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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Agentes Indígenas Agroflorestais dão exemplo de desenvolvimento sustentável no Acre

 

Viveiro de mudas construído pelo Agente Agroflorestal Indígena (AAFI) e a comunidade, Terra Indígena Kaxinawa da Praia do Carapanã, Tarauacá-Acre, 2019. Foto: Paula Lima.

 POR EDUARDO SÁ

Desde 1996, a Comissão Pró Índio do Acre (CPI-Acre), uma organização da sociedade civil que atua no estado, promove o programa Formação de Agente Agroflorestal Indígena (AAFI). O projeto iniciou com 15 alunos em quatro terras indígenas e, atualmente, existem cerca de 40 agentes agroflorestais entre os mais de 200 que passaram pelo curso. Essa é mais uma experiência identificada pela iniciativa Agroecologia nos Municípios, realizada pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Fruto de uma geração de ONGs que surgem no cenário pré-anistia no Brasil com a vontade de democratização e transformação da nossa sociedade, a CPI-Acre foi fundada em 1979 e passou a dar apoio aos  povos indígenas  ainda sem visibilidade na sociedade. Composta, inicialmente, por um antropólogo, filhos de seringueiros, jornalistas e artistas , a organização passou a auxiliar grupos indígenas nas lutas por terra, saúde, educação, entre outras necessidades das comunidades locais. A partir, de então,  as demandas por direitos passaram a ser apresentadas para os governos. 

O projeto da AAFI surgiu nesse contexto, para apoiar as comunidades na gestão dos seus territórios recém-demarcados e potencializar os processos sociais e ambientais. Tem como base o princípio da “autoria” e segue uma filosofia pedagógica e socioambiental intercultural. A formação profissional ocorre por meio de cursos presenciais, oficinas itinerantes em aldeias indígenas, assessorias aos agentes e às comunidades e viagens de intercâmbio. Tudo levando em consideração a cultura e os saberes dos aprendizes indígenas. Desde então, houve uma maior incidência de políticas nas comunidades, assistência técnica em sistemas agroflorestais, apoio à recuperação de terras degradadas, melhoria e adequação à criação de animais, manejo integrado de pragas, caça sustentável e, principalmente, a melhoria na segurança e soberania alimentar.  

Agente Agroflorestal Indígena (AAFI) trabalhando na produção de mudas, Terra Indígena Kaxinawa da Praia do Carapanã, Tarauacá-Acre, 2019. Foto: Paula Lima.

O trabalho de gestão territorial e ambiental com os AAFIs tem apoio do Fundo Amazônia e da Rainforest Foundation da Noruega. A bolsa dos AAFIs é paga via governo do Acre e conta com doação do banco alemão KfW. Um programa foi instituído pela Lei nº 3.357/2017 garantindo uma bolsa de estudo, cujo valor mensal atual é de R$ 800,00, mas os alunos relatam que estão desde o ano passado sem recebê-la. Com a pandemia, também foram estabelecidos novos apoios emergenciais para garantir a manutenção das iniciativas. 

De acordo com Paula Lima Romualdo, assessora técnica da CPI-Acre, durante os cursos de formação presencial são implementados e manejados modelos demonstrativos no Centro de Formação dos Povos da Floresta (CFPF), localizado em Rio Branco. Os modelos dialogam com os saberes tradicionais de cada povo indígena participante e em interface com os princípios da agroecologia. Cada turma envolve, anualmente, uma média de 35 Agentes Agroflorestais  representantes de até 14 povos indígenas do Acre. São ministrados módulos de formação por meio de metodologias participativas, que  integram e articulam a educação profissional à educação escolar indígena de jovens e adultos em nível básico, contabilizando aproximadamente 300 horas/aula. Além dos cursos intensivos anuais, a formação agrega intercâmbios, oficinas itinerantes e assessorias técnicas realizadas nas aldeias. Atualmente, existem 239 Agentes Agroflorestais Indígenas  em atividade no estado e destes, 50 já concluíram a formação. Muitos deles ganharam destaque político dentro e fora de suas comunidades.

