Desigualdade
social vergonhosa é denunciada em novo documento divulgado pela Oxfam.
16 de
Janeiro de 2024
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“Desde 2020, os cinco homens
mais ricos do mundo duplicaram suas fortunas. No mesmo período, quase cinco
bilhões de pessoas ficaram mais pobres”. É com essa informação alarmante que
começa o relatório sobre desigualdades da Oxfam.
O documento apresentado no domingo (15), um dia antes da abertura do
Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, escancara a face mais cruel do
capitalismo: para que exista apenas um super-rico, populações inteiras são
obrigadas a viverem na miséria.
Acentuada com a crise provocada pela pandemia do Coronavírus, a
desigualdade social produz números absurdos e que nos ajudam a evidenciar o
fato de que o atual sistema econômico não serve para a espécie humana.
Exemplo: caso os cinco homens mais ricos do mundo combinassem suas
fortunas, eles poderiam gastar um milhão de dólares por dia, durante 450 anos,
e o dinheiro não teria acabado.
Em contrapartida, uma trabalhadora do setor de Saúde levaria 1.200 anos
para ganhar o que um CEO de uma das 100 maiores empresas da lista da Fortune –
revista de negócios com sede nos EUA - ganha em média por ano.
Neste cenário, o Brasil segue sendo um dos países mais desiguais em todo
mundo. Quatro dos cinco brasileiros mais ricos aumentaram suas fortunas em mais
de 50%, desde 2020. Enquanto isso, mais da metade da população (129 milhões)
ficaram mais pobres.
63% da riqueza produzida no Brasil por sua classe trabalhadora fica
apenas com 1% da população do país. Na outra ponta, 50% dos brasileiros mais
pobres retém apenas 2% de toda riqueza nacional.
Quais
os motivos?
Em seu relatório, a Oxfam (organização que monitora as desigualdades
econômicas no mundo) aponta as principais causas que geraram este cenário tão
desigual. Todos elas são inerentes ao sistema capitalista.
A concentração de riqueza está diretamente ligada a desvalorização dos
salários e a premiação abusiva dos diretores das empresas. A OIT (Organização
Internacional do Trabalho) alertou em 2022 que o declínio histórico nos
salários aumentaria a desigualdade.
Além disso, os milionários alimentam a desigualdade através do não
pagamento de impostos. O uso de paraísos fiscais e os incentivos fiscais dados
pelos governos às empresas também fazem parte desta conta.
A privatização dos serviços públicos essenciais como Saúde, Educação,
Transporte, Água, etc agravam a desigualdade uma vez que são de consumo
obrigatório. Geram milhões todos os anos aos empresários e custam cada vez mais
no orçamento das famílias.
O colapso climático agravado pelas grandes empresas reforçam o abismo
entre ricos e pobres. Aqueles são donos das empresas que aceleram o aquecimento
global, enquanto estes são os que mais sofrem com o clima extremo gerado pelo
efeito estufa.
Questão
de gênero e raça
Segundo o documento da Oxfam, as desigualdades também têm sido sentidas
de forma diferente por homens e mulheres e brancos e negros. A média de
rendimento das pessoas brancas no Brasil, por exemplo, é 70% superior aos
ganhos médios das pessoas negras.
E no Mundo, os homens possuem 105 trilhões de dólares em patrimônio a
mais do que as mulheres. Tal diferença é equivalente a mais de quatro vezes a
economia dos Estados Unidos.
Derrubar
o sistema
Os números são claros e sustentam a informação de que o Capitalismo e
sua inerente concentração de riqueza precisa ser derrubado o quanto antes. Além
de levar o planeta à total destruição, este sistema econômico é o principal
responsável pela miséria mundial.
A CSP-Conlutas acredita que o esforço coletivo pela construção de uma
sociedade socialista, sem bilionários, e atendendo aos interesses de toda
classe trabalhadora, é a única garantia de futuro para a nossa espécie. Por
isso, vamos à luta!
Fonte: CSP-CONLUTAS