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quarta-feira, 12 de junho de 2019

"VALE A PENA LER DE NOVO!" - Por que as políticas culturais são importantes

O debate sobre a perda de status do Ministério da Cultura está cada vez mais empobrecido por opiniões superficiais de quem não compreende o papel de políticas públicas para cultura.

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Gustavo Serrate
Publicado em, May 18, 2016

“Acho que a cultura sempre cria coesão. Há um sentimento de brasilidade que vai do Rio Grande do Sul ao Acre, todos se reconhecem apesar das diferenças culturais, porquê o Brasil são todas essas manifestações diversas. Então a cultura tem esse poder mágico de ligar. Gilberto Gil chegou a dizer que era a argamassa da nação. A liga que possibilitava que todos nós estivessemos juntos”

–Juca Ferreira

As últimas semanas no Brasil foram agitadas. Se você esteve trancado em uma caverna, ou em coma e não faz idéia do que aconteceu, segue o contexto:

A presidente Dilma sofreu Impeachment. Michel Temer, do PMDB, assumiu o cargo da presidência interina e propôs uma série de mudanças. Entre as mudanças, o Ministério da Cultura perdeu o status de Ministério e se tornou um braço do Ministério da Educação. Posteriormente Temer voltou atrás e transformou o MinC em Secretaria Nacional de Cultura.

A classe artística está em agitada, como um vespeiro.
Como a queda do Ministério afeta o país e as políticas culturais? Quais serão as diferenças daqui para frente? Quão importante é a existência de um ministério da Cultura forte?

Entre milhares de argumentos, contra e a favor, prevalece a superficialidade que empobrece os debates. Então vamos nos aprofundar no assunto para evitar o discurso vazio. Para começar, qual a importância de um Ministério autônomo?

Autonomia do Ministério da Cultura
Pasquim satirizava a censura em plena ditadura militar.

Em 1984, o Brasil iniciou o processo de transição da Ditadura Militar para o período democrático. Com liberdade e direitos conquistados, acabaram-se os tempos obscuros em que as expressões artísticas e culturais precisavam ser praticadas às escuras, com medo da censura e da repressão. Pensar livremente era crime.
A Lei da Censura Prévia para livros e publicações foi instituída em 1970. Determinava que os editores enviassem os originais para Brasília antes da publicação. Na prática, revelou-se tecnicamente inexequível: só em 1971 foram lançados no mercado 9.950 novos títulos, demandando um número incalculável de censores.

Em 1985, com o fim da ditadura, a autonomia e a importância da cultura foram reconhecidas. Em um ato progressista, o governo criou o Ministério da Cultura; desvinculando-o de ser subordinado ao Ministério da Educação.

Até mesmo o Ministério da Educação enfrentou dificuldades em sua época. Quando ainda era o Ministério da Educação e Saúde, entre 1920 e 1950. Com avanços sociais reconheceu-se a importância de sua autonomia. Naquele período, mesmo com o sucesso econômico da indústria fonográfica brasileira, ainda nem se falava em política cultural.
Voltando a 1985, o Brasil dava um passo importante em reconhecer o poder simbólico da cultura na projeção da imagem do país. O presidente responsável pela criação do MinC no período era ninguém menos que José Sarney, e ao que tudo indica, o pensamento dele a respeito da Cultura era bem avançado.

Em 2003, um novo momento com Gilberto Gil como Ministro da Cultura. O conceito de cultura se ampliou, e a busca por facilitar o acesso a toda a população tornou-se palpável e a cultura começou a extrapolar suas margens limitadas. Até artistas que não simpatizavam com o governo reconheceram os avanços do MinC nesse período.

As conquistas do MinC apontam cada vez mais para um Brasil em que a Cultura seja democrática, autosustentável, livre e exportador de cultura. Mas o esforço não pode ser interrompido, e precisa ser entendido como um projeto de longo prazo.

Clic no link e veja vídeo do presidente a época, José Sarney https://www.youtube.com/watch?v=f3fw83rtU6M#action=share

Mas o que está por trás das opiniões contrárias ao Ministério e o potencial da Cultura brasileira? Clic no link e assista vídeo do Min. da Cultura a época, GILBERTO GIL: https://medium.com/brasil/entenda-porquê-a-existência-de-políticas-culturais-é-tão-importante-para-um-país-c0ff4ae0ec99

Argumentos vazios
A guerra aconteceu na internet e nas ruas após o fim do MinC. A sociedade e a classe artística ficaram divididos entre defensores do MinC e aqueles que acreditam que é um órgão inútil que precisa mesmo acabar.

