua, nos festejos do povo baiano. Desse modo, da primeira composição, uma toada sentimental intitulada No Sertão, de 1930, às primeiras apresentações em rádio, em 1935, foi um passo. O salto ele daria em 1939, já no Rio e com uma coleção de canções sobre a Bahia na bagagem.
Os trejeitos de Carmen
Com a sua O que É que a Baiana Tem? na voz de Carmen Miranda, Caymmi entrou em cena para não mais sair. A associação, se foi determinante para a projeção nacional dele, também o foi para a construção da imagem internacional dela – Caymmi lhe ensinou os trejeitos que se tornaram inseparáveis da sua interpretação.
Em 40, saía o seu primeiro disco, com O que É que a Baiana Tem? e A Preta do Acarajé, em duo com Carmen. Data do mesmo ano, e com outra cantora, Stella Maris, o início de uma parceria que duraria de fato até que a morte os separasse, e da qual resultaria a outra parte da sua herança musical: os filhos Nana, Dori e Danilo Caymmi.
Costuma-se dividir a obra de Caymmi em duas fases/faces principais. Na primeira, tendo como referente uma Bahia pré-industrial e idealizada, sobressaem as canções praieiras – obras-primas como O Mar e O Vento. A segunda, “carioca” e urbana, põe em relevo os sambas-canções em cujas harmonias se viu um prenúncio da bossa nova – joias tipo Marina, Só Louco, Nem Eu, etc.
Há quem acrescente uma terceira, definida pelo predomínio de canções com forte acento afro-religioso. É quando intensifica sua relação com o candomblé, assumindo obrigações sócio-administrativas como Obá de Xangô do terreiro Axé Ôpô Afonjá, em Salvador, em 1969. Ele e seus grandes amigos Jorge Amado e Carybé.
Na verdade, todas constituem expressões distintas de uma mesma e sempre presente baianidade. Até a chamada fase carioca. Nesta, os casos – e descasos – amorosos são tratados com uma doçura que quase não se nota num compositor do Rio. Quanto às dissonâncias harmônicas, elas já estavam lá, no violão do período marinho-soteropolitano; à época, diziam que ele tocava errado: “Mas eu sempre achei que havia beleza fora do acorde perfeito”.
Um baiano no Rio
Caymmi viveu em Salvador só até os 24 anos, mas, como disse Vinicius de Moraes, “é difícil encontrar alguém mais baianamente dengoso que ele”. De fato, o Rio, onde chegou em 1938, foi a sua principal sede.
No Rio, Caymmi fez as mais diversas amizades nos meios artístico e jornalístico. Da esquerda à direita; dos padrinhos de casamento Jorge Amado, que o chamava de irmão caçula, e Samuel Wainer, que o chamou para uma coluna sobre rádio no Última Hora, nos anos 50, a Carlos Lacerda. De Rubem Braga a Carlinhos Guinle, com quem, segundo outro amigo, Fernando Lobo, a parceria funcionava nessa base: Dorival entrava com a música, e Carlinhos, com o uísque…
Foi gravado pelos maiores intérpretes da MPB, de Elis Regina e Gal, que lhe dedicou um álbum em 1976; de João Gilberto, que recriou três músicas suas em plena bossa nova, a Gil e Caetano. Nenhuma dessas gravações, contudo, se compara ao próprio Caymmi se interpretando. Ele próprio era convencido disso. Não porque fosse vaidoso – coisa que ele, naturalmente, era. Mas porque tinha plena consciência de si.
Sua famosa e, segundo Amado, “criadora” preguiça inspirou a divulgação de histórias folclóricas e a criação de anedotas gozadas. Durante um tempo, se contou muito esta: existiriam três ritmos na Bahia: o devagar, o muito devagar e o Caymmi.
Eu mesmo tive uma prova de sua lentidão. Em 1994, eu coordenava a área de música do Museu da Imagem e do Som de SP e quis trazê-lo para um depoimento. Conversávamos muito, toda semana, por telefone, mas na hora de decidir vir, ele sempre dava uma desculpa. Numa dessas, chegou a me propor que eu ligasse para ele num dia para marcarmos então o dia em que eu ligaria de novo para marcarmos enfim o dia em que viria…
Carlos Rennó é letrista, produtor e jornalista

Índios Potiguares de Baia da Traição em Montanhas/RN

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Imagens do Google - Índios Potiguaras - Baía da Traição/PB
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Dr. EVANDRO BORGES - ADVOGADO - DEFENSOR DA CULTURA POTIGUAR
Em Montanhas uma iniciativa do Executivo Municipal, das suas diversas Secretarias e da cidadã Luana Sá proporcionou uma apresentação artística e cultural dos índios potiguares de Baia da Traição da Paraíba em Montanhas/RN, atraindo a população local e emocionando, colocando uma cultura tradicional e chamando a atenção a problemática indígena no Brasil.
 
