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domingo, 19 de novembro de 2017

Mais de 64% dos brasileiros vão optar pelo avião nas próximas viagens

aviao
Nos próximos seis meses, 64,5% dos brasileiros pretendem fazer viagens de avião. Segundo a Sondagem do Consumidor do Ministério do Turismo, o índice registrado em setembro é o maior desde junho de 2014, quando 66,9% dos entrevistados afirmaram que escolheriam o transporte aéreo. Outros 25,7% dos consultados afirmaram que vão utilizar carro e 7,5%, ônibus.
A região mais desejada por mais da metade dos turistas é a Nordeste, com 50,3% de intenção de viagem. O Sudeste vem em seguida, com 21,7%, e depois vem Sul (15,5%), Centro-Oeste (7,8%) e Norte (4,7%).
Na hora de escolher a hospedagem, 49,5% dos brasileiros afirmaram preferir hotéis e pousadas, enquanto 35,9% preferem a casa de parentes e amigos.
Brasil + Turismo
Uma das ações do pacote Brasil + Turismo é justamente aumentar a malha aérea para aquecer o movimento do turismo no Brasil. “Em um País de dimensões continentais como o Brasil, é fundamental garantir a conectividade aérea para permitir que cada vez mais brasileiros descubram as belezas do nosso país”, defende o ministro do Turismo, Marx Beltrão.
Todos os meses, a Sondagem do Consumidor do Ministério do Turismo é feita em sete capitais brasileiras, responsáveis por 70% do fluxo turístico doméstico. São elas: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério do Turismo

Eventos podem ser inscritos no calendário Rio de Janeiro a Janeiro a partir de agora

final de ano
Eventos de cultura, esportes, turismo e negócios poderão ser incluídos no calendário Rio de Janeiro a Janeiro. O Ministério da Cultura aceita inscrições pelo site  até 15 de dezembro. As atividades selecionadas podem ter apoio financeiro de leis de incentivo à cultura e ao esporte e patrocínio de empresas estatais.
Lançado em setembro e unindo todas as esferas do governo e o setor privado, o programa Rio de Janeiro a Janeiro visa fortalecer os eventos tradicionais e ainda estimular novos projetos de atração de investimentos e turistas no estado que é a maior porta de entrada de turistas no País.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) irá acompanhar o desenvolvimento das atividades, com produção de relatórios sobre os reflexos culturais, sociais e econômicos. O primeiro evento do calendário será a festa de Réveillon do Rio. De acordo com a FGV, aumento de 20% no fluxo de turistas movimenta R$ 6,1 bilhões na economia do estado e gera 170 mil empregos. Atividades criativas representam 3,9% do PIB do estado, enquanto o turismo corresponde a 4%.
Como se cadastrar
Em “cadastre seu projeto”, na parte superior do site, os produtores devem responder questionário com dez itens: nome do projeto, entidade proponente (razão social), CNPJ, e-mail, telefone de contato, edição do projeto, mês de realização, região e cidade do Rio de Janeiro onde será o evento e valor total.
Depois, o formulário de inscrição de sete páginas deve ser preenchido com todas as informações sobre o evento, como segmento do projeto, público-alvo, duração, mão de obra, impacto na cadeia produtiva, entre outros. O formulário e o portfólio do projeto devem ser então anexados e enviados. A FGV irá analisar os projetos inscritos, e os produtores dos eventos aprovados deverão inscrevê-los na Lei Rouanet ou em outros incentivos dos ministérios.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Cultura e da Prefeitura do Rio

Cultura - Entrevista - Fábio Kabral: "Heróis com rosto africano são cura para o nosso trauma histórico"

O escritor Fábio Kabral
'É inadmissível que reservem para pessoas pretas somente histórias sobre crime, violências, escravidão ou genocídio', observa o escritor

Autor de "O Caçador Cibernético da Rua Treze" fala sobre Afrofuturismo, representatividade e autoralidade negra na cultura pop

