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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

6 respostas para a pergunta: Por que estamos há 6 meses sem acesso à educação? - Por UBES

Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro veio a público dizer que a distância dos estudantes das escolas era um absurdo. Para a presidenta da UBES, Rozana Barroso, “os direitos da juventude à educação estão sendo violados sim, mas a responsabilidade disso é exatamente a omissão do governo Bolsonaro”. 

Desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, estudantes têm sido mais responsáveis que o próprio presidente da República. A UBES junto com os secundas têm refletido sobre cuidados, ações e planejamento para garantir a educação durante a pandemia. Por outro lado, Bolsonaro e seus ministros se preocuparam apenas em negar os problemas, desdenhar a ciência, promover polêmicas, desinformação e balbúrdia. Vamos aos pontos:

1) Inconstância no Ministério da Educação

Desde o ano passado a pasta é alvo de disputas de poder e ideologia, não ambiente de pensamento e construção de políticas públicas, como deveria ser.Ficamos um mês SEM ministro da Educação no meio de uma pandemia! Bem quando mais precisávamos de planejamento, em junho.

Segundo ministro da Educação de Bolsonaro, Weintraub caiu em junho após preferir polêmicas do que ações. O terceiro ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, ainda não mostrou a que veio, após quase três meses no cargo. Antes dele, foram cogitados dois nomes para o MEC durante quase um mês sem titular da pasta.

2) Omissão do governo sobre situação das escolas 

Apenas no sexto mês da pandemia, um ministro da Educação de Bolsonaro fala pela primeira vez em pensar em um plano com estratégias para a educação no novo contexto. Mas Milton Ribeiro ainda não apresentou nada prático. No auge da pandemia, famosa reunião ministerial de abril não citou nenhuma vez nossas escolas. Em vez disso, o ministro do Meio Ambiente fala em aproveitar a pandemia para “passar a boiada” e o ex-ministro da Educação Weintraub preocupa-se em xingar o Supremo Tribunal Federal. Prioridades, né?

3) Falta de ação contra exclusão digital

4) Falta de financiamento e organização para reabertura de escolas

Diante a uma realidade de ensino a distância, nenhuma solução foi proposta para a falta de acesso à internet! Desde abril pedimos soluções para isto , mas é como se o governo simplesmente dissesse: vocês que lutem perante a um cenário de desigualdades avassaladoras.

5) Tivemos que lutar até para adiar o Enem

A UBES pede um comitê nacional para avaliar a situação da Educação na pandemia desde abril e não tem sido ouvida. Os Estados precisam de uma organização nacional perante a uma situação emergencial grave, inclusive com repasses financeiros para colocar de pé os protocolos,que envolvem reformas estruturais, materiais e contratação de novos profissionais . Em vez disso, o governo federal pensa em cortar dinheiro do Orçamento da Educação para o ano que vem!


No meio da pandemia, também foram os estudantes e comunidades escolares que tiveram que lutar para
 manter o Fundeb , essencial para manter as escolas de pé. Como criar  protocolos de reabertura das unidades se não tivermos nem papel higiênico e sabonete? Um símbolo do descaso e desconexão do governo com a realidade. Em vez de nos debruçar sobre planejamentos necessários, precisamos nos desgastar com algo tão óbvio quanto mudar a data da maior avaliação do ensino médio. 

6) Governo espalha mentiras

Além de não fazer nada para solucionar as crises de saúde e econômica, o governo federal ainda ajuda a atrapalhar, propagando desconhecimento. O presidente Jair Bolsonaro apareceu várias vezes em aglomerações sem máscara, dificultando o combate à pandemia. Sem falar da divulgação de remédios sem comprovação científica, campanha anti-vacina e negação da importância de cuidados com as escolas. Se elas não estão preparadas para a volta às aulas presenciais, é também porque o governo federal não fez nada para isso

Fonte: UBES

UBES e UNE lançam plataforma eleitoral para eleições municipais - Apoio: CPC/RN - (Centro Potiguar de Cultura)

