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domingo, 4 de dezembro de 2016

Mulheres contam como é difícil sair de um relacionamento abusivo numa sociedade machista

Essa pergunta veio à tona após a denúncia de censura no programa Altas Horas, da Rede Globo, feita pela jornalista maranhense Letycia Oliveira ao Portal Vermelho. Ela conta que foi convidada pelo programa para contar como superou a sua história de violência doméstica. As pesquisas indicam que a maioria das mulheres brasileiras já sofreram esse tipo de agressão.
A jornalista diz também que a produção ligou para ela dizendo que a entrevista não iria mais para o ar, por questões de segurança dela e da filha. “Eles não tinham noção de quão forte seria aquele depoimento, e mais, que aquilo poderia chocar mais do que as novelas”, diz.
Quando “um garoto do auditório me fez uma pergunta, a ‘clássica’, ‘por que a mulher volta pro agressor?’. Eu respondi que a mulher está só, muitas vezes depressiva, com a estima arrasada, e ama o agressor, ele pede desculpa, diz que vai mudar e você volta, e apanha de novo”.
jornalista feminista censurada altas horas
Letycia Oliveira no programa Altas Horas (Reprodução)
Praticamente as mesmas respostas dadas pela estudante de jornalismo Natália Belizário no site do Geledés. “Não podemos esquecer que relacionamentos abusivos não são marcados somente por violência física, mas também por violência psicológica”, afirma.
A secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Ivânia Pereira, confirma o que elas dizem. “Vivemos numa sociedade onde quase tudo é proibido à mulher, inclusive trazer à tona a sua vida doméstica”.
Além disso, afirma a sindicalista, “em muitos casos a mulher sente medo e vergonha de denunciar o agressor”. Pereira diz ainda que a violência de gênero vinha sendo combatida de forma tenaz nos governos Lula e Dilma, “mas agora nos assombram retrocessos enormes”.
"É fundamental superar a cultura machista e conservadora, não apenas por parte dos juristas e legisladores. Há que se respeitar as conquistas democráticas e assim contribuirmos com a cultura do respeito e de uma educação libertária. A sociedade mudou, mas precisa se humaniza cada vez mais", afirma Ailma Maria de Oliveira, presidenta da CTB-GO.
Para Érika Pistere, secretária da Mulher da CTB-ES, ressalta a importância da aprovação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio como formas de punir o agressor, mas ressalva a “falta de mais delegacias da Mulher, que elas funcionem 24 horas, em todos os dias da semana”.
Além disso, Piteres acredita na necessidade de se “trabalhar melhor as políticas públicas que facilitem a denúncia da violência e também se faça um trabalho de recuperação da autoestima das agredidas. E ainda as proteja”.
A colocação da sindicalista capixaba é confirmada pela história contada poro Kaique Dalapola no site ponte.org, onde ele relata a denúncia de uma jovem que foi assediada no cinema de um shopping em Recife e se viu obrigada a registrar a ocorrência com homens, sendo desrespeitada e aconselhada a desistir.
Já Piteres lembra da recente pesquisa do ActionAid Brasil, pela qual 87% das brasileiras relatam já terem sofrido assédio sexual na rua, no transporte público, no trabalho, entre outros locais.
Assista vídeo do grupo Mulheres que podem 
“Pensam que se a mulher está sozinha, está disponível, se usa short ou saia curta está querendo. Ignoram que somos livres para ir e vir para onde quisermos e vestir as roupas com as quais nos sentimos bem, sem significar que queremos ter relações com desconhecidos”, diz.
A ActionAid mostra também, no mesmo levantamento que 86% das entrevistadas mudam de atitude para se proteger. A estudante Ninive Nascimento conta viver em constante insegurança no caminho que faz de casa, em Heliópolis (favela da capital paulista) para o trabalho, depois para a faculdade e de volta para casa tarde da noite.
“Não existe ponto de ônibus em Heliópolis. Então, eu tenho que fazer a pé todo o caminho de casa até a rua principal e o ponto de ônibus. O ponto de ônibus é escuro e não tem segurança”, reclama.
 Ninive Nascimento Heliopólis sp 1
Ninive Nascimento, em Heliópolis, voltando para casa (ActionAid Brasil)
Pereira argumenta que o assédio sexual é o primeiro passo para a violência doméstica e para o estupro. "A mentalidade patriarcal acredita que pode fazer o que quiser com a mulher, pois ela pertence ao homem. Por isso, é fundamental combater essa mentalidade de todas as formas, principalmente com união de todas, irmanadas no desejo de viver sem medo".
Para denunciar:
Ligue 180
Disque 100
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

