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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

CULTURA: Nei Lopes reage ao “analfabetismo funcional” sobre a população negra

Augusto Diniz
 

Livros lançados em 2019 pelo escritor e compositor sublinham o negro na sociedade.

Um dos maiores estudiosos da cultura afro-brasileira no país, Nei Lopes lançou este ano mais três livros que evidenciam o protagonismo do povo negro na sociedade brasileira.
As obras desse escritor e compositor ganham ainda mais relevância nesses tempos de preconceito exaltado. “Esses livros vão na contramão do racismo estrutural que nos inviabiliza, até mesmo como personagens de ficção”, diz.
Os três livros em questão são Agora Serve ao Coração (ficção ambientada no subúrbio carioca), Meu Lote (textos com pensamento crítico) e Afro-Brasil Reluzente – 100 Personalidades Notáveis do Século XX (perfis de afrodescendentes).
Com isso, Nei Lopes ultrapassa a marca de 40 livros publicados com ênfase à importante presença negra na história do país e suas diferentes manifestações nas artes, na religião e na construção da identidade nacional.

“Quando um ministro da pasta da educação, ou de outra pasta qualquer dessas aí, diz que não existe povo negro no Brasil e, sim, gente de ‘pele escura’, me sinto na obrigação de mostrar o quanto a civilização brasileira deve aos negros, ou seja, aos pretos e pardos, que hoje constituem a maioria da população”.
Ele lembra que os ancestrais que vieram da África foram sempre a maioria da população, principalmente entre os séculos XVII e XIX.
“Então, só diz que a civilização brasileira é apenas ‘judaico cristã’ quem não sabe o que é civilização. Nós, que sabemos, não podemos ficar calados ante essas manifestações de analfabetismo funcional”.

Mais dois livros

E em 2020 tem mais. Nei Lopes promete o segundo volume do Dicionário de História da África, escrito em parceria com o professor José Rivair Macedo, da UFRGS, universidade onde se tornou doutor honoris causa desde 2017.
O primeiro volume desse dicionário aborda o período que vai dos séculos VII ao XVI. O segundo volume tem como foco o período entre os séculos XVI e XIX.
Também previsto para o ano que vem, sai o livro Ifá Lucumí, a Tradição Preservada. De acordo com Nei, trata-se de uma obra sobre “uma forma religiosa de matriz africana sofisticadíssima (considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco) que desapareceu no Brasil na década de 1930 e ressurgiu por aqui nos anos 1990, via Cuba”.

Álbum novo de samba

Nei Lopes, na faceta de cantor e compositor, surge em 2020 com um álbum novo já pronto chamado Pagode Black-Tie. Seu último trabalho solo saiu em 2009.
Em seu décimo álbum, Nei canta acompanhado por uma grande orquestra conduzida pelo maestro Guga Stroeter.

“Nele, canto, principalmente, sambas de melodias elaboradas que se tornaram imortais a partir dos anos 80, no ambiente dos pagodes de fundo de quintal. E homenageio gênios como Almir Guineto e Luiz Carlos da Vila. Este projeto me envolve há cerca de dez anos”.
Sobre as perdas recentes no samba, como seu parceiro musical Wilson Moreira, D. Ivone Lara, Beth Carvalho e Elton Medeiros, diz acreditar na nova geração.
“Tem muita gente nova fazendo samba de qualidade. A internet está ajudando esta rapaziada, com quem aliás mantenho diálogo permanente, em parcerias que sacodem as rodas”.
Samba jamais morrerá, “mesmo que destruam tudo o que é material”, diz sambista.

E acrescenta que o samba jamais morrerá: “Mesmo que destruam tudo o que é material, acabem com os órgãos públicos e as fontes de financiamento, e criem frentes de retrocesso”.
Ele acredita que para conter o sufocamento da expressão cultural e das artes, um dos assuntos polêmicos do ano, é preciso continuar criando.
“A natureza tem suas leis. Contra elas nenhum autoritarismo ou ‘forçação de barra’ pode resistir. E a cultura é uma força da natureza”, finaliza.
Nei Lopes dignifica a arte e a cultura miscigenada. A Academia Brasileira de Letras, casa na qual vem sendo indicado informalmente há mais de um ano para ser membro, tem se tornado pequena para este grande brasileiro.

