Postagem em destaque

FIQUEM LIGADOS! TODOS OS SÁBADOS NA RÁDIO AGRESTE FM - NOVA CRUZ-RN - 107.5 - DAS 19 HORAS ÁS 19 E 30: PROGRAMA 30 MINUTOS COM CULTURA" - PROMOÇÃO CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC-RN

Fiquem ligados nas ondas da Rádio Agreste FM - 107.5 - NOVA CRUZ, RIO GRANDE DO NORTE, todos os sábados: Programa "30 MINUTOS COM CULTU...

domingo, 2 de junho de 2019

RETROSPECTIVA! De faxineira a juíza, a história de uma mulher pobre e negra no Brasil. "Se ela conseguiu, VOCÊ também conseguirá!" - leia a matéria! Eduardo Vasconcelos - CPC/RN

A juíza Adriana Queiroz.
A juíza Adriana Queiroz. 
A luz do quarto de Adriana Queiroz estava sempre acessa nas madrugadas. Ela trabalhava durante o dia, estudava às noites e rezava para que quem apenas a via como uma mulher negra, pobre e filha de analfabetos não quebrasse seu sonho. Adriana não queria ser o que os outros esperavam dela, ela queria ser juíza em um país onde a taxa de analfabetismo das mulheres negras (14%) mais que duplica a das brancas (5,8%), segundo o IBGE.
Adriana, com 38 anos, é hoje titular da 1ª Vara Cível e da Vara de Infância e da Juventude de Quirinópolis, em Goiás. Tem cinco pós-graduações, estuda Letras nas horas vagas, mas já foi faxineira. Ela teve que se esforçar muito mais que a maioria dos seus colegas de aula para vestir a toga. E conseguiu. Hoje conta suas conquistas em um livro que acabou de lançar, Dez passos para alcançar seus sonhos – A história real da ex-faxineira que se tornou juíza de direito .