Por cidades mais democráticas que priorizem a vida e a educação, estudantes apresentam reivindicações para candidaturas e estimulam debates construtivos

Eleições municipais chegando são mais uma oportunidade de elevar o nível de consciência e mobilização. Pensando nisso, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e a União Nacional dos Estudantes apresentam reivindicações para as candidaturas, na defesa de cidades mais democráticas que priorizem a vida e a educação. Baixe aqui:

Bora construir cidades democráticas que priorizem as vidas e a educação

O documento final, aprovado pelas diretorias plenas das duas entidades, pode contribuir com as entidades regionais e o debate eleitoral construtivo dos próximos meses. A ideia é contrapor o cenário atual de crise sanitária e econômica com propostas mais saudáveis e promissoras para a juventude.

São diversos pontos divididos em 12 eixos, como Educação, Mobilidade Urbana, Esporte e Saúde, Meio Ambiente, etc.

No documento, as entidades lembram das dificuldades atuais e o papel dos estudantes nos pleitos municipais: “Nesse momento de avanço do conservadorismo, do obscurantismo e de retirada de direitos do povo, é necessário conter possibilidade de enraizamento do bolsonarismo e dos demais projetos neoliberais nas cidades e municípios, combatendo projetos antidemocráticos, antinacionais e antipopulares”.

Fonte: UBES - UNE

Djonga é o primeiro rapper brasileiro indicado a disputar o BET Hip Hop - Por Jornalistas Livres

Músico vai concorrer, nos Estados Unidos, ao troféu de melhor artista internacional.

O músico mineiro Djonga foi indicado para concorrer ao troféu de melhor artista internacional no BET Hip Hop Awards, especializado em hap e hip hop. O rapper, compositor e historiador é o primeiro brasileiro a ser reconhecido pelo evento. O BET Hip Hop Awards é uma premiação norte-americana anual realizada pela Black Entertainment Television e voltada para rappers, produtores e diretores de videoclipes de hip hop e Rap. 

Ele vai disputar o prêmio com Kaaris (França), Khaligraph Jones (Quênia), Meryl (França), MS Banks (Reino Unido), Nasty C (África Do Sul) e Stormzy (Reino Unido). O BET Hip Hop Awards revelará os vencedores do ano no dia 27 de outubro.

Neste ano, Djonga lançou seu quarto álbum de estúdio, Histórias da Minha Área, onde conta um pouco sobre o bairro Santa Efigênia, onde mora em Belo Horizonte. O trabalho conta com participações de MC Don JuanBia NogueiraCristal, NGC Borges e FBC

Depois de surgir como grande astro na cena do hip hop nacional e colocar seu nome entre os principais personagens da cena do rap no país, Gustavo Pereira Marques (seu nome de batismo) acaba de fazer história aos 26 anos tornando-se o primeiro brasileiro a ser indicado ao prestigiado BET Hip Hop Awards, premiação musical focada na cultura negra. 

A indicação de Djonga aconteceu nesta terça-feira, 29, e ele concorre na categoria Melhor Artista Internacional. “Cravando o nome na pedra, sem emocionar!”, escreveu Djonga no Twitter ao dar a notícia. Na postagem, ele publicou um vídeo em que fala à MTV sobre a importância do rap no período da pandemia: “O rap tem que continuar fazendo o papel de sempre. O primeiro papel, e mais importante, é o papel de arte, de música, de levar alegria e reflexão para as pessoas. Em segundo lugar, continuar denunciado o que a gente sempre denunciou. Dedo na ferida, dedo na cara de quem tá errado”.

Fonte: Jornalistas Livres

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Sabe o que é racismo algorítmico? Confira debate entre Babu Santana e Sil Bahia - Por MÍDIA NINJA


O que é “Racismo Algorítmico”?

 POR NINJA

Debate importantíssimo e necessário que a pesquisadora Silvana Bahia traz em diálogo com o ator Babu Santana. O racismo que a gente vê (e muitas vezes não enxerga) no cotidiano também está presente na tecnologia, em ações que a gente nunca poderia imaginar.

