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sexta-feira, 12 de julho de 2019

10 importantes pintores Potiguares que você precisa conhecer [com bônus] - Por HENRIQUE ARAÚJO

Vamos falar de arte? Conheça as obras destes talentosos artistas potiguares e desbloqueie um novo nível de cultura na sua vida

1º Thomé Filgueira

Thomé é um dos artistas plásticos mais relevantes do Rio Grande do Norte. Ele nasceu em Natal e fez várias exposições nos Estados Unidos na década de 1960.
Integrante da segunda geração de modernistas no estado, ao lado de figuras como Newton Navarro e Dorian Gray, ele criou uma linguagem própria dentro das artes visuais do Rio Grande do Norte.
Sua maior referência artística foi o impressionismo francês, que dividiu espaço com o realismo e o expressionismo abstrato que ele trouxe na bagagem após morar uma temporada nos EUA, no final dos anos 1950.

2º Assis Marinho

Obra de Assis Marinho retratando a atividade pesqueira
Assis nasceu na Paraíba, mas veio ainda criança para o Rio Grande do Norte com a família, para fugir das mazelas provocadas pela seca. Não frequentou escola de pintura, mas a arte estava em sua veia. Seu pai, Walfredo Marinho, fazia santos de madeira e barro (santeiro profissional) e tocava sanfona.
Seus quadros são em giz de cera, aquarela ou óleo, reproduzindo imagens barrocas, lembranças dos anos vivenciando as secas pelo sertão do Seridó. Nas pinturas, agricultores são retratados em momentos de trabalho e religiosidade.
Marinho ganhou alguns prêmios em sua carreira, realizou várias exposições, individuais e coletivas, mas prefere vender seus quadros pessoalmente.

3º Vatenor de Oliveira

Obra integrante da “Caju para todo lado” de Vatenor Oliveira
Vatenor nasceu em Natal em 1953. Sua obra é caracterizada pela pintura de cajus e cajueiros típicos da vegetação nativa potiguar, sendo frequentemente citado como “o pintor dos cajus”.
Ele se descobriu artisticamente em 1974, no Rio de Janeiro, onde morou por 26 anos e pôde conviver com a grande efervescência artística manifestada nas décadas de 70 e 80. Entre os anos de 1986 a 1988 ele morou em Nova York, participando de exposições coletivas e individuais. Participou de 35 exposições individuais no Brasil e no exterior.
No final dos anos 80, viajou a Paris para realizar uma exposição na Galeria Debret, depois voltou a Natal acreditando que aqui poderia contribuir para o universo das artes plásticas.
Se você não entende porque ele repete tanto o tema “caju”, o jornalista Nelson Patriota fez referência, em 1996, ao trabalho do potiguar criado às margens do rio Potengi com uma declaração de amor à natureza e um pedido de socorro. “A luta pelo verde pressupõe o direito de apreciar o ambiente a ele indispensável. A pintura de Vatenor tem, assim, teor de um vaticínio severo: se negligenciarmos com o verde (vale dizer, com as dunas, os mares, as florestas, fauna e flora juntas), legaremos às gerações futuras uma paisagem mais próxima do mundo empoeirado e sufocante de ‘Blade Runner’ do que dos cajueiros e de sua brisa suave que sopra das telas de Vatenor”.

4º Novenil Barros

Obra: “A Árvore” (Novenil Barros)
Novenil Barros começou a experimentar as artes plásticas aos 13, 14 anos, e não parou mais. Natural de Ceará Mirim, começou a expor em Natal no fim da década de 1970. “Em 1978 fiz minha primeira exposição individual na Livraria Encontro, na avenida Rio Branco. Na época, era a única livraria da cidade que abrigava uma galeria de arte”, lembra o pintor em entrevista à Tribuna do Norte.
Na segunda metade da década de 1980, Novenil embarca para o Rio de Janeiro, onde começou a se envolver com o movimento ambiental durante a Eco-92, e a convite do artista plástico Bené Fonteles participou do movimento de artistas pela natureza. Essa veia ambiental veio à tona anos antes, em 1984, quando montou a exposição “Eco-Prismático”: “Sobre essa exposição, recordo de uma matéria de Marize Castro registrando o acontecimento. Disse que era a primeira vez que alguém unia arte e meio ambiente em Natal.”disse o artista a TN.

