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sábado, 20 de abril de 2019

Dia da malhação do Judas – Sábado de Aleluia

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“malhação ou queimação” do Judas, no sábado de Aleluia, é uma antiga tradição que ainda resiste em algumas regiões do Brasil. Segundo Luís da Câmara Cascudo, no “Dicionário do Folclore Brasileiro”, a prática de queimar ou despedaçar bonecos de pano ou palha (Judas) era popularíssima na Península Ibérica e “radicou-se em toda América Latina desde os primeiros séculos da colonização europeia. (…) Certamente o Judas queimado é uma personalização das forças do mal e constituirá vestígio dos cultos agrários, espalhados pelo mundo”.
Ainda de acordo com Câmara Cascudo, no Brasil (o autor não sabe desde quando), era costume fazer o julgamento do Judas, sua condenação e a execução. Antes do suplício, era lido o testamento do Judas, escrito em versos, de caráter humorístico e fazendo alusão aos moradores locais. O autor destaca que, banida das cidades, a tradição permanece nos bairros mais afastados e arrabaldes.
No século XIX, Jean-Baptiste Debret, retratou a cena da “Queimação do Judas”, no Rio de Janeiro. Vejamos como ele descreve o episódio:
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“A sensação de contrastes, que fecunda de modo tão especial o gênio dos povos meridionais da Europa, também se encontra aqui no brasileiro, hábil em fazer suceder ao lamentável espetáculo dos passos da paixão de Jesus Cristo, carregados em procissão durante a Quaresma, o enforcamento solene de Judas, no sábado de Aleluia. Piedosa justiça, que é motivo para um fogo de artifício disparado às dez horas da manhã, no momento da aleluia, e que põe em rebuliço toda a população do Rio de Janeiro, alegre em ver os trapos incendiados deste apóstolo perverso, dispersados no ar pela explosão de bombas e logo consumidos, ao som de vivas do populacho. Cena repetida no mesmo instante em quase todas as praças da cidade”.
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 Brasil Cultura

BraJazz Fest reúne grandes nomes do jazz em evento gratuito na Marina da Glória nos dias 27 e 28 de abril e 04 e 05 de maio

