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Fiquem ligados nas ondas da Rádio Agreste FM - 107.5 - NOVA CRUZ, RIO GRANDE DO NORTE, todos os sábados: Programa "30 MINUTOS COM CULTU...

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Poema de agora: FOMES – Ori Fonseca

Ilustração: Retirantes, de Cândido Portinari.
FOMES
Qual o tamanho exato de tua fome?
Quanto naco de pão jogaste fora?
Vidas reclamam por teu lixo agora,
Alguma boca junto a ti não come.
Que latas buscas quando a tarde some?
O que procuras tanto noite afora?
A fome d’alma assombra-te na aurora,
Mas é a do corpo que humilha e consome.
O mundo fez da fome tua amiga,
Ela é essência de tua natureza.
Morres de fome e matas na incerteza
De não saber qual fome te castiga,
De quanta fome é cheia tua barriga,
De quanta fome é te servida à mesa.
Ori Fonseca

Hoje é Dia Nacional do Reggae (em homenagem à Bob Marley , que partiu em 11 de maio de 1981)

Imagens do Facebook-Waltssap e Google
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Fonte: 
Hoje é Dia Nacional do Reggae e como temos uma sessão chamada “datas curiosas”, é claro que não deixamos passar batido. A data foi instituída oficialmente, pela presidente Dilma Rousseff , no dia 15 de maio de 2012. É uma homenagem ao cantor jamaicano Robert Nesta Marley ou Bob Marley, que faleceu no mesmo dia, há 39 anos atrás, aos 36 anos de idade em um hospital de Miami, nos Estados Unidos.
Se vivo, Bob Marley teria 75 anos, completados em 6 de fevereiro deste ano. Apesar de não ser fã de Reggae, gosto dos clássicos. E nada é mais clássico em Reggae do que as canções do extraordinário artista jamaicano.
A música do cantor e compositor foi influenciada pelas questões sociais de sua terra natal. Ele deu visibilidade política e cultural a Jamaica, muitas vezes cantando seus problemas, angústias ou em protesto.
 Elton Tavares  CrônicaCulturaDatas curiosasEu por mim mesmo 
Bob foi brilhante. Uma daquelas almas iluminadas que marcaram presença, deixaram uma mensagem e seguiram a luz. Não somente na música, mas também como figura política. Marley saiu de um país pobre e ganhou o mundo ao cantar a paz, o amor e ideais do rastafári. A sua imagem e a sua música com letras contra a opressão e a injustiça são influencia direta no comportamento das pessoas de bem ao redor do planeta.
Marley foi uma das figuras mais importantes da música mundial, considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, comparado a nomes como Bob Dylan e Lennon/McCartney. Ele morreu no dia 11 de maio de 1981, vitima de câncer. O cara deixou um legado musical fantástico e uma mensagem de amor eterna.
Portanto, viva Marley, viva o Reggae e sua mensagem de paz.

Periferia, festival, questões de gênero e violência contra a mulher em tempos de Covid-19: Confira a programação da semana na TV NINJA!

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A TV NINJA segue promovendo uma série de programas para esse período de quarentena, trazendo debates, aprendizados e muitas novidades! Papo NINJA, Quarantine Tales, EcoInspiração, Estudantes NINJA, Ssex Bbox, Festival do Sol e muito mais.
Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber as notificações dos próximos programas. Todos os dias uma novidade diferente.
Confira a programação:

Lázaro Ramos e Raull Santiago | #Papo NINJA

Papo sobre ações na periferia, nesta segunda-feira, às 17h.

Do Sol Sessions

Artistas potiguares se apresentam em 32 dias de festival, que teve início neste 5 de maio, e todos dias tem um show novo para você assistir!
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Ssex Bbox

Projeto de justiça social que busca visibilizar o debate em relação às questões de gênero e sexualidade no mundo todo, aos sábados na TV NINJA!

EcoInspiração

Maureen Santos fala de alimentação saudável, agroecologia e meio ambiente nesse papo semanal apresentando novas formas de se alimentar e viver bem, na quinta-feira, 14.
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Estudantes NINJA

A rede de Estudantes NINJA essa semana vai conversar com a advogada Raquel Andrade sobre Violência contra a mulher em tempos de covid-19 nesta terça-feira, 12.
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Quarantine Tales

Quarantine Tales é uma série de mini documentários dirigidos por 14 diretores diferentes, apresentados pela Mídia NINJA, e tem o intuito de debater o papel do audiovisual e incentivar a produção de conteúdo de qualidade apesar das limitações impostas pela pandemia. Essa semana novos episódios vão pro ar!