Porquê tantas pessoas querem o fim do Ministério da Cultura? Vamos dar uma olhada nos argumentos mais comuns.

1. Cultura só serve para gerar gastos
2. Vai economizar dinheiro de impostos e enxugar a máquina pública
3. Cultura é para panelinhas de 6 ou 7 artistas famosos
4. Existem problemas mais urgentes como FOME, VIOLÊNCIA E SAÚDE
5. O Ministério da Cultura é um covil de comunistas

As pessoas estão preocupadas com o inchaço da maquina pública, com a economia, impostos, falhas do MinC e também são levadas pelo preconceito contra a Cultura, determinando seu papel como secundário na administração de um país.

Mas até mesmo oposicionistas do governo Dilma reconheceram avanços incontestáveis nas políticas públicas propostas pelo MinC. Esses argumentos são suficientemente esclarecidos e fortes para derrubar um Ministério? Vamos esmiuçar os argumentos para saber até que ponto eles tem razão.

Cultura só serve para gerar gastos.

Falso. Cultura é investimento. Parte do papel do Ministério da Cultura é formar, difundir e facilitar o acesso a Cultura, por isso, os efeitos só surgem a médio e longo prazo. Sem tempo e verba não há resultado. O orçamento do MinC era um dos menores da esplanada; e muitas políticas culturais são feitas com verba de parcerias, ou mesmo sem necessidade de dinheiro público, somente na base da articulação. Quer um exemplo? 

Em 2015, o Salão do livro em Paris homenageou jovens escritores brasileiros. Isso ampliou o mercado da literatura brasileira e o governo não gastou um centavo com essa divulgação, no entanto, muitos desses escritores haviam recorrido a editais de tradução para vender os livros no exterior e agora já são expoentes da cultura brasileira por todo o mundo, e tem uma carreira profissional consistente.

Este é o nível da argumentação
Vai economizar dinheiro de impostos, além de enxugar a maquina pública

Meia verdade. Os servidores concursados pelo MinC serão redirecionados para outros setores mas haverá um corte real dos cargos comissionados. O impacto econômico é irrisório. O corte real será no orçamento do MinC, será preciso recorrer ao orçamento da educação que já está apertado, pois sofreu corte de 10,5 bilhões de reais devido a crise.
Um argumento com ar de vingança e baseado na ignorância
Cultura é para panelinhas de 6 ou 7 artistas famosos

Falso. O programa Cultura Viva mapeou pontos de cultura por todo o Brasil. Adentrou o sertão, favelas e nos cantos mais escondidos do Brasil profundo. O objetivo era dar visibilidade a essas pessoas e grupos para que pudessem acessar as políticas culturais das quais nunca tiveram acesso. 
Você sabia o Ministério da Cultura já criou editais para analfabetos? Sem burocracia. A pessoa podia inscrever seu projeto respondendo perguntas através de uma gravação feita por um celular, ou qualquer câmera. Sem documentação, sem escrita. É o povo na cultura. Artistas grandes recorreram a Lei Rouanet? Sim, claro, ela é para todos. Mas os editais e a lei eram destinados a todos brasileiros.
É importante lembrar que a última gestão do MInC criticava distorções da Lei Rouanet e haviam planos de criar uma nova lei de incentivo a cultura, modernizada, mais justa e democrática, se chamaria Lei Pró-Cultura para extinguir a ultrapassada Rouanet.


Existem problemas mais importantes como FOME, VIOLÊNCIA E SAÚDE 
Verdade. Existem problemas muito urgentes no país. Mas isso não anula a importância da Cultura. Até porquê muita gente tem a cultura como ganha-pão.

Só para citar um exemplo:Antigos mestres de capoeira, que sempre tiveram sua profissão marginalizada, recebem reconhecimento pela primeira vez. Mas há forças políticas que querem destituí-los, tornando a capoeira posse de professores de educação física. O ministério lutou para reconhece-los como detentores da própria cultura. Isso pra começar, porquê tem muito mais. Tem as baianas do acarajé, usurpação das terras indígenas, violência nos terreiros, violência de gênero, violência contra a mulher, preservação da memória e do conhecimento, acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência aos bens culturais. Tudo é campo de atuação da cultura. Isso, ninguém vê, ninguém comenta. Esses assuntos são urgentes, porquê não se fala deles quando se cita o MinC?