“A formação dos AAFIs é referência nacional para a formação indígena em gestão territorial e ambiental. Com o propósito de formar indivíduos que atuem junto às suas comunidades nos sistemas agroflorestais, no manejo e conservação dos recursos naturais e articuladores dos processos de gestão territorial; suas atividades são desenvolvidas no cotidiano e transformadas em reflexão sobre a ação. Nesse processo, foi criada a Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC), que desenvolve iniciativas em estreita parceria com a CPI-Acre. Atualmente, uma das principais lutas da entidade é pelo reconhecimento da categoria profissional do AAFI. O trabalho dos Agentes procura fortalecer a segurança e soberania alimentar junto às comunidades, além dos aspectos de conservação ambiental e geração de renda”, afirmou Paula.

Agente Agroflorestal Indígena (AAFI) realizando o plantio de mudas na Terra Indígena Kampa do Igarapé Primavera, Tarauacá-Acre, 2019. Foto: Paula Lima.

No Acre vivem cerca de 15 povos indígenas, segundo a Funai, além de dois grupos em isolamento, em 36 terras reconhecidas pelo governo federal distribuídas em 11 municípios. Esses territórios constituem um mosaico de unidades de conservação abrangendo em torno de 8 milhões de hectares, atingindo aproximadamente 46% do estado do Acre, onde se tem registro de 209 aldeias com uma população indígena de cerca de 20 mil pessoas.

Um dos idealizadores do projeto, o geógrafo indigenista e professor da CPI-Acre, Renato Antônio Gavazzi, ressalta que no processo de formação dos professores foi identificada a necessidade de uma ação educativa e participativa. A primeira turma já trabalhava com frutíferas e hortas, no ano de 1996, e depois a proposta curricular foi se ampliando cada vez mais. O Conselho de Educação do Estado reconheceu o currículo específico, intercultural, bilíngue, para formação de agentes agroflorestais de nível médio profissionalizante, mas mesmo assim são muitas dificuldades para a manutenção das bolsas de estudo nos últimos anos.  

“Quem protege os territórios indígenas são os próprios indígenas, que precisam ser formados, saber de leis e de gestão. É a única escola no Brasil que reconhece a formação dos AAFIs. Durante a formação, são discutidos temas como gestão territorial, cartografia indígena, ecologia, ilustração científica, artes, esculturas, música etc. Pode-se observar mudanças nas terras indígenas com o plantio de espécies frutíferas, troca de sementes entre povos, quintais agroflorestais, implementação de parques medicinais pelos pajés. O primeiro plano de gestão territorial do Brasil foi realizado no Acre pelo movimento dos AAFIs no estado. É uma contribuição enorme e ajudou a discutir a gestão de forma coletiva no território”, afirmou.

Agente Agroflorestal Indígena (AAFI) analisando as sementes de hortaliças recebidas, Terra Indígena Kampa do Igarapé Primavera, Tarauacá-Acre, 2019. Foto: Paula Lima.

Os agentes e sua Associação

No ano de 2002 foi criada a Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC), que presta assessoria política e jurídica aos indígenas envolvidos visando o fortalecimento da categoria. A partir da mobilização, algumas conquistas foram alcançadas, como a formalização do curso, em 2009, no ensino médio profissionalizante, com o aval do Conselho Estadual de Educação e do Ministério da Educação, com carga horária de 7.795 horas pelo curso total durante os cinco anos.  

Morador do município de Feijó, onde se localiza a terra indígena  Katukina/Kaxinawa, do povo Shanenawa, Ismael Menezes Brandão (Siã Shanenawa), que é agente agroflorestal e conselheiro fiscal da AMAAIAC, explica que a entidade foi fundada para atuar em todas as terras indígenas do estado a partir de uma iniciativa dos primeiros alunos formados pelo curso. O objetivo é dar apoio para a organização da categoria, captação de recursos e políticas públicas, intercâmbio entre as comunidades e com os brancos, a fim de levar e trazer cultura e informações, explicou. 

“A formação e os professores são muito bons. Aprendemos horta, arqueologia, matemática, agroecologia, a língua indígena, agrofloresta, entre outras. A ideia é compreender o trabalho pra levar melhoria para a comunidade. O melhor é sair formado com o ensino médio profissionalizante, otimiza o tempo de estudo e trabalho. Fortalece a língua indígena, a nossa formação para acessar espaços políticos e a melhoria da alimentação dentro das comunidades. E motiva as crianças a cuidarem da floresta e das culturas tradicionais”, destacou.