5º Flávio Freitas

Obra de Flávio Freitas retratando o fundo do mar na praia de Ponta Negra
Flávio Freitas é um artista brasileiro, potiguar, com formação em arquitetura e música. Ele figura entre os mais premiados do Rio Grande do Norte. Nascido em 1961, ativo como artista a partir 1982 atua profissionalmente desde 1998 com ateliê instalado no bairro histórico da Ribeira em Natal.
O Ateliê Flávio Freitas está instalado na Avenida Duque de Caxias, número 182, esquina com a travessa José Alexandre Garcia, bairro inserido na área de patrimônio histórico nacional.
Inaugurado no ano de 2005 em prédio de dois andares, exemplar típico da arquitetura art-decó no Rio Grande do Norte de construção estimada no ano de 1939. O prédio encontra-se cuidadosamente preservado pelo artista.

6º Francisco Iran

Obra de Francisco Iran possivelmente retratando a festa de Nossa Senhora da Apresentação em Natal
Francisco Iran é um artista autodidata natural de Currais Novos. Fiel ao estilo figurativo, Iran Dantas expõe seus trabalhos em Natal desde a década de 1980 e só em novembro de 2009 ultrapassou a fronteira do Rio Grande do Norte com seus trabalhos. Sua arte ingênua, o quadro estilo “Naïf” chamado “Escola Estadual Djalma Maranhão”, foi escolhida pelo senador Garibaldi Alves Filho para representar o Estado durante a quinta edição da expo “Artistas Brasileiros (Novos Talentos – Pinturas)”. Realizada anualmente em Brasília, pelo Programa Senado Cultural, a mostra reúne artistas novatos de todo o país, indicados por cada senador(a).
Foi onde conheceu Diva Pavesí, uma brasileira radicada na França, atual embaixadora da Paz Universal e curadora do museu do Louvre, em Paris. Diva ficou encantada com a obra do artista. A convite da curadora, que viaja o mundo caçando talentos, Francisco embarcou para a França, em maio de 2011. Lá, ele seria condecorado em uma exposição de arte brasileira, chamada Universo do Rio Grande do Norte.
A principal característica da arte Naïf de Iran é a espontaneidade. Também conhecida como arte ingênua ou primitiva, artistas deste estilo produzem suas obras sem orientação acadêmica ou influências de outros estilos, como o modernismo e arte popular. Esse isolamento situa o Naïf numa faixa próxima à da arte infantil, sem que, no entanto, se confunda com ela.

7º Abraham Palatnik

Objeto Cinetico 2006-2018 feito em madeira, formica, metal, acrilico, imãs e motor. Foto: Pat Kilgore / Divulgação/Pat Kilgore. Via: O Globo
Abraham Palatnik é um artista plástico natalense, pioneiro em arte cinética no Brasil, com obras expostas em várias partes do mundo. Isso porque suas obras contêm instalações elétricas que criam movimentos e jogos de luzes.
De família judia de origem russa, estudou pintura, desenho, história e filosofia da arte na mesma época em que fazia um curso de motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel.
De volta ao Brasil, em 1948, integrou o primeiro núcleo de artistas abstratos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou suas pesquisas no campo da luz e do movimento, responsáveis por seu reconhecimento como um dos pioneiros da Arte cinética, após a menção especial do júri internacional, na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951.
Integrou o Grupo Frente, aproximando-se da poética visual dos concretos e neoconcretos. Desde então, vem desenvolvendo um trabalho que une pesquisa visual e rigor matemático. Suas obras integram coleções particulares em importantes museus europeus e norte-americanos.
Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.

8º Leopoldo Nelson

Tela do pintor potiguar Leopoldo Nelson
Pintor, desenhista, poeta, médico, pesquisador, professor da UFRN. Fez mestrado em Fisiologia em Curitiba e defendeu Doutorado em Neurologia no Hospital de La Santa Cruz y San Pablo, na Universidade Autônoma de Barcelona- Espanha.
Nasceu em 25 de outubro de 1940 em Natal.
Leopoldo começou a pintar em 1961, teve várias fases e sofreu a influência direta da pintura de Rembrant, Zurbaram, El Grego, Goya, Bosch, Brueghel, Van Gogh e Modigliani. E também de James Ensor.
Ele pintou 15 telas que compõem a “Via Sacra”, inspiradas no Evangelho de São Mateus, que foi comprada pelo Governo do Estado na década de 70, no governo de Cortez Pereira. Depois as obras foram doadas à Arquidiocese de Natal e cerca de mais de cinco anos foi requisitada pela FJA para que fosse restaurada.