Os pais de Adriana eram trabalhadores rurais no sertão da Bahia e se mudaram para Tupã, um município de 63.000 habitantes no interior de São Paulo, em busca de uma vida melhor. O orçamento familiar aumentou, o pai virou motorista de ônibus e a mãe vendedora ambulante, mas pagar uma faculdade era ainda um sonho de outra classe social. “A vida deles sempre foi muita dura. Meus pais sofreram muito, eles queriam me dar o que eles não alcançaram, mas não tinham condições. Ninguém na minha família tinha condições de me ajudar”, lembra a juíza em uma conversa por Skype.
A magistrada, que sempre estudou em escola pública, foi a terceira classificada no vestibular para cursar direito, mas a única faculdade de sua cidade era privada. Não tinha como pagar, muito menos como cogitar uma universidade pública em outra cidade. “Eu soube do resultado da prova numa sexta e, na segunda, já tinha que fazer a matricula ou perdia a vaga. Tive três dias para decidir o que fazer, ver se teria que abandonar”.
Ela resolveu, em seguida, pedir conselho e emprego a um professor da cidade. Ele, que trabalhava no corpo administrativo da Santa Casa, conseguiu uma vaga para ela na instituição. De faxineira. Adriana se orgulha daqueles seis meses que limpou o hospital, mas o salário mínimo que recebia não era suficiente para pagar a mensalidade da universidade e ainda ouvia chacota dos colegas. “Força nos braços, advogadinha!”, lhe gritavam. “Esse episódio é muito marcante para mim, justamente por esse preconceito de que alguém que exerce um cargo como eu exercia não possa sonhar alto”.
Faltavam horas para o prazo da matrícula expirar quando Adriana plantou-se na frente do diretor da faculdade. Compartilhou seu sonho de estudar. “Ele se sensibilizou e me concedeu uma bolsa de 50% e diluiu o valor da matrícula nas mensalidades. Assim, durante o dia trabalhava na limpeza e à noite ia estudar”.
Para espanto dos seus conhecidos e familiares, durante a faculdade, Adriana resolveu ser juíza. “Quando anunciei isso as pessoas ficaram espantadas. Não era comum no meu contexto almejar um cargo tão alto. É como se fosse algo inacreditável, faziam questão de frisar que eu era pobre e negra, como se não tivesse nenhuma chance”, lamenta. Decidida, em 2002, terminou os estudos, pediu demissão na Santa Casa, onde já tinha sido promovida ao corpo administrativo e guardou suas coisas em duas sacolas plásticas. Partia para a capital para se preparar. “Eu não tinha nem mala”, relata.
Após alugar um quartinho no bairro da Liberdade e se matricular no curso preparatório para o concurso da magistratura o dinheiro da conta dava para, no máximo, mais dois meses. “Foi um momento muito crítico, o dinheiro estava acabando e eu não tinha conseguido trabalho”, conta Adriana. “Eu me vi de novo nesse dilema de ter ou não que abandonar”. Não precisou. O diretor do curso, o procurador Damásio de Jesus, viu nela uma “pessoa incomum”.
“Logo à primeira vista, olhando nos olhos daquela jovem advogada de 24 anos, tive certeza de que estava diante uma lutadora, uma pessoa incomum, de alguém que, sem dúvida, estava fadada a um grande futuro”, destaca o jurista no prefácio do livro. Damásio ofereceu para ela uma bolsa de 100% do curso durante dois anos e a empregou na biblioteca da instituição. “Fiquei sete anos estudando, sábados, domingos e feriados. Quando as pessoas iam viajar, eu ficava na biblioteca. Depois de inúmeras reprovações, eu consegui. Em janeiro de 2011 passei o concurso e me tornei juíza em Goiânia”.
Caçula de seis irmãos, a única deles que tem ensino superior, Adriana quer motivar agora com o livro a todas as pessoas que, assim como ela, "sonham, mas estão desacreditadas”.  “É possível romper os paradigmas sociais, encoraja. “Eu, particularmente, não sofro racismo hoje. Mas sim vivencio a grande surpresa das pessoas quando me veem. Porque quando o advogado vai procurar o juiz, ele não espera encontrar alguém como eu. Eu não me importo. Eu fico feliz de ter quebrado esse paradigma”.
Fonte: EL PAÍS - Publicado em, 07 de maio de 2017. - Adaptado pelo Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, 02/06/2019.

PERFIL MIGRAÇÃO - Refugiados no Brasil têm escolaridade acima da média do país

Há 5.134 refugiados em todo o Brasil, vindos de 105 países diferentes. Metade dessa população vive em São Paulo

Pesquisa da Acnur traz um estudo inédito sobre o perfil socioeconômico dos migrantes que buscam abrigo no Brasil.

São Paulo – O nível de escolaridade dos refugiados no Brasil está acima da média nacional, de acordo com a pesquisa Perfil Socioeconômico dos Refugiados no Brasil  lançada nesta quinta-feira (30) pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e a Cátedra Sérgio Vieira de Melo (CSVM). O relatório inédito, elaborado por professores, é um marco na produção de informações sobre essa população que é altamente vulnerável.

Hoje, existem 5.134 refugiados em todo o país , vindos de 105 países diferentes, sendo que metade mora em São Paulo. Os dados da pesquisa indicam ainda que a maior parte dessa população está empregada, 57%, e 20% que estão fora do mercado de trabalho. Além disso, 79% dos refugiados citam ter o interesse em empreender no país.

A pesquisa da Acnur apontou que o Brasil é visto positivamente por essa população, sendo que a ampla maioria buscaria o país mais uma vez, caso precisasse novamente de refúgio. Mas há, no entanto, uma série de dificuldades enfrentadas pelos refugiados, como destaca Padre Paolo Parise, coordenador da Missão Paz, um local de abrigo para essa população que chega.

