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segunda-feira, 20 de abril de 2020

AS DESASSISTÊNCIAS DE SAÚDE INDÍGENA E O AVANÇO DO COVID-19

Por Rayhatã Pataxó
Em tempos de crise no mundo vemos o quanto precisamos cuidar dos nossos familiares, amigos e pessoas que amamos. Os indígenas sempre sofreram grandes ameaças, começando com os portugueses, continuando com os grandes fazendeiros, além de diversas doenças que atacam e nos matam diariamente. Sofremos também com a falta de política de saúde e essa é uma das questões mais delicadas e problemáticas. Sensíveis às enfermidades trazidas por não-indígenas e, muitas vezes, habitando regiões remotas e de difícil acesso, as nossas comunidades são vítimas de doenças como malária, tuberculose, infecções respiratórias, hepatite e DSTs.
Desde a criação da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 1967, diferentes instituições e órgãos governamentais se responsabilizaram pelo atendimento às comunidades. As diretrizes foram alteradas diversas vezes, mas, com exceção de casos pontuais, em nenhum momento a situação sanitária nas aldeias foi realmente satisfatória. Os ataques se intensificaram recentemente com governo federal que lançou uma proposta de repassar à saúde indígena a estados e municípios. Os direitos a saúde indígenas são de competência federal e o governo não pode fugir jogando a responsabilidade para estados e municípios, pois sabemos das limitações de cada território e da importância de manter a SESAI ( Secretaria Especial de Saúde Indígena), fortalecendo-a ainda mais através de ampliar os investimentos e ter um acompanhamento direto principalmente nas comunidades mais afastada. Mas, graças a luta de diversas lideranças, o então ministro da saúde Luiz Mandetta voltou atrás e manteve a saúde indígena vinculada ao seu ministério.
A preocupação dos povos indígenas aumenta ainda mais diante do atual surto do COVID-19, o novo coronavírus, com a eterna crise da falta de acesso à saúde nas comunidades. No dia 09 de abril foi a óbito um guerreiro Yanomame de 15 anos de idade, que testou positivo para a COVID-19 e havia sido internado no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, desde sexta-feira (3). Foram confirmados no mesmo dia 09, mais duas mortes de indígenas por coronavírus. Trata-se de um homem da etnia tikuna, de 78 anos, e de uma mulher da etnia kokama, de 44 anos. Além desses uma senhora borari de 87 anos e um senhor da etnia Muru de 55 anos, que só tiveram os diagnósticos confirmados após terem sido sepultados. A SESAI contabiliza agora 7 casos , seis no Alto Solimões (kokamas e tikuna) , um em Manaus (Baré, isolado).
Os povos indígenas cobram ao Ministério da Saúde e a FUNAI posições sobre as comunidades que correm risco nesse momento, que precisam de acompanhamento médico e suporte para poder se deslocar das comunidades, pois a dificuldade para chegar no hospital é muito grande. Para além disso, existe a grande dificuldade de se manter, pois, precisam sair de suas comunidades até a cidade para comprar alimentos e mantimentos além de muitos desses territórios estarem sendo tomados por garimpeiros que ameaçam a vida desses povos.

Outro fator são as ameaças aos membros da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), entidade que tem o intuito de alcançar e evangelizar índios em locais remotos e de difícil acesso, fazem pousos e decolagens ilegais em aldeias mesmo com as recomendações feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) de se manterem distantes do contato com indígenas para evitar a disseminação do novo coronavírus. A MNTB ingressou por contra própria dentro de uma área onde há a maior concentração de povos isolados do mundo, colocando em risco a saúde desses índios, contrariando a política de não contato sustentada pela Constituição de 1988.
Os povos originários precisam sobreviver e não dá pra se manter vivo sem alimento e sem saúde. Já foram vários povos dizimados por doenças dos não-índios, pela evangelização, catolicismo, e o coronavírus é mais uma ameaça. As comunidades pedem proteção. Em nota mandada à OMS, a APIB – Articulação dos povos indígenas do Brasil pediu a distribuição de kits para teste de coronavírus. E pede também o fortalecimento orçamentário da SESAI encarregada da administração dos 39 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, que segundo a entidade está sendo sucateada após a eleição do atual governo. A nota da Apib reivindica também “medidas de prevenção e atendimento para evitar riscos de contaminação pelo coronavírus nas aldeias, sobretudo naquelas próxima a centros urbanos.” A luta pela vida é diária e a necessidade de ter auxílio do governo e parceiros é mais do que necessário. É momento de cuidarmos um dos outros, não esqueçam de cuidar também dos povos que sempre cuidaram dessa terra.