9º Iaponí Araújo

Quadro “A Paquera” do pintor potiguar Iaponí Araújo
Iaponí é um nome conhecido na arte potiguar. Ele nasceu em São Vicente (RN) em 1942. Autodidata, integrou o elenco de pintores potiguares nas mostras “Civilização do Nordeste”, apresentada no Museu de Arte Popular da Bahia em 1963, “Arte Popular do Rio Grande do Norte” e “Pintores do Nordeste”, em Natal, 1965.
Sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro foi na Galeria Vila Rica, em 1963. Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1967, depois, em 1971, viajou para a Europa, onde permaneceria por dois anos em Londres, onde expôs em Paris e em Munique. Sua pintura documentando a literatura oral nordestina, conservando os mesmos títulos dos livrinhos de cordel, figura nas obras Aspectos da Pintura Primitiva Brasileira e as Festas Brasileiras pelos Pintores Populares. Faleceu no Rio de Janeiro em 1996.

10º Jayr Peny

Obra de Jayr Peny
O natalense Jayr Peny se descobriu nas artes no início dos anos 1980, quando entrou na Escola de Artes Atelier Central da UFRN e realizou sua primeira exposição individual. No início ele era um “daliniano maníaco”, com muita influência do surrealismo. Ainda é possível observar referências surrealistas em obras de atmosfera onírica. Mas o estilo do potiguar está mais particular e universal, tendo sido chamado de “geometrismo figurativista”. “Costumo brincar com ângulos, trabalhando figuras humanas, misturadas com traços geométricos inspirados no cubismo”, disse o pintor ao jornal Tribuna do Norte.
Peny foi parar em Portugal em meados dos anos 1990, à convite de um galerista português, que o representaria no país lusitano. A princípio sua estadia seria de apenas três meses. Mas depois da repercussão das primeiras exposições foi ficando. “Fui muito bem aceito. Comecei a ter mercado lá. E também me casei com uma portuguesa. Não valia a pena voltar para Natal”, diz o potiguar. “A vivência na Europa, o contato com outros artistas, com um público fora do Brasil, serviu para reforçar que eu deveria insistir na arte, apostar no meu trabalho. E é o que tenho feito desde então”, afirma.
Em 35 anos de carreira profissional, Jayr Peny soma 50 exposições pelo Brasil, Portugal, França e Estados Unidos. Também coleciona prêmios e títulos, dentre os mais importantes estão a Medalha de Ouro e o prêmio de Melhor Artista no Salon Le Meilleur, em 1999, na cidade de Paris; as Medalhas de Ouro no Salon D’Honneur e no Salon des Baronnies, ambos na França; o Prêmio de Carreira concedido pela Casa Edetriesse Alba, em 2001, em Ferrara, na Itália; o “Venezia Serenissima” de 2003 da “Associazione Galeria Centro Storico“ de Florença; além das medalhas e homenagens da Sociedade Brasileira de Belas Artes.

