Postagem em destaque

FIQUEM LIGADOS! TODOS OS SÁBADOS NA RÁDIO AGRESTE FM - NOVA CRUZ-RN - 107.5 - DAS 19 HORAS ÁS 19 E 30: PROGRAMA 30 MINUTOS COM CULTURA" - PROMOÇÃO CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC-RN

Fiquem ligados nas ondas da Rádio Agreste FM - 107.5 - NOVA CRUZ, RIO GRANDE DO NORTE, todos os sábados: Programa "30 MINUTOS COM CULTU...

segunda-feira, 25 de março de 2019

Índio vence preconceitos, se alfabetiza e passa em 1º lugar para medicina no Mato Grosso. "UM GRANDE EXEMPLO! SUPERANDO OS OBSTÁCULOS!" - EDUARDO VASCONCELOS-CPC/RN

Índio vence preconceitos, se alfabetiza e passa em 1º lugar para medicina no Mato Grosso
Redação RPA

O indígena Dyakalo Foratu Matipu, ou Farato, como gosta de ser chamado, passou em primeiro lugar para o curso de medicina por meio de um vestibular promovido pela Universidade Brasil, realizado em sua aldeia, Kuikuro, no Alto Xingu, Mato Grosso.
Ele também passou em primeiro lugar para o curso de licenciatura em Ciências Naturais e Matemática pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Farato disputou uma das seis vagas disponibilizadas para medicina – também haviam 5 vagas para odontologia e 2 para medicina veterinária. Ele já havia se formado em enfermagem no final do ano passado, mas sonhava com a possibilidade de se tornar médico.
O agora estudante de medicina é da etnia Matipu, tendo nascido na Aldeia Kuikuro, mas criado na Aldeia Buritizal – todas localizadas na região do Alto Xingu.
Infelizmente, Farato relata que sempre sofreu preconceito por ser indígena – apesar disso, jamais desistiu dos seus sonhos. Até os dez anos, vivia na aldeia, onde pescava e jogava futebol com as outras crianças. Nessa idade, teve a oportunidade de ser alfabetizado.
Índio vence preconceitos, se alfabetiza e passa em 1º lugar para medicina no Mato Grosso
O rapaz precisou empurrar a moto por mais de duas horas sobre a lama. Foto: arquivo pessoal
“Eu soube que teria vestibular na aldeia um dia antes da prova. Pedi uma moto emprestada para um amigo e fui para a aldeia, que fica a 340 km de Canarana, cidade onde moro. A estrada é de terra e como havia chovido, tinha muita lama. Eu não conseguia me manter na moto. Caía e levantava o tempo todo. Tive que empurrar a moto por mais de 2h. Sai às 5h e cheguei na aldeia às 18h40. Assim que cheguei, mesmo sujo de lama, fiz minha inscrição para o vestibular, que estava programado para o dia seguinte, às 9h”, relata Farato.
O jovem afirma que sempre quis se tornar médico para ajudar sua aldeia, tendo despertado desde os 13 anos o sonho e a paixão pela área da saúde. Quando adolescente, fazia parte dos monitores de saúde da aldeia, que andavam de casa em casa para cuidar da saúde dos índios.