A Flip 2017 presta homenagem ao talento do escritor negro e marginalizado Lima Barreto

Por MARCOS AURÉLIO RUY
Depois da polêmica provocada na Festa Literária de Paraty (Flip) deste ano envolvendo a falta de escritores negros no evento, a nova curadora da Flip, a jornalista e historiadora Josélia Aguiar, tomou a decisão de homenagear o escritor Lima Barreto.
Essa homenagem vem em boa hora, porque se há um escritor brasileiro que se possa dizer injustiçado e desprezado, esse é Afonso Henriques de Lima Barreto. Porque a crítica literária da época desprezou a linguagem coloquial utilizada pelo autor para narrar a vida de pessoas comuns.
O seu livro de estreia, "Recordações do escrivão Isaías Caminha", foi muito criticado por ser considerado “personalista demais”, em vez de verem ali o início da renovação da literatura brasileira.
A primeira biografia do escritor foi publicada em 1952. O clássico “A vida de Lima Barreto”, de Francisco de Assis Barbosa, conta como o autor carioca sofria com as críticas e o desprezo que a elite sentia por ele.
Isso tudo porque a sua autodenominada “literatura militante” era confundida muitas vezes como relatos autobiográficos. Porém, Barreto usou sua escrita para denunciar as mazelas da sociedade racista, colonialista e que desprezava o povo.
Como escreveu o escritor paulista Monteiro Lobato: “De Lima Barreto não é exagero dizer que lançou entre nós uma fórmula nova de romance. O romance de crítica social sem doutrinarismo dogmático. Conjuga equilibradamente duas coisas: o desenho dos tipos e a pintura do cenário. É um revoltado, mas um revoltado em período manso de revolta. Em vez de cólera, ironia; em vez de diatribe, essa nonchalance filosofante de quem vê a vida sentado num café, amolentado por um dia de calor”.
A curadora da Flip 2017 que vai lançar uma obra sobre o escritor baiano Jorge Amado disse ao El País Brasil que “ele lia muito Lima Barreto nos anos 30 e o considerava ‘o escritor do povo’”.
Lima Barreto 2
Filho de ex-escravos, o pai tornou-se tipógrafo, a mãe professora de 1ª à 4ª séries, Lima Barreto dizia sobre si: “Nasci mulato, pobre e livre”. Apadrinhado pelo Visconde de Ouro Preto, tornou-se jornalista e transformou-se em um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos.
Reagiu com sarcasmo à hipocrisia da elite brasileira, que ele considerava preconceituosa. Simpático ao anarquismo inicialmente, impressiona-se com a Revolução Russa, de 1917, então começa a militar na imprensa socialista.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu a 13 de maio de 1881, no Rio de Janeiro. Cedo descobriu seus pendores literários e era comumente encontrado na Biblioteca Nacional. Critica com veemência a visão elitista, arrogante, passadista e ufanista de parte dos literatos da época.
Recusado pela Academia Brasileira de Letras por duas vezes, foi maltratado pela crítica, justamente por ser revolucionário na forma de escrever as vicissitudes do homem comum do povo, com uma linguagem coloquial, que fugia aos padrões elitistas da literatura do início do século 20.
a vida de lima barreto
O autor de “Clara dos Anjos”, “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, ”O Homem que Sabia Javanês”, entre outros clássicos foi vencido pelo alcoolismo falecendo aos 41 anos, no Rio de Janeiro, em 1º de novembro de 1922.
Com essa homenagem, a Flip resolve dois problemas de uma vez só. Coloca em cena os escritores negros, invariavelmente marginalizados, e faz justiça ao talento inovador de Lima Barreto, que trouxe modernidade à literatura brasileira.
Algumas de suas obras:
Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909)
O Homem que Sabia Javanês (1911)
Aventuras do Dr. Bogóloff (1912)
Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915)
Numa e a Ninfa (1915)
Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919)
Histórias e Sonhos (1920)
Os Bruzundangas (1922)
Clara dos Anjos (1948)
Outras Histórias e Contos Argelinos (1952)
Contos do Reino de Jambom (1953)
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

CULTURA: Gullar, uma viagem para a encantação


Escrevo com a sensação de que havia dois em um só. Havia um poeta, dos maiores do século vinte, e havia um homem cada vez mais amargurado que escrevia para jornais no início do século vinte e um.