Bônus 1: Newton Navarro

Tela do pintor potiguar Newton Navarro retratando a atividade salineira do estado
Newton Navarro Bilro foi um dramaturgo, poeta, desenhista e pintor brasileiro que deu nome a maior e mais alta ponte estaiada do Nordeste. Ele nasceu na casa de sua avó, na Av. Rio Branco, em Natal, em 8 de outubro de 1928, filho de Elpídio Soares Bilro e Celina Navarro Bilro.
Newton foi aluno dos Colégios Santo Antônio e Atheneu Norte-rio-grandense, posteriormente da Faculdade de Direito do Recife, mas não concluiu o curso. Freqüentou curso livre de pintura em Natal, onde conviveu com artistas como Lula Cardoso Ayres, Hélio Feijó e Reinaldo Fonseca. Participou do I Salão de Arte Moderna do Recife, em 1948, no mesmo ano realizando sua primeira mostra na capital potiguar. Em 1951 foi a Buenos Aires e em 1964, a Paris.
Em suas pinturas e obras retratava sobretudo os bairros Redinha, Ribeira e Santos Reis, além do rio Potengi e os pescadores, e não por acaso, a ponte que leva seu nome liga justamente o bairro da Redinha ao bairro da Ribeira/Santos Reis. Suas obras usavam técnicas como aquarela, óleo, nanquim aguada, guache, bico de pena e outros materiais como borra de café e chá. Também utilizava o grafismo e o abstrato.
“Eu não acho cidade mais bonita que Natal, nem rio mais bonito que o meu rio. Eu vi uma vez o Sena. Achei uma porcaria. Vi também o Tejo e achei também uma porcaria. Mas o Potengi não. Que azul! E os morros que protegem a cidade?E as madrugadas? E as estrelas da manhã? Só em Natal tem essas coisas. A estrela repetida no forte da pedra…Uma cidade coberta de elísios, embalada pela canção dos pescadores, enfeitada de um lado e de outro, rio e mar, pelos azuis e verdes e pelas jangadas. Que cidade maior e melhor? Não existe. Nenhuma. “(Navarro, 1974).

Bônus 2: Dorian Gray Caldas

Tela de Dorian Gray
Este é talvez o nome mais popular de todos quando se fala em artistas plásticos potiguares. Dorian Gray nasceu em Natal 16 de Fevereiro de 1930, e foi desenhista, escultor, ceramista, tapeceiro, poeta e ensaísta. Ao lado de Newton Navarro, que falamos acima, é um dos artistas que mais contribuíram para a modernização das artes plásticas do Rio Grande do Norte, tendo vivido intensamente para ela.
Entre 1967 e 1974, foi assessor da Secretária de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte, também foi conselheiro da Fundação José Augusto e diretor do Teatro Alberto Maranhão e da Escolinha de Arte Cândido Portinari. Em 1983, lançou o livro Feiras e Feirantes e, em 1989, Artes Plásticas do Rio Grande do Norte – 1920/1989.
Dorian registrava em suas telas o cotidiano da cidade de Natal mas com foco na história. Casarões antigos, engenhos de açúcar, camponeses e vilas populares foram imortalizados na arte dele. São famosas suas marinas e telas com temas populares espalhadas por todo o Brasil.
Dorian foi um artista completo e incansável. Escreveu mais de 10 livros sobre artes plásticas e literatura.
Ele morreu em 23 de Janeiro de 2017, vítima de infarto fulminante, depois de passar 12 dias internado com pneumonia e problemas renais em Natal.
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Fonte: CURIOZZZO

EM LUTA - Indígenas já articulam mobilização caso delegado da PF seja nomeado presidente da Funai

Nomeação de Marcelo Augusto Xavier da Silva para Funai não está confirmada, mas escolha por delegado pode aumentar criminalização contra povos indígenas.

MARCELO CAMARGO/EBC

Movimentos falam em acionar entidades internacionais e o STF, além de criar uma rede contra a indicação de aliado dos ruralistas.

Publicado por Redação RBA 

São Paulo – Um delegado da Polícia Federal, aliado dos ruralistas, pode vir a ser o novo chefe da Fundação Nacional do Índio (Funai) . Marcelo Augusto Xavier da Silva é o principal nome citado por diversos veículos de comunicação como a escolha do presidente Jair Bolsonaro para ocupar a presidência da instituição, vaga desde a demissão do general da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas, no mês passado, por pressão do agronegócio.

De acordo com o jornal  jornal O Globo , a nomeação ainda não está confirmada e haveria ainda na disputa um outro delegado da PF e um assessor do secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Nabhan Garcia, também presidente licenciado da União Democrática Ruralista (UDR). Ainda assim, é o nome de Xavier o mais cotado. Tendo atuado na Comissão Parlamentar de Inquérito da Funai em 2016, apoiando ainda os parlamentares que apuravam supostas irregularidades do órgão, Xavier é também conhecido por ser a favor da exploração de mineração em terras indígenas , além de já ter atuado contra um grupo de índios, em que se chegou a ter sua conduta como delegado investigada por extrapolar as competências do cargo e pelo descumprimento da finalidade da Funai.