Na metrópole afrofuturista de Ketu 3, um jovem negro, João Arolê, atua como caçador de aluguel de espíritos malignos em um universo tecnológico fantástico, povoado de carros voadores e referências à mitologia iorubá.
Um homem em crise buscando a redenção, João é o herói com rosto africano nascido da imaginação do escritor Fábio Kabral em O Caçador Cibernético da Rua Treze, livro de ficção fantástica publicado recentemente pela editora Malê, especializada em autores brasileiros de ascendência africana.
Leitor assíduo de quadrinhos, ficções e teorias afrocêntricas, Kabral expande sua narrativa para além dos esterótipos de violência, miséria e opressão quase sempre reservados para personagens negros. "A importância dos heróis com rosto africano é apresentar uma possibilidade de cura para o nosso trauma histórico, é conhecer os heróis ancestrais que existem dentro de nós e dessa forma dar um novo passo para construir um novo futuro", explica ele, responsável pela coleção Afrofuturismo, da mesma editora. 
Leia também:

"Eu, que sou um homem negro, leitor de quadrinhos e RPGs, jogador de videogames, leitor de várias ficções e de teorias afrocêntricas, e iniciado no Candomblé, expresso toda essa carga de vivências e estudos nos romances e histórias que escrevo. Isso é Afrofuturismo", define Kabral, que estudou artes dramáticas na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade de São Paulo (USP).
Confira a entrevista:
CartaCapital: O que te inspirou a escrever ficção científica?

Fábio Kabral: Eu não costumo me ater muito aos rótulos. Desde criança eu gostava muito de ficção científica, também por influência do meu pai. Eu cresci jogando RPG, lendo O Senhor dos Anéis e vendo muito desenho. Gosto desse tipo de ficção até hoje. A linha entre ficção científica e fantástica é muito tênue. Tanto que meu último livro, O Caçador Cibernético da Rua Treze, é mais uma ficção fantástica com tecnologia ou uma tecnologia fantástica. Então, para mim, foi um caminho mais ou menos natural escrever esse tipo de livro.

CC: Como podemos definir o que é o Afrofuturismo?

FK: Mesmo para os que são considerado afrofuturistas, é difícil dizer. A resposta mais curta seria: "uma mescla de tradições e cosmologias africanas com ficção científica". A maioria das pessoas talvez pense: "Ah, é só colocar uns negrinhos com umas paradas futuristas e já é".

Vagner Amaro, da editora Malê, definiu da seguinte forma: "movimento cultural que mescla mitologia e cosmologia africana, fantasia, pós-colonialismo, ciência, tecnologia e arte de contar histórias com protagonismo de autores e personagens negros".
Capa do livro O Caçador Cibernético da Rua Treze

Então, a definição que eu criei no meu primeiro artigo sobre - e que para minha surpresa apareceu como citação no livro do bróder Lázaro Ramos - foi a seguinte: "esse movimento de recriar o passado, transformar o presente e projetar um novo futuro através da nossa própria ótica, para mim, é a própria definição de Afrofuturismo".
Já em outro artigo meu, eu disse que "Afrofuturismo mudar o futuro para mudar o passado que lhe foi imposto; é traçar seu próprio caminho como pessoa preta no mundo, por meio da sua arte, da sua escrita; é africanizar seu próprio caminho daqui por diante".
Convido a todos a lerem os cinco artigos que escrevi até agora, na plataforma Medium, nos quais expando esses conceitos de forma considerável. Recomendo também o meu romance mais recente, O Caçador Cibernético da Rua Treze, que se trata da minha derradeira opinião acerca do tema. Este livro, bem como os demais dessa série, são os escritos que verdadeiramente definem como eu enxergo o Afrofuturismo, o que tudo isso realmente significa para mim.
Artigos são muito importantes, mas pra mim não passam de resumo; a literatura, o romance, é como eu verdadeiramente me expresso para o mundo.
Eu, que sou um homem negro, leitor de quadrinhos e RPGs, jogador de videogames, leitor de várias ficções e de teorias afrocêntricas, e iniciado no Candomblé, expresso toda essa carga de vivências e estudos nos romances e histórias que escrevo. Isso é Afrofuturismo.
CC: Você fez uma provocação em seu Facebook de que é possível escrever histórias com protagonismo negro que não sejam, necessariamente, sobre dor, sofrimento e racismo. Por que é importante contar também outras histórias?