Agentes Agroflorestais Indígena (AAFIs) realizando o monitoramento do viveiro de mudas na Terra Indígena Kaxinawa do Rio Humaitá, Tarauacá-Acre, 2021. Foto: Jocemir Kaxinawa.

Um dos idealizadores do projeto, o geógrafo indigenista e professor da CPI-AC, Renato Antônio Gavavzzi, ressalta que no processo de formação dos professores foi identificada a necessidade de uma ação educativa e participativa. A primeira turma já trabalhava com frutíferas e hortas, no ano de 1996, e depois a proposta curricular foi se ampliando cada vez mais. O conselho de Educação do Estado reconheceu o currículo específico, intercultural, bilíngue para formação de agentes agroflorestais de nível médio profissionalizantes, mas mesmo assim são muitas dificuldades para a manutenção das bolsas de estudo nos últimos anos.  

“Quem protege os territórios indígenas são os próprios indígenas, que precisam ser formados, saber de leis e de gestão. A escola do CPFP é a única no Brasil que reconhece a formação dos AAFIs. Durante a formação são discutidos temas como gestão territorial, cartografia indígena, ecologia, ilustração científica, artes, esculturas, música, etc. Pode-se observar mudanças nas terras indígenas com o plantio de espécies frutíferas, troca de sementes entre povos, quintais agroflorestais, implementação de parques medicinais pelos pajés. O primeiro plano de gestão territorial do Brasil foi realizado no Acre pelo movimento dos AAFIs no Acre. É uma contribuição enorme e ajudou a discutir a gestão de forma coletiva no território”, afirmou.

Agentes Agroflorestais Indígena (AAFIs) realizando o monitoramento do Sistema Agroflorestal (SAF) na Terra Indígena Kaxinawa do Rio Humaitá, Tarauacá-Acre, 2021. Foto: Jocemir Kaxinawa.

Agentes Agroflorestais Indígena (AAFIs) realizando anotações sobre o monitoramento do Sistema Agroflorestal (SAF) na Terra Indígena Kaxinawa do Rio Humaitá, Tarauacá-Acre, 2021. Foto: Jocemir Kaxinawa.

Agentes Agroflorestais Indígena (AAFIs) participando do Curso de Formação no Centro de Formação dos Povos da Floresta (CFPF), em Rio Branco-Acre, 2019. Foto: Acervo CPI-Acre.


Fonte: MÍDIA NINJA

Seminário online sobre documentário brasileiro reúne 24 cineastas


Com o tema Clássicos e Novos Clássicos, o na Real_Virtual acontece em novembro e está com inscrições abertas

247 - O Seminário NA REAL_VIRTUAL sobre Documentário Brasileiro, um dos grandes sucessos da temporada de 2020 na internet, anuncia uma nova edição em novembro próximo. Com o tema Clássicos e Novos Clássicos, o evento vai reunir 24 cineastas de diferentes gerações para discutirem seus trabalhos e o pensar/fazer documentários no Brasil.

Serão 12 encontros entre 3 de novembro e 10 de dezembro, ambientados na plataforma Zoom. As inscrições estão abertas (aqui) até o dia 31 de outubro.

A curadoria é assinada pelo documentarista e professor Bebeto Abrantes, o crítico e pesquisador Carlos Alberto Mattos e a pesquisadora e programadora Carla Italiano. A produção é capitaneada por Kerlon Lazzari, a Associação Imaginário Digital e a Supimpa Produções. 

Nos dois módulos realizados em 2020, o NA REAL_VIRTUAL consagrou um modelo de debate ao mesmo tempo denso e informal, com alto padrão de conteúdo e muita simpatia. Previamente a cada encontro os participantes recebem bibliografia, material de apoio com textos e links de filmes sobre cada realizador. Será emitido certificado de participação para quem frequentar, no mínimo, oito encontros do seminário.