Quatro dias que vão apresentar shows únicos de jazz brasileiro, elaborados especialmente para unir o que há de melhor no estilo, somados a palestras e workshops, em um clima contemplativo para pausar a correria e a urgência dos tempos atuais. Essa mistura é a essência da 1ª edição do BraJazz Fest, que acontece nos dias 27 e 28 de abril e 04 e 05 de maio, na Marina da Glória. Com realização da D+3 Produções, curadoria de Bernardo Palmeira e patrocínio da Getnet – empresa de tecnologia do grupo Santander –, o evento é gratuito e irá juntar amantes da boa música de todas as faixas etárias em um visual de tirar o fôlego, dono de um pôr do sol de outono que não deixa nada a dever para o verão.
“A ideia nasceu a partir do desejo de apresentar as várias facetas do jazz brasileiro. É um convite para o público se entregar ao momento, curtir a música na sua excelência, em um ambiente leve e descontraído. Acho importante que neste momento a gente possa proporcionar ao publico momentos de alta qualidade cultural, em um clima leve e despretensioso”, afirma Renata Salles, diretora-geral da D+3 Produções.
Por isso, os shows foram pensados de forma minuciosa por Bernardo Palmeira. Encontros inéditos marcam uma experiência musical de alta qualidade, em shows que misturam a velha guarda do jazz nacional com novas descobertas do cenário contemporâneo em diversos estilos. “Nosso principal desafio era unir a força, sofisticação e as harmonias da música brasileira com a liberdade do jazz. Isso tudo trazendo músicos e instrumentistas que circulam pela MPB dentro do formato do jazz, que é de improvisação”, explica o curador.
A história de Davi Morais, que toca no primeiro dia de shows, se mistura com a trajetória da música brasileira. Filho de Moraes Moreira e um dos mais importantes guitarristas dessa geração, ele divide a noite com a banda Bagunço, que traz o som festivo de músicos amantes do Carnaval de rua do Rio de Janeiro. No dia 28, a Baixada Jazz Big Band, com repertório regado a Thad Jones, Bill Hollman e Rafael Rocha, abre caminho pra superbanda AfroJazz, que dispensa apresentações. No segundo final de semana, o BraJazz Fest tem Marlon Sette, da big band Orquestra Imperial, e o encontro de Nelson Faria e Carlos Malta, dois gigantes da música contemporânea, que já tocaram com Caetano Veloso, Cássia Eller e Wagner Tiso. Na última noite de sua primeira edição, Robertinho Silva e Simone Mazzer fecham com chave de ouro. O show da dupla será acompanhado de uma banda formada por Renato Massa, Ney Conceição, Luiz Otávio, Marcelo Martins e Jessé Sadoc, que se reúne especialmente para a apresentação.
Além disso, palestras e workshops foram pensados especialmente para agregar informação às tardes banhadas de sol e música. No primeiro dia, o Favela Brass abre o evento contando como é ensinar instrumentos de sopro para crianças de 7 a 14 anos em uma comunidade do Rio de Janeiro. Criado em 2014 pelo trompetista britânico Tom Ashe, o projeto oferece aulas gratuitas na Pereira da Silva, na Zona Sul. No dia seguinte, é a vez do AfroJazz contar a história da vinda dos ritmos africanos para as Américas, trazendo a experimentação típica do Jazz para o aprendizado dessas linguagens musicais. Na abertura do segundo final de semana, Nelson Faria, um dos mais expoentes músicos contemporâneos, fala sobre sua recente empreitada como apresentador do Youtube. Para finalizar, a Escola Portátil é representada por Pedro Amorim, que vai contar como surgiu o projeto que hoje reúne cerca de mil alunos para a prática do choro.
O espaço será todo preparado para isso. Com uma cenografia pensada para trazer o clima do relaxamento, o público terá à sua disposição os restaurantes da Marina da Glória para os comes e bebes. Planejado com cores solares e em materiais naturais, tudo no BraJazz Fest converge para a leveza de um espaço democrático e aberto ao público. “A Getnet acredita na música como um importante instrumento de inclusão social, este é um projeto que une entretenimento e cultura para todos”, afirmou Juana Angelin, superintendente executiva de marketing da Getnet.
Serviço
Dias 27 e 28 de abril e 04 e 05 de maio
A partir das 16h, na Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, S/N – Glória.
Telefone: 2555-2200
Entrada gratuita 
Programação
27/04
15h Workshop Favela Brass
17h T-Bones Brasil Ensemble
18h DJ
18h15 Bagunço
19h15 DJ
19h30 Bondesom “Big Bonde” e convidados
21h Término
28/04
15h Workshop AfroJazz
17h DJ
17h30 Baixada Jazz Big Band
18h30 DJ
19h AfroJazz com participação de Marco Suzano e Eduardo Neves
20h30 DJ e Término
04/05
15h Palestra com Nelson Faria
17h Quarteto Pedro Amorim
18h DJ
18h15 Marlon Sette
19h15 DJ
19h30 Nelson Faria com participação de Carlos Malta
21h Término
05/05
15h Palestra com Escola Portátil
17h DJ
17h30 Jazz Brasil All Stars com Simone Mazzer e Robertinho Silva
18h30 DJ
19h Davi Moraes com participação de Jorginho Gomes e Fernando Vidal
20h30 DJ e Término
Sobre a D+3 Produções
A D+3 Produções cria e realiza grandes eventos de cultura, entretenimento e comunicação de marca há mais de 20 anos. Desde 1996, realizou projetos como Shell Open Air, Pepsi Twist Land, Rider Weekends, Veste Rio, Telefônica Sonidos, Claro Q é Rock!, Cinema Inflável e Choro na Gamboa, além de ter assinado produções em Portugal, na Espanha, França, Argentina e Chile.
Fonte: Portal Brasil Cultura

Povo Tupinambá resiste: “Querem matar nosso povo e também nossa dignidade”

POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO CIMI

A partir da situação relatada, o CNDH decidiu realizar uma missão para verificar as violações aos direitos humanos dos povos indígenas no Sul da Bahia, que ocorre nesta semana.


Em fevereiro, o cacique Babau Tupinambá, liderança da aldeia Serra do Padeiro, na Terra Indígena (TI) Tupinambá de Olivença, localizada no sul da Bahia, denunciou um plano elaborado por fazendeiros para assassinar sua família e ele próprio. Em Brasília, Babau pediu proteção a seus familiares e apresentou suas denúncias à Procuradoria-Geral da República (PGR), à União Europeia e ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH).

A partir da situação relatada, o CNDH decidiu realizar uma missão para verificar as violações aos direitos humanos dos povos indígenas no Sul da Bahia, que ocorre nesta semana.

Conforme o relato do cacique Babau, registrado em vídeo, o plano para assassinar ele e seus familiares era sofisticado e incluía informações sobre a sua rotina e de seus parentes, assim como contava a participação de agentes policiais civis e militares e a conexão com políticos.