“O reitor chegou lá de avião e nós fizemos uma apresentação de boas vindas para ele. Por isso eu estava pintado. Fiz a prova e depois a redação sobre desmatamento da terra indígena”, conta.
A entrada no curso de medicina é a concretização de uma promessa que Farato fez há 17 anos.
“Tinha que esperar o resultado. Estava ansioso, mas agora estou muito feliz e vou realizar meu sonho. Vou cuidar do meu povo. Eu acho que a palavra dos preconceituosos me dá mais energia para realizar meu sonho. Eu já tinha prometido há 17 anos, quando o contrato dos médicos que atendiam na nossa aldeia acabou. Lembro que chorei muito quando fiquei sozinho e prometi para mim mesmo que um dia eu faria medicina para ajudar meu povo”, diz ele.
Mudança para a cidade
Índio vence preconceitos, se alfabetiza e passa em 1º lugar para medicina no Mato Grosso
Dyakalo Foratu Matipu venceu a discriminação e o preconceito, tendo concluído o curso de técnico em enfermagem. Foto: arquivo pessoal
Cinco anos antes, o jovem se mudou para Canarana, para cursar enfermagem. No início, seu pai não permitiu que ele saísse da aldeia.
“Ele (pai) tinha o sonho de ter um motor de popa para o barco. Juntei dinheiro e comprei para ele e disse: ‘pai, o sonho do senhor está realizado. Agora me deixe realizar o meu. Me deixe estudar’”, disse.
Em Canarana, o jovem recebia R$ 600 por mês, apenas o suficiente para comprar livros e pilhas de lanterna, uma vez que onde morava não havia energia elétrica.
O esforço converteu-se em diploma, cuja formatura aconteceu em 8 de dezembro de 2018.
Força de vontade
Índio vence preconceitos, se alfabetiza e passa em 1º lugar para medicina no Mato Grosso
Dyakalo Foratu Matipu fez a prova para o curso de medicina. — Foto: Arquivo Pessoal
Agora formado em enfermagem e cursando medicina, o indígena orienta amigos e colegas a não desistirem dos seus sonhos. Exemplo de resistência, Farato conta que havia dias que não tinha o que comer; chorava, pensava em desistir.
“Meu café da manhã era água, meu almoço era água, minha janta era água. Meu sonho era cuidar do meu povo, mas ninguém me dava oportunidade”.
Seu principal conselho: não desamine com críticas alheias. Muitos duvidarão da sua capacidade e poucos o apoiarão no seu sonho.
“Se você quer ser alguém na vida, se você quer ser exemplo de alguém, você tem que ter coragem, confiança. Como diz a Bíblia, os humilhados serão exaltados. No começo ninguém vai te aplaudir, todo mundo pode rir, duvidando da sua capacidade. Mas quando você chegar lá no lugar que você queria, todo mundo te aplaude. A vida dá voltas. Seja forte”, conclui.
Compartilhe o post com seus amigos!
Com informações do G1.
Fonte compartilhdo: https://razoesparaacreditar.com