Ao repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT, o padre explica que além da validação do diploma ser um problema, a questão da moradia ainda é falha, com a maioria dos refugiados se abrigando em ocupações, e há muita discriminação. “Falta uma certa compreensão por parte da sociedade de quem é o refugiado, de consequências e preconceitos que recaem sobre eles”, afirma. O assessor de comunicação da Acnur em São Paulo, Miguel Pachioni, destaca ainda que em geral não se reconhece a qualificação dos refugiados. “Uma das dificuldades cruciais que a gente tem seria esse momento inicial no acesso ao mercado de trabalho”, avalia Pachioni.

Fonte: REDE BRASIL ATUAL

FOI MAIOR 30M traz segundo tsunami pela educação em duas semanas. "A FORÇA DA ESTUDANTADA - PROFESSORES E SINDICATOS - LUTAR É PRECISO!" EDUARDO VASCONCELOS - CPC/RN

Multidões deste 30 de maio repetiram sucesso dos atos do 15M

São Paulo, Rio e Belo Horizonte têm maiores mobilizações. “Brincaram com o formigueiro, deu nisso!”, afirmou o cientista Miguel Nicolelis sobre ato que levou 1,8 milhão às ruas.

São Paulo – Os atos em defesa da educação pública no país e contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro superaram as expectativas dos organizadores, segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE). Em São Paulo, foi estimada a participação de 300 mil pessoas. Muitas chegaram no começo da manifestação por volta de 17h no Largo da Batata, bairro de Pinheiros, zona oeste da capital. Outras foram se incorporando ao longo dos mais de 4 quilômetros percorridos até a dispersão, por volta de 21h, na Avenida Paulista.

Belo Horizonte reuniu 200 mil manifestantes. Rio de Janeiro e Recife, pelo menos 100 mil pessoas cada uma. A mobilização no Distrito Federal atraiu cerca de 20 mil pessoas. Em Salvador foram 70 mil pessoas, 40 mil em Belém, outras 30 mil em São Luís. Pelas contas dos organizadores em torno de 1,8 milhão de pessoas foram às ruas de 190 cidades do Brasil – dos 26 estados e do Distrito Federal –, além de outras 10 do exterior.

“Brincaram com o formigueiro, deu nisso!”, afirmou nas redes sociais o cientista Miguel Nicolelis. Já na Avenida Paulista, a presidenta da UNE, Marianna Dias, registrou: “O dia 30 de maio entra pra história do nosso país. Quando estudantes, professores, trabalhadores, pais, o povo brasileiro voltou às ruas num grande tsunami. Para quem não acreditava, nós estamos aqui. Nós somos milhões. Nós somos rebeldes. Nós somos questionadores”.

Marianna admitiu a superação das expectativas em relação ao alcance das manifestações, e assimilou a energia e vibração que vinha do asfalto, tomado por jovens, “organizados” ou “autônomos”. O trocadilho impresso na faixa gigantesca que acompanhou a passeata, “O Brasil se UNE pela educação”, traduzia uma realidade. “Se eles querem proibir, inibir a nossa voz e a nossa manifestação, eles vão falhar. Porque o povo que saiu de casa, não volta mais pra casa, se a educação do nosso país não for respeitada. Nós queremos escola, nós queremos educação e nós vamos construir a maior greve geral(marcada para 14 de junho) , ao lado dos trabalhadores, da história deste país. E eu desafio o governo Bolsonaro a dizer ao povo brasileiro porque que eles não gostam da educação”, bradou a presidenta da UNE.

Mídia Ninja
Nem os organizadores esperavam tanta presença no ato deste 30 de maio

“A universidade é o lugar da transformação, da liberdade, da democracia. Eles têm ódio disso. Por isso nós os derrotaremos gritando, fazendo balbúrdia, fazendo esse país se tornar um caos. Porque Bolsonaro não governa enquanto os cortes não forem revertidos. Essa é a promessa do povo que está indo pras ruas do Brasil. Bolsonaro, você não vai ter paz e nós não temos medo de você.”