Tensão racial se acirra em Nova York com lei de distanciamento

Das 40 pessoas presas na cidade norte-americana, apenas 1 era branca.

Nova York além de se tornar o epicentro global da pandemia nos Estados Unidos, também começa a viver o acirramento racial com as prisões de negros e latinos por falta de uso de máscaras e por violarem o distanciamento social.
As tensões raciais estão aumentando cada vez mais nos bairros negros e latinos da cidade após as ações policiais sobre as regras de distanciamento se tornarem mais agressivas.
Em entrevista ao jornal The Guardian o congressista nova-iorquino Hakeem Jeffries tem questionado as incursões feitas pela NYPD – Departamento de Polícia de Nova York – de modo mais agressivo nos bairros negros do que nas áreas “mais brancas” e “mais ricas” da cidade, já que nas últimas ações divulgadas pelos promotores do Brooklyn, a polícia americana prendeu 40 pessoas por violarem o distanciamento social, sendo 35 negros, 4 latinos e apenas 1 pessoa branca.
Várias publicações nas redes sociais questionam a violência policial e a discriminação racial em bairros afro-americanos no Brooklyn, já que no mesmo horário havia imagens de outros bairros em Manhattan com multidões de pessoas, em sua maioria brancas, aglomeradas nos parques, enquanto a polícia gentilmente distribuía máscaras.
A NYPD, a polícia nova-iorquina, tem recebido duras críticas de vários segmentos de defesa dos direitos civis, depois que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, adotou uma política de “tolerância zero”, cobrando uma maior repressão às reuniões de pessoas nas ruas para evitar a propagação do Covid-19. O argumento é que a polícia está “aproveitando” da lei de distanciamento social para reprimir afro-americanos.
O prefeito assumiu uma política mais dura após ir pessoalmente no bairro de Williamsburg, que fica localizado no Brooklyn, onde a polícia teve que dispersar mais de 2.500 pessoas da comunidade judaica ortodoxa que se reuniram para o funeral de um famoso rabino chamado Chaim Mertz, que morreu em decorrência de coronavírus.
Nas redes sociais há imagens e vídeos dos policiais tentando dispersar a multidão, mas em nenhum momento usou força física e violência contra a comunidade judaica.
Foto: Reprodução. Em meio à comunidade branca, polícia faz tratamento diferenciado para dispersão.
Após o episódio, o prefeito recebeu duras críticas da comunidade judaica da maneira como ele lidou com a situação. Ele se desculpou com a comunidade, mas afirmou que as ações  a partir de agora seriam mais “agressivas”.
Bill de Blasio ainda declarou: “Já passou o tempo das advertências. Eu instruí o NYPD, que a próxima reunião será realizada com prisões, ponto final.”
Após esse incidente com a comunidade judaica, a polícia nova-iorquina começou a fazer batidas mais duras e violentas em distritos com predominância negra como no Brooklyn, Harlem e no Bronx, segundo o jornal The New York Times.
Usando o argumento de “evitar aglomerações” por conta do Covid-19, a polícia se voltou mais fortemente para as comunidades negras e latinas da cidade. Na semana passada um vídeo publicado nas redes sociais mostrou um policial sem máscara agredindo violentamente um homem negro por estar sem máscara.
Nas imagens é possível ver o policial ameaçando utilizar a arma de choque num outro rapaz que se aproxima para questionar a violência durante uma detenção – o policial tenta derrubá-lo e o agride com socos no rosto.
Na última sexta-feira, 8, outro vídeo publicado nas redes sociais mostra um grupo de jovens negros ajoelhados com o rosto voltado para a grade. Era mais uma ação da NYPD contra “aglomerações”. A questão é que a polícia está realizando ações agressivas apenas nos bairros negros, enquanto nos bairros mais ricos, como East Village, em Manhattan, a população branca recebe doações de máscaras da polícia.
O advogado público de New York, Jumaane Williams, disse que “mesmo depois de tudo o que vimos e sabemos, isso é flagrante”. Williams ainda disse que a polícia de New York tem usado formas diferentes para lidar com  o problema de distanciamento social dependendo do grupo e do bairro.
Outra questão é que o uso de máscaras para os jovens negros pode configurar um claro risco de morte. Há vários relatos em comunidades negras americanas de perseguição policial à negros que estavam utilizando máscaras caseiras. No twitter, há algumas semanas, foi publicado um vídeo de um médico que foi algemado em frente a sua própria casa por “parecer suspeito” – ele estava testando moradores de rua para o Covid-19.
A questão é que um homem negro às vezes terá que decidir qual risco correr: ser contaminado pela Covid-19 ou ser preso por estar sem máscara, ou ainda usar a máscara e ser preso por ser “suspeito” – e a prisão nesse último caso é a melhor hipótese, num país em que o porte de armas é legal e qualquer pessoa pode alegar que atirou porque se sentiu em risco. Imagine a preocupação dos pais negros e de seus filhos ao optarem por utilizar máscaras.
Um  jovem negro usando uma máscara ou uma bandana no rosto traz  o estereótipo racial que temos que lutar para acabar e, além disso, não existe um padrão de máscara, pois na verdade há uma escassez de EPI (equipamento proteção individual) ou os preços são absurdos -, forçando as pessoas a criarem suas próprias máscaras.
A população negra e latina são os grupos que mais morrem devido ao Covid-19 no EUA. Os últimos dados divulgados pelo governo americano revela que 60% das mortes são de negros. A população afro-americana já vive um aumento absurdo do desemprego, falta de acesso à saúde e acrescenta-se a isso as perseguições e assassinatos de negros.
A polícia de New York chegou a prender 3 pessoas que faziam uma vigília pela morte de um rapper, alegando aglomeração.
Toda essa situação só tende a agravar ainda mais a situação dos Estados Unidos, visto que a prática de discriminação e extermínio da população negra, latina e pobre segue firme mesmo em tempos de pandemia.


