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sábado, 20 de novembro de 2021

Catraca Livre: Crianças brancas pintadas de preto em evento de escola gera revolta

© Reprodução @colegioadventistaguarupi

Crianças brancas com o rosto e o corpo pintados de preto, em um evento do Dia da Consciência Negra, em uma escola de Gurupi, no sul do Tocantins, gerou revolta nas redes sociais.

No post feito pelo Colégio Adventista de Gurupi uma criança branca aparece pintada com tinta preta e usando uma peruca simulando o cabelo black power. Na legenda a escola afirmava que o objetivo era caracterizar os estudantes.

“Dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra. E hoje nossos alunos vieram caracterizados para comemorarmos este dia tão importante e para refletirmos o quanto Deus nos tornou irmãos e que perante Ele, somos todos iguais. Me conta aqui nos comentários se você gostou da caracterização dos nossos alunos”, disse a escola no Instagram.

A prática conhecida como blackface (veja sobre abaixo) foi criticada nos comentários da publicação e após diversas denúncias, o post foi apagado. Algumas horas depois, o Colégio Adventista publicou uma nota de esclarecimento e afirmou que não pintou e nem estimulou as crianças. Também disse que quis “valorizar a cultura negra e afrodescendente na escola e fora dela, assim como promover a reflexão e resgate da identidade negra” (confira a íntegra no final da matéria).

Os movimentos negros do Tocantins repudiaram a ação da escola.

O Coletivo Nacional de Juventude Negra – Enegrecer – afirmou que “é inconcebível uma escola que se propõe educar futuros cidadãos, se preste ao papel de expor e incitar crianças a discriminação ou preconceito de raça, cor”.

O Coletivo Negro de Gurupi disse que a estratégia pedagógica usada pela escola foi inadequada e que a população negra não quer ser ridicularizada pelo tom de pele, cabelo e outros traços. “Não vamos aceitar atitudes que há muito tempo provocam ridicularização e rebaixamento”.

Video: "Supermãe" resolve caso de crianças sequestradas (KameraOne)

Blackface

 blackface (do inglês, black, preto, e face, rosto) surgiu por volta de 1830, quando homens brancos se pintavam de preto de forma caricata para se apresentavam à aristocracia branca com o objetivo de satirizar a população negra

nos depois, a prática ganhou popularidade nos cinemas e televisão, como ferramenta de entretenimento cultural, ridicularizando ou negando papéis a artistas negros.

1                Nota emitida pela escola

A direção do Colégio Adventista de Gurupi esclarece que é contrário a todo e qualquer tipo de discriminação racial. O Colégio ressalta que o projeto pedagógico do Dia da Consciência Negra, realizado com as turmas do 4º e 5º ano, teve como objetivo valorizar a cultura negra e afrodescendente na escola e fora dela assim como promover a reflexão e resgate da identidade negra.

O Colégio incentivou os estudantes a celebrarem de forma livre esse importante dia com respeito e admiração pelas pessoas. Em nenhum momento, os estudantes foram pintados ou estimulados a pintarem o rosto.

O Colégio pede desculpas pela situação que se criou e se compromete a proporcionar mais momentos com discussão sobre o tema. Com isso, a ideia é contribuir para promoção de uma sociedade cada vez mais libre de preconceitos.

Fonte: https://www.msn.com

Dia da Consciência Negra - ARQUIVO NACIONAL

No dia da Consciência Negra, o Arquivo Nacional presta sua homenagem aos homens e às mulheres negras que ajudaram a construir a história do Brasil, entre eles, o escritor negro, Machado de Assis.

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, e foi um dos maiores nome da literatura do Brasil. Autor de obras clássicas como ‘Dom Casmurro’ e ‘Memórias póstumas de Brás Cubas’, Machado de Assis transitou entre diversos gêneros literários, da poesia ao jornalismo, passando pelo romance e pela crítica literária.

Na imagem, Machado de Assis, 1904. Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã. BR_RJANRIO_PH_0_FOT_09592_006.

Veja esta e outras fotos do AN no SIAN, o Sistema de Informações do Arquivo Nacional: http://bit.ly/2TXoaOg.

Cotas raciais para os concursos públicos do RN: agora é lei!