 E a Cultura é muitas vezes mais essencial na vida comunidades carentes do que de uma pessoa que vive na cidade grande e tem pleno acesso a ela.

O Ministério da Cultura lidava diretamente com população marginalizada nas favelas, terreiros de candomblé e umbanda, populações ribeirinhas, indígenas, ciganos etc.. Culturas hostilizadas pela sociedade, desrespeitadas, ignoradas.

Ninguém antes sequer mencionava questões sociais urgentes, exceto agora que querem usa-los para argumentar de forma chantagista contra os defensores da cultura. Mas a cultura olhava pelas culturas que tem questões urgentes.

“As pessoas fazem cultura em qualquer condição. Nas condições sociais mais degradas, em ambientes onde a violência predomina, onde a qualidade das relações sociais são absolutamente desgastadas e sem qualidade. As pessoas fazem cultura, porquê a cultura é uma necessidade, assim como é comida, saúde, meio ambiente saudável. E o que nos faz humanos é essa capacidade de simbolização”

— Juca Ferreira
Juca Ferreira, ex ministro da Cultura
Comentário do Pastor Silas Malafaia, contribuindo com enxurrada de ignorância existente na internet
O Ministério da Cultura é de esquerda.

Falso. Há pessoas de todas orientações políticas envolvidas com cultura e arte. A Cultura é um dos poucos territórios em que esquerda e direita conseguem conviver em harmonia quando ambos entendem sua importância.

Com argumentos superficiais deixados para trás, podemos partir para uma discussão mais aprofundada.

Políticas culturais afetam o desenvolvimento e a economia.

A Cultura preserva e lida diretamente com patrimônios imateriais em grande parte de sua atuação. Alguns detratores da Cultura parecem não compreender a importância dessa dimensão simbólica. Mas quando políticas culturais são bem aplicadas, podem provocar uma diferença significativa na vida prática.
Na Coréia do Sul, por exemplo, uma forte política cultural de apoio ao cinema comercial e também independente, permitiu uma ocupação de 43% do mercado exibidor em 2008, com 113 filmes produzidos. O país fez fortes investimentos em escolas de cinema, fazendo com que uma nova geração de cineastas aparecesse em festivais por todo o mundo. O Korean Film Concil estimula a entrada de cineastas estrangeiros na Coréia, oferece estrutura e facilidade com as regulamentações, além de oferecer profissionais e equipamentos. Hoje, há uma indústria cinematográfica Coreana está consolidada no país, e o país consome a própria cultura, além de exportá-la para o mundo e ser respeitada pela qualidade de seu cinema.
Em Berlim, Alemanha. após a queda do muro de Berlim, ninguém queria morar no lado pobre da cidade, marcado pelo comunismo. Hoje Berlim é conhecida como uma capital criativa do mundo. Isso porquê, no período pós-guerra fria o governo investiu em educação e educação cultural, facilitando a entrada de pessoas naquela região, com alugueis baratos e outras facilidades.Foram criadas escolas de teatro, artes plásticas, cinema, etc. atraindo artistas do mundo todo; isso moldou a imagem da cidade para o que é hoje, uma das cidades mais descoladas do mundo. Isso não só estimulou a presença de artistas na região, mas fomentou comércio e a economia do local. A cidade recuperou sua vivacidade, e atrai turistas e artistas de todo o mundo.
Políticas culturais bem sucedidas também existem no Brasil. Veja o caso dos CEU das artes. São Praças com bibliotecas, computadores, salas de exibição de filmes, quadras de esportes e skate construídas de maneira uniforme em regiões vulneráveis de cidades do Brasil. Após a construção de um CEU, o público da cidade tem acesso ao local que atende crianças, adolescentes e adultos, com esportes, música, bibliotecas, computadores, salas de cinema e dança. Rapidamente a região é afetada positivamente pela presença do espaço, o comércio se beneficia com o aumento da movimentação e a população tem novas opções de lazer, de formação e acesso a cultura.

São pequenos exemplos de bons usos de políticas culturais fazendo efeitos reais na vida prática. É o pode da cultura afetando pequenas regiões, grandes cidades ou até países inteiros. A cultura lado a lado com o desenvolvimento intelectual e econômico.
Encerrando
Cada vez mais o governo recua em sua necessidade neoliberal de extinguir o ministério. Um dos fatores certamente é a percepção de que está tocando num vespeiro, mas espero ter contribuído com mais alguns argumentos que justifiquem a importância desse ministério. Muitas vezes Juca Ferreira brincou, “o Ministério da Cultura é o ministério mais importante de todos”, era brincadeira, mas quem tem consciência da cultura sabe, tem um fundo de verdade, afinal, a cultura está em tudo.