ELISA LUCINDA: A mão que balança o berço

Aprendizado na natureza: Kaianaku dos Kamaiurá ensina sua neta a alimentar o pássaro. 📷 @callanga, Xingu, 26/10/2016
A grave enfermidade consumista que se instalou em nós em detrimento da mãe natureza levou ao resultado terrível: nos fudemos!

Um passarinho vem cantar no meu ouvido. Logo logo fica claro que o que chamamos civilização caminha galopante em torno do dinheiro como maior significante de tudo. Este objeto, aquele, este pedaço de papel impresso capaz de justificar mortes, homicídios, separações, rupturas de sócios, fins de amizades, falcatruas, impedimentos de relações, e ainda determinar categorias, valores, qualidades e tipos de gente. Tal poder contaminou um tanto de cidadãos, outro de políticos, outro tanto do judiciário, a ponto de ir lá balangar pros lados do privilégio e da ganância a Balança tão bem quista da Justiça! Bem quista pelo imaginário dos românticos. Dos que se negam a reverenciar o dindin como poder superior aos seus criadores e acreditam numa justiça de Xangô, digamos, pura.
O que o passarinho continuou a soprar-me com seu canto alegre e preciso era da ordem das riquezas que não têm valor aparente no rol das fortunas, mas que são outras qualidades delas. Hilda Hilst bradava em lírica profunda: “É de outro amarelo que vos falo.” isso pra se referir ao ouro que não vemos mas que é. Brilha. É raro. É jóia. É tesouro. A diferença é que não se compra, ninguém rouba e nenhum dinheiro no mundo sabe como ou onde encontrar. Seu caminho em mapas, assim, desses de filmes, não se encontra planejado. Creio que haja uma outra cartografia. Mas não de simples decifração ou leitura, nem é coisa da qual se pode ter, antes da prova, acesso ao gabarito. Não há caminho explícito descrito em receita.
Por isso talvez eu venha insistindo tanto na necessidade de as crianças estarem em conexão com a NATUREZA o mais que puderem, brincando com folhas secas, sementes, terra, caroços, chuva, lama, praia, areia, concha, árvore, águas de rio, cachoeiras e, não lobotomizadas pelos tablets e celulares, antes mesmo de conhecerem uma árvore. Babando ali nas telas, sem se relacionar no mundo real, sem gastar energia física com a vida, tudo leva ao seu adoecimento repleto de doenças não-infantis. Se somos nós os adultos que lhes mostramos os primeiros elementos logo cedo, nós que lhes dizemos os nomes do que é estrela, planeta, água, estação, então segue sendo igualmente importante também aula de contato imediato com a lua e suas fases, com o ciclo dos alimentos e NATUREZA, a grande escritura da humanidade. Dos búzios ao I Ching, a mãe NATUREZA sempre foi e é referência. Fora dela nos fudemos. Não há outra palavra, “cara” leitora ou leitor. A NATUREZA é berço da humanidade. Ponto.
O resultado desta grave enfermidade materialista consumista em detrimento do conhecimento de nosso planeta, é que, quando se propõe, por exemplo, um simples jogo de “amigo oculto” sem que seja com presente comprado, tem gente que se sente perdido, impedido de inventar no afeto. Funcionar nestes valores. “Era mais fácil comprar um”, dizem alguns. E olha que a brincadeira é valendo de um tudo: vale um passeio, uma comida, um batida de tarô, um cinema, um banho de rio, uma música, uma piada, uma parábola, uma filosofia, um poema, um verso, um beijo, um abraço demorado, um trecho de livro, uma folha, uma fruta, uma flor do pé. Sem a referência do dinheiro ficamos sem rumo. Que doido. Há inclusive os miseráveis de amor e ricos de dinheiro que não encontram outra graça neste viver. Pode ser por outros ouros nossa corrida. E mais devagar. Claro que há quem tenha dinheiro e dê também muito amor. Mas meu alerta é para quem relativizou o amor por dedicar ao dinheiro um lugar acima de tudo. Um lugar de Deus.