Confira abaixo o vídeo completo no canal do Babu #FechadoComPaizão no Youtube.

Siga @zonadepropulsao no Instagram e confira mais conteúdos sobre tecnologia.

Fonte: Mídia Ninja


Branco dois anos atrás, deputado bolsonarista vira negro após implantação de cotas raciais nas eleições

Capitão Assumção: “pardo”

Bolsonarista declarado, o deputado estadual Capitão Assumção (Patriotas), do Espírito Santo, se autodeclarou branco nas duas últimas eleições que disputou.

No registro da candidatura à vaga de prefeito de Vitória neste ano houve uma reviravolta. Capitão Assumção afirmou ser pardo, classificação racial que o insere entre os negros.

A razão da súbita mudança racial do parlamentar parece ser uma só. Dinheiro. Grana extra que virá com a nova regra de repasse dos recursos do fundo eleitoral, que a partir destas eleições será proporcional à quantidade de candidatos negros e negras.

Por uma fatia maior do bolo financeiro, o político de pele clara e cabelos lisos, que já posou com bandeira de movimento ultranacionalista ucraniano, reivindica uma negritude inexistente.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br

Preta Ferreira é premiada no Festival de Gramado. ‘Tentaram me silenciar, voltei gritando’ - Por BRASIL 247

Cantora e ativista Preta Ferreira (Foto: Pedro Ribeiro Nogueira/Ponte Jornalismo).

Rede Brasil Atual - A publicitária e “artivista” Janice Ferreira da Silva, a Preta Ferreira, foi premiada, neste sábado (26), com o troféu Kikito da 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado. O prêmio foi concedido por sua atuação como atriz no curta Receita de Caranguejo (2020). Dirigido por Issis Valenzuela, o filme também recebeu um Kikito pelo “Melhor Desenho de Som”, assinado por Isadora Torres e Vinicius Prado Martins.

O anúncio foi feito pela realizadora audiovisual Juliana Balhego e a cineasta e fotógrafa Safira Moreira, ambas mulheres negras. Na cerimônia, realizada de forma virtual e transmitida pelo Canal Brasil, pela TVE-RS e pelas redes sociais, Juliana abriu o discurso lembrando que no “país que insiste em criminalizar a narrativa de corpos pretos ao longo do séculos”, as mulheres negras “seguem lutando e construindo outros modos de existência e resistência. Resistimos através das artes, da música, da dança. Resistimos através do cinema”, destacou. 

Safira prosseguiu, afirmando que essa população faz da sétima arte “mais um espaço de liberdade e inventividade. Por isso ver na tela o trabalho de uma mulher negra, que é tantas, merece destaque. Por mais que tentem rotular, encarcerar, aniquilar nossas existências, mostramos que somos muitas. Podemos ser artistas, cantoras, produtoras, ativistas, atrizes num só corpo. É por isso que o Prêmio Especial do Júri vai para Preta Ferreira por sua atuação no curta ‘Receita de caranguejo”, anunciou a cineasta. 

“Voltei gritando”

Em 24 de junho do ano passado, Preta foi presa por sua luta por moradia, sob acusações frágeis e arbitrárias. Ela é filha da coordenadora da Frente de Luta por Moradia (FLM), Carmem Silva, candidata à vereadora pelo PT em São Paulo. A artista chegou a perder vários papéis e contratos que tinha como atriz durante os 100 dias que ficou na prisão. “Quem vai me devolver o tempo e os trampos perdidos? (Para) Onde mando a conta”, denunciou pelo Twitter, em julho deste ano. 

Ao receber a notícia do prêmio, comemorou. “Ano passado tentaram me silenciar, esse ano eu voltei gritando”, ironizou. Ela dedicou a estatueta “à toda a população indígena e preta desse país. Eu ofereço aos favelados, aos sem-teto, aos encarcerados, aos minorizados”, escreveu em sua conta no Instagram. “A todos que vivem de arte nesse país: ofereço esse prêmio a todas as pessoas que têm o sonho de serem inseridas no mercado cinematográfico – lugar tão estático e seletivo. Nós vamos estar em todos os espaços de poder”, garantiu a artista e ativista. 