Fonte: https://medium.com (Link:https://medium.com/brasil/entenda-porquê-a-existência-de-políticas-culturais-é-tão-importante-para-um-país-c0ff4ae0ec99).

Adaptado pelo Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, 12/06/2019.

Festas juninas do Nordeste

Anarriê! As festas juninas se espalham pelo Brasil! Santo Antônio prepara suas bênçãos casamenteiras regadas a fogos de artifício; São Pedro abre o céu para presentear a celebração; e São João, que batiza a festividade, recebe as homenagens. Seguimos o roteiro junino do Nordeste, onde os festejos são uma grande tradição.
Isso quer dizer que a região espera, portanto, muita quadrilha, comidas típicas e música. Mas sabe de onde surgiu essa tradição? A partir de um costume pagão. “É a festa da fertilidade. As famílias comemoravam a colheita e o nascimento dos filhos. Os solteiros esperavam o encontro com os seus parceiros”, explica Rúbia Lóssio, coordenadora do Centro de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior, da Fundação Joaquim Nabuco, em Pernambuco. Adaptada ao calendário católico, os festejos homenageiam três santos, no chamado ciclo joanino. “Comemora-se o dia de Santo Antônio, em 13 de junho; São João, no dia 24; e termina com São Pedro, 29”, enumera.
São muitas as características que fazem esta época do ano tão gostosa. No mês dos namorados, a festa junina tem como principal tradição os pedidos às santidades na busca pela alma gêmea. Herança que se mantém viva ainda hoje no Nordeste. “Existem muitas superstições e crenças para arrumar um casamento. São muitos pedidos para Santo Antônio”, diz Rúbia. Típicos também, os fogos de artifícios foram criados para que os santos não dormissem no ponto enquanto os fiéis pediam. “O uso de fogos se deve à lenda que diz que os santos estariam dormindo e, com os estampidos, seriam acordados”, lembra a pedagoga Nereide Schilaro, autora do livro “Festas e tradições”. Para despertá-los de maneira mais calma, os cantos surgiram como uma alternativa. O importante era mantê-los bem humorados para atender às preces.
A quadrilha tem inspiração nos salões da corte francesa. O nome vem do francês “quadrille”, embora sua origem seja inglesa, de uma dança de camponeses chamada “campesine”. Na época da colonização do Brasil, os portugueses trouxeram essa dança, com seus vestidos rodados e os agradecimentos aos santos pelas boas safras nas plantações. “Hoje, o forró é o principal expoente dessas festas, junto com o xote, baião, xaxado e o cangaço. Todos são ritmos do arrasta-pé”, cita a pesquisadora.
Rúbia acredita que, no Nordeste, essa celebração é a mais esperada do ano. “Aqui as pessoas são mais ligadas à colheita. Além disso, a tradição das adivinhações, dos pedidos e simpatias aos santos para encontrar um namorado continuam muito vivas. E, enquanto existirem essas crenças, haverá uma história, uma emoção e a tradição se manterá viva”, considera ela.
Para o município de Itiruçu, na Bahia, por exemplo, o patrocínio da Petrobras possibilitou o resgate dos trios nordestinos, que agora têm um espaço privilegiado nos palcos e espaços da festividade. Segundo o prefeito Carlos Martinelli, a manutenção desses trios estava cada vez mais difícil e os grupos foram se tornando mais escassos. “Vamos garantir a participação de quadrilhas juninas, espaços para exposição de trabalhos de artistas locais e a revitalização de trios nordestinos em nossa programação”, anuncia.
dança folclórica do bumba-meu-boi também entra na agenda. A dança conta a história de um rico fazendeiro que possui um boi muito bonito e, como se não bastasse, dançarino. Pai Chico, um trabalhador da fazenda, rouba o boi para satisfazer sua mulher, Catarina, que está grávida e deseja comer a língua do animal. “O povo sempre vai utilizar os momentos de lazer para fazer uma catarse, como criticar, através de brincadeiras, as instituições do casamento e do trabalho“, explica Rúbia.
Não importa o lugar: muita alegria, animação, arrasta-pé e comidas típicas estão garantidas. “O interessante dos festejos populares é exatamente essa ressignificação dos símbolos. Cada lugar vai adaptar de um jeito, não existe uma regra de bolo. Todos brincam com o cotidiano comum e vão transmitindo através da aceitação coletiva”, conclui Rúbia.

