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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

2º Turno é uma segunda chance para Bolsonaro - "MERECE SIM, UMA REFLEXÃO!" - OLHO NELLE! - EDUARDO HENRIQUE

Diante da gravidade da situação do país, não há dúvida que devemos respeitar, conversar e nos unir com todas e todos que lutam contra o pior governo da história brasileira, independente de qualquer diferença.

Quem é contra o atual presidente sabe que colocar fim a este governo é nosso principal objetivo. Então, é preciso perguntar: 

A QUEM INTERESSA UM 2° TURNO?

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Devemos responder de forma honesta essa pergunta, sem meias verdades. E a resposta é: apenas um candidato será beneficiado caso aconteça um 2° turno nessas eleições, e o nome dele é BOLSONARO.

Não adianta se iludir com outras possibilidades, com todo respeito às outras candidaturas à presidência.

A candidatura de Ciro Gomes (PDT), a terceira colocada nas pesquisas, já está fora de um 2° turno, sem nenhuma chance de ultrapassar Bolsonaro. É preciso que se diga a verdade, o voto em Ciro não é mais para elegê-lo como presidente, é um voto para que se tenha 2° turno.

Mas quem ganha com isso? Bolsonaro, que terá mais 28 dias para abrir sua caixa de maldades e mentiras e fazer de tudo para se manter na presidência. Quem pode garantir que o atual presidente não irá atentar mais uma vez contra a verdade e a democracia? Quem duvida de uma nova “facada”, um novo ato golpista ou até mesmo mais um incentivo à violência contra quem pensa diferente dele? Ninguém; porque ele já provou ser capaz de tudo.

Estas eleições não estão ganhas e o segundo turno só serve para dar uma nova chance para Bolsonaro, para nada mais. Tudo que Bolsonaro quer e precisa é de um 2° Turno. Mas, por que?

Por duas razões

A primeira, ocorrendo o 2° turno, a extrema-direita se fortalece, demonstrará peso eleitoral e procurará manter o padrão de polarização e disputa que eles precisam para existir na vida política brasileira. Mesmo não vencendo as eleições, o fascismo se consolidaria como a segunda força eleitoral no Brasil, trazendo para o seu entorno, as demais frações políticas e sociais conservadoras.

A segunda razão, no 2° turno são apenas Lula e Bolsonaro, por não haver as demais candidaturas, Bolsonaro estará ainda mais motivado a questionar o resultado das urnas, usará a mentira já pronta, “o PT fraudou as eleições com o apoio do TSE”. Ao difundir a ideia de fraude, criará o terreno e as condições para aprofundar o discurso golpista, a mobilização dos seus seguidores e o ataque às instituições de estado. Já vivemos situação parecida em 2014 e o resultado é a degradação política que observamos hoje. Um 2° turno não é outra coisa senão o fortalecimento da extrema-direita e aprofundamento da instabilidade política.

Faltam poucos votos para que Lula seja eleito no 1° Turno, esses votos não virão dos eleitores de Bolsonaro, as pesquisas já mostraram. Sendo assim, os eleitores e eleitoras de Ciro e das demais candidaturas à presidência devem fazer aquilo que seus candidatos não tiveram a grandeza de fazer. Devem retirar qualquer chance de Bolsonaro ir ao 2° turno, isso significa votar em Lula no dia 02 de outubro.

As eleições deste ano não são sobre preferências e identidades; são sobre derrotar um genocida. Nossa melhor oportunidade para fazer isso é agora, no 1° turno votando em Lula.

Bolsonaro não pode ter uma 2° chance. Vamos todas e todos decidir no 1° Turno, concentrando votos em Lula, para demonstrar que é na democracia que queremos construir unidades e debater nossas diferenças.

São Paulo, 13 de setembro de 2022

Secretaria Geral, Intersindical Central da Classe Trabalhadora.

OPORTUNIDADE! "Paulo Freire: 17 livros para baixar em PDF"

 


O patrono da educação brasileira, o educador Paulo Freire, completaria em 19 de setembro, 99 anos. O educador tornou-se referência na educação mundial e brasileira por sua teoria do conhecimento, sua coerência e ética, além da forma com a qual educava, sempre priorizando o diálogo e o respeito na busca de um mundo, como ele mesmo dizia “menos feio, mais justo, menos malvado e onde fosse menos difícil amar.”

Freire nasceu em Recife, no dia 19 de setembro de 1921. Ao longo de sua trajetória tornou-se um dos mais importantes pensadores do século XX. Devido a sua prática político-pedagógica libertadora, considerada subversiva no período da ditadura, viveu exilado por 16 anos (1964-1980).

Sempre defendeu que o objetivo da escola é ensinar o aluno a “ler o mundo para poder transformá-lo”. Para ele, os educadores(as) devem levar os alunos a conhecer os conteúdos, mas não como verdade absoluta. Dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas.

“Os homens se educam entre si mediados pelo mundo”, ressaltava. Isso implica em um dos seus princípios fundamentais: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Ou seja, em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar.