Havia esse Gullar bilioso, autor de um texto rancoroso, de uma coluna da qual jorrava, em profusão, um ódio aparentado com a inveja. Esse Gullar parece ser aquele eleito para a Academia Brasileira de Letras, perfeitamente à vontade no seu embolorado fardão. No dizer da acadêmica Nélida Piñon, Gullar “estava feliz com o convívio acadêmico”, em conviver com aqueles, ainda segundo ela, que são “a elite intelectual do Brasil”. A julgar pelos últimos escritos de Gullar, pelo conservadorismo e pelo ranço elitista que escorriam das suas colunas, talvez fosse verdade mesmo. Talvez ele estivesse mesmo bastante satisfeito no convívio com intelectuais do porte de Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Merval Pereira, fina flor do pensamento nacional.

Mas havia outro Gullar, o poeta de verso poderoso, de lirismo devastador, que manejava a palavra feito dinamite como em “O poema sujo” ou “Dentro da noite veloz”. 

Esse outro Gullar é que nos faz e nos fará mais falta ainda.

É o poeta do início ainda, a inventar caminhos: “Caminhos não há/ Mas os pés na grama/ os inventarão”. É o poeta concreto, a experimentar uma nova estética para o poema, a romper com o verso, ousado, sem medo. É o poeta a pagar seu tributo de homem do norte na sua experimentação do cordel, na “Peleja de Zé Molesta com Tio Sam”, em “João Boa-Morte”, dentre outros. 

O que nos faz falta, a partir de agora, é o poeta dono de um lirismo que flutuava entre o humor e o erotismo, entre a sensualidade e o épico. Em “Cantada”, o poeta afirma que a amada “é tão bonita quanto o Rio de Janeiro/ em maio/ e quase tão bonita/ quanto a Revolução Cubana”. Em uma única estrofe o poeta canta seu amor pela mulher, pela cidade e pela revolução. Não foram muitos os capazes de tal proeza. 

Quantos amantes, justificando-se que a poesia é de quem precisa dela e não de quem escreve, não se apropriaram de “Um sorriso”, tentando penetrar “a noite de tua flor que exala/ urina/ e mel”, buscando em fogo “colher com a repentina/ mão do delírio/ uma outra flor: a do sorriso/ que no alto o teu rosto ilumina”?

O Gullar que nos faz falta é o poeta que cantou Guevara em “Dentro da noite veloz”, num dos mais comoventes e belos poemas em homenagem ao revolucionário de toda a América. “A noite é mais veloz nos trópicos”, declarou o poeta, afirmando que “a vida muda o morto em multidão”. Foi um profético Gullar quem escreveu isso, anunciando a multidão de jovens em que se transformaria Ernesto Guevara.

A poesia que Gullar nos deixa é “Subversiva”. “A poesia/ quando chega/ não respeita nada/ Nem pai nem mãe./ (...) relincha/ como puta / nova/ em frente ao Palácio da Alvorada./ (...) beija/ nos olhos os que ganham mal/ embala no colo/ os que têm sede de felicidade/ e de justiça/ E promete incendiar o país”.

O Gullar que iniciou hoje a sua viagem para a encantação é esse, o poeta de figura estranha, magro e quixotesco espantalho, a cantar a vida, o amor e a revolução. O Gullar que marcha a partir de hoje para a encantação é o poeta de “Dois e dois: quatro”, a ver que “um tempo de alegria/ por trás do terror me acena”, e a cantar, a plenos pulmões, “que a vida vale a pena/ mesmo que o pão seja caro/ e a liberdade, pequena”. 



*Joan Edesson de Oliveira é educador, Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará

Breve História da Cultura Africana



Cultura Africana

A África é um continente de grande diversidade cultural que se vê fortemente ligada à cultura brasileira. Os africanos prezam muito a moral e acreditam até que esta é bem semelhante à religião. Acreditam também que o homem precisa respeitar a natureza, a vida e os outros homens para que não sejam punidos pelos espíritos com secas, enchentes, doenças, pestes, morte etc. Não utilizavam textos e nem imagens para se basearem, mas fazem seus ritos a partir do conhecimento repassado através de gerações antigas.

Seus ritos são realizados em locais determinados com orações comunitárias, danças e cantos que podem ser divididos em: momentos importantes da vida, integração dos seres vivos e para a passagem da vida para a morte.

Sua influência na formação do povo brasileiro é vista até os dias atuais. Apesar do primeiro contato africano com os brasileiros não ter sido satisfatório, esses transmitiram vários costumes como:

- A capoeira, que foi criada logo após a chegada ao Brasil na época da escravização como luta defensiva, já que não tinham acesso a armas de fogo;

- O candomblé, que também marca sua presença no Brasil, principalmente no território baiano onde os escravos antigamente eram desembarcados;

- A culinária recebeu grandes novidades africanas, como o leite de coco, óleo de palmeira, azeite de dendê.


Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:www.fraternidadesemfronteiras.org.br/‎