Na prática, se oficializada a indicação, o presidente Bolsonaro estará mais uma vez reforçando o desmonte da Funai e o intuito em criminalizar os povos originários  ao colocar a questão sobre um delegado, como avalia o coordenador da Articulação Nacional dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamã Tuxá, à repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual. De acordo com Tuxá, os movimentos pretendem acionar entidades internacionais e chamar atenção da Suprema Corte quanto ao que consideram como “mais um ataque aos direitos dos povos indígenas”.

“As instâncias internacionais que veem monitorando a política indigenista brasileira têm muitas críticas à política implantada no Brasil, não só a indigenista, mas principalmente na política ambiental (…) vamos ainda montar uma rede de mobilização nos próximos dias”, destaca o coordenador. Caso o presidente Bolsonaro confirme Xavier no cargo, a nomeação deve sair nos próximos dias no Diário Oficial da União.

Fonte: Rede Brasil Atual

LITERATURA E REALIDADE Pilar del Río sugere lucidez e consciência contra a ‘cegueira’ humana

A "cegueira" política é tema de um dos livros mais conhecidos de Saramago. Como antídoto, Pilar sugere "Ensaio sobre a Lucidez", também de Saramago

Escritora espanhola, viúva de José Saramago, participa de eventos no Brasil e visitará Lula nesta quinta-feira, ao lado de Dilma Rousseff.

São Paulo – Em palestras e entrevistas, José Saramago insistiu, variando as palavras, que a literatura não muda o mundo, embora a leitura de um livro possa influenciar uma pessoa. A escritora espanhola José Saramago, companheira de Saramago por mais de duas décadas,  morte do autor português , em 2010, lembrou desse ponto durante debate realizado ontem (11) à noite na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, no centro de São Paulo. Pilar falou também de democracia, direitos humanos e da visita que fará na tarde desta quinta-feira (12) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba. A ex-presidenta Dilma Rousseff estará com ela.

Pilar está desde a semana passada no Brasil, participando de uma série de eventos literários e falando do livro Último caderno de Lanzarote – O Diário do ano do Nobel (Companhia das Letras), lançado em 2018, depois de 20 anos “esquecido” em um computador. Foi um “desaparecimento entre as urgências” do escritor, explicou a presidenta da Fundação José Saramago. Lanzarote, na Espanha, é a ilha que o casal escolheu para morar, no início dos anos 1990. E o livro traz os registros cotidianos do autor no ano em que ele se tornou o primeiro escritor de língua portuguesa a receber o prêmio da Academia.

Foi em 8 de outubro de 1998. O registro de Saramago, em seu diário, é singelo. Ele encontrava-se em Frankfurt, depois de participar da Feira do Livro, já prestes a embarcar para Madri, quando recebeu um telefonema avisando que ele deveria permanecer. “Aeroporto de Frankfurt. Prêmio Nobel. A hospedeira. Teresa Cruz. Entrevistas” – esta foi sua anotação para um dia especial.

Uma jornalista arguta, Dolors Massot, do diário espanhol ABC, conseguiu ir com o editor de Saramago, Zeferino Coelho, até o aeroporto, e assim realizou a primeira entrevista de Saramago já como Nobel. Vinte anos depois, diria: “Tenho noção de que fiz uma muito boa má entrevista. Não tive tempo de me preparar, havia muita confusão, fomos conversando no carro, éramos interrompidos o tempo todo. Senti-me quase uma correspondente de guerra”.

Levantado em alegria
O relato de Dolors está em outro livro debatido ontem, Um país levantado em alegria, sobre os 20 anos do Nobel concedido a Saramago. O autor é o jornalista brasileiro Ricardo Viel, um apaixonado pela obra do escritor e que agora é justamente diretor da Fundação Saramago, em Lisboa. É um registro da “história” do prêmio de 1998, com depoimentos, bastidores e histórias como a da jornalista. Intercalando às falas de Pilar e Viel, na Biblioteca Municipal, o ator Gustavo Machado leu trechos da obra do escritor português.