O educador pernambucano foi homenageado em muitos países e publicou dezenas de obras, traduzidas em mais de 20 idiomas. Recebeu 39 títulos de Doutor Honoris Causa – 34 em vida e cinco in memoriam – e mais de 150 títulos honoríficos e/ou medalhas. Em 2012, foi declarado patrono da educação brasileira.

Difamado e atacado pelo governo Bolsonaro no Brasil, o educador Paulo Freire é celebrado no em todo o mundo, 23 anos depois da sua morte. Professores da Suíça e do Brasil se reuniram na Universidade de Genebra, num seminário de dois dias, para analisar a obra de Paulo Freire, que continua a inspirar especialistas da educação em todo o mundo.

O X Congresso Estadual do CPERS, realizado em 2019 em Bento Gonçalves, homenageou o educador, através do tema Educar é Lutar e Resistir.

Suas obras: seu maior legado

Freire escreveu mais de 20 livros como único autor e 13 em coautoria. Seu livro mais importante, Pedagogia do Oprimido, foi traduzido em mais de 20 idiomas e, somente em inglês, já foram publicados mais de 500 mil exemplares.

Já a publicação Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à Prática Educativa vendeu mais de 1 milhão de exemplares. Seus livros são comercializados em 80 países. É considerado o educador brasileiro mais lido no mundo.

Não há melhor forma de homenageá-lo do que estudando suas obras, refletindo sobre seu legado e buscando assim formas de resistir aos ataques à educação.

Livros de Paulo Freire para Baixar

1. A Importância do Ato de Ler

2. A Propósito de uma Administração

3. Ação Cultural para a Liberdade

4. Cartas à Guiné-Bissau

5. Educação como Prática da Liberdade

6. Educadores de Rua, uma Abordagem Crítica – Alternativas de Atendimento aos Meninos de Rua

7. Extensão ou Comunicação

8. Medo e Ousadia

9. Pedagogia da Autonomia

10. Pedagogia da Esperança

11. Pedagogia da Indignação

12. Pedagogia: Diálogo e Conflito

13. Pedagogia do Oprimido

14. Política e Educação

15. Por uma Pedagogia da Pergunta

16. Professora Sim, Tia Não

17. Carta de Paulo Freire aos professores

Fonte: Portal BRASIL CULTURA

A história como farsa: as conclusões de Marx no 18 Brumário

É impressionante como Marx foi capaz de olhar um momento específico e tirar dele uma explicação consistente para o modo como a política é feita no capitalismo

Como uma obra se torna um clássico? No caso dos livros de história, alguns são elevados a essa categoria porque trazem uma pesquisa de fôlego e uma descrição reveladora da realidade. Outros viram referência porque, além da força da análise, criam um método novo e revolucionário para a compreensão da história. O 18 Brumário de Luís Bonaparte pertence ao segundo tipo.

Seu autor é o alemão Karl Marx, filósofo, sociólogo, historiador e economista que nasceu na cidade de Trier, em 1818, e ficou eternizado como o grande teórico do comunismo. Publicado em 1852, o texto descreve um golpe de Estado recém-ocorrido na França. Carlos Luís Napoleão Bonaparte, eleito presidente do país em 1848, resolveu impor uma ditadura três anos depois.

A data escolhida para o golpe foi 2 de dezembro de 1851, aniversário de 47 anos da coroação de seu tio, o general e estadista Napoleão Bonaparte, como imperador da França. Essa repetição de Napoleões no poder inspirou Marx a formular a célebre frase com que abre seu texto, citando outro importante filósofo alemão: “Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.

A ironia de Marx está presente até no título do livro. Anos antes de se tornar imperador, o primeiro Napoleão também havia dado um golpe de Estado, em 9 de novembro de 1799, com o qual se tornou cônsul da França. No curioso calendário que o país havia adotado após a revolução de 1789, essa data correspondia ao dia 18 do mês de brumário. Ao chamar a obra de O 18 Brumário de Luís Bonaparte, Marx indica que o golpe dado por Napoleão III era apenas uma cópia daquele que fora dado antes por seu célebre tio.

Apesar de ter ficado famosa, essa forma de olhar para as “coincidências” históricas, em que a nova versão se transforma em caricatura, não é a ideia principal de Marx no texto. O que ele fez de mais revolucionário foi perceber, analisando aqueles fatos que haviam acabado de acontecer, que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.

Ou seja: apesar de serem atores da história, as pessoas só são capazes de agir nos limites que a realidade impõe. Os atos individuais não ocupam papel central na visão de Marx. Para ele, o motor da história é a luta entre as classes sociais, responsável por produzir as transformações mais importantes. De um lado, estão sempre os dominadores. De outro, sempre os dominados.

Os primeiros são os que detêm os “meios de produção” (terra, propriedade privada, máquinas, indústrias etc.). Já os segundos são aqueles que só possuem a própria força de trabalho e que, para sobreviver, são forçados à servidão. Na Antiguidade, esse posto tinha pertencido aos escravos. No feudalismo, aos servos. Já no capitalismo, essa classe é formada pelos trabalhadores assalariados – o chamado proletariado, que vende sua força de trabalho para a burguesia.