Datas da Festa Junina

As Festas Juninas acontecem durante todo o mês de junho e comemoram Santo Antônio, São João e São Pedro, celebrados nas seguintes datas:
quinta-feira 13 junho 2019 (Santo Antônio), segunda-feira 24 junho 2019 (São João) e sábado 29 junho 2019 (São Pedro)
sábado 13 junho 2020 (Santo Antônio), quarta-feira 24 junho 2020 (São João) e segunda-feira 29 junho 2020 (São Pedro)
domingo 13 junho 2021 (Santo Antônio), quinta-feira 24 junho 2021 (São João) e terça-feira 29 junho 2021 (São Pedro)
As festas dos santos são fixas e serão sempre celebradas nos dias 13 de junho (Dia de Santo Antônio), 24 de junho (Dia de São João) e 29 de junho (Dia de São Pedro).
Festa Junina
As festas juninas acontecem em diversos estados brasileiros, principalmente no Nordeste e no Sudeste do país, durante todo o mês de junho. As celebrações homenageiam três santos católicos : Santo Antônio (festejado no dia 13), São João (no dia 24) e São Pedro (no dia 29). Cada região celebra os santos a sua maneira, adaptando as tradições juninas aos costumes locais e misturando elementos religiosos, populares e folclóricos.
Realizados nas paróquias, nas casas, nas ruas da cidade ou em sítios, os arraiais possuem alguns elementos essenciais que os identificam : a fogueira, o mastro, a quadrilha, as bandeirinhas e os derivados do milho. A alegria, a euforia, a dança e a música também são elementos que completam o quadro de uma verdadeira festa junina. O período é tão importante que, em alguns estados brasileiros, como Alagoas e Pernambuco, o dia de São João é considerado feriado. Ainda em Alagoas e no Rio Grande do Norte, o dia de São Pedro também é considerado feriado estadual.
Origem
Embora seja atualmente uma comemoração ligada às tradições católicas, as festas juninas têm suas raízes nas celebrações pagãs que aconteciam durante o solstício de verão (dia mais longo do ano, 21 ou 22 de junho), no hemisfério norte. Nesse período, acontece no hemisfério sul o solstício de inverno (noite mais longa do ano). Na Antiguidade, diversos povos, como celtas e egípcios, aproveitavam o solstício de verão para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. O costume foi reproduzido na Europa, até por volta do século 10. Como a igreja não conseguia combatê-lo, decidiu cristianizá-lo, instituindo dias de homenagem aos três santos no mês1.
Os festejos foram, então, trazidos para o novo mundo pela igreja católica. Assim sendo, as festas juninas são herança portuguesa no Brasil2. Curiosamente, os índios brasileiros também festejavam sua agricultura em junho, com cantos, danças e comidas, antes da chegada dos portugueses. Com a chegada dos europeus, os costumes das duas culturas se fundiram, mesclando os santos católicos com pratos feitos à base de alimentos locais. A inclusão de elementos da vida caipira às festas reflete a evolução da sociedade brasileira, que até meados do século 20, tinha 70% de sua população inserida no campo3.
As maiores festas
Especialmente no nordeste brasileiro, Santo Antônio, São Pedro e São João são reverenciados e pode-se dizer que a importância dessas festas ultrapassa a do Natal, principal festa cristã. Elas são, historicamente, o evento festivo mais importante daquela região, tanto culturalmente quanto politicamente4. As cidades de Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba, realizam as maiores festas de São João do Brasil. A festa de Paritins, no Amazonas, também merece destaque. Os festejos estruturados, animados e coloridos atraem a cada ano uma multidão de curiosos vindos de cidades vizinhas, de outros estados e atualmente até mesmo de outros países. As festas regionais deixaram de ser apenas um evento local e transformaram-se em verdadeiros atrativos turísticos, movimentando não somente o fluxo financeiro da região, mas também a imagem do Brasil no exterior.
Caruaru