 





Governador, FÁTIMA BEZERRA

No dia da Consciência Negra sancionamos a lei que reserva 20% das vagas dos concursos públicos dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) RN para negros e negras, de autoria da deputada @isolda.

Isso não é favor. É um passo inicial no caminho de uma reparação histórica necessária por parte do Estado. É uma tentativa de garantir que pessoas negras tenham mais oportunidades de acesso a emprego de qualidade no serviço público.
Estivemos presentes na Feira Afro e Étnico-Racial e no Fórum das Comunidades Tradicionais de Terreiros das Religiões de Matriz Afro-Ameríndia de Mossoró, para celebrar este dia tão importante e entregar também a Comenda Jatobá.
Esta comenda homenageia personalidades negras, instituições e profissionais de destaque na promoção da igualdade racial.
Então, lembremos: nunca foi sorte, sempre foi luta. Vidas negras importam!
✊🏿✊🏽✊🏾
📸
Raiane Miranda

Aumento de mortes por covid vem alertando a OMS - Por Dr. EVANDRO BORGES - Advogado

Dr. EVANDRO BORGES - Advogado

A OMS esta semana vem alertando o aumento do número de mortes pela covid 19, principalmente na Europa, atingindo um acréscimo de vítimas em 5% (cinco por cento), quando se espera um menor número em face do grau de desenvolvimento dos países do velho continente. Nas Américas o número de óbitos caiu para 3% (três por cento). No Brasil em números absolutos já ultrapassamos a marca de seiscentos mil mortes e no Rio Grande do Norte foi vencida a marca de sete mil mortes.

A situação de ficar em casa, de preservação dos idosos tem sido bastante oneroso, principalmente do ponto de vista humano. A preservação que os seres humanos devem ter é incontestável, mas após praticamente dois anos, a vacinação com duas doses, a busca por atividades e pela vida regular de outrora consiste em um verdadeiro óbice, poucos mais conscientes e ciosos que mantém uma reserva e guarda mais permanente.

Os eventos estão por toda parte, festas de lazer, feiras sociais e econômicas que arrastam multidões, retorno as aulas presenciais, shows, esporte com presença de público, volta do turismo regional, nacional e novos voos internacionais retomam a economia e o relacionamento humano, a inclusão social e o exercício da cidadania e a aparente normalidade. Os mais reservados começam relaxar as medidas.

O covid 19 infelicitou muitas famílias e seus amigos. Aqui no Potiguar Notícias levou o patrono, o jornalista Pinto Júnior em plena capacidade para a vida. Deixou sequelas de toda natureza para os curados em toda parte. Não há ninguém que não conheça famílias enlutadas. O período foi traumático, embora se reconheça a solidariedade revelada em todas as partes e segmentos.

As novas mídias sociais contribuíram para minorar o isolamento social, quantas “lives” foram possíveis de serem realizadas. A comunicação melhorou, embora os embates que aconteceram e as disputas políticas manifestadas foram de certa maneira torrenciais. Alguns segmentos econômicos foram atingidos de cheio com fechamentos e diminuição dos negócios e outros precisarão ser reformulados por completo.

Um ponto negativo e agora rejeitado pela sociedade, quando o contexto está mais esclarecido, foi o “negacionismo”. Aqueles que trabalharam na contramão da ciência e foram inclusive contra a vacinação causando preocupações e temores na população, pois ainda há pessoas desavisadas que não querem tomar as vacinas que foram arduamente trabalhadas e que não atingiram a perfeição em face da urgência que o caso requeria.

O alerta da OMS deve pautar atitudes dos agentes políticos, da sociedade e a cidadania ficando atentos de olhos abertos, tomar precauções, usar máscaras, utilizar o álcool gel, evitar ao máximo as concentrações e as atividades desnecessárias. Não desmontar abruptamente os leitos e aparelhos necessários para enfrentamento do coronavirus.

Aos sobreviventes é tempo de retomada, da volta do melhor, o convívio humano, que seja mais solidário, com uma nova realidade, das perdas humanas, mas, é preciso seguir em frente com esperanças renovadas, acreditando na evolução da ciência, do legado humano construído por gerações, sabendo se adequar com muito capacidade para o diálogo e respeito a diversidade, sem esquecer do alerta da OMS e tomar as precauções devidas.