Same city. Same police force.

Passing out masks to white folks not social distancing, while literally having their foots on our necks.

This is beyond ridiculous at this point.

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Residentes da área de saúde que estão sem receber há dois meses, protestam em Brasília

Foto: @jorgehenriquedf
Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, farmacêuticos, entre outros recém formados se reuniram em frente ao Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios, mantendo o distanciamento, e exibindo cartazes com frases de protesto.
O protesto acontece porque os residentes estão sem receber salários há dois meses, em todo o país. Cerca de 60 programas passam por esta situação, atingindo cerca de 10 mil residentes.
Um manifesto do Fórum Nacional dos Residentes em Saúde divulgado hoje afirma que muitos estão em processo de endividamento e sofrimento mental e que, em alguns casos, o atraso leva ao “próprio abandono do Programa de Residência pela impossibilidade de prover o sustento mensal básico”.

Leia o manifesto na íntegra:

CARTA ABERTA DO FÓRUM NACIONAL DE RESIDENTES EM SAÚDE
PARALISAÇÃO NACIONAL DAS/OS RESIDENTES EM SAÚDE, EM DECORRÊNCIA DO NÃO-PAGAMENTO E ATRASOS NAS BOLSAS-SALÁRIOS DE RESIDENTES EM TODO O BRASIL