Portal BRASIL 247

BELAS ARTES DRIVE-IN COMPLETA 3 MESES COM A MARCA DE 38 MIL EXPECTADORES - Por Portal BRASIL CULTURA


Iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa com a Petra Belas Artes já exibiu 87 produções em 153 sessões desde o lançamento.

Mais de 38 mil pessoas em cerca de 13 mil carros marcaram presença nas 153 sessões do Belas Artes Drive-in em seus primeiros três meses de atividade.  Parceria do Memorial da América Latina, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), com a Petra Belas Artes, a iniciativa surgiu como alternativa para a retomada de atividades culturais presenciais em tempos de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. De acordo com o site Filme B, portal especializado no mercado de cinema no Brasil, o Belas Artes Drive-in é hoje o número 1 do País em taxa de ocupação, com 82,5% – a média aos finais de semana na Capital paulista antes da pandemia era de 60%. Até outubro, o Belas Artes Drive-In apresenta ainda filmes do Festival É Tudo Verdade, um dos mais importantes da América Latina.

Desde a estreia, em junho, com o filme Apocalipse Now – Final Cut, de Francis Ford Coppola, a telona de 15 metros do Memorial da América Latina já exibiu 87 produções nos mais variados estilos. A plateia pôde assistir desde clássicos, como Cinema Paradiso e Casablanca, a românticos, como As Pontes de Madison e Os Melhores anos de uma vida, passando pelo drama-suspense De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick. Também foram exibidos filmes de terror, comédia, documentário e até inéditos, como os brasileiros Macabro, de Marcos Prado, Três Verões, de Sandra Kogut (apresentado no Festival de Berlin deste ano) e o palestino Tel Aviv em Chamas, de Sameh Zoabi. Para o público infantil, foram oferecidas 12 opções de títulos, entre eles Laços, da Turma da Mônica, e a animação A Noiva Cadáver, de Tim Burton.

O presidente do Memorial da América Latina, Jorge Damião, avalia que o Cine Drive-in tem sido uma experiência bem-sucedida. A continuidade do programa depende da demanda a partir da reabertura completa dos espaços culturais. “Torço pra que seja um projeto permanente e se perpetue como mais uma opção de lazer de qualidade para a cidade”, afirma.

Além de exibições do É Tudo Verdade, principal festival de documentários da América Latina, a programação do Belas Artes Drive-in traz em outubro e novembro filmes da 43ª Mostra Internacional de Cinema.

Cinema seguro

Sob orientação da área de saúde e do Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado de São Paulo, o Belas Artes Drive-in segue protocolos rigorosos de saúde, com regras de distanciamento social, higiene, limpeza de ambientes, comunicação e monitoramento. Entre os cuidados obrigatórios, estão a distância mínima de 1,5 metro entre pessoas e carros em todos os ambientes, máximo de quatro ocupantes por carro, compra via internet e exigência do uso de máscaras.

Para manter o distanciamento, o acesso ao áudio dos filmes é obtido por meio do rádio do carro, sintonizado via FM – o método de transmissão é um dos diferenciais do projeto. A posição dos carros em fila é organizada pela equipe do evento, que posiciona veículos maiores, do tipo utilitários, na lateral do espaço, para melhor visibilidade dos demais. Os banheiros disponibilizados durante a exibição possuem álcool gel e são higienizados a cada uso. A equipe é responsável pela organização dos espaços para que não haja nenhum tipo de aglomeração.

Serviço

Memorial da América Latina – Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda
Sessões de terça a domingo
Horários definidos de acordo com a duração dos filmes
Ingressos e combos deverão ser adquiridos antecipadamente através do site do Petra Belas Artes
Capacidade para 100 carros
Para mais informações, programação completa e classificação indicativa dos filmes consulte o site: www.cinebelasartes.com.br

Fonte: Portal BRASIL CULTURA

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Memorabília dos Beatles vai a leilão online

(Foto: Divulgação)

A venda oferece itens que abrangem toda a carreira da banda, incluindo uma cópia autografada do primeiro single do quarteto, de 1962, “Love Me Do”, avaliado entre 15 mil e 20 mil libras.