Agora é Lei! Estatuto da Equidade Racial garante direitos à população negra do Pará

 

Na semana que antecede o dia da Consciência Negra, a Lei nº9.341, de autoria do deputado Bordalo, se torna um marco na promoção de direitos e oportunidades para a população negra do Pará

De autoria do deputado Bordalo (PT), foi publicada na sexta-feira (12) no Diário Oficial do Estado do Pará e sancionada pelo Governador do Estado Helder Barbalho a Lei nº 9.341 que institui o Estatuto da Equidade Racial no Pará e se estabelece como o primeiro Estatuto Estadual da região Norte, um marco histórico para a legislação paraense.

Na semana que antecede a celebração do  Dia Nacional da Consciência Negra, a Lei nº 9.341 objetiva garantir à comunidade negra do Pará a abertura de oportunidades, a defesa dos direitos raciais individuais e difusos, ou seja, que atende a população negra em sua coletividade. A proposição abrange um conjunto de regras e princípios jurídicos que visam coibir a discriminação racial.

Esses princípios abrangem direitos fundamentais como saúde, educação, trabalho, acesso à terra e à moradia, cultura, esporte e lazer, além de assegurar que a herança e participação da população negra estejam presentes nas produções veiculadas nos órgãos de comunicação do Estado. 

Uma das diretrizes da Lei são os programas de ação afirmativa que vão se constituir em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades sócio-raciais e de gênero e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação social do Estado do Pará e do País.

Para o autor da lei, deputado Bordalo, o Estatuto da Igualdade Racial, que passou a ser denominada de Estatuto da Equidade Racial, altera o padrão civilizatório do país, deixando para trás o padrão trazido pelo escravismo, pela opressão de raça, o preconceito e a forma não-igualitária como as pessoas negras são tratadas na nossa sociedade. 

“O Pará tem que ser uma terra de direitos, uma terra de oportunidades, uma terra onde todos e todas, independente de raça, credo, orientação sexual possam ser felizes parabenizo o movimento negro do Pará, em particular o Cedenpa por esta vitória. É uma vitória da sociedade paraense e que iniciemos a partir daqui uma nova etapa, uma etapa de progresso civilizatório transformando o Pará numa terra de direitos assegurados e de reconhecimento aos negros e as negras do Pará”, declara o parlamentar.

ESTATUTO 

O Brasil já possui um Estatuto de Igualdade Racial, determinado pela Lei Nº 12.288/2010, que em 2020 completou uma década, contudo até hoje o Pará não possui políticas específicas voltadas à população negra, como afirma Amador.

O Estatuto da Igualdade Racial adota os princípios da Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que cria o Estatuto de Igualdade Racial e que em 2020 completou uma década. A proposição trata de questões específicas do Estado como, por exemplo, alterações das leis estaduais n° 5.810, de 24 de janeiro de 1994, nº 6.941, de 17 de janeiro de 2007.

A sua construção foi feita a partir da realidade e especificidades do Pará, resultado de debates e análises coletivas entre o mandato do Deputado Bordalo e o movimento negro do Pará. A primeira reunião ocorreu em março de 2020, na sede da Assembleia Legislativa, onde foi montado um Grupo de Trabalho que debateu sobre a construção do PL a partir daí inúmeras reuniões foram realizadas. Com a pandemia, reuniões virtuais. No dia 15 de março o projeto foi protocolado à mesa diretora da Alepa e desde lá o Deputado Bordalo trabalhou para que a proposição fosse aprovada como Lei. 

Fonte: Do Deputado Bordalo - Com: https://www.geledes.org.br

POR QUE CONSCIÊNCIA NEGRA?

 

Pela consciência que existe um lugar de fala que deve ser respeitado, o texto a seguir é de Carla, uma mulher empreendedora negra que faz parte da Rede Asta com o Africanize.