Pilar, que estava em Lanzarote, soube na véspera da premiação. Mas não pôde contar a Saramago. “Tinha a notícia mais importante nas mãos e não podia contar a ninguém”, relatou a Viel. Em telefonema ao marido, inventou uma história para tentar convencê-lo a ficar mais um dia em Frankfurt, sem sucesso. No aeroporto, Saramago ouviu seu nome sendo chamado pelo sistema de som. Uma funcionária da companhia Iberia, enfim, o avisa: “Há uma pessoa que quer falar com você por telefone, é que o senhor ganhou o prêmio Nobel”. Quem ligava era a Teresa Cruz citada no diário, jornalista que trabalhava na Feira de Frankfurt para um órgão de promoção do turismo de Portugal.

Uma pessoa do público quer saber de Pilar o que Saramago diria do momento atual e o que ela dirá a Lula. Ela lembrou que muitas vezes Lula e Saramago se encontraram. Diz que pretende “ouvir” e manifesta preocupação com a situação dos direitos humanos em todo o mundo, demonstrando contrariedade com a prisão do ex-presidente.

Contra a “cegueira” política, tema de um dos livros mais conhecidos do escritor português, sugere a leitura de Ensaio sobre a Lucidez, romance publicado em 2004 em que todos os eleitores de um país decidem votar em branco, alarmando as autoridades. Uma metáfora, observa Pilar, para pedir “consciência” e lembrar que a democracia é também responsabilidade das pessoas, não apenas dos governos.

Poder econômico
Em conferência dada em 13 de março de 1998, no México, reproduzida no livro de Viel, Saramago fala justamente de democracia, sobre um Estado que deve garantir liberdade e igualdade entre pobres e ricos. Mas observa que a constatação “estilhaça-se contra a dura muralha dos factos: os ricos foram sempre aqueles que governaram o mundo ou que sempre tiveram quem por eles governasse”. Cita o chamado “Mercado”, com maiúsculo, no sentido do poder financeiro, “o poder económico e financeiro transnacional e pluricontinental, esse que não é democrático porque não o elegeu o povo, que não é democrático porque não é regido pelo povo, que finalmente não é democrático porque não visa a felicidade do povo”. E acrescenta que é preciso sempre discutir a democracia, para reinventá-la.

Em Estocolmo, no banquete do Nobel, em 10 de dezembro de 1998, Saramago abriu seu discurso falando dos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E afirmou que, nesse período, “não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que, moralmente, quando não por força da lei, estavam obrigados”, com aumento das injustiças e das desigualdades. “Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, seja porque não sabem, seja porque não podem, seja porque não querem (…). Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos”.

Pilar segue Saramago na defesa de uma “Carta dos Deveres Humanos”. De uma humanidade que se preocupe com as questões climáticas, de gênero, com o planeta, os animais. Um “código ético-moral para que nenhum cidadão sinta que é prescindível”.

E quem mora fora pode opinar sobre as questões de um país?, pergunta Viel, que já sofreu esse questionamento. A resposta de Pilar é sintética: “Não sou de Marte.