(Reuters) - Gostaria de ter um pedaço da história do pop? A Sotheby’s realizará um leilão online este mês de memorabília dos Beatles para marcar o 50º aniversário da separação da banda britânica.

A venda oferece itens que abrangem toda a carreira da banda, incluindo uma cópia autografada do primeiro single do quarteto, de 1962, “Love Me Do”, avaliado entre 15 mil e 20 mil libras.

Outros itens à venda incluem um par de óculos inconfundíveis de John Lennon, avaliados entre 30 mil e 40 mil libras, e sua advertência de detenção escolar, estimada em cerca de 5 mil libras, que detalha um registro de seu mau comportamento quando menino.

Um relógio Cartier de 1966, estimado em até 25 mil libras, também está à venda. Ele pertenceu ao empresário da banda, Brian Epstein, cuja morte em 1967 foi considerada um fator-chave para a eventual separação dos quatro rapazes de Liverpool.

Fonte: BRASIL 247

Restauração do Casarão dos Orlandi é entregue à população de Diamantina (MG) - Por Portal BRASIL CULTURA

Prédio histórico passou por obras de restauração e requalificação. Crédito: Divulgação/Iphan.

Após passar por extensas obras de restauração e requalificação da edificação, o prédio conhecido como Casarão dos Orlandi, no Centro Histórico de Diamantina (MG), foi entregue à população na última sexta-feira (18.09). O local passa a ser sede da Escola de Música Maestro Francisco Nunes e da Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina. Foram investidos mais de R$ 3 milhões oriundos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.

Construído no fim do século XIX, o casarão está localizado na Praça Doutor Prado, um dos arruamentos mais antigos da cidade. Ele integra o conjunto arquitetônico e urbanístico de Diamantina, tombado pelo Iphan desde 1938, e faz parte do centro histórico reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em dezembro de 1999.

O imóvel, adquirido pela prefeitura municipal e consolidado estruturalmente pela equipe de obras do Iphan e da prefeitura, passou por uma completa restauração, preservando os principais aspectos arquitetônicos. Em seu interior foram construídas salas para ensaio de naipe – destinadas aos ensaios de grupos de instrumentos musicais ou vozes-, administração, banheiros e um grande salão com palco escalonado para ensaios da orquestra, além de um mezanino para melhor apreciação dos eventos.

Na parte posterior do casarão histórico, seu terreno foi convertido em arquibancadas e canteiros que permitirão à população assistir a concertos e a ensaios em uma concha acústica com a paisagem da Serra dos Cristais ao fundo, emoldurando a cidade. O prédio também foi completamente dotado de acessibilidade universal, contando com rampas, elevador, pisos tácteis e placas de sinalização em braile.

O nome da nova intuição é uma homenagem ao grande clarinetista e maestro mineiro de Diamantina, Francisco Nunes (1875-1934), que também foi fundador da Sociedade de Concertos Sinfônicos de BH e dirigiu o Conservatório Mineiro de Música.

Machado de Assis – o menino de rua que virou presidente da Academia

O menino pobre, que perambulava pelas ruas do Rio de Janeiro, tornou-se fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.

Machado de Assis talvez tenha sido o escritor brasileiro mais completo não só do ponto de vista literário e estilístico, mas também social – ele percorreu, ao longo da vida, todos os degraus da sociedade carioca, de baixo para cima.

Mulato, teve origem muito humilde. Nasceu no morro do Livramento, em 21 de junho de 1839, filho do pintor de paredes Francisco José de Assis cujos pais – portanto, avós do escritor – eram ex-escravos, alforriados, e da lavadeira portuguesa Maria Leopoldina da Câmara Machado. Ambos muito pobres, foram agregados de Maria José de Mendonça, viúva do senador Bento Barroso Pereira. A viúva permitiu que morassem em seu terreno. Mesmo humildes, tinham a vida organizada – eram casados legalmente e ambos alfabetizados, coisa rara entre o povo pobre na época. Além deles, as notícias sobre antepassados de Machado de Assis são escassas.