Ao contemplar sua própria época, Marx via um confronto revolucionário no horizonte, provocado por essa distribuição injusta das posses, opondo os burgueses aos proletários. Nem era preciso olhar muito longe para entender que sua interpretação da história fazia bastante sentido.

Para os pensadores do século 19, a Revolução Francesa era a grande referência. Segundo Marx, ela marcou a mudança de posição da burguesia no grande jogo. Voltando no tempo, essa classe social já tinha sido revolucionária, quando seus interesses econômicos, que se expandiam pelo menos desde o fim da Idade Média, encontraram no parasitismo da nobreza um enorme empecilho.

Ao derrubar a monarquia, a burguesia foi se transformando aos poucos, em toda a Europa e depois no resto do mundo, na nova classe dominante. Assim, deixou de ser revolucionária e se tornou conservadora, preocupada em manter a ordem vigente. Depois da ascensão da burguesia, o proletariado tomou seu lugar como classe oprimida e, portanto, potencialmente revolucionária.

Nessa nova situação, ficou ainda mais claro que todo processo de acumulação de riqueza exige, para se concretizar, uma usurpação. Para que existam ricos, é necessário que existam pobres – esse é, simplificadamente, o raciocínio que Marx aplica a toda a história. Difícil é discordar dele.

Três anos antes de publicar O 18 Brumário de Luís Bonaparte, Marx escrevera, na companhia de seu amigo Friedrich Engels um panfleto intitulado Manifesto do Partido Comunista. Nele, os dois explicam de forma resumida suas principais intuições sobre a dinâmica da história e interpretam as grandes transformações impostas pela burguesia. Segundo eles, para vender seus produtos, a burguesia precisava “instalar-se em todos os lugares, acomodar-se em todos os lugares, estabelecer conexões em todos os lugares”.

Por causa disso, prosseguem, “a burguesia, através de sua exploração do mercado mundial, deu um caráter cosmopolita para a produção e o consumo em todos os países”. Raciocínios como esse, de extrema lucidez, se mantêm atualíssimos sem que seja preciso alterar uma vírgula sequer. O que era fato em 1848 ainda existe.

Apesar de ser um tanto complexo para o leitor atual, o texto pretendia explicar para as massas de trabalhadores a estratégia de dominação usada pela burguesia para se perpetuar no poder. Esse “esclarecimento” era parte de um programa revolucionário: consciente de sua situação, o proletariado teria enfim condições de se rebelar contra a burguesia. Seriam, mais uma vez, os dominados se voltando contra os dominadores. A revolução proletária seria um grande passo para que se adotasse o comunismo, regime político que acabaria com a propriedade privada e com as classes sociais.

Os conceitos lançados no Manifesto do Partido Comunista também estão presentes em O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Mas, dessa vez, o desafio era interpretar acontecimentos recentes e bem conhecidos a partir de teorias que ainda estavam em formação. Ao analisar o golpe, Marx estava testando a solidez de suas ideias. E o que ele fez foi demonstrar que a atitude do sobrinho de Napoleão tinha sido apenas um resultado natural, quase previsível, dos rumos que a história da França estava tomando desde a revolução de 1789.

Ao falar da França de meados do século 19, Marx descreve toda a estratégia política, militar e institucional da burguesia francesa como um processo em que ela toma para si algo que, supostamente, deveria ser de todos: o Estado. Se Napoleão Bonaparte tinha imposto um Estado forte, imperial e expansionista, ele o fez não em benefício do povo, mas a serviço de uma só classe, a burguesia. Essa havia sido a “tragédia”.

A “farsa” veio quando Luís Bonaparte, com um golpe de Estado, se transforma em Napoleão III. Para conseguir o poder, ele foi beneficiado por alianças entre partidos burgueses – o que, segundo descreve Marx, significou trair as lideranças proletárias e tirá-las do governo.

A engenhosa argumentação de O 18 Brumário de Luís Bonaparte descreve a democracia como um imenso tabuleiro, em que os interesses de diferentes classes são manipulados sob o mecanismo de representação do povo por políticos – uma fórmula normalmente tida como justa. Depois de ler o livro, é difícil deixar de perceber que essa forma de governo, presente até hoje, oculta uma imensa engenharia de pequenos acordos. Olhando desse modo, as repúblicas modernas, aparentemente legítimas, serviriam apenas aos burgueses.

Ao falar de Napoleão III, Marx constrói a imagem de um herói de araque posando com a fantasia de grande estadista, governando em nome da dominação da burguesia sobre as outras classes. Segundo disse o amigo Engels ao escrever o prefácio da obra, 30 anos após seu lançamento, “essa notável compreensão da história viva da época, essa lúcida apreciação dos acontecimentos ao tempo em que se desenrolavam, é, realmente, sem paralelo”.

De fato, é impressionante como Marx foi capaz de olhar um momento específico e tirar dele uma explicação consistente para o modo como a política é feita no capitalismo. O modelo dos golpes napoleônicos estava pronto para muitos que vieram depois. E, desde então, a história continua a se desenrolar cada vez menos como tragédia e quase sempre como farsa.

Publicado originalmente na Aventuras na História

Fonte: Portal BRASIL CULTURA