FK: Quando fiz aquele post simples, não esperava muita repercussão. Mais de uma vez uma pessoa branca me perguntou: "como eu escrevo um personagem negro?" Eu respondi: "escreva um ser humano. Se é um ser humano negro ou não, a escolha é sua".

Eu fico muito feliz quando assisto aos filmes de Nollywood, a grande indústria nigeriana de filmes. Lá, assisto a filmes de comédia, dramas familiares, comédias românticas, histórias urbanas, nas quais todo o elenco se parece comigo. Pessoas comuns, trabalhadores, donos de empresas. Bem diferente da África sempre violenta de genocídios tribais que Hollywood apresenta.
Eu adoro demais as comédias românticas afro-americanas, que terminam em casamento e tudo mais. São histórias bobinhas, cheias de clichês, mas eu adoro o final feliz de pessoas pretas ficando juntas e felizes no final. Bem diferentes dos filmes euro-americanos que mostram só jovens pretos desajustados, bandidos, tomando tiro.
Cena do filme nigeriano The Wedding Party
Cena da comédia romântica nigeriana 'The Wedding Party'
É importante contar outras histórias porque nós somos várias histórias. É importante contar outras histórias porque é inadmissível que reservem para pessoas pretas somente histórias sobre crime, periferias, violências, escravidão e genocídio.
Como diz a escritora Chimamanda Ngozi, é o "perigo da história única". Como diz o poeta Ed Rock, dos Racionais MC's, "me ver pobre, preso ou morto já é cultural".
Neste meu mais recente romance, O Caçador Cibernético da Rua 13, e nos demais que estão por vir, eu apresento uma nova alternativa de história com protagonismo negro, a aventura e o drama pessoal de um homem negro num mundo fantástico e afrofuturista, só que muito além dos citados estereótipos de periferias violentas, racismo e genocídio tribal.

CC: No Brasil, pretos e pardos são 54% da população, de acordo com o IBGE. No entanto, ainda são pontuais os exemplos de "heróis com rosto africano". Qual é a importância da existência de histórias com esses heróis com rosto africano? 

FK: Essa expressão, "herói com rosto africano", vem de um livro de mesmo nome, de autoria do professor Clyde W. Ford. Gosto demais desse livro e recomendo essa leitura a todos.

Expressões como essa, bem como movimentos culturais e sociais como afrofuturismo, afrocentricidade e todos os demais que se enquadrariam no rótulo "movimento negro", só existem porque vivemos num mundo de supremacia branca.
O rótulo que muitos detestam e fazem troça. Porém, não deixa de ser verdade. Supremacia branca. Muito antes das tragédias e dramas greco-romanos, havia os romances, contos, fábulas e comédias africanas. A literatura já existia no mundo muito antes de a Grécia sequer sonhar em existir, literatura essa criada por negros africanos.
Ao contrário do mito europeu, que se pretende linear e histórico - e dessa forma conflitando com a ciência e a própria realidade - o mito africano é cíclico e simbólico. O mito africano é real sim, mas não como fato e sim como metáfora, pois o mito começa onde para a investigação científica. "Quando enfrentamos um trauma, individual ou coletivamente, as lendas e os mitos são uma maneira de restabelecer a harmonia à beira do caos", escreveu Clyde W. Ford.
Dessa forma, o herói com rosto africano, num mundo pós-colonial, representa o herói descendente de rainhas e reis divinos, que sobreviveu aos horrores da travessia e da escravidão, e hoje luta para se impor no mundo e orgulhar seus ancestrais.
A importância dos heróis com rosto africano é apresentar uma possibilidade de cura para o nosso trauma histórico, é conhecer os heróis ancestrais que existem dentro de nós e dessa forma dar um novo passo para construir um novo futuro.
CC: Quais são os seus heróis com rosto africano? 

FK: Meus heróis com rosto africano favoritos são vários. Há os Orixás - especialmente a família dos Caçadores, dos quais descendo - que nos ensinam a aceitar e entender melhor nossas próprias naturezas, e dessa forma fazer o melhor para o mundo e para nós mesmos; a Lituolone, super-heroína do povo basuto que nasceu de parto virginal, salvou o mundo de um grande mal e morreu pelas mãos de pessoas cruéis porém ressuscitou e retornou aos céus (onde eu já vi essa história?).