O menino Machado de Assis frequentou uma escola pública, mas não foi aluno aplicado. Serviu também como coroinha e ajudava nas missas ao Padre Silveira Sarmento, que lhe ensinou noções de latim e ficou seu amigo.

Machado de Assis tinha 10 anos de idade quando morreu sua mãe. Seu pai mudou-se então para São Cristóvão e se casou com a mulata Maria Inês da Silva, a mãe adotiva que cuidou do garoto depois da morte do pai, que aconteceu pouco depois.

“Maria Inês foi a primeira mestra de Machado de Assis”, diz a biógrafa Lucia Miguel Pereira; “ensinou-lhe o pouco que sabia, as letras, as primeiras operações”, antes de matricular o menino na escola pública.

Esta escola seria “a da rua do Costa, ou a da rua do Piolho? De ambas fala ele em seus livros. O mestre é que é mais ou menos o mesmo nas duas evocações” (Pereira: 1936).

Maria Inês se empregou como doceira numa escola no bairro, e cabia ao garoto a tarefa de, com um tabuleiro, vendê-los pelas ruas – atividade que o levou a perambular pelas ruas, gravando na memória situações, imagens e personagens que mais tarde povoariam seus escritos. Maria Inês foi mãe, amiga e leitora das primeiras publicações de Machado de Assis.

Consta que ele ficou amigo de um confeiteiro francês, empregado numa padaria do bairro que, à noite, ensinava ao menino o idioma de Pascal, Montesquieu, Balzac e outros autores que deixaram sua marca no escritor que surgia.


Ao que tudo indica, o rapaz tinha facilidade para aprender idiomas. Era ainda jovem quando foi iniciado no inglês, ensinado a ele pelo escritor José de Alencar. Começou também a estudar o grego, ensinado, de maneira igualmente informal, por outro amigo, em 1866, quando tinha quase 27 anos de idade.

Desde menino desenvolveu a voracidade pela leitura que o acompanhou pela vida afora. Sem dinheiro, muito jovem, tornou-se um frequentador assíduo do Gabinete Português de Leitura e, na barca que o levava até o Centro, ia calado, com a cara enfiada num livro.

Machado de Assis – que, na pia batismal, recebeu o nome de seus padrinhos -Joaquim e Maria – foi um menino pobre, magrinho, de pele escura e traços de negro, tímido, gago, que se achava feio e sofria de um mal terrível, a epilepsia que nunca chamou pelo nome mas designava as convulsões que sofria como “coisas esquisitas” (Pereira: 1936).

Esse brasileirinho que andava descalço pelas redondezas do morro do Livramento, veio a se tornar o grande escritor brasileiro, reconhecido em seu tempo – mesmo pela elite cujas mazelas ele desprezou e narrou de maneira implacável em sua literatura – e, em 1897, aos 58 anos de idade, esteve entre os fundadores da Academia Brasileira de Letras, sendo eleito seu primeiro presidente.

As “cenas da meninice nunca mais se apagaram da sua memória. A Saúde, a Gambôa, São Cristovão e os morros adjacentes vivem na sua obra” (Pereira: 1936).

Aquele menino tímido lutou para deixar a pobreza e subir na vida. Abriu seu caminho com trabalho, afinco e muito tato. Tinha 15 anos quando, em 1854, seu primeiro soneto foi publicado, dedicado à “Ilustríssima Senhora D.P.J.A”, e assinado como “J. M. M. Assis”, no “Periódico dos Pobres”.

Nessa época, passou a frequentar a livraria do jornalista e tipógrafo Francisco de Paula Brito, um humanista cujo estabelecimento era ponto de encontro da sua Sociedade Petalógica, que Machado – timidamente – frequentou, mais ouvindo do que falando.