Para a menina
Desmancho as tranças da menina
e os meus dedos tremem
medos nos caminhos
repartidos de seus cabelos.
Lavo o corpo da menina
e as minhas mãos tropeçam
dores nas marcas-lembranças
de um chicote traiçoeiro.
Visto a menina
e aos meus olhos
a cor de sua veste
insiste e se confunde
com o sangue que escorre
do corpo-solo de um povo.
Sonho os dias da menina
e a vida surge grata
descruzando as tranças
e a veste surge farta
justa e definida
e o sangue se estanca
passeando tranqüilo
na veia de novos caminhos,
esperança.
– Conceição Evaristo,no livro “Poemas da recordação e outros movimentos”. Belo Horizonte: Nandyala, 2008

Em todo Brasil é celebrado em novembro o mês da Consciência Negra. Seu marco é o dia 20 de novembro, data relacionada à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palamares, situado entre Alagoas e Pernambuco.

O Quilombo dos Palamares era símbolo de luta e resistência contra a escravidão e referência à liberdade e autonomia de um povo que durantemais de três séculos vinha sendo brutalizados, arrancados à força de sua terra natal, a África, trazidos a outro continente para servir e produzir no nascente Brasil colonial. Foi nesse contexto hostil que nasceu o nosso país. Por isso, tudo o que foi gerado, produzido, construído se deve às mãos negras dos Africanos e seus descendentes.

Mas, por que a referência à Zumbi e ao Quilombo dos Palmares?

Em meados do século XVII o Quilombo era referência deprodutividade, sustentabilidade e fartura. Sua economia era baseada na agricultura. Produziam para consumo interno e geravam excedentes para comercialização com as fazendas da região. Nesse período, a monocultura da cana de açúcar gerava miséria e escassez de alimentos. Por isso a população de Palmares era símbolo de prosperidade e organização social. Isso gerou embates com o sistema econômico da época e o Quilombo foi destruído e sua população brutalmente dizimada.

O Quilombo dos Palmares foi uma república em pleno período colonial e escravocrata! Sua população com cerca de 20 mil habitantes trabalhava de forma coletiva. Seu aniquilamento, contudo, não matou a memória dos que fizeram. Daí a importância do 20 de novembro em nossa sociedade atual. Assim como o Quilombo dos séculos XVI e XVII, tentamos hoje construir novas trajetórias.

Hoje a população negra brasileira corresponde a mais de 50% da população geral

Ainda sofremos fortes resquícios de uma sociedade que foi construída a partir da subserviência e exploração econômica e, como bem colocou Darcy Ribeiro: escravos ontem, hoje subssalariado. Por isso, quando empreendemos estamos dizendo não aos empregos exploratórios.

Quantas empreendedoras somos tendo como origem nossa herança negra? Quantas somos afro brasileiras e afro empreendedoras? Qual a importânciaem reconhecermos e evidenciarmos nossa origem?

Como o Quilombo dos Palamares, somos símbolo de resistência e referência para esta maioria da população que precisa reconhecer e valorizar sua herança, nossa cultura.  A data de 20 de novembro é um importante marco para refletirmos sobre nosso legado e conhecermos verdadeiramente nossa origem e identidade.

Zumbi vive. Viva Zumbi!

Fonte: https://www.redeasta.com.br

CARTAS A UMA NEGRA - Parte I - Erê Mirim

 

PARTE I

É com imensa alegria e orgulho que anuncio o surgimento de um feito histórico. Pela primeira vez na história do RN, quiçá do Brasil, crianças da Rede Pública conquistam espaço em um jornal de referência em nossa cidade. Mas antes de chegar ao fato, vamos falar um pouco do processo. 

Como muites sabem, sou professora na Rede Pública Municipal de Natal-RN. Mesmo com o primeiro decreto de isolamento em 2020, nossas aulas nunca foram interrompidas e seguimos de forma remota com muita dedicação. O ano de 2021 também começou com desafios. Diante de um contexto ainda pandêmico, funcionávamos com a turma em rodízio de três grupos, esfacelando um trabalho que deveria ser contínuo. 

Mesmo sem apoio e incentivos por parte da Prefeitura Municipal de Natal, ou da Secretaria Municipal de Educação, seguimos firmes de mãos dadas com a gestão da escola, que desde os primeiros lampejos de sonho, acreditou no nosso trabalho.

Iniciamos uma prática educativa alicerçada nas Leis nº 10639 e nº 11645, garantindo aos nossos educandes o direito ao conhecimento das culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, na Escola Municipal Almerinda Bezerra Furtado, localizada no bairro Guarapes, Zona Oeste de Natal. Foram meses de muita pesquisa, estudo e planejamento para, enfim, iniciar a execução de aulas em formato pluriversal. 