Também tem Kwasi Benefo, o herói axante que nos ensina a superar perdas terríveis para ainda assim seguir em frente e realizar seus sonhos; Sudika-mbambi, super-herói do povo ambundo, e Mwindo, guerreiro ancestral do povo nianga ambos nos ensina a importância de lutar para vencer terríveis obstáculos, para proteger o que nos é caro, e os perigos de sucumbir à própria arrogância; e vários outros que eu poderia citar.
Miles Morales, Ororo Munroe e Tchalla
Miles Morales, Ororo Munroe e T'challa: heróis (e heroínas) de rosto africano nos quadrinhos
Mas, se está me perguntando sobre super-heróis contemporâneos, então eu digo que são Ororo (Tempestade dos X-Men), T"Challa (Pantera Negra), Monica Rambeau (a primeira Capitã Marvel) e Miles Morales (Homem Aranha). Será uma grande realização para mim se futuramente os heróis que eu criar se tornarem heróis favoritos de alguém.
CC: Apesar de escritoras negras como Octavia Butler terem alcançado prestígio, a ficção científica é comumente associada a autores brancos e homens. Mais recentemente, a escritora negra N.K. Jemisin ganhou duas vezes o Hugo Awards, uma das mais altas premiações do gênero. Na sua opinião, a comunidade de leitores e as editoras de livros de ficção especulativa estão mais abertos para a ideia de representatividade? 
FK: Ainda que seja considerado menos expressivo que o cenário padrão eurocêntrico, os Estados Unidos possuem um quadro impressionante de afro-americanos autores de ficção fantástica e científica, especialmente mulheres pretas.
Octavia Butler é uma pioneira com mais de 15 livros publicados e que faleceu em 2006, e só agora está sendo publicada no Brasil. Seu livro de estreia, Kindred - Laços de Sangue que está aparecendo aqui só agora [pela editora Morro Branco], foi publicado antes mesmo de eu nascer.
As escritoras N.K. Jemisin e Octavia Butler
Os premiados 'A Quinta Estação', de N.K. Jemisin (esq.), e 'Kindred - Laços de Sangue', de Octavia Butler, chegam agora ao Brasil
Na minha opinião, ainda não vejo um grande movimento de editoras em publicar outros autores que não sejam os de sempre, com as histórias de sempre - afinal, é ganho garantido.
Vejo editoras de menor porte, como a Malê que publicou o meu O Caçador Cibernético da Rua 13, como uma das pioneiras em apresentar autores e autoras afro-brasileiras e afro-descendentes do cenário mundial.
CC: Quais são os ganhos com essa maior diversidade?

FK: O ganho é ir além da história única; é dar um basta ao "embranquecimento cultural" a que somos submetidos por tanto tempo. O professor Wade Nobles define que "o 'embranquecimento' é um ataque psicológico ao senso fundamental dos afro-brasileiros do que significa ser uma pessoa humana. (...)Por mais de 400 anos, os africanos no Brasil souberam que eram africanos e que os portugueses eram inimigos da liberdade. Lutaram e morreram continuamente para lutar seu povo da escravidão. O processo de 'embranquecimento', que se tornou prioridade no país durante as pós-escravatura, vem causando mais danos psíquicos aos afro-brasileiros do que 400 anos de escravidão racista e dominação colonial"

Os ganhos, portanto, são de conceder a mais da metade da população mais histórias contadas por nosso ponto de vista, através das nossas experiências, vivências e estudos como pessoas negros num mundo pós-colonial.

CC: Em abril deste ano a imprensa internacional repercutiu a fala do vice-presidente de vendas da Marvel, uma das gigantes dos quadrinhos, que associou a queda de vendas aos esforços de incluir mais diversidade entre os personagens, com a inclusão de mais protagonistas mulheres e pessoas negras. Ele atribuiu essas críticas aos vendedores, que faziam essa associação, o que não isentou de críticas. Como você vê esta questão?
FK: É muito engraçado. Eu, que vivi de perto uma espécie de histeria "anti-nerd" e "anti-RPG" nos anos 2000 - quando RPGistas foram acusados de satanismo e alguns até foram presos - testemunhar hoje no final dos anos 2010 essa palhaçada protagonizada por esses mesmos nerds que antes eram perseguidos.