Tinha 17 anos quando começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional. Logo, começou a colaborar na revista “A Marmota”. Foi o início de uma carreira que começou como poeta, depois jornalista e logo contista e romancista que ganhou renome. Chamou a atenção do diretor da Imprensa Nacional, o romancista Manoel Antonio de Almeida (autor de “Memórias de um Sargento de Milícias”), que o apoiou e incentivou.

Começou em uma ocupação operária – tipógrafo – e, em pouco tempo, foi promovido a revisor. Trabalhou na Imprensa Oficial de 1856 a 1858. Depois, convidado pelo poeta Francisco Otaviano, tornou-se colaborador do “Correio Mercantil”, importante jornal da época, onde escreveu crônicas e revisou textos.

Aos 21 anos de idade Machado de Assis era conhecido nas rodas intelectuais cariocas.

No final da década de 1860 conheceu Carolina Augusta Xavier de Novais, portuguesa, irmã de seu amigo Faustino Xavier de Novais. O casal apaixonou-se e, em 12 de novembro de 1869, se casaram, depois de enfrentar a oposição de outros dois irmãos de Carolina, que não o aceitavam por ser mulato – a cor de Machado foi, diz Lucia Miguel Pereira, a única objeção que fizeram contra ele.

Carolina, uma mulher muito culta, se tornou na grande parceira e colaboradora do escritor – foi sua primeira leitora, confidente e “crítica” assídua do que escrevia.

A imagem usada por Lucia Miguel Pereira é veemente – ele criou “uma armadura, uma casca de caramujo dentro da qual se pudesse abrigar”. Criou uma concha para si próprio, dentro da qual se escondia o tímido e reservado, que só se exprimia através da escrita. Evitava dar opiniões de viva voz, mas abria sua alma na escrita. Tornou-se, diz a biógrafa, um homem “tão recatado, tão cioso da sua intimidade, só teve um descuido, só deixou uma porta aberta: os seus livros. São eles que nos revelam o verdadeiro Machado.”  E pergunta: “Conservando, nas entrelinhas, a verdadeira figura do criador, não o reabilitarão os seus livros?” (Pereira:1936).

Machado de Assis foi um homem reservado, que procurava esconder sua origem humilde, anotou a biógrafa. Seu esforço foi impor-se aos brancos, aos bem nascidos. Num movimento instintivo de defesa, “tratou de se esconder dentro de um tipo, não era bem o seu, mas que representava o seu ideal: o do homem frio, indiferente, impassível. Meteu-se na pele dessa personagem, crendo sem dúvida que se elevava, na realidade amesquinhando-se, esquecido de que seus livros o traiam – ou o salvavam” (Pereira: 1936). Uma figura, aliás, adequada ao funcionário público do ministério da Agricultura, que foi.

Este esforço para ocultar a origem humilde ajuda a explicar algo que muitos consideram um desvio de caráter do escritor. Numa certa altura da vida, já reconhecido como jornalista e escritor, passou a evitar aquela que cuidou dele depois da morte do pai, a mulata Maria Inês, sua mãe substituta. Muitos, críticos severos, o acusam de ocultá-la para esconder seus antepassados negros. O mais provável é que Machado de Assis ocultava não suas origens africanas, mas seu passado humilde e pobre. Mesmo porque nunca escondeu os visíveis traços negros que aparentava. “Mulato, ele o era sem disfarce”, diz a biógrafa; “a raça gritando na vasta e rebelde cabeleira que lhe caía sobre as orelhas, nos lábios grossos encimados pelo bigode ralo e duro, nas narinas achatadas” (Pereira: 1936).

Machado de Assis foi autor de dez romances, 216 contos e mais de seiscentas crônicas, além de poesias e peças de teatro – obra que o coloca ao lado de gigantes como Dante, Shakespeare, Camões, Goethe, Melville – autores que, como ele, estão entre os fundadores de suas literaturas nacionais. Tinha  69 anos de idade quando, em 29 de setembro de 1908, despediu-se da vida, na casa de Cosme Velho (Rio de Janeiro), assistido pelos amigos, entre eles grandes escritores como José Veríssimo e Euclides da Cunha.