Fonte: Rede Brasil Atual - RBA

Etimologia – Origem das Palavras

Saber a origem das palavras é saber a sua essência. A etimologia é uma ótima maneira de entender os significados das palavras.
Origem da expressão “ovelha negra”
Usada para designar alguém que se diferencia de um grupo, da mesma forma que uma ovelha de de cor preta se destoa das demais brancas, a expressão “ovelha negra” se originou na Antiguidade e não é restrita à língua portuguesa. Naquela época, animais pretos eram sacrificados em oferendas aos deuses ou para acertar acordos, pois eram considerados animais maléficos. Foi daí que surgiu o hábito de chamar aqueles que se diferenciam por chocar ou desagradar os demais de “ovelha negra”.
Origem da expressão “Lua de mel”
Usada para representar o primeiro mês de casais recém-casados, a expressão “lua de mel” é oriunda da língua inglesa. Na Idade Média, na Irlanda, era costuma dar uma bebida fermentada aos jovens recém-casados, chamada de “mead”, composta por levedo, malte, mel, água e outros ingredientes. O mel era tido como um alimento afrodisíaco, considerado uma fonte da vida. Então, tal bebida era dada aos novos casais durante um mês, ou uma lua, como costumavam chamar. Foi por essa razão que esse período recebeu o nome de lua de mel.
Origem da expressão “comprar gato por lebre”
Usada para caracterizar uma situação em que se é enganado, a expressão “comprar gato por lebre” surgiu em tempos de carestia e de guerra. Nesta época, era comum comerciantes venderem carne de gato no lugar de lebre como alimento, devido à semelhança entre os dois animais após lhes retirarem a pele. Para disfarçar o cheiro, a carne do gato era deixada marinando na água temperada. Assim, eles conseguiam vender a carne do gato como se fosse carne de lebre tranquilamente.
Origem da expressão “lavar as mãos”
Usada quando se que isentar-se de uma responsabilidade, a expressão “lavar as mãos” tem sua origem nas histórias bíblicas. Era tradição um preso ser libertado durante a Páscoa Judaica. A decisão de soltar Jesus ou o assassino Barrabás foi passada para a multidão que acompanhava o julgamento por Pôncio Pilatos. E como se é conhecido, Jesus acabou sendo crucificado. Ao passar a decisão para o público, Pôncio se isentou dessa responsabilidade, representadas pelo ato de lavar as mãos enquanto dizia a seguinte frase: “Estou inocente deste sangue. Lavo as minhas mãos”.
Origem da expressão “botar a mão no fogo”
Usada para representar que se confia muito em algo ou alguém, a expressão “botar a mão no fogo” surgiu na Idade Média. Quando a inocência de um acusado precisava ser posta em prova, um método bastante utilizado naquela época era fazê-lo segurar uma barra de ferro em brasa ou algo semelhante. Se nada acontecesse, o acusando seria tido como inocente e liberado. Assim, o termo ganhou popularidade e evoluiu com o tempo para o que conhecemos hoje.
Origem da expressão “ao deus dará”
Usada para representar alguém que está entregue à própria sorte, a expressão “ao deus dará” tem sua origem por volta do século XVII. Nessa época, o abastecimento de soldados em Recife recebia grande ajuda do comerciante Manuel Álvares. Mas sempre que os recursos ficavam escassos, ele dizia “deus dará”. Depois disso a expressão foi se popularizando, passando a ser usada por pessoas ao serem abordadas por mendigos e chegando no significado que possui hoje.
Origem da expressão “batismo de fogo”
Usada para caracterizar o momento de enfrentar uma situação muito difícil, a expressão “batismo de fogo” surgiu no tempos da Inquisição. Para os fanáticos, aqueles que não eram batizados de da forma tradicional, deveriam ser condenados à fogueira, pois só assim seus pecados seriam redimidos. Alguns séculos depois, o sobrinho de Napoleão Bonaparte, Napoleão III, não entendeu direito o sentido da expressão e passou a usá-la com os soldados novatos que iam para a guerra.
Origem da expressão “para inglês ver”
Usada para fingir que algo foi feito ou para representar algo mal feito, a expressão “para inglês ver” surgiu no século XIX. A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a tentar abolir a escravidão, por interesses econômicos, na primeira metade desse século. O Brasil era um dos países na lista da potência britânica, porém, a base da nossa economia na época eram os escravos. Portanto, os navios eram colocados no litoralcom a suposta missão de ir atrás de naus negreiras, com a intenção de enganar a coroa inglesa. Mas nada era feito de fato. Tudo era uma encenação para “inglês ver”
Origem da expressão “marmelada”
Usada para designar uma ação desonesta ou algo ilegítimo, a expressão “marmelada” surgiu de uma prática não muito apreciada de fazer com que o doce de marmelo rendesse mais. Um dos métodos existentes bastante usados era misturar o insípido chuchu no doce. Dessa forma, a ilusão de que tinha uma grande quantidade de doce era criada, sem que ninguém percebesse o gosto do vegetal. Como essa era uma das formas de enganar os clientes, então a o termo “marmelada” virou sinônimo de trapaça.
Origem da expressão “vá plantar batatas!”
Usada para demonstrar desprezo por alguém, a expressão “vá plantar batatas!” surgiu com a Revolução Industrial. Lá pela segunda metade do século XIX, os portugueses que trabalhavam em fábricas eram muito mais prestigiados. Já quem trabalhava com atividades rurais era tido como gente desqualificada. Portanto, mandar alguém plantar batatas era uma forma de ofender.