Vi muitos caras clamarem que "gibi não é só histórias pra crianças, gibi é pra adultos também, é pra todo mundo!" e agora que as histórias em quadrinhos estão realmente se encaminhando para se tornar histórias para uma plateia maior, essa gente reclama e xinga muito no Twitter.

Muita gente preta que conheço só está se interessando por quadrinhos e ficção fantástica hoje - por que ligar pra um troço em que não aparece ninguém que se parece com você, a não ser como escravo e/ou bandido?
É claro que a Marvel está incluindo a "temida" diversidade não por motivos altruístas, e sim para incrementar vendas e alcançar novas camadas de público. Eu pessoalmente busco consumir todo o material de qualidade feito por pessoas de rosto africano, como por exemplo o novo quadrinho do Pantera Negra, escrito pelo Ta-Nehisi Coates, que embora eu acompanhe número a número quando sai nos Estados Unidos, só recentemente saiu por aqui.
No site O Lado Negro da Força, do qual sou co-fundador, noticiamos sempre sobre super-heróis de rosto africano, especialmente os da Marvel, os quais leio desde os cinco anos de idade e sigo acompanhando até hoje. Meus romances mais recentes, como O Caçador Cibernético da Rua 13, todos bebem forte dessa fonte de poderes fantásticos dos super-heróis que tanto gosto e amo ler.
Fonte: CARTA CAPITAL

MOÇÃO DE APOIO AOS SINDICATOS: SINAI/RN - SINDSAÚDE/RN -SINTEST/RN E A ADUERN!

MOÇÃO DE APOIO
CENTRO POTIGUAR DE CULTURA (CPC/RN) – NOVA CRUZ.

O CENTRO POTIGUAR DE CULTURA – CPC/RN, através de sua diretoria e lideranças regionais, vem a público APOIAR a luta dos sindicatos: SINAI/RN – (Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do Rio Grande do Norte e SINDSÁUDE/RN – (Sindicato dos Servidores em Saúde do Rio Grande do Norte) que encontram-se acampados em frente a Governadoria do Estado do Rio Grande do Norte, frente aos retrocessos promovidos pela atual gestão estadual e o desrespeito aos direitos conquistados pela classe trabalhadora, inclusive o mais sagrado de todos: O pagamento dos salários pelos serviços prestados no mês, quando se encontram atrasados, sem indicação de solução por parte do governo estadual. Como também apoio ao  SINTEST/RN – (Sindicato Estadual dos Trabalhadores do Ensino Superior), que prepara para o dia 23/11 a deflagração da greve geral em assembleia geral convocada para este fim. Como também os nobres professores da ADUERN, que da mesma forma buscam apenas o que é de direito e o desgoverno Robinson passa por cima, sem nenhum respeito aos mesmos. Estamos juntos também com a ADUERN e não abrimos mãos! Juntos seremos mais fortes! Campus Já!

Esta MOÇÃO DE APOIO foi votada e aprovada pelos agentes culturais de diversos municípios do estado e membros do CPC/RN, durante os debates e discussões no 8º ENCONTRO ESTADUAL DA CONSCIENCIA NEGRA, realizado durante todo o dia desta sexta feira, 17 de Novembro, no IFRN – Campus de Nova Cruz.

Nova Cruz, 17 de Novembro de 2017.



CENTRO PORTIGUAR DE CULTURA – CPC/RN

Mulheres negras acumulam piores indicadores sociais no Brasil

'A mulher negra, em uma pirâmide social, está na base, então a dificuldade de ascender é maior', lamenta ativista. Foto: EBC
A mulher negra, em uma pirâmide social, está na base, então a dificuldade de ascender é maior', lamenta ativista. Foto: EBC

As mulheres negras acumulam os piores indicadores sociais no Brasil. Os números apontam que elas são as mais pobres, as que têm menos oportunidades, que ganham menos e vivem em uma situação de, praticamente, nenhuma mobilidade social. "As dificuldades de gênero são maiores, mas a mulher negra, em uma pirâmide social, está na base, então a dificuldade de ascender é maior", afirma a ativista e museóloga Rafaela Caroline.