Na noite anterior, foi visitado por um rapaz de 17 anos, que lhe rendeu a última homenagem – era Astrojildo Pereira que, poucos anos depois se tornaria importante líder operário e fundador do Partido Comunista do Brasil.

Machado de Assis foi, em seus escritos, um crítico severo da sociedade brasileira, da elite cujos costumes descreveu com palavras muitas vezes duras e implacáveis.

Nunca aceitou a escravidão, e em seus escritos há várias passagens onde condena com veemência esse sistema iníquo. Como pensador e escritor, acreditou na igualdade de todos os homens, e deixou vários registros dessa crença – opinião que inclusive o levou a uma rara manifestação pública, ele, normalmente tão reservado e que só dava opiniões em seus escritos.

A comemoração da Abolição da Escravatura mereceu dele aquela efusão pública, além do registro escrito de seu contentamento.

Na crônica que publicou em “A Semana”, na “Gazeta de Notícias”, em 14 de maio de 1893 – cinco anos depois da abolição – ele descreveu aquele dia de festa e sua participação nele. “Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente [Princesa Isabel] sancionou, e todos saímos à rua. Sim, também eu saí à rua, eu o mais encolhido dos caramujos, também eu entrei no préstito, em carruagem aberta. (…)Verdadeiramente, foi o único dia de delírio que me lembra ter visto.” Reproduziu estas palavras,             quase literalmente, ao descrever o dia 13 de Maio de 1888 no romance “Memorial de Aires”.

O tímido e reservado Machado de Assis não foi um revolucionário, do ponto de vista político e social – mas tinha ideias que destoavam das dominantes em seu tempo.

Foi radical – democraticamente radical -, mas sempre por escrito. Como na crônica “Canção de Piratas”, de 22 de julho de 1894, publicada na “Gazeta de Notícias”, na qual se referiu de maneira elogiosa e poética e ao arraial de Canudos e a Antonio Conselheiro: “Telegrama da Bahia refere que o Conselheiro está em Canudos com 2.000 homens perfeitamente armados.” (…) “Crede-me, esse Conselheiro que está em Canudos com os seus dois mil homens, não é o que dizem telegramas e papéis públicos. […] São homens fartos desta vida social e pacata, os mesmos dias, as mesmas caras, os mesmos acontecimentos, os mesmos delitos, as mesmas virtudes. Não podem crer que o mundo seja uma secretaria de Estado, com o seu livro do ponto, hora de entrada e de saída, e desconto por faltas. (…) Não, por Satanás! Os partidários do Conselheiro lembraram-se dos piratas românticos, sacudiram as sandálias à porta da civilização e saíram à vida livre”.


Machado de Assis – Charge: Cãibra

É um registro, sem dúvida romantizado, dos acontecimentos no sertão da Bahia – mas inspirado por uma simpatia que não foi comum naqueles anos em que Conselheiro e os lutadores que liderava eram sumariamente classificados como bandidos ferozes pela imprensa dominante no final do século 19.

Pela letra de Machado de Assis manifestava-se não apenas o escritor famoso, o presidente da Academia Brasileira de Letras. Naquele texto, marcado pela empatia aos combatentes de Canudos, podia-se ouvir a voz, longínqua, do menino pobre que andava descalço pelas ruas do Rio de Janeiro. E se tornou o maior escritor brasileiro.

Referências

Assis, Machado de. “Obra Completa”, 3 vol. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1994.

Cunha, Euclides. “A última visita”, 30/09/1908, in “Jornal do Commercio”. Publicado na antologia Canudos e Outros Temas, Brasília, Centro Gráfico do Senado Federal, 1993.

Pereira, Lúcia Miguel. “Machado de Assis (Estudo Critico e Biográfico)”, Cia Editora Nacional, São Paulo, 1936

Silva, Simone da Conceição. “O preto-e-branco do escritor brasileiro. Machado de Assis, no plural ou no singular?”, monografia final de curso apresentada ao Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense (UFF), 2001.

Fonte: Portal BRASIL CULTURA