No Rio Grande do Norte as populações indígenas foram consideradas extintas, e enfrentaram a guerra dos bárbaros, iniciada em Assú nos finais do século XVII, tendo se alastrado para a Paraíba e Ceará, tudo imposto pelos colonizadores portugueses que desejavam as terras nas ribeiras dos rios para a expansão do gado, sendo criadas “as oficinas de carne” que deu origem ao charqueado no nordeste.
 
Nos últimos governos, principalmente de Lula e Dilma as comunidades tradicionais passaram a serem reconhecidos, tanto os quilombolas como as de raízes indígenas, como são exemplos a comunidade em João Câmara denominada de “Amarelão” e em Canguaretama a de “Catú”, inclusive com um trabalho educacional de aprendizagem da língua cativa.
 
Os índios potiguaras que eram estabelecidos na faixa litorânea ainda tem um núcleo em “Baia da Traição”, Município Paraibano com faixa litorânea, estando a Municipalidade dentro das terras dos Potiguaras, em torno de 90% do território, próximo aos Municípios de Baia Formosa e Canguaretama estes do Estado do Rio Grande do Norte, portanto, de fácil acesso para os Municípios circunvizinhos, como é o caso de Montanhas/RN.
 
A iniciativa do Executivo Municipal de Montanhas/RN oportunizando a sua população, a juventude, e principalmente aos estudantes de conhecerem a nossa pluralidade étnica e cultural, a dança e seus costumes, mantendo o contato direto com a população, dos povos que aqui habitavam a “terra pindorama”, antes mesmo dos colonizadores, consiste em um resgate histórico e de dignidade humana.
 
O evento foi muito oportuno, quando os povos tradicionais indígenas têm reclamado a demarcação das suas terras, da convivência pacífica e harmoniosa, com vaqueiros e agricultores, pois o desenvolvimento econômico sustentável, só é possível com o respeito ao meio ambiente e as culturas tradicionais, haja vista, o que o Papa Francisco muito bem expôs na encíclica “Laudato Si” de 2015.
 
A realização e iniciativa demonstrou na prática, a população local de Montanhas/RN, o respeito que se deve ter com a diversidade cultural e de origem, para entender a grandeza da população brasileira e sua formação, seus encantos e cantos, as suas raízes, as diversas matizes e a até a miscigenação ocorrida, muitas vezes forçadas,  em que pese os massacres ocorridos e a resistência que se trava até na atualidade, e a nossa dívida histórica com os povos tradicionais.

Fonte: Potiguar Notícias

“Diálogo institucional para a defesa da democracia e da Constituição de 88 “

Presidenta da UNE conta sobre audiência com o presidente do STF nesta quarta-feira para falar sobre ameaças democráticas.
A defesa da democracia é uma marca indelével nos mais de 80 anos de história da UNE, mesmo nos momentos mais difíceis nunca nos afastamos dessa causa. Dirigentes da UNE foram mortos, torturados e perseguidos nos anos da ditadura civil-militar e a entidade foi colocada na clandestinidade.
Em audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Dias Toffoli, nesta quarta-feira (24/04) expressamos nossa preocupação com as constantes violações perpetradas ao Estado Democrático de Direito no Brasil. Manifestamos também solidariedade ao Supremo diante dos ataques e ameaças dirigidas à Suprema Corte e alguns de seus ministros. Esse tipo de ataque, em tempos de exceção e arbítrio, tem uma intenção clara: constranger o STF a abandonar em definitivo os princípios, valores e garantias estabelecidos na Constituição.
O STF é, por dever legal, o guardião da Constituição Federal. Para cumprir essa missão pode contar com o apoio dos estudantes brasileiros. Assinamos este mês um manifesto em defesa da corte que a UNE, a UBES, ANPG, OAB, CNBB e mais de 200 entidades da sociedade civil.
O documento afirma que a discordância, a crítica civilizada e o diálogo são inerentes à democracia, tal qual o respeito e, em última instância, a solidariedade. Por isso, são inadmissíveis os discursos que pregam o ódio, a violência e a desarmonia na sociedade e contra o Supremo Tribunal Federal. Reafirmar a importância do STF é defender a Constituição e as garantias da cidadania nela contidas. A democracia e a convivência solidária não permitem um retrocesso institucional.
Na audiência apresentamos ainda ao Presidente do Supremo alguns perigos e preocupações que cercam a educação brasileira:
– Ataque à Autonomia Universitária;
– Escolas sem Partido;
– CPI que investiga das universidades Estaduais paulistas;
– Perseguição aos professores;
– Tragédia de Suzano e as ameaças às universidades;
– Perseguição aos gestores e abusos de autoridade nas universidades;
– Liberdade política, de expressão e de associação;
– Garantia dos direitos individuais, como a presunção de inocência e o transito em julgado da sentença penal condenatória;
– Prisão em 2ª instância;
– Defesa da UNE, UBES e ANPG como instituições democráticas.