O LINDO VALOR DA AMIZADE 

Agora mesmo, perto do fim da gostosa temporada do “Parem de falar mal da rotina”, no teatro João Caetano no Rio, tive que cancelar a sessão, embora contrariada, porque passei mal grande parte do dia, só vomitando. Estava sozinha neste dia. Tudo ruim, ôca de tanto esvair-me em bílis. Estava fraca. Quando depois de falar com meu produtor, liguei pro Eduardo Brandão, meu fiel camareiro há dez anos, avisando que não haveria espetáculo, sua mãe resolveu, preparou e mandou por ele, uma panela de pressão quente, enrolada na toalha, contendo uma sensacional, completa e cheirosíssima canja de galinha! Veio do Méier pra Copacabana. Cheia de amor de mãe. Acolheu minha orfandade. Veio do Méier pra mim! Quantas vezes isso acontece numa vida hoje na cidade grande? Quando chegou, comecei a chorar. Era exuberante aquela beleza. Ardia nos olhos. Brilhava. Diamante, pedra preciosa, riqueza. Fortuna. Representava também o brilho das cooperações, do coletivo. Comi. O mensageiro do feitiço estava ao meu lado. Cuidando. Anjo. Fiquei boa na hora. Com a canja veio a saúde, voltou a força, bebi sua maternidade sobre mim. A saúde voltou. Fiquei de pé de novo. Janice, autora da obra culinária, cientista e alquimista da milagrosa mistura, me contou depois ao telefone as iluminuras que desejou pra mim enquanto preparava a poção com os temperos decisivos do lindo amor da amizade.
Como são abstratos, é difícil achar uma balança de comprovação de peso, uma lupa que enxergue tais bens. Crianças tendem a encontrar essas fortunas naturalmente: “ô mamãnhê, guarda meu galhinho?” É bom que identifiquem essas “joias caras” da vida antes de conhecerem o dinheiro, enquanto são livres pra reconhecer grande valor num graveto. Mas, milhares de vezes, quem cuida delas as obriga a terem cofrinhos aos quatro anos e, o que é pior a quebrarem o porquinho lindo que guarda as moedas dentro. Mas o porquinho estava fazendo o papel do porco na brincadeira de fazendinha de animais de plástico e é muito bonitinho ele. É difícil querer quebrá-lo por motivo de moeda!!!! Por que será mais importante a moeda para o pequenino do que o bichinho que é também brinquedo? Por isso tem tanta importância o que pensa de tudo isso a mão que balança o berço. De quem é, e o que entende por riqueza?
Senhoras e senhores, em meio a este tempo de festas de fim de ano, compartilho com todos a querida, Janice Pires que foi quem me mandou na sua amorosa canja uma deliciosa lição. Mãe de Geovana e do Eduardo, fez deles herdeiros de sua bondade. Bondade no coração. Aquela família tem berço. Berço não é sobrenome nem grana. Berço é afeto. Acho que, cantando na janela, assim, sem nada querer, foi isso que o bico de ouro deste passarinho Sanhaço veio me dizer.