Ao Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, Conselho Nacional, Estaduais e Municipais de Saúde, Coordenações de Residência em Saúde (COREMUs/COREMEs), Fórum Nacional de Tutores(as) e Preceptores(as), Fórum Nacional de Coordenadores(as) de Residência, Conselhos das categorias profissionais e população em geral.
Considerando a Lei No 7.783, de 28 de Junho de 1989;
Considerando que é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender;
Considerando que a Residência Multiprofissional constitui modalidade de ensino de pós-graduação, o que NÃO retira o direito de paralisação das atividades, haja vista a busca por melhores condições e o cumprimento das legislações vigentes, assegurada pelo Código de Ética dos Conselhos de Classe aos quais os residentes – que são profissionais / trabalhadores – estão inscritos;
Considerando o Código de Ética dos Profissionais que integram as profissões da Saúde, de acordo com Resolução 218/1997 do CNS;
Considerando que compete aos Coordenadores dos Programas de Residência responsabilizar-se pela documentação do programa e atualização de dados junto às instâncias institucionais locais de desenvolvimento do programa e à Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde;
Considerando o NÃO pagamento das bolsas aos Residentes e/ou o pagamento irregular;
Considerando o período para pagamento das bolsas de Residência, conforme disponível no Manual de Orientações para Cadastramento de Residente no Sistema de Informações Gerenciais de Residências (Sigresidências) e Procedimentos para Pagamento de Bolsas;
Considerando o informativo sobre concessão da bolsa no mês de março e/ou abril, disponibilizado no site SIGRESIDÊNCIAS na data de 07 de Maio de 2020;
Considerando o fato de que muitas/os residentes se encontram sem condições concretas de realização das suas ações, agravadas pela não possibilidade de deslocamento, alimentação, aluguel, dentre outros custeios fundamentais;
Considerando a Resolução N° 3 da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde de 04 de Maio de 2010, que versa sobre a carga horária teórico-prática: “São conteúdos formativos, as ações de prática coletiva e políticas públicas do Sistema Único de Saúde – SUS”, sendo, portanto, assegurada a participação do (a) Residente em espaços de controle social e participação popular, mobilização em defesa do SUS, excluindo-se a necessidade de reposição,
O Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS) deliberou em reunião no último dia 08 de maio Paralisação Nacional de Residentes em Saúde, com início imediato para o dia 11 de Maio, frente o não pagamento integral das bolsas-salários de todas/os as/os residentes até o recebimento das bolsas por parte de todos os residentes do Brasil e respalda a todas as paralisações anteriores a essa data, devido a falta de recurso para locomoção até os serviços.
Desde nossas mobilizações organizadas no dia 24 de abril deste mesmo ano, expomos nossa indignação diante do descompromisso persistente colocado para milhares de profissionais da saúde devido ao não pagamento bolsas-salários atrasadas há dois meses. Entende-se que esse descomprometimento se dê por parte das instituições pagadoras das bolsas-salários como o Ministério da Educação, Secretarias Estaduais de Saúde, Secretarias Municipais de Saúde e, em destaque, o Ministério da Saúde, mas também por parte de diversas Instituições Formadoras e suas Coordenações de Residências Uniprofissionais, Multiprofissionais e Médicas que efetivaram tardiamente o cadastro dos residentes em saúde ou, ainda, que têm operado com pouca transparência diante da situação penosa em que se encontram aqueles/as sem salário e sem previsão de recebimento.
As residências em área profissional de saúde são iniciativas dos Ministérios da Saúde e da Educação, criadas a partir da promulgação da Lei no 11.129, de 2005 e orientadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), como modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, caracterizado por ensino em serviço, com carga horária de 60 horas semanais, duração mínima de 2 anos e abrangência para diversas profissões, sendo todas elas essenciais para a qualificação das práticas em saúde em todas as regiões do país e significativamente relevantes durante o contexto de pandemia do COVID-19, que se coloca há meses no reordenamento delicado da vida da população e dos serviços de assistência em saúde.
Conforme já denunciamos no mês de abril, o atraso de bolsas das residências em saúde para os residentes ingressantes nos programas foi banalizado enquanto processo comum e diminuído em sua importância, sob o pretexto de que o valor é integralmente depositado no dia de pagamento de bolsas em meses vindouros. Além de configurar uma grave quebra de direitos, compõe também uma condição de precariedade, tendo em vista que o contrato dos residentes é em sua ampla maioria determinado como dedicação exclusiva e desprovido de bonificações como vale-transporte e vale-alimentação. As principais consequências do não recebimento da bolsa-salário são: centenas de residentes em processo de endividamento, sofrimento mental e, em alguns casos, o próprio abandono do Programa de Residência pela impossibilidade de prover o sustento mensal básico e, inclusive, sem condições de ir aos campos de prática a trabalho. Esses, que já seriam transtornos em período típico, são intensificados em contexto de quarentena, no qual as dificuldades de locomoção e compras necessárias se tornam mais limitados e dispendiosos e, com o atraso de pagamentos, insustentáveis.