Para que esses povos não sejam dizimados, o governo precisa acelerar o socorro para que as mortes parem de acontecer. É necessário que testes possam chegar às comunidades, que tenham médicos para atendimento e auxílio como a prevenção das famílias, aparelhos respiratórios em hospitais, cartilhas, materiais de prevenção como máscaras e luvas. É importante também fazer com que a entrada e saídas de não indígenas sejam mais controladas e que às fiscalizações aconteçam também nas aldeias onde diversos garimpeiros estão circulando, levando também ameaças aos povos. Pedimos socorro por nossas vidas, parem de matar nossos povos.

O que outras pandemias podem nos ensinar?


Foto: Arquivo do Museu Nacional de Saúde e Medicina/ Wikimedia Commons
 POR NINJA
É comum fazermos comparativos com o passado para tentar manter a calma, ter mais uma referência e pensar soluções para problemas atuais. E no caso da pandemia do novo coronavírus, isso não é diferente.
O historiador Marcos Leitão de Almeida em artigo para O Globo aponta 4 lições que outros momentos na história podem nos ensinar sobre crises sanitárias.
Muitas delas não são a resolução mas apontam para o comportamento que podemos ter e como isso nos forma culturalmente. Preconceito, tentar encontrar culpados, modos de agir em casos de contaminação e o surgimento de novos cientistas e medicações são alguns dos pontos citados.
Podemos entender as lições como uma maneira de pensar e agir diferente, e não reproduzir erros do passado que tem consequências que às vezes transcendem as doenças.

Rotas de expansão humana

Observando a história, notamos que outras pandemias se espalharam através de grandes navegações por rotas comerciais, como a 2º ocorrência da Peste Bubônica no século XIV chegou à Europa pelas rotas comerciais que ligavam a China à Itália. O vírus HIV-1, que na década de 1920 infectou trabalhadores migrantes e mulheres nos centros urbanos da África Central e de lá se espalhou pelo continente através de vias férreas e pluviais até que o avião o levasse para a Europa imperial, os Estados Unidos e o Haiti.
Não se deve pensar em encerrar as rotas comerciais, mas observar como e quando agir para evitar maiores contaminações a partir das origens e não minimizar situações como fechamento de vias e aeroportos como forma de prevenção.

Bodes expiatórios

Chamar o coronavírus de vírus chinês nos remete a expansão do HIV, que por preconceito até hoje mantido, foi chamado de câncer gay e nos Estados Unidos disseminado como castigo divino a comunidade gay. Na África do Sul, onde o HIV se alastrou durante o apartheid, supremacistas brancos chamavam-na de mais uma forma de “swart gevaar”, o perigo negro.

Criação de teorias para encontrar culpados

Durante a epidemia da Aids, surgiu a teoria que a vacinação contra pólio testada em chimpanzés teria transmitido um vírus criado em laboratório para humanos. Percebe a semelhança com os dias atuais?
Inventar culpados não ajuda a encontrar curas e ainda estigmatiza e aumenta o preconceito contra comunidades inteiras.

As pandemias não produzem só coisas ruins

Cientistas incríveis, líderes comprometidos e povos criativos aparecem nesses momentos. Um exemplo é o médico John Snow que, em meio à epidemia de cólera em Londres em 1854, demonstrou que era a água dos londrinos, e não o ar pútrido da cidade, que transmitia a doença. Com isso, a cólera pôde ser combatida com eficiência.
A pandemia também nos mostra a necessidade de não acreditar em soluções milagrosas, não ignorar trabalho de jornalistas, cientistas, historiadores e profissionais de saúde que nos mantém informados das melhores ações a tomar diante de uma situação que desconhecemos.