Os ‘ratos e urubus’ de Joãosinho Trinta voltam a assombrar em 2020

O histórico desfile da Beija-Flor de exatas três décadas trazia mazelas que há pouco tempo começávamos a superar. Àquela época, tínhamos esperança. E hoje?
por Wagner de Alcântara Aragão
Foto: reprodução de frame de trechos do desfile de 1989 da Beija-Flor.
Dá para afirmar sem medo de errar: é unanimidade, ao menos entre quem pensa num outro mundo possível, que 2019 já vai tarde. Antes da despedida, convém lembrar um aniversário celebrado neste malfadado 2019. O aniversário de um episódio que nos apresentava um cenário que, há pouco, considerávamos como superado. Cenário, no entanto, que volta a nos assombrar.
Refiro-me aos 30 anos do histórico desfile “Ratos e urubus, larguem minha fantasia”, do Carnaval de 1989, concebido por Joãosinho Trinta (1933-2011), protagonizado pela comunidade de Nilópolis, da Beija-Flor. Um desfile que levou para a avenida o povo marginalizado. Que apontou a desigualdade social e a elite do atraso como as responsáveis pelas mazelas de uma nação que tinha (e tem) tudo para ser soberana. Desfile que foi, assim, à raiz dos nossos problemas.
Trinta anos depois, o desfile de Joãosinho Trinta representaria com precisão os tempos de hoje. Equívoco considerar, porém, que nada mudou. O desfile da Beija-Flor de 1989 não continua atual. O desfile da Beija-Flor de 1989 voltou a ser atual.
Se a gente quer se livrar dos ratos e urubus que aterrorizam o Brasil para 2020, é imprescindível que não deixemos que se percam no tempo e na memória as conquistas recentes. Sim, podemos considerá-los lentos, aquém das necessidades, mas avanços fizeram ficar no passado a fome, a miséria, o desalento. Estávamos longe do paraíso, não vivíamos às mil maravilhas, todavia até o pré-golpe de 2015 e a consumação do golpe de 2016 experimentávamos o sabor de um mínimo de dignidade.
Ficavam cada vez mais para trás o desemprego nas alturas, a informalidade e precariedade do trabalho, o desalento, a mendicância, a censura, a ignorância, o descaso com os mais pobres, com os grupos identitários diversos. Tudo aquilo que Joãosinho Trinta fez a Beija-Flor mostrar na Sapucaí em 1989 aos poucos superávamos. Ou, ao menos, tínhamos perspectivas e instrumentos reais e concretos para superar.
A política de cotas começava a incluir negros, indígenas, pobres no ensino superior. Um dique de contenção à retirada de direitos trabalhistas, à entrega das nossas riquezas e patrimônio estava sendo erguido. O pré-sal ficava sob controle da nação brasileira, e seus dividendos seriam canalizados para a educação e saúde. Assistência médica chegava aos rincões, o sonho da casa própria começava a se tornar realidade.
Há um detalhe que faz deste 2020 que se aprochega mais desafiador (para não dizer menos animador) que o 1989 de Joãosinho Trinta e da Beija-Flor. Naquele Carnaval, estávamos às vésperas da primeira eleição presidencial depois da ditadura. Naquele Carnaval, a Constituição, recém-nascida, iluminava e ampliava os horizontes. Para 2020, o que temos para nos agarrar?
Talvez o próprio Carnaval possa nos sinalizar um caminho. Os desfiles deste novo ano devem vir carregados de crítica social e política. De inspiração, também – afinal, o que não deverá ser Elza Soares sendo homenageada pela Mocidade Independente de Padre Miguel?
Como disse o mesmo Joãosinho Trinta lá em 1989, em entrevista à TV Manchete enquanto entrava na avenida, “escola de samba é muito mais que oba-oba de Carnaval. É um grande momento da vida brasileira. É momento de emoção, de beleza, de realização”. Podemos nos fortalecer bebendo dessa fonte, não?

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Adnet: "este governo agressivo cria um clima horroroso no país"

(Foto: Reprodução/GShow)

“Este é um governo absolutamente agressivo, que cria um clima horroroso no país. Tudo que é ligado à ciência e à arte está sendo demonizado. Artistas, cientistas e professores sofrem um bombardeio diário de mentiras, de assassinatos de reputações. O grupo que está no poder quer calar as vozes dissonantes", afirma o humorista.

247 – O humorista Marcelo Adnet, um dos mais talentosos da televisão brasileira, não poupa críticas ao governo de Jair Bolsonaro, que destrói direitos sociais, assim como os pilares da cultura, da ciência, do meio ambiente e da educação.  “Este é um governo absolutamente agressivo, que cria um clima horroroso no país. Tudo que é ligado à ciência e à arte está sendo demonizado. Artistas, cientistas e professores sofrem um bombardeio diário de mentiras, de assassinatos de reputações. O grupo que está no poder quer calar as vozes dissonantes”, disse ele, em entrevista ao jornalista Tony Goes.
Além disso, circula o boato de que, no desfile da São Clemente, Adnet entrará fantasiado de Jair Bolsonaro, em cima de um carro alegórico. A letra do samba-enredo promete atrair a ira de seus detratores: “Brasil, compartilhou, viralizou, nem viu/ E o país inteiro assim sambou/ Caiu na fake news”.
Fonte: Brasil 247

"Assustador", diz Gregório Duvivier, sobre ataque terrorista contra o Porta dos Fundos