De acordo com o Disque 180, as mulheres negras representam 58,8% das vítimas em casos de violência doméstica. Elas também são 65,9% das que sofrem com a violência obstétrica, como aponta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Já o Ministério da Saúde mostra que elas morrem mais em decorrência do parto: são 53,9% dos casos.

As mulheres negras também enfrentam desigualdade no ambiente de trabalho. Segundo o IBGE, o rendimento médio delas é de R$ 800 ao mês. Já homens brancos chegam a ganhar quase o dobro: R$ 1.559.

Para tentar resolver o problema, foi criada em 2003 a Secretaria Especial de Política para Mulheres. Desde então, o país reconhecia a necessidade de um olhar mais cuidadoso para a melhoria da qualidade de vida das mulheres negras, porém a pasta foi extinta pelo governo Temer.

"O governo tem os dados, mas não consegue tirar a mulher negra dessa invisibilidade. Nós, mulheres negras, continuamos em marcha para o nosso bem viver, que não é só para nós, mas para sociedade", diz Joseane Lima, do Movimento de Mulheres Negras

A professora de Pedagogia da Universidade de Brasília (UnB) Rita Silvana dos Santos acredita que falta professoras negras na educação básica. "Esse fato se deve porque, para atuar como docente na educação básica é necessária formação de nível superior, mas os negros no Brasil ainda têm baixa escolaridade, por ausência de políticas públicas nessa área." 



Fonte: Rede Brasil Atual

O racismo mata todos os dias, diz ator negro espancado em São Paulo


Por
 Diario do Centro do Mundo
 
Diogo Cintra
DO FACEBOOK DE DIOGO CINTRA

Eu tava andando na rua depois de sair de uma balada por volta das 5h da manhã. Estava próximo do Terminal Parque Dom Pedro II quando fui abordado por dois homens, que pediram meu celular e meu dinheiro. Eu reagi e saí correndo pra tentar me abrigar no próprio Terminal de ônibus. Chegando lá, ainda sendo perseguido eu tentei pedir ajuda pra uma segurança, que virou pra mim e disse: “Meu, só corre. Sai daqui”. Eu corri pra pedir ajuda pra outros seguranças que estavam lá. E aí os mesmos homens que me abordaram poucos minutos antes, apareceram – agora em maior número – dizendo que era eu que tinha roubado eles. 

Os seguranças acreditaram neles sem pensar duas vezes e aí começaram a me segurar com força e violência. Eu gritava tentando argumentar com os caras, dizendo que o celular que eu tinha no bolso era meu e que eu não tinha roubado porra nenhuma. Tentei provar isso mostrando o conteúdo que havia no aparelho, mas ele tava descarregado. Mas sempre que eu tentava falar algo, o segurança me mandava calar a boca. Assumindo logo de cara que eu era o culpado, ele me entregou pros caras, que me arrastaram para fora da estação, e lá do lado de fora eu fui ESPANCADO por eles. O segurança chegou a perguntar o que eles iam fazer comigo, e disseram que iam me levar pro “rio”. Apavorado com o que poderiam fazer comigo, entrei em desespero e comecei a me debater. Quando consegui me soltar, saí correndo, mas os caras tinham três cachorros com eles. Eu fui atacado pelos cães. Pela misericórdia do meu pai Exu, uma das meninas que tava com eles pediu que parassem, que já tinham batido em mim o suficiente. Assim eu conseguiu fugir e voltar pro terminal. Eu fiquei cheio de mordidas e arranhões, além dos hematomas.

O segurança que há pouco me entregara apareceu na maior cara de pau me oferecendo uma cadeira de rodas e querendo me levar pra um AMA. Eu recusei e disse que apenas queria ir embora. Ainda insistindo, o segurança apenas disse “então você está por sua conta e risco”. E falei que tudo certo, entrei num ônibus e fui pra casa de um amigo pra pedir ajuda, ferido e coberto de sangue. Com a ajuda dele e de duas amigas, eu fui pro hospital, recebi o devido tratamento médico e agora passo bem e estou me recuperando. Por pouco, eu não fui morto por uma injustiça e por conta de um ato racista. Racista, porque eu sou negro e estava simplesmente andando de madrugada. Racista porque ninguém naquela noite acreditou em mim, e além de ser assaltado, fui sentenciado por pessoas que nem quiseram me ouvir falar. 