Fonte: https://midianinja.org

América Latina ultrapassa 100.000 infectados pelo coronavírus

(Foto: Sebastian Castaneda/Reuters/Russia Today)
O Brasil é o país mais afetado pela pandemia na região, seguido pelo Peru
247 - Os casos relatados de infecção por coronavírus na América Latina foram de 100.952 neste domingo (19), enquanto o número de mortes pela covid-19 foi de 4.924, de acordo com um balanço da AFP baseado em dados oficiais.
O Brasil, com uma população de 210 milhões de habitantes, é o país mais afetado pela pandemia na região, com um total de 39.144 casos e 2.484 mortes.
As infecções por coronavírus no Peru, cujos 32 milhões de habitantes são a segunda população latino-americana mais afetada pelo surto, ultrapassaram 15.000 neste domingo, informou o Ministério da Saúde. O total de pessoas afetadas pela pandemia no território peruano é de 15.628, enquanto 400 pessoas morreram da covid-19.
Até o momento, o Chile registrou 10.088 casos confirmados e 133 mortes por covid-19 entre seus 18,7 milhões de habitantes. Enquanto isso, o Equador (17 milhões de habitantes) adiciona 9.468 infecções e 474 mortes, enquanto o México (126 milhões) registra 7.497 infectados e 650 mortes, informa Russia Today
Fonte: Brasil 247

Jurista lembra que Rodrigo Maia quebra decoro ao não abrir impeachment contra Bolsonaro

Marcelo Uchôa e Jair Bolsonaro
Marcelo Uchôa e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

Por BRASIL 247
Professor Marcelo Uchoa diz que Maia não pode prevaricar diante de um personagem que claramente quebra o decoro presidencial, ao decidir implantar uma nova ditadura no Brasil.
247 – Se o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) se recusar a abrir um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro, que ontem explicitou seu projeto de implantar uma nova ditadura no Brasil, ele próprio poderá responder a processo no conselho de ética por prevaricar e não cumprir com suas obrigações constitucionais. A lembrança foi feita pelo professor Marcelo Uchôa, jurista pela democracia, em seu twitter:

"Lembre-se! Ontem (19) FOI O DIA DOS VERDADEIROS DONOS DO BRASIL! OS ÍNDIOS! 19 DE ABRIL – DIA DO ÍNDIO

“Um provérbio indígena questiona se somente quando for cortada a última árvore,
pescado o último peixe, poluído o último rio, é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro.”

HISTÓRICO

Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, estimava-se que havia por aqui cerca de 6 milhões de índios.

Nos anos 50, segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, a população indígena brasileira estava entre 68.000 e 100.000 habitantes.
Passados os tempos de matança, escravismo e catequização forçada, atualmente há cerca de 280.000 índios no Brasil.
Contando os que vivem em centros urbanos, a população indígena ultrapassa os 300.000. No total, quase 12% do território nacional pertence aos índios.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia em torno de 1.300 línguas indígenas. Atualmente existem apenas 180. O pior é que cerca de 35% dos 210 povos com culturas diferentes têm menos de 200 pessoas..
Hoje em dia, o que parecia impossível está acontecendo: o número de índios no Brasil e na Amazônia está aumentando cada vez mais. A taxa de crescimento da população indígena é de 3,5% ao ano, superando a média nacional, que é de 1,3%.
Em melhores condições de vida, alguns índios recuperaram a sua auto-estima, reintroduziram os antigos rituais e aprenderam novas técnicas, como pescar com anzol.
Muitos já voltaram para a mata fechada, com uma grande quantidade de crianças indígenas. “O fenômeno é semelhante ao ‘baby boom’ do pós-guerra, em que as populações, depois da matança geral, tendem a recuperar as perdas reproduzindo-se mais rapidamente”, diz a antropóloga Marta Azevedo, responsável por uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos em População da Universidade de Campinas.
Com terras garantidas e população crescente, pode parecer que a situação dos índios se encontra agora sob controle. Mas não! O maior desafio da atualidade é manter viva sua riqueza cultural.
Organização e Sobrevivência do Grupo
Os índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos naturais oferecidos pelo meio ambiente com a ajuda de processos rudimentares. Eles caçam, plantam, pescam, coletam e produzem os instrumentos necessários a essas atividades.
A terra pertence a todos os membros do grupo e cada um tira dela seu próprio sustento.
Existe uma divisão de tarefa por idade e por sexo: em geral, cabe à mulher o cuidado com a casa, as crianças e a roça; o homem é responsável pela defesa, pela caça (que pode ser individual ou coletiva) e pela colheita de alimentos na floresta.