Duvivier Jesus
Duvivier Jesus (Foto: Reprodução)
"Eles não estão sós. É um ódio que tem sido pregado na mídia conservadora e no Congresso", disse ainda o humorista, que interpretou um Jesus Cristo gay no especial de fim de ano do grupo – o que provavelmente motivou o ataque terrorista à produtora O2 na véspera de Natal
247 – “É assustador. Eles não estão sós. É um ódio que tem sido pregado na mídia conservadora e no Congresso”, disse à jornalista Joana Oliveira, do jornal espanol EL PAÍS, o humorista Gregório Duvivier, ator do grupo Porta dos Fundos, ao comentar o ataque à produtora O2, que filma as produções da trupe, na véspera de Natal.
Duvivier é um dos protagonistas de A primeira tentação de Jesus, produção da Porta dos Fundos para a Netflix e interpreta um Cristo gay, provável motivo do atentado terrorista. A produtora informou que sua sede no bairro do Humaitá, zona nobre do Rio de Janeiro, foi alvo de ataque com bombas tipo coquetel molotov na madrugada desta terça-feira. “Um dos seguranças conseguiu controlar o princípio de incêndio e não houve feridos”, segue a comunicação. O ataque aconteceu às 4 horas da manhã e o caso foi registrado como crime de explosão na 10ª DP (Botafogo).
Na nota, a produtora do grupo diz que já disponibilizou as imagens das câmaras de segurança para as autoridades e que a prioridade, no momento, é a segurança da equipe. “Assim que tivermos mais detalhes, voltaremos a nos manifestar". “O país encerrará essa tormenta de ódio e o amor prevalecerá junto com a liberdade de expressão”, encerra o texto.
Fonte: Brasil 247

RETROSPECTIVA 2019! O FIM DO SONHO DA CASA PRÓPRIA

Por Dilma Rousseff

Maior programa habitacional da história não contratou nenhuma construção este ano e poderá ser extinto em 2020

O governo Bolsonaro vai acabar formalmente com o acesso das famílias mais pobres ao programa Minha Casa Minha Vida. Na prática, isto já aconteceu, faltava apenas formalizar esta decisão que extingue o sonho da casa própria para 80% dos brasileiros que não têm moradia.
Miriam Belchior, que no meu governo foi Ministra do Planejamento e presidenta da Caixa Econômica Federal, responsável pela execução do programa, mostra que as famílias com renda mensal de até R$ 1.800 perderão o direito a uma habitação digna, que haviam conquistado durante os nossos mandatos.
Enquanto a média de contratação dos governos do PT nessa faixa foi de 247 mil unidades por ano, durante o governo Temer foram apenas 66 mil unidades por ano e, no atual governo, nenhuma, isso mesmo, NENHUMA unidade foi contratada.
Agora, o governo Bolsonaro está anunciando que, em vez de oferecer casa aos brasileiros mais pobres, vai distribuir um “voucher” para que decidam o que fazer com os escassos recursos que receberão. No máximo, terão condições de reformar os lugares em que moram, se forem próprios. Fica restabelecida, assim, a política elitista da casa própria para quem tem mais renda e do puxadinho para quem é pobre.
Além disso, segundo o relator do projeto de orçamento para 2020 no Congresso, os recursos orçamentários previstos para o Minha Casa Minha Vida nas demais faixas de renda serão usados apenas para obras em andamento, cujos pagamentos estão em atraso. O relator sugere a hipótese de usar R$ 450 milhões de recursos do FGTS, o que é improvável e, mesmo com este dinheiro e com a distribuição de voucher, apenas 7 mil novas famílias seriam atendidas pelo programa. Nos dois primeiros anos do MCMV nos governos do PT, 2009 e 2010, portanto há mais de nove anos, foram aplicados R$ 2,6 bilhões em valores reais de julho de 2019.
Algumas das quase 5 milhões de moradias construídas durante os governos do Partido dos Trabalhadores
Leia a seguir, o texto completo de Miriam Belchior:
Mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) acabam com atendimento aos mais pobres
Por Miriam Belchior
O governo Bolsonaro vem prometendo fazer alterações no MCMV desde o início do ano. As informações sobre as linhas gerais das mudanças, que o próprio governo tem divulgado até o momento, são desalentadoras, mesmo sendo parciais.
Em primeiro lugar porque o atendimento às famílias com renda até R$ 1.800 será definitivamente extinto. Na prática, ele já foi. Enquanto a média de contratação dos governos do PT nessa faixa foi de 247 mil unidades por ano, durante o governo Temer foram 66 mil unidades por ano e no atual governo nenhuma, isso mesmo, nenhuma unidade foi contratada, nem mesmo os projetos dos movimentos de habitação selecionados em 2018.
A proposta que vem sendo anunciada é de atendimento por voucher para aquisição de moradia, reforma e autoconstrução com recursos do Orçamento Geral da União para famílias com renda mensal de até R$ 1,2 mil (valor ainda em discussão). O grande argumento para essa mudança é que as famílias teriam maior flexibilidade para escolher a casa de seu interesse, que o MCMV não permitiria.
O voucher de aquisição substituiria a faixa 1 do MCMV. O seu valor seria próximo ao dessa faixa, com a diferença de ser pago em uma única vez ao beneficiário, enquanto o pagamento para realizar a obra é diluído ao longo de cerca de 2,5 anos.
Em função do equivocado teto de gastos e do pagamento do voucher numa única parcela, o que deve ocorrer é o programa ficar restrito às modalidades de reforma, já criada no governo Temer e com resultados irrisórios, e talvez o de autoconstrução.
Segundo o relator do Orçamento no Congresso Nacional, os recursos previstos para o 2020 dão apenas para obras em andamento, que o governo tem atrasado sistematicamente o pagamento, conforme a CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção tem reiteradamente divulgado.