PROTAGONISMO Cine Birita alerta para a exclusão da mulher na produção audiovisual

FOTO DIVULGAÇÃO
cine birita mulheres
Cena da produção Dois Copos D'Água
por Gabriel Valery, da RBA 
Mostra que será apresentada neste domingo reúne quatro produções independentes, de mulheres que lutam para conquistar representatividade.
São Paulo – O projeto Cine Birita, que proporciona visibilidade às produções independentes do audiovisual brasileiro, apresenta uma edição especial neste domingo (24). No mês das mulheres, elas tomam o protagonismo com quatro produções. Reflexões sobre gênero e sexualidade somam-se ao olhar feminino sobre problemas do cotidiano, em realizações que buscam representatividade e lugar de fala.
A representatividade é vista como um tema urgente no cinema nacional, especialmente quando as realizadoras são mulheres negras. De acordo com informe da Agência Nacional do Cinema (Ancine), divulgado em junho de 2018, de 142 longas-metragens produzidos no país, homens brancos foram responsáveis por 78,2%; mulheres brancas, por 19,7%; e homens negros, 2,1%. Mulheres negras não aparecem no estudo.
Milena Manfredini, diretora da película Camelôs, que será exibida no domingo, vê os dados com preocupação. “Existe uma grande diferença entre mulheres negras e brancas, principalmente no acesso e possibilidade de produção. Infelizmente, mulheres negras estão invisíveis. Esse relatório foi de 2016, estamos esperando o de 2017, e acho que será também desolador. Políticas públicas são necessárias para a inserção, para que mulheres negras possam realizar seus projetos, seus longas”, afirma.
A realizadora Karla Suarez, que entra no Cine Birita com a produção Dois Copos D’Água (Karla Suarez, Hannah Sloboda e Gabi Ramos), também lamenta os dados da Ancine, e teme pelo futuro da representatividade em uma conjuntura política com protagonismo da extrema-direita. “Até o ano passado ainda vimos alguma tentativa de movimento da inclusão e do fortalecimento das mulheres no audiovisual brasileiro. Porém, neste momento, vejo que é uma questão para todo o mercado. Está tudo muito parado, não sabemos que rumos vamos levar”, diz à RBA, com intermediação de um dos idealizadores do projeto, Danilo Motta.
“O último edital lançado pela Ancine tinha uma pontuação maior para diretoras, tinha linhas para diretoras e diretores negros. Agora, não sabemos que rumo vai tomar, não tivemos mais notícias, não sabemos se foi cancelado ou não. Com o avanço das políticas retrógradas sobre a cultura como um todo, só piora. Principalmente para as mulheres”, completa.
Karla vê uma crise em todo o cinema nacional, com um cenário cheio de indefinições. “Não temos agências incentivando, não temos mais o Ministério da Cultura (MinC), não sabemos o que está acontecendo na Ancine. Então, para mulheres, para produções independentes, para quem não está nas grandes produtoras, está cada vez mais difícil.”
Tudo isso, justamente em um momento aonde questões delicadas e problemas profundos explodem no país. “Sobre a questão da sexualidade e gênero, quando queremos produzir com esta temática é ainda mais difícil. Em fevereiro já tínhamos mais de 100 casos de feminicídio. Está aumentando drasticamente e exponencialmente. No país que mais mata LGBTs e o quinto que mais mata mulheres por violência doméstica, falar sobre esses temas é urgente. Esse debate precisa acontecer, não dá para fingir que isso não está acontecendo. É falar sobre o direito de viver.”

Serviço

O Cine Birita apresentará quatro filmes realizados por mulheres no domingo (24), a partir das 20h, no Avareza Beer & Burger; Rua Augusta, 591, na região central de São Paulo. A entrada é gratuita.
Filmes que serão exibidos:

Dois Copos d'Água (dir. Karla Suarez, Hannah Sloboda e Gabi Ramos): O relacionamento entre duas mulheres chega ao fim, em meio à descoberta da sua real identidade de gênero por uma delas.

Os desafios na permanência das mulheres na Uerj (dir. Luiza Helana e Veronica dos Santos): Uma breve dose da realidade e rotina de mães e mulheres na universidade.

Camelôs (dir. Milena Manfredini): Qual o limite do palco? Quais são os códigos de atuação que os camelôs partilham entre seus pares e clientes? De que forma corpo, cidade e afeto se atravessam? São esses disparadores que conduzem nossa trama de memórias entre o passado e o tempo presente na cidade do Rio de Janeiro.

Devoção (dir. Hana Oliveira): Paulinho alterna sua vida entre o desafeto familiar e o mundo do tráfico. Desde a morte de sua mãe, quando ainda criança, ele perdeu a aproximação familiar porque Souza, o pai, não lhe deu atenção. Para buscar essa atenção, ele simula o sequestro de Joana, a madrasta, como auxílio de dois colegas.