São preocupações e ataques que tem se intensificado no último período e que vão mobilizar os estudantes brasileiros até o nosso 57º Congresso da UNE que acontecerá não por acaso, em Brasília, de 03 a 07 de Julho. Próximos ao Congresso Nacional, mostraremos que os estudantes estão mais organizados do que nunca e vamos fazer barulho para garantir os nossos direitos.
*Marianna Dias é presidenta da União Nacional dos Estudantes. 

Após polêmica com pôster alusivo a Bolsonaro, Dead Kennedys cancela shows no Brasil

Foto reprodução
“As consequências criaram uma situação bastante perigosa para nossos fãs que frequentam nossos shows. Nós nunca colocamos nosso público em risco”, diz nota divulgada pela banda.
A banda Dead Kennedys anunciou, nesta sexta-feira (26), o cancelamento dos shows que faria em maio no Brasil. O grupo punk fez a divulgação por meio de uma nota publicada em sua página no Facebook.
Para eles, a publicação de um pôster mostrando uma família maquiada como palhaços, vestida com a camisa da seleção brasileira e segurando armas, em clara alusão a Jair Bolsonaro, ameaça a segurança do público. A banda tinha afirmado que não autorizara a divulgação.
“O promotor no Brasil realmente não soube como gerenciar as coisas da forma correta. Sem nos contatar sobre o assunto, ações estúpidas foram tomadas e que fizeram com que os pregadores de ódio se manifestassem por todos os lados”, postou a banda.
Os integrantes do grupo garantem que farão uma doação da porcentagem do que já receberam para uma instituição de caridade.
Íntegra da nota do Dead Kennedys:
“Ok Pessoal; o promotor no Brasil realmente não soube como gerenciar as coisas da forma correta. Sem nos contatar sobre o assunto, ações estúpidas foram tomadas e que fizeram com que os pregadores de ódio se manifestassem por todos os lados. Mesmo assim, nós consideramos que o pôster ficou bem legal e nós concordamos com a ideia; as consequências criaram uma situação bastante perigosa para nossos fãs que frequentam nossos shows. Nós nunca colocamos nosso público em risco, visto que isso não representa o que somos. Por esta razão, infelizmente estamos bastante tristes em informar que a banda não mais poderá tocar no Brasil este ano; sentimos que esta é realmente a única alternativa de manter as pessoas seguras. Nós faremos uma doação da porcentagem dos rendimentos que nos foram antecipados para uma instituição de caridade”.

Bolsonaro decreta fim das faculdades de Filosofia e Sociologia: “Objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato”


Bolsonaro e o "filósofo" Olavo de Carvalho (Arquivo)
Por Redação - Fonte: REVISTA FÓRUM
Enquanto os filhos - e ele próprio - são doutrinados pelo "filósofo" Olavo de Carvalho, Bolsonaro decreta fim dos estudos de humanas alegando que a educação deve servir para ensinar "leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa"
Enquanto os filhos – e ele próprio – são doutrinados pelo “filósofo” Olavo de Carvalho, Jair Bolsonaro (PSL) decretou pelo Twitter, na manhã desta sexta-feira (26), o fim dos investimentos federais nas faculdades de Filosofia e Sociologia. Segundo ele, o ministro da Educação, Abraham Weintrab quer “descentralizar” investimento no ensino das duas áreas para “focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina”.
Para Bolsonaro, os estudos de humanas não “respeitariam o dinheiro do contribuinte” e a educação deve servir para ensinar “leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa”.
A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta.

O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.

27 mil pessoas estão falando sobre isso

Evangélica vai deixar o país por sofrer ameaças

Foto reproduzida do Facebook

Jovem carioca é perseguida por fundamentalistas por prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica.