Segundo o relator, haveria uma hipótese de remanejar R$ 450 milhões para o novo programa, originalmente destinados ao subsídio das faixas 1,5 e 2 do MCMV, se o FGTS assumisse todo subsídio dessas faixas – o que já ocorreu em 2019.
No entanto, essa quantia é insignificante. Mesmo nos anos com menor desembolso de Orçamento Geral da União para o MCMV durante os governos do PT, os dois primeiros do programa, 2009 e 2010, foram aplicados R$ 2,6 bilhões em valores reais de julho de 2019. Com esses R$ 450 milhões, se apenas o voucher aquisição fosse implementado, não chegaria a 7 mil o número de famílias atendidas.
Na verdade, o argumento de maior flexibilidade para o beneficiário esconde o fato de que ele não terá flexibilidade alguma. Essa faixa de renda não será atendida, pois não haverá recursos para atendimento dessas famílias.
Deixar de atendê-las é muito grave, pois cerca de 80% do déficit habitacional do Brasil se concentra nessa faixa de renda.
A proposta prevê ainda foco no atendimento às cidades com até 50 mil habitantes. Outro equívoco, pois o déficit é muito maior nas médias e grandes cidades e nas regiões metropolitanas.
Uma política séria de habitação precisa levar em conta todos os tipos de município, com ênfase onde o problema é maior, como fazia o MCMV nos governos do PT.
Além disso, a política de voucher implica em menor impacto na cadeia produtiva da construção civil, logo perde-se um dos fatores mais positivos do MCMV: a grande criação de empregos. Já há críticas do setor ao programa, por deixar de fora as empresas de construção civil.
Os movimentos populares de habitação, que puderam assumir função de provisão de habitação no MCMV, parece que também ficarão de fora
Estudo feito pela FGV, para CBIC e Sinduscon, para avaliar o impacto da contratação de 3,5 milhões de moradias pelo MCMV, entre outubro de 2009 e junho de 2014, concluiu que 1,7 milhão de empregos foram criados – 70% dos quais empregos diretos. Ainda segundo esse estudo, retornaram aos cofres públicos, na forma de tributos, 49% do total dos subsídios desembolsados.
A situação econômica que o país vive hoje é muito mais grave do que quando o MCMV foi lançado em 2009. A retomada do programa representaria importante incentivo ao crescimento econômico e à geração de empregos, além de atender as famílias que mais precisam de moradia. Mas atender a população pobre e gerar empregos de qualidade não está na agenda prioritária do atual governo.
Vista aérea das casas construídas pelo programa Minha Casa Minha Vida na periferia de Marília/SP. Programa Interrompido pelo atual governo Bolsonaro

Fonte: Jornalistas Livres

A Verdade do Natal

A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à festa.
Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.
Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de “nascimento” do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o “renascimento” do Sol.
Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos.
Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, o culto a Mitra chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.
Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. “O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes”, dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome (“Religiões de Roma”, sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo.
E, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.
Solstício cristão
As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito.
Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado.
“Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. “Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural”, afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.
Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso.
Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.
Nasce o Papai Noel
Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu.
Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, “profissional”. Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.
Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.
Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data.
Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo. Mas nem todos gostaram da idéia.
Natal fora-da-lei
Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos – os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século 16.
Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A idéia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada.
Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de “Christmas” (Christ’s mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) – já que “missa” é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados.
A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cromwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. Mas o Natal não estava completamente a salvo.
Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cromwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas.
Tio Patinhas
Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam “para acabar com o crescimento da população”, dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso.
Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1a metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial.
Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do “espírito natalino” que hoje retumba na mídia. Quer dizer: quando começar o próximo especial de Natal na televisão, pode ter certeza de que o fantasma de Dickens vai estar ali.
Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra – aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam.
Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Pólo Norte – para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol.
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terça-feira, 24 de dezembro de 2019