Fonte: Rede Brasil Atual

Mário Lago: O Povo Escreve a História nas Paredes


“Eu nasci inconformado. Sou rebelde por vocação”, disse, certa vez, o carioca Mário Lago (1911-2002). Mais conhecido pela composição, ao lado de Ataulfo Alves, de sambas como Ai! Que Saudade da Amélia e Atire a Primeira Pedra, Mário também era poeta de mão cheia. Em 1948, filiado ao Partido Comunista do Brasil, Mário viu a Justiça cassar arbitrariamente o registro da legenda. Em resposta, escreveu uma poesia notável – O Povo Escreve a História nas Paredes. Confira abaixo a íntegra do poema.
Mário Lago, um dos primeiros artistas perseguidos pela ditadura militar, foi preso e fichado no Dops. À direita, capa da primeira edição de <i>O Povo Escreve a História nas Paredes</i> Mário Lago, um dos primeiros artistas perseguidos pela ditadura militar, foi preso e fichado no Dops. À direita, capa da primeira edição de O Povo Escreve a História nas Paredes
O povo escreve a história nas paredes
(Mário Lago)
I
E eles vieram pras ruas,
delírio verde nos lábios,
delírio pardo nas almas,
delírio negro nas mãos.
E encheram de gritos as ruas,
porque o povo deixou as ruas
quando eles vieram pras ruas,
delírio verde nos lábios,
delírio pardo nas almas,
delírio negro nas mãos.
Aleguá! Aleguá!
Aleguá, guá-guá!
Três a dois! Três a dois!
Três a dois, dois-dois!
Depois…
Respondeu o eco distante,
em Wall Street! “Three to two!”
, respondeu Franco,
com voz sumida, abafada,
voz sucumbida, esmagada,
pelos gritos, pelo pranto
pelas palavras de angústia,
de apelo desesperado
dos cárceres onde a Espanha
vê a liberdade tombar.
“Três a dois” repetiu Morinigo,
“Três a dois” repetiu Salazar.
Depois…
Houve silêncio nas ruas,
houve silêncio nos campos,
houve silêncio nas fábricas…
Silêncio longe em Pistoia,
silêncio longe no oceano.
Aleguá! Aleguá!
Aleguá! guá-guá!
Três a dois! Três a dois!
Três a dois, dois-dois!
Depois…
II
Noite pesada… de tristeza imensa.
Noite de lágrimas e de descrença.
Noite de mil perguntas doloridas.
Noite de angústia pra milhões de vidas.
E agora, meu companheiro?
Companheira, que fazer?
Fecharam nosso Partido…
Que mais vai acontecer?
E agora, meu companheiro?
Companheira, que fazer?
E agora, meu companheiro?
Como iremos escutar
palavras que indicam rumo
se ninguém pode falar?
E agora, meu companheiro,
quem nos irá defender?
Fecharam nosso Partido…
Que mais vai acontecer?
E agora, meu companheiro?
Companheira, o que fazer?
Fecharam a boca do povo,
Que mais vai acontecer?
Cortaram os braços do povo.
Que mais vai acontecer?
Quem mais vai defender o povo
Quando o mais acontecer?
E agora, meu companheiro?
Companheira, que fazer?
Quem vai pedir para o povo
comida pra ele comer?
Quem mais vai pedir para o povo
escolas pra ele aprender?
Fecharam nosso Partido…
Que mais vai acontecer?
Depois…
III
Depois, quando surgiu o novo dia,
a mesma intrepidez e a mesma valentia,
trinta e três vozes no Distrito,
vozes no norte, no sul,
vozes que o povo escolheu
pra o povo representar,
anunciavam ao céu,
anunciavam ao mar
que o partido do povo ainda
existia,
que o partido do povo não morria
porque o povo não morre e eles
eram o povo.
Sempre se refazendo.
Sempre novo.
Sempre no mesmo rumo.
Sempre novo.
Depois…
IV
Outra noite pesada… de tristeza
imensa.
Outra noite de lágrimas e de
descrença,
Eles voltaram pras ruas,
delírio verde nos lábios,
delírio pardo nas almas,
delírio negro nas mãos.
E encheram de gritos as ruas,
porque o povo deixou as ruas
quando eles vieram pras ruas,