“Perdi o direito! Perdi o direito de viver no meu próprio país! Quem defende a laicidade do Estado, é massacrado por um Estado que não é laico. Perdi o direito de viver com minha família e meus amigos, de levar meu trabalho adiante. Perdi o direito de viver minha vida como a vivo hoje. Perdi esse direito porque o fundamentalismo que governa o Brasil hoje assassina qualquer profeta que denuncie o pecado das grandes lideranças.”

O desabafo é da carioca Camila Montovani da Silva e foi postado nesta sexta-feira, 26, em sua página no Facebook. É mais uma brasileira a deixar o país em consequência das perseguições e ameaças que vem sofrendo de fundamentalistas. A jovem é perseguida por prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica. 

“Perdi meus direitos porque um Brasil governado por evangélicos é um Brasil anti povo, anti direitos, anti pluralidade que é tão importante pra assegurar a democracia! Estou indo embora do país em exílio depois de esgotar todas as minhas possibilidades de ficar aqui e permanecer viva. Lutei o quanto pude pra não ter que sair, mas me colocaram no limite. Estou indo porque quero viver e quero viver porque quero continuar a construção de um outro mundo. Estou indo porque quero deixar minha família e meus amigos seguros. Estou indo, mas continuo a denúncia da barbárie que esse país se tornou sendo um país tão evangélico! Sigo na luta, porque a despeito da igreja hegemônica que persegue e mata quem ousa contrariá-la, eu tenho comigo a força do Nazareno, do Deus que encarnou preto e pobre, do Deus que valorizava as mulheres. Eu sigo com Jesus Cristo, apregoando o Reino de Deus, mesmo que isso me custe a Cruz!

Me tiraram tudo. Mas o sorriso de quem tem paz no coração fica!
Aqui ou em qualquer lugar eu sigo pela vida das mulheres, pelo respeito à diversidade, pela garantia da democracia, contra o fundamentalismo religioso!

Da Luta, não me retiro!”, conclui Camila em seu desabafo de despedida.

Solidariedade

Além do apoio manifestado por muitos de seus 4.979 amigos e amigas de Facebook, Camila recebeu também a solidariedade  do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

Nota de Solidariedade a Camila Montovani e seus familiares“Felizes as pessoas que promovem a paz,porque serão chamadas filhas de Deus” (Mt5.9).

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e o Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT) expressam irrestrita solidariedade a Camila Montovani e seus familiares.

Uma das atuações de Camila, uma jovem evangélica, é prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica e não conseguem romper com este ciclo porque são orientadas por lideranças religiosas de que “a mulher cristã deve ser submissa a seu marido”.

Lembramos que nas histórias do Antigo Testamento bíblico muitas mulheres ousaram desafiar o sistema opressor, entre elas, Vasti, que não se submeteu ao rei Assuero (Est 1.1-22).

Há bastante tempo, o protagonismo de Camila tem provocado a raiva de líderes religiosos evangélicos fundamentalistas. Hoje, a raiva tornou-se ódio.

As ameaças se tornaram graves. Sua casa e seus familiares passaram a ser vigiados e Camila ficou sem lugar fixo para morar. Foi obrigada a mudar a rotina. A gravidade das ameaças obrigou Camila a sair do país.

O CONIC e o FEACT colocam-se ao lado de Camila e de seus familiares. Denunciam que outras pessoas evangélicas, engajadas em movimentos de promoção e defesa dos direitos humanos, estão sofrendo ameaças semelhantes.

A perseguição vivida por estas pessoas é consequência da instrumentalização da fé cristã para legitimar práticas de violência e discursos de ódio. O fundamentalismo religioso não aceita o pluralismo e nem a crítica à religião – mesmo que ela cause algum tipo de opressão ou violência.

A fé cristã não pode ser instrumentalizada para subjugar as pessoas, nem para dominar territórios, impondo medo às pessoas. A fé cristã não pode ser associada com armas e nem com o crime organizado.
A fé evangélica não é violência. Não está fundamentada no exclusivismo e nem no autoritarismo. Ela se orienta pela graça amorosa de Deus e pela liberdade. É este o testemunho das muitas tradições evangélicas no país. Não aceitaremos que nossa tradição de fé seja instrumentalizada para a promoção do ódio, do racismo, do sexismo e outras formas de dominação e violência.

Que a paz de Jesus Cristo, seu testemunho radical de vida, contrário a todo o poder opressor estatal e religioso nos oriente e fortaleça.

Fonte: Jornalistas Livres