Rompendo com a lógica eurocêntrica do currículo, passamos a apresentar nomes de intelectuais negres e indígenas, bem como apresentamos suas obras e pensamentos. Nosso público-alvo foram meninos, meninas e menines negres, em sua maioria, que se identificaram com aquelas narrativas insurgentes e que despertavam sonhos e possibilidades. 

E assim, com o apadrinhamento do nosso querido editor Cefas Carvalho e do aval da excelentíssima Irandi Pinto, atual diretora do Jornal Potiguar Notícias, abriremos os trabalhos no mês da Consciência Negra com aquela que mudou nossas vidas e nos fez entender que podemos ser grandes, Doutora Carolina Maria de Jesus. Meus alunes conheceram sua história e suas obras e, além de despertar para questões políticas e sociais, viram nela uma possiblidade de futuro grandioso.

Pedi que cada criança escrevesse uma carta para Dona Carolina, inspirades na obra “Cartas a uma negra”, de Françoise Ega. Visivelmente emocionada em sala de aula, afirmei que de onde Carolina estivesse, leria todas as cartas e ficaria muito feliz. Foram escritos incríveis, nos quais se vê crianças que, mesmo vivendo em uma sociedade racista e burguesa, viram beleza naquela mulher preta e constaram a imensidão que é sua narrativa. Mesmo sendo escritores iniciantes, de uma turma do 5º ano, respeitamos seus textos e ideias originais, fazendo apenas as intervenções gramaticais.

Eu, de cá, agradeço aos Orixás por esta oportunidade de passar adiante um pouco da generosidade que Dona Carolina me concedeu. Agradeço também às intelectuais e pesquisadoras da grande Carolina Maria de Jesus, Hidália Fernandes, Verônica Souza e Bruna Cassiano, que todos os dias me ensinam mais sobre esta grande mulher e provam que a revolução se dará pela união de pessoas negras e pela partilha generosa de conhecimento.

Sem mais delongas, está oficialmente aberta a nova Coluna Erê Mirim, do Jornal Potiguar Notícias. Boa leitura!

CARTAS A UMA NEGRA

Querida Carolina,

Hoje eu aprendi um pouco sobre você. Eu amei seus livros. Você é muito babadeira como minha querida professora sempre diz. Sua escrita é maravilhosa e você é muito linda como sua filha. Você foi uma das melhores escritoras que eu já conheci na minha vida. Você é uma mulher trabalhadora, independente, linda, maravilhosa, não sei nem o que falar... Você me deixou de queixo caído. Independente de tudo você conseguiu chegar onde você está hoje. 

Eu achei você muito sincera. Eu acho que você foi no seu diário. Antes de eu te conhecer, eu pensava que você era médica, mas você é uma perfeita escritora babadeira e maravilhosa. Você teve uma linda filha que até hoje luta por você. Parabéns por tudo. 

Com amor, Maria Kethilly 

Olá, Doutora Carolina,

Hoje eu aprendi sobre você e sobre o que você fez no passado. Você também passou por tanta coisa para ser escritora: sofreu racismo no bairro dos ricos, morou numa favela, apareceu no jornal, trabalhou na casa de um dentista com sua mãe, estudou até o segundo ano e virou uma grande escritora com três filhos e mesmo sendo rica ainda ficou humilde e independente. Você mudou o mundo mesmo! Todo mundo fazendo preconceito com você, mas você ficou com a cabeça levantada e fazendo livros bons. 

Com alegria, Pedro Felipe 

Querida Carolina,

Eu fiquei muito impressionada ao conhecer sua história linda e maravilhosa. Eu te admiro muito por ser uma mulher linda e encantadora. Também gostei muito dos seus livros. São lindos. Você é uma mulher que lutou para mudar o mundo. 

Com amor, Ketylli.

Querida Carolina,

Olá. Eu me chamo Wandeson Gabriel e adorei suas histórias e queria dar os parabéns pelos livros e pelas suas conquistas aqui no mundo. Você merece cada vez mais e sua história nunca será esquecida.