Havia, segundo o relato que os indígenas receberam de uma fonte anônima, uma articulação para que os indígenas fossem assassinados em uma blitz de trânsito, onde policiais “plantariam” drogas e armas nos carros dos Tupinambá, encenando um falso flagrante que seria divulgado em canais de rádio e TV locais.

Os detalhes do esquema eram discutidos e organizados em reuniões realizadas em Itabuna (BA). Segundo relata Babau, além dele mesmo, o plano envolvia o assassinato de três irmãos seus e duas de suas sobrinhas, que estudam na cidade.

“Um dos planos já tinha sido executado, que foi pessoas dentro da polícia militar e civil mapear e fazer dossiês sobre a família da gente. A articulação não é só matar, é destruir o nome das famílias daquela aldeia”, relata o cacique Babau. “Eles não querem só matar nosso corpo. Eles querem matar nosso corpo e matar também nossa dignidade. Isso é matar duas vezes o cidadão”.

“SOMOS UM POVO DE RESISTÊNCIA. NÓS SOMOS AUTÔNOMOS, E ISSO É CONSIDERADO UMA OFENSA. ESSE É O MAIOR MEDO QUE TEM HOJE O GOVERNO E MUITA GENTE DA SOCIEDADE BRASILEIRA: DOS ÍNDIOS TEREM AUTONOMIA SOBRE O SEU TERRITÓRIO

Para Babau, o povo Tupinambá tem sido alvo de diversos ataques e de uma ameaça de genocídio que perdura ao longo dos anos, motivada por sua determinação em resistir na defesa de seu território e de sua autonomia.

“Somos um povo de resistência. Nós somos autônomos, e isso é considerado uma ofensa. Esse é o maior medo que tem hoje o governo e muita gente da sociedade brasileira: dos índios terem autonomia sobre o seu território, assim como nós Tupinambá da Serra do Padeiro temos sobre o nosso”, afirma ele.

Com 47 mil hectares, a TI Tupinambá de Olivença foi identificada e delimitada pela Funai em 2009, mas sua demarcação encontra-se paralisada, aguardando a emissão de Portaria Declaratória. Em 2016, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou uma decisão que barrava a publicação da portaria, que hoje não tem nenhum impedimento e depende apenas da vontade do governo.

“Se o ministro amanhã publicar a portaria declaratória, isso dá um xeque-mate nessas ameaças todas, porque é o governo dizendo: está provado, os índios têm razão e pronto. Mas enquanto o governo sabe e fica protelando, ele está alimentando o ódio e o genocídio em cima de nós indígenas”, avalia Babau.
Primeiro dia da missão do CNDH no sul da Bahia, na Terra Indígena Tupinambá de Belmonte. Foto: Ascom/CNDH
Missão na Bahia

Motivado pelas denúncias apresentadas pelo Cacique Babau Tupinambá, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) decidiu realizar uma missão ao sul da Bahia, para averiguar as violações aos direitos humanos dos povos indígenas da região. A missão ocorre nesta semana e suas primeiras diligências iniciaram ontem (15), quando foram realizadas uma visita à aldeia Patiburi, na Terra Indígena (TI) Tupinambá de Belmonte, e uma audiência com o Ministério Público Federal (MPF) de Eunápolis.

Nesta semana, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) realiza uma missão ao sul da Bahia, para tratar de violações de direitos humanos de indígenas. As atividades da delegação iniciaram ontem (15), quando foram realizadas uma visita à aldeia Patiburi, na Terra Indígena (TI) Tupinambá de Belmonte, e uma audiência com o Ministério Público Federal (MPF) de Eunápolis.

No segundo dia de diligências, a programação da comitiva inclui uma reunião com o delegado da Polícia Civil de Eunápolis e, em seguida, uma viagem em direção à Terra Indígena Tupinambá de Olivença, onde a missão visitará três diferentes aldeias. Para o mesmo dia ainda está prevista uma reunião com o MPF de Ilhéus. No último dia da missão, 17 de abril, a delegação segue para a capital estadual, Salvador, onde participará de reuniões com autoridades estaduais.

Integram a delegação a vice-presidente do CNDH, Deborah Duprat, os conselheiros Herbert Barros e Sandra Carvalho e a representante da secretaria-executiva do CNDH, Elisa Colares, além de representantes do Conselho Federal de Psicologia, da Defensoria Pública da União, da Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial, e do Comitê de Defensores de Direitos Humanos.

Também participam da missão representantes da coordenação regional da Funai, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA) e da Secretaria Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do estado da Bahia.

Fonte: JORNALISTAS LIVRES