Independentemente dos números da mobilização, uma nota divulgada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na tarde desta quinta, atestava que o governo está – além de desorientado – incomodado. O ministro sustenta que professores, servidores, estudantes e pais ou responsáveis “não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar”. O ministro também espera que sejam feitas denúncias por meio do site da Ouvidoria do ministério. Pelo que se viu nas ruas de todo o Brasil, o ministro está falando para as paredes.

Com reportagem de Felipe Mascari e Rodrigo Gomes

Fonte: REDE BRASIL ATUAL

MINISTRO DA DESEDUCAÇÃO PERSEGUE PROFESSOR QUE NÃO QUER FECHAMENTO DO IF



O ministro da Educação revela toda a sua  incompetência e autoritarismo nesta postagem. Nada mais abjeto que falta de tolerância e respeito à comunidade escolar. Tem ministro que pensa que está na ditadura militar.

Em 1980, em plena ditadura militar o professor e Ministro da Educação, Eduardo Portela, foi demitido do cargo pelo presidente João Figueiredo por apoiar a greve dos professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Eduardo Portela cunhou uma frase importante para época: “Não sou ministro. Estou ministro”. Eduardo Portela se manifestava sobre a transitoriedade do poder.

O  atual ministro da Educação deveria parar de fazer tanta lambança e  refrear os atos autoritários. Chega de querer governar pelo medo e incitando o ódio.

Aprenda com Paulo Freire a amar mais e a ouvir e respeitar os outros. Educação ministro é uma ato de amor,  escuta e respeito ao próximo. E que aluno não iria para  a rua defender que sua escola ou universidade  não feche por falta de verbas? Assistimos o sucateamento do sistema nacional de educação para cobrar mensalidade ou justificar a privatização.

E parafraseando Eduardo Portela, o “ministro”  deveria ser Ministro, pois até o momento só está lá diminuindo cada vez mais a importância do cargo que ocupa. Seja Ministro e não bedel.
Do site da Procuradoria-Geral da República  e MP Federal

Recomendação foi encaminhada à pasta na última sexta-feira (31) e orienta para imediata retratação pública. Descumprimento pode resultar em medidas judiciais

“O Ministério Público Federal deu prazo de dez dias para que o Ministério da Educação cancele a Nota Oficial emitida pela pasta no dia 30 de maio de deste ano, e na qual “desautoriza” pais, alunos, professores e funcionários a divulgarem ou estimularem protestos pelo direito à educação. A medida consta em uma recomendação encaminhada nesta sexta-feira (31) pelo MPF ao ministro da Educação, Abraham Weintraub. O texto solicita que o MEC promova imediata retratação pública quanto à publicação e divulgação da referida nota.

O Ministério Público Federal também recomenda que o Ministério da Educação se abstenha de cercear a liberdade dos professores, servidores, estudantes, pais e responsáveis pela prática de manifestação livre de ideias e divulgação do pensamento nos ambientes universitários, de universidades públicas e privadas e Institutos Federais de Ensino – incluindo análise, divulgação, discussão ou debate acerca de atos públicos, seja por meio de Nota Oficial ou pela prática de qualquer outro ato administrativo. No documento, o MPF esclarece que o não acatamento infundado da recomendação – ou a insuficiência dos fundamentos apresentados para não acatá-la total ou parcialmente – poderá ensejar a adoção das medidas judiciais cabíveis.

O texto ressalta que a Constituição Federal destaca a educação entre os direitos sociais do cidadão (art. 6º), declarando ser “direito de todos e dever do Estado e da família”. O Ministério Público Federal ressalta que  qualquer tentativa de obstar a abordagem, a análise, a discussão ou o debate acerca de quaisquer concepções filosóficas, políticas, religiosas, ou mesmo ideológicas –  inclusive no que se refere à participação de integrantes da comunidade escolar em atos públicos –  representa flagrante violação aos princípios e normas estabelecidos pela legislação brasileira. A recomendação é assinada conjuntamente pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul, Enrico Rodrigues de Freitas, e pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat.”