Por que diabos automaticamente o segurança assumiu que eu era o bandido e que os outros caras estavam falando a verdade? E o pior, o segurança também era negro. O que diabos levou a ele a não sentir sequer o mínimo de empatia por mim? Por que ele não chamou a polícia para resolver a situação, ao invés de simplesmente me enxergar como um bandido e me entregar pros cães?

E eu não fiz porra nenhuma aquela noite. O meu crime foi ter reagido a um assalto ou simplesmente sair pra andar de madrugada na rua. Eu sou só um ator, um “vagabundo”, que passa dia e noite tentando manter minha dignidade, ganhando meu dinheirinho e fazendo o que eu posso através da Arte. Eu inclusive participei recentemente de uma peça de Teatro voltada ao público escolar para falar do quanto negros como eu são sentenciados à morte no nosso país, culpados por crimes simplesmente por serem negros. 

O racismo mata todos os dias! Eu fui vítima não só de racismo, mas do absurdo e da violência que pessoas que tentam fazer “justiça com as próprias mãos” são capazes. Fui entregue por pessoas que provavelmente acharam estar fazendo o justo e o correto. Seguranças me entregaram só por ser negro a assaltantes que deixaram claro que iriam fazer muito mal a mim. Seguranças que concluíram, numa só olhada, que diante deles havia um ladrão. A próxima vez que vocês ouvirem falar sobre racismo, e quiserem culpar a “galera do direitos humanos”, não pensem só no retrato estereotipado que vocês fazem dos negros no nosso país.

Peço que compartilhem esse texto. Encontraremos os responsáveis, e eles serão levados à justiça. E, até lá, iremos conscientizar todas as pessoas sobre o que ocorreu, porque todos os dias esse tipo de escândalo acontece. O meu caso é só mais um caso. Negros estão sendo assassinados todos os dias. Pelo nosso governo, pela nossa polícia, e por nossos cidadãos.

Quantos Diogos ainda vão ter que passar por isso?

Fonte: Diário do Centro do Mundo

Temporada de cruzeiros na costa brasileira começou

Aerial Rhapsody of the Seas Rhapsody of the Seas - Royal Caribbean International
Aerial Rhapsody of the Seas
Rhapsody of the Seas – Royal Caribbean International
A temporada de cruzeiros pela costa brasileira começou esta semana. Durante toda a alta estação, que vai até depois do Carnaval de 2018, cerca de 439,7 mil turistas terão viajado nas 124 opções de rotas dos navios. Além dessas, serão disponibilizadas 45 viagens de curta duração.
Na temporada 2015/2016, o setor de cruzeiros marítimos contribuiu com R$ 1,911 bilhão na economia brasileira, de acordo com o Ministério do Turismo. A estimativa de crescimento para o nicho no Brasil, segundo a pasta, é de 4% ao ano.
“O setor de cruzeiros no Brasil contribui diretamente para a geração de emprego e renda. Atento a isso, o Ministério do Turismo tem trabalhado para fortalecer a atividade no País e, consequentemente, estimular a vinda de novos cruzeiros para a próxima temporada”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão.
Segundo dados da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), para cada grupo de 18 turistas é gerado um novo emprego no Brasil. Dessa forma, na temporada de verão, 24 mil novas vagas diretas devem ser ofertadas e ocupadas no País.

Cruzeiros pelo mundo

Em todo o mundo, a indústria de cruzeiros apresenta tendência de crescimento. Para 2017, a previsão é de 25,8 milhões de passageiros. Entre os destinos mais vendidos estão: Caribe (35%), Mediterrâneo (18,3 %), Europa (11,1 %), Ásia (9,2 %), Austrália, Nova Zelândia e Pacífico (6,1 %), Alasca (4,2 %) e América do Sul (2,5 %).
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério do Turismo