Ressaltamos o agravante colocado, ainda, para uma quantidade expressiva de profissionais residentes que pertencem a grupos de risco, a exemplo de gestantes e lactantes, que não contam com o devido amparo protetivo a ser garantido pelas coordenações, tutorias e preceptorias dos programas, como a alternativa de trabalho remoto, possível e pertinente por experiências já compartilhadas entre residentes nos diversos níveis de atenção à saúde e especialidades. Além disso, reforçamos a garantia do direito de afastamento para casos suspeitos ou confirmados de coronavírus como questão indiscutível na atualidade, uma vez que a superexposição é uma realidade insalubre que foi intensificada no trabalho em saúde. Para todas as situações elencadas, reivindicamos que não ocorra desconto salarial nem exigência de reposição de carga horária. Esta pauta emergente diante da pandemia se alinha ao obstáculo histórico do assédio, pois já foram constatados casos de constrangimentos e medidas arbitrárias, como aqueles de programas que pretendem impor aos residentes um período de férias de modo compulsório.
No último dia 24 de abril, as/os residentes estavam em paralisação nacional devido ao não pagamento das bolsas-salário de todas/os ingressantes em 2020. Mesmo aqueles que receberam, se juntaram às mobilizações on-line. Desde então, nosso acompanhamento dos casos registra o pagamento de alguns, mas para muitos a situação ainda permanece, isto é, profissionais atuantes na saúde já estão há mais de dois meses com suas bolsas-salários atrasadas ou receberam somente o valor correspondente a 01 bolsa, sem compensação do retroativo do primeiro mês trabalhado. Resgatamos que o atraso no pagamento das bolsas e as inúmeras inconsistências ocorrentes nos cadastros de residentes e nos devidos trâmites financeiros revelam não só o despreparo dos órgãos responsáveis sob atual gestão, mas também evidencia o sucateamento das condições de trabalho no Brasil. Persistem difusas as respostas de coordenações acerca da justificativa coerente para o não pagamento e sem afinidade com os pronunciamentos do Ministério da Saúde, que retorna à responsabilidade das instituições formadoras no cadastro fora de prazo ou equivocado.
Em recente publicação do Ministro da Saúde Nelson Teich, em uma de suas redes sociais, compromete-se a realização da regularização das bolsas-salários até o dia 15 de maio, alegando inconsistência nos dados das contas bancárias e CPF dos residentes, em cadastro realizado pelos/as próprios/as residentes ou pelas instituições de ensino de milhares de residentes, o que já aponta que a justificativa apresentada é no mínimo inconsistente, rasa e contraditória.
Para assumir as residências e trabalhar no campo da saúde, os profissionais vinculados cumpriram etapas e prazos dos processos seletivos, se comprometeram com o custeio de deslocamento de cidade e até Estado, habitação, transporte, alimentação e outros, para atender adequadamente os expedientes de trabalho e o cumprimento de carga-horária teórica, na garantia de recebimento da bolsa salário regularmente. Desse modo, é absurdo que até o presente momento as instituições não tenham cumprido os pagamentos nas datas anunciadas, assim como são os desvios nas explicações que não assumem falhas de sua competência e apelam à culpabilização individual de centenas de residentes por supostos cadastros mal efetuados. Lembramos que a suspensão da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), que cumpriria papel importante na articulação e resolução dos atrasos das bolsas, consolida um conjunto de ataques aos mecanismos de defesa de nossas pautas. O valor das bolsas não tem reajuste desde 2016 e passou, a partir de 2020, por diminuição no seu valor líquido, devido ao reajuste da alíquota de contribuição ao INSS de 11% para 14%.
Reiteramos que o recebimento da bolsa-salário se faz absolutamente indispensável para sobrevivência material dos residentes, já alocados nos seus respectivos campos de serviço e disponíveis para atividades diversas em todos os níveis de atenção.
Reafirmamos a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) alinhado com os princípios da Reforma Sanitária e denunciamos a situação de precarização do trabalho dos residentes e de todos os trabalhadores da saúde.
Declaramos nosso apoio aos coletivos estaduais e residentes que já iniciaram ou estão discutindo para a paralisações nos campos de práticas devido ao atraso de pagamentos, que se soma a muitas precariedades no cotidiano de enfrentamento a COVID-19 e a todas as outras demandas em saúde, como a falta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
Neste sentido, solicitamos integral apoio e manifestação a esta nota, por parte das Coordenações de Programas, Conselhos Profissionais, Movimentos Sociais e demais organizações, em cobrança de uma resposta efetiva junto a Coordenação Nacional de Residências (CNRMS) e ao próprio Ministério da Saúde.
Reforçamos que a Paralisação Nacional de Residentes em Saúde reivindica o pagamento integral das bolsas-salários de todas/os as/os residentes do Brasil, condições de trabalho e EPIs para todas/os as/os trabalhadores da saúde e a retomada da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS).
Já não é possível naturalizar o não cumprimento das atribuições mínimas por parte dos órgãos competentes, frente a problemas levantados há tempos que ainda permanecem sem resposta e caminham para o descrédito das declarações dos respectivos órgãos responsáveis.
A vida acima dos lucros!
#ResidentesSemSalário #ProfissionaldeSaúdeNãoVoluntário #ResidenteTambéméTrabalhador #PagaLogoTeich
Brasil, 09 de maio de 2020.