delírio verde nos lábios,
delírio pardo nas almas,
delírio negro nas mãos
ânsia de sangue na boca,
nos gestos, no coração.
Cassação! Cassação!
Cassação! ção-ção!
Cassação! Cassação!
Cassação! ção-ção!
Outra noite de angústia pra
milhões de vidas.
Outra noite de mil perguntas
doloridas.
E agora, meu companheiro,
de onde virá salvação?
Ninguém representa o povo
com a cassação.
Quem vai apontar os crimes,
os crimes da reação?
Cortaram o dedo do povo
com a cassação.
Quem vai punir os traidores,
os traidores que o petróleo
ao dólar entregarão?
Cortaram o braço do povo
Com a cassação.
Quem vai alertar o povo
toda a vez que contra o povo
rasgarem a Constituição?
Fecharam a boca do povo
com a cassação.
V
Me dá tua mão, companheiro.
Companheira, me dá a mão.
Me dá tua mão,
meu irmão.
Responderei às perguntas,
perguntas que tens nos lábios;
nos olhos, no coração.
Fecharam nosso Partido,
que é o partido do povo?
Cassaram nossos mandatos,
que são mandatos do povo?
Que importa, meu companheiro?
O povo, não morre, é eterno.
Passam os traidores do povo,
O povo não passa não.
Fecharam nosso Partido?
Cassaram nossos mandatos?
Se amanhã, desesperados,
fecharem nossos jornais?
Que importa? Que importa, irmão?
O povo sabe os caminhos
pra enfrentar a reação.
Não existem linotipos?
Não existem rotativas?
Que importa, meu companheiro?
Há sempre uma mão altiva
pegando um giz ou pincel.
E há muros pela cidade
se nos negarem papel.
Me dá tua mão, companheiro.
Companheira, me dá a mão.
Me dá tua mão,
meu irmão.
Vamos andar na cidade,
verás que eu tenho razão.
Naquele muro… Que lês?
CONSTITUINTE! Talvez,
talvez tu mesmo escreveste
esta palavra. Talvez…
Isso é história, companheiro,
História de uma campanha
que o povo escreveu nos muros
e os muros foram levando
pra consciência nacional.
História que tu escreveste
fazendo daquele muro
o teu imenso jornal.
Olha outro muro… Que lês?
AUTONOMIA! Talvez,
talvez tu mesmo escreveste
esta palavra. Talvez…
Isso é história, companheiro.
História que tu escreveste
à margem das linotipos,
à margem da rotativa
e das tiras de papel.
História que tu escreveste
tendo ideal, mão altiva,
toco de giz ou pincel.
O VOTO É A ARMA DO POVO! O NOSSO PETRÓLEO É NOSSO!
Anda comigo e espia pras paredes,
vê quanta história ali já se escreveu.
São páginas e páginas de luta
que escrevemos nos muros com
o povo,
como povo, tu e eu.
São páginas que o tempo não apaga
e nem apaga a reação.
São páginas que o povo
diariamente
lê quando passa para as oficinas
e guarda, pra reler, no coração.
Essas não há polícia que apreenda.
Essas não há ministro que suspenda
porque sempre haverá paredes na
cidade
e sempre haverá povo.
E quando o povo sofrer,
enquanto tiver fome e tiver sede,
enquanto não tiver direito e
liberdade,
os muros amanhecerão contando
histórias.
Pintem-se os muros! Quem importa!
O que o povo ali escrever,
depois de secar a tinta,
por baixo daquela tinta
de novo há de aparecer.
Ponham-se os muros abaixo!
Que importa? Que importa, irmão?
Não há cidade sem casas
e nem há casas sem muros.
Os muros são como o povo.
Se renovam, se renovam.
E onde surgir um muro
mãos do povo surgirão
pra escrever a sua história,
história de suas fomes,
história de suas sedes.
Fecham partidos? Pra frente!
Cassam mandatos? Pra frente!
Fecham jornais? Para frente!
Há muros onde escrevermos
a história de nossas fomes,
a história de nossas sedes.
Para a frente! Para a frente!
O povo escreve a história
nas paredes!
Fonte:  Brasil Cultura