Os mais velhos – homens e mulheres – adquirem grande respeito por parte de todos.
A experiência conseguida por muitos anos de vida os transforma em símbolos de tradições da tribo. O pajé é uma espécie de curandeiro e conselheiro espiritual.

O Chefe da Tribo
Os índios vivem em aldeias e, muitas vezes, são comandados por chefes, que são chamados de cacique, tuxánas ou morubixabas.
A transmissão da chefia pode ser hereditária (de pai para filho) ou não. Os chefes devem conduzir a aldeia nas mudanças, na guerra, devem manter a tradição, determinar as atividades diárias e responsabilizar-se pelo contato com outras aldeias ou com os civilizados.
Muitas vezes ele é assessorado por um conselho de homens que o auxiliam em suas decisões.
Alimento – Pesca
Além de um conhecimento profundo da vida e dos hábitos dos animais, os índios possuem técnicas que variam de povo para povo. Na pesca, é comum o uso de substâncias vegetais (tingui e timbó, entre outras) que intoxicam e atordoam os peixes, tornando-os presas mais fáceis.
Há também armadilhas para pesca, como o pari dos teneteharas – um cesto fundo com uma abertura pela qual o peixe entra atrás da isca, mas não consegue sair. A maioria dos índios no Brasil pratica agricultura.
Cultura Indígena
O esforço das autoridades para manter a diversidade cultural entre os índios pode evitar o desaparecimento de muita coisa interessante. Um quarto de todas as drogas prescritas pela medicina ocidental vem das plantas das florestas, e três quartos foram colhidos a partir de informações de povos indígenas.
Na área da educação, a língua tucana, apesar do pequeno número de palavras, é comparada por lingüistas como a língua grega, por sua riqueza estrutural – possui, por exemplo, doze formas diferentes de conjugar o verbo no passado.
Ritos e Mitos
No Brasil, muitas tribos praticam ritos de passagem, que marcam a passagem de um grupo ou indivíduo de uma situação para outra. Tais ritos se ligam à gestação e ao nascimento, à iniciação na vida adulta, ao casamento, à morte e a outras fases da vida. Poucos povos acreditam na existência de um ser superior (supremo); a maior parte acredita em heróis místicos, muitas vezes em dois gêmeos, responsáveis pela criação de animais, plantas e costumes.
artedeindio
Arte

A arte se mistura à vida cotidiana. A pintura corporal, por exemplo, é um meio de distinguir os grupos em que uma sociedade indígena se divide, como pode ser utilizada como enfeite.
A tinta vermelha é extraída do urucum e a azul, quase negro, do jenipapo. Para a cor branca, os índios utilizam o calcário.
Os trabalhos feitos com penas e plumas de pássaros constituem a arte plumária indígena. Alguns índios realizam trabalhos em madeira.
A pintura e o desenho indígena estão sempre ligados à cerâmica e à cestaria. Os cestos são comuns em todas as tribos, variando a forma e o tipo de palha de que são feitos.
Na foto: Vaso Marajoara, proveniente do Pará.

Geralmente, os índios associam a música instrumental ao canto e à dança.
Fonte: Portal BRASIL CULTURA