O conceito da curadoria para esta na nova edição é estabelecer pontes entre os diretores ou diretoras de cada dupla e seus filmes. Sejam linhas de continuidade, sejam rupturas no tratamento da linguagem cinematográfica, sejam ainda apenas pequenas variações de alguns dos elementos temáticos ou da gramática audiovisual. Assim, cada encontro vai propiciar um diálogo entre dois realizadores ou realizadoras com diferentes inserções históricas no cinema brasileiro, mas com pontos de contato que favoreçam o debate e as possíveis convergências. 

A programação é a seguinte:

3 Nov 21: Silvio Tendler e Eliza Capai – Lugares da política       

5 Nov 21: Theresa Jessouroun e Cristiano Burlan – O corpo como alvo

10 Nov 21: Marcos Pimentel e Marília Rocha – Essa gente brasileira     

12 Nov 21: Tetê Moraes e Camila Freitas – Lutas pela terra      

17 Nov 21: Geraldo Sarno e Henrique Dantas – Sociedade, religiosidade e arte popular        

Fonte: BRASIL 247

VIAGEM LITERÁRIA LEVA CONTADORES DE HISTÓRIAS PARA BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

O Viagem Literária é um programa de estímulo à leitura mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e realizado pela SP Leituras. Desde o início do programa, em 2008, até o ano passado, foram percorridos 224 municípios paulistas, com 220 convidados que dialogaram com mais de 345 mil pessoas. Foram bate-papos, oficinas, rodas de histórias e outros eventos que fizeram conhecimento e afeto circularem no território estadual.

Neste módulo as contações de histórias acontecem presencialmente, respeitando os protocolos sanitários, em função da pandemia de Covid-19 e em respeito às mais de 580 mil histórias perdidas no país nesse período.

Contadores de histórias percorrerão 60 cidades do Estado de São Paulo, compartilhando a força de relatos que começaram na oralidade há muito tempo e que até hoje permanecem vivos na cultura popular. São atividades para todas as idades, todos os gêneros e de alcance universal.

Os eventos acontecem sempre em bibliotecas públicas da região metropolitana, interior e litoral do Estado de São Paulo, em parceria com as prefeituras das cidades participantes. A proposta é estimular a formação de novos leitores e fortalecer os vínculos entre as bibliotecas públicas e a população local.

Conheça a agenda da próxima semana:

Contação de Histórias: Contos Populares

Baixada Santista:
18.10.2021 | Cananéia • 9h e 14h
19.10.2021 | Ilha Comprida • 9h e 14h
20.10.2021 | Itanhaém • 9h e 14h
21.10.2021 | Cubatão • 9h e 14h

Itapetininga
18.10.2021 | Barão de Antonina • 9h e 14h
19.10.2021 | Fartura • 9h e 14h
20.10.2021 | Pardinho • 9h e 14h
21.10.2021 | Tatuí • 9h e 14h
22.10.2021 | Itapetininga • 9h e 14h

Lins
18.10.2021 | Ubarana • 9h e 14h
19.10.2021 | Avanhandava • 9h e 14h
20.10.2021 | Promissão • 9h e 14h
21.10.2021 | Lins • 9h e 14h
22.10.2021 | Garça • 9h e 14h

Presidente Prudente e Marília
18.10.2021 | Junqueirópolis • 9h e 14h
19.10.2021 | Adamantina • 9h e 14h
20.10.2021 | Herculândia • 9h e 14h
21.10.2021 | Marília • 9h e 14h

Ribeirão e Franca
18.10.2021 | Ribeirão Corrente • 9h e 14h
19.10.2021 | Colina • 9h e 14h
20.10.2021 | Sertãozinho • 9h e 14h
21.10.2021 | Santa Rosa de Viterbo • 9h e 14h

São Carlos e Araraquara
18.10.2021 | Descalvado • 9h e 14h
19.10.2021 | Santa Cruz das Palmeiras • 9h e 14h
20.10.2021 | Mococa • 9h e 14h
21.10.2021 | Espírito Santo do Pinhal • 9h e 14h

Acesse o site do Viagens Literárias e confira a programação completa. https://siseb.sp.gov.br/viagem-literaria/modulo/contacao-de-historias-contos-populares

Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo

Assessoria de Imprensa

(11) 3339-8116 / (11) 3339-8162

(11) 98849-5303 (plantão)

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Fonte: Portal BRASIL CULTURA