Em Caruaru, foi criada a Vila do Forró, no intuito de acolher os visitantes e reproduzir no centro da cidade todo o clima da roça típica do sertão. A Vila, que recria a arquitetura das cidades do interior, possui réplicas de casas simples, restaurantes, igrejas e outros elementos presentes no cotidiano regional. Além da cidade cenográfica, foi criado também o « Trem do Forró », uma das maiores atrações da festa pernambucana, que traz os visitantes vindos de Recife. Entre outras curiosidades de sua festa, Caruaru produz nessa época o « Maior Cuscuz do Mundo », de acordo com o Guiness Book. A cuscuzeira utilizada na preparação tem capacidade para 700 quilos de massa, e mede 3,3 metros de altura e 1,5 metros de diâmetro5.
Campina Grande
Campina Grande reivindica o título de « maior São João do mundo », e realiza a festa há mais de 30 anos. Durante 30 dias, a cidade é decorada com badeirolas para acolher os visitantes ao som do forró pé-de-serra. No Parque do Povo, onde os festejos são realizados, também foi criada uma cidade cenográfica, que reproduz os prédios históricos da cidade. O local abriga mais de 200 barracas e quiosques, que oferecem pratos típicos da região, como a buchada de bode, cuscuz com carne guisada, pamonha e pé-de-moleque, tapioca, entre outros. Já na pirâmide do povo, acontecem as apresentações de quadrilhas juninas, além de shows com artistas do forró e do universo sertanejo6.
Sudeste
No estado de São Paulo mantém-se a tradição de realizar quermesses e quadrilhas em torno das fogueiras. As festas acontecem nas paróquias, nas ruas, nas escolas e nas empresas. Em diversas cidades do interior, a programação é vasta e pode ir até o mês de julho, com as festas julhinas. Geralmente ao som do forró e do sertanejo, as festas são marcadas pelas fantasias caipiras, pelas bandeirolas e pelas comidas típicas, como a pamonha, cural, canjica, cuscuz, bomocado, cocada, churrasquinho, cachorro quente, entre outros7. Em algumas cidades do Vale do Paraíba, é possível encontrar o famoso « bolinho capira » . A iguaria, que tem origem na cultura dos tropeiros da região, é feita com uma massa de farinha de milho, recheada com carne temperada8.
Música
Geralmente, o forró e a música sertaneja embalam as festas juninas, ao som da zabumba, do triângulo e da sanfona. « São João, São João, acende a fogueira do meu coração ». Esse trecho de « Sonho de Papel » é um dos mais conhecidos das celebrações do mês de junho. O verso foi composto por Alberto Ribeiro, nos anos 30, e já foi cantado por diversos intérpretes brasileiros, como Carmem Miranda.
Comida
A lista das especialidades juninas é longa em pode variar de acordo com as regiões. Existem, porém, alguns quitutes tradicionais, como os seguintes : quentão, vinho quente, bolinho caipira, cuscuz, bolo de milho, pamonha, canjica, milho cozido, pipoca, pé de moleque, pinhão, curau, batata doce, bolo de fubá, maria-mole, churros, churrasquinho, pastel.
Brincadeiras
Fogueira – as antigas celebrações do solstício de verão do hemisfério norte, que pediam fartura para as colheitas, foram integradas pelo cristianismo. A fogueira de São João, santo festejado em 24 de junho (suposto dia de seu nascimento), é um exemplo de como o ritual pagão foi reinterpretado pela cultura cristã. Conta-se que Isabel, mãe de João, usou o recurso da fogueira para avisar Maria, mãe de Jesus, que seu filho havia nascido9.
Quadrilha – tem origem nos bailes de salão da cultura francesa. Palavras como balancê, anarriê, anavã têm origem na língua francesa : balancer (balançar), en arrière (para trás), en avant (para frente). A quadrilha é a encenação do casamento do caipira com uma linda moça, no qual estão presentes o padre, os pais dos noivos, o juiz, o delegado e os convidados. Colorida e alegre, a quadrilha é elemento obrigatório de todo arraial.

Tudo sobre Festas Juninas no Brasil Cultura

A festa junina se aproxima, carregada de diversos significados, tradições e comidas típicas, que todos nós gostamos. Sabemos que há influência francesa, portuguesa, chinesa, espanhola,
e nordestina. O Portal da Cultura Brasileira ira diminuir sua curiosidade a respeito do significado da festa junina. Qual a origem da festa junina, quais as principais brincadeiras de festa junina, ou quais são suas comidas típicas. Tudo sobre estes festejos você terá aqui veja apenas uma pequena amostra do que virá durante o mês de junho…