Com muita alegria, Wandeson Gabriel

Querida Carolina,

Minha professora falou muita coisa sobre você e eu gostei muito da sua história. Eu entendi sua história e você me inspirou a nunca desistir dos meus sonhos. Sei que você é uma pessoa guerreira e você inspirou muitas pessoas e eu gostei muito. Minha professora até chorou de emoção. Eu sei o que você passou e é muito triste. 

Com amor, William

Oi Carolina Maria de Jesus,

Você é muito bonita e sua história é muito linda. Você é uma rainha. 

Com alegria, Raissa

Querida Carolina,

Você é linda e eu admiro você. Você é maravilhosa. Amei muito conhecer você. Você é muito linda. Você é infinita e independente. Eu gostei da sua história.  Você é muito gata. 

Com amor, Sara

Querida Carolina,

Hoje aprendi que a senhora foi uma mulher muito poderosa, inteligente, simpática e rica também. Eu fiquei de boca aberta com as histórias que a professora contou da senhora. Irei aprender mais sobre isso. Gostei muito das suas frases e do seu jeito de escrever. 

Com amor, Vitor Guilherme 

Fonte: POTIGUAR NOTÍCIAS

Erê Mirim - CARTAS A UMA NEGRA – Parte II


CARTAS A UMA NEGRA – Parte II

Iniciamos uma prática educativa alicerçada nas Leis nº 10639 e nº 11645, garantindo aos nossos educandes o direito ao conhecimento das culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, na Escola Municipal Almerinda Bezerra Furtado, localizada no bairro Guarapes, Zona Oeste de Natal. Foram meses de muita pesquisa, estudo e planejamento para, enfim, iniciar a execução de aulas em formato pluriversal. 

Rompendo com a lógica eurocêntrica do currículo, passamos a apresentar nomes de intelectuais negres e indígenas, bem como apresentamos suas obras e pensamentos. Nosso público-alvo foram meninos, meninas e menines negres, em sua maioria, que se identificaram com aquelas narrativas insurgentes e que despertavam sonhos e possibilidades. 

E assim, com o apadrinhamento do nosso querido editor Cefas Carvalho e do aval da excelentíssima Irandi Pinto, atual diretora do Jornal Potiguar Notícias, abriremos os trabalhos no mês da Consciência Negra com aquela que mudou nossas vidas e nos fez entender que podemos ser grandes, Doutora Carolina Maria de Jesus. Meus alunes conheceram sua história e suas obras e, além de despertar para questões políticas e sociais, viram nela uma possiblidade de futuro grandioso.

Pedi que cada criança escrevesse uma carta para Dona Carolina, inspirades na obra “Cartas a uma negra”, de Fraçoise Ega. Visivelmente emocionada em sala de aula, afirmei que de onde Carolina estivesse, leria todas as cartas e ficaria muito feliz. Foram escritos incríveis, nos quais se vê crianças que, mesmo vivendo em uma sociedade racista e burguesa, viram beleza naquela mulher preta e constaram a imensidão que é sua narrativa. Mesmo sendo escritores iniciantes, de uma turma do 5º ano, respeitamos seus textos e ideias originais, fazendo apenas as intervenções gramaticais.

Sem mais delongas, está oficialmente aberta a nova Coluna Erê Mirim, do Jornal Potiguar Notícias. Boa leitura!

CARTAS A UMA NEGRA – Parte II

Querida Carolina,

Eu nem conhecia você, mas quando soube o que fazia para melhorar o mundo, nesse momento eu fiquei impressionado com suas palavras, seus livros e sua história e eu pensei “como ela é importante”. Você fez com que o mundo ficasse calado. Foi então que eu conheci a grandiosa e brilhante Carolina Maria de Jesus. Obrigada por tudo. 

Com amor, Kaio

Doutora Carolina,

Bem, Doutora Carolina, hoje mesmo eu conheci sua grande história. Fiquei extremamente impressionado! Olha, não tem nem o que dizer. Você é babado demais. Estou até agora arrepiado com sua história. Espero que você veja minha carta. 

Com amor, Pedro Lucas

Doutora Carolina Maria de Jesus,

Hoje eu descobri quem a senhora é de verdade. Eu pensei que a senhora era advogada, mas a senhora é uma escritora lutadora e batalhadora. A senhora é muito bonita e deveria aparecer mais fotos suas com joias, mesmo a senhora sendo bonita de todo jeito. Seus filhos são muito bonitos e a senhora é MARAVILHOSA. A senhora conheceu muitas pessoas legais, mas não conheceu uma pessoa que lhe admirava. 

Com amor, Nicole

Querida Carolina,

Eu me impressionei com você. Eu te achei tão importante no mundo inteiro. Você é linda demais e foi legal te conhecer. Achei você legal, me impressionei com sua história. Você é muito importante e conhecida no mundo inteiro. Achei legais sua poesia e sua história de vida. É linda demais. 

Com afeto, Ilana 

Carolina,

Minha professora disse que você mudou a vida dela. Nas fotos você é maravilhosa porque a professora disse que você voou de avião. Eu tenho medo de avião. Boa viagem. Carolina, você é uma mulher muito maravilhosa e se você está lendo minha carta eu vou ficar feliz. 

Com amor, João Manoel 

Carolina Maria de Jesus,

Você é uma mulher maravilhosa e eu não sabia, mas agora eu sei que amo você porque você é muito linda e muito inteligente. Eu queria conhecer você, mas não dá. Vou gostar de você assim mesmo. Eu tenho muito afeto por você. 

Com amor, Pâmela 

Querida Carolina,

Hoje a professora falou para a turma sobre a senhora e com isso eu vi que a senhora é maravilhosa e com seus livros ajudou as pessoas a lutar contra o racismo. A senhora merece muito respeito porque a senhora conseguiu ser muito mais do que esses brancos racistas que não estudam nada e saem espalhando palavras de racismo pela internet. Com esses brancos na terra, o mundo vai ficando mais racista, mas a senhora lutou contra isso. Infelizmente de um bilhão de pessoas, nasce uma pessoa como a senhora. O Brasil vai continuar sendo racista até existir um mundo cheio de pessoas iguais a senhora. 

Com afeto, Wanthony Samuel 

Fonte: Potiguar Notícias

"A homenagem de Bolsonaro a Ustra foi estarrecedora", diz Dilma Rousseff

Na quinta-feira (18), em um evento de homenagem aos dez anos de criação da Comissão Nacional da Verdade, colegiado criado para apurar violações contra os direitos humanos entre os anos de 1946 e 1988, a ex-presidente Dilma Roussef relembrou um dos episódios relacionados ao seu impeachment em 2016. Durante o processo que levou à sua destituição da presidência no Congresso Nacional, o então deputado Jair Bolsonaro fez um discurso em que saudou o coronel Brilhante Ustra, torturador de Rousseff durante a ditadura militar. 

Na fala, a petista, que participava de forma virtual da cerimônia, classificou a declaração do atual chefe do executivo federal como “estarrecedora”. Ademais, a ex-mandatária ressaltou a importância da comissão, uma vez que, sem as investigações concernentes ao período da ditadura, outras “barbaridades”do tipo poderiam acontecer nos dias atuais. 

“Sem a Comissão da Verdade, maiores barbaridades teriam acontecido, além daquele fato, que é um fato estarrecedor, que é a homenagem prestada no voto feito pelo atual presidente da República, como deputado federal, no dia do impeachment, em que ele vota em homenagem a um torturador, ao maior torturador pelo menos do estado de São Paulo, porque durou mais tempo na chefia do Doi-Codi II da Operação Bandeirantes. Eu considero que aquele momento foi muito importante”,  relembrou Dilma Rousseff. 

Ainda no que concerne à homenagem de Bolsonaro a Ustra, algumas legendas entraram com representação contra o então parlamentar no Conselho de Ética da Câmara, como foi o caso do Partido Verde. No entanto, sob o comando de Marcos Rogério (DEM-MG), hoje senador governista, o processo foi arquivado. 

Falecido em 2015, Brilhante Ustra, embora reconhecido pelo tribunal de justiça de São Paulo como torturador, foi exaltado em diversas oportunidades por Jair Bolsonaro, o qual lhe dedicou as alcunhas de “herói nacional” e “pavor de Dilma Rousseff". Já eleito, em 2019, o mandatário da nação recebeu a viúva de Ustra no Palácio do Planalto, a fim de enaltecer os “feitos” do ex-militar. 

Fonte: POTIGUAR NOTÍCIAS

Adaptado pelo CPC-RN