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terça-feira, 22 de novembro de 2016

AS FRONTEIRAS ENTRE O SER E A ARTE, EM A CAVERNA, DE JOSÉ SARAMAGO


Saramago foi um dos últimos autores a colocar o dedo na ferida de uma sociedade doente e manipulada. Em “A Caverna”, percebe-se uma crítica que vai além da alegoria do mito da caverna de Platão. A massificação da arte, por exemplo, é um aspecto abordado pelo autor português, que nos alertou a partir do personagem Cipriano Algor, um oleiro, que até mesmo o artesanato está sendo substituído por máquinas. Por que deixamos de valorizar um trabalho singular e consumimos cada vez mais produtos comuns e sem valor humano?

Quando foi a última vez que você comprou um produto feito a mão? Não me refiro a uma peça de arte cara adquirida em alguma galeria, mas sim um artesanato feito por um artesão de rua.
A arte nos dias atuais vem perdendo cada vez mais espaço e vem cada vez menos sendo valorizada, não somente no artesanato, como também na literatura e no cinema.
Em “A Caverna”, do autor português José Saramago, temos como personagem principal um oleiro chamado Cipriano Algor. Ele é a representação da arte que vem sendo substituída por máquinas no mundo atual.
O enredo do romance é bastante simples: Cipriano Algor é oleiro, pai de Marta Algor que é casada com Marçal Gacho. Os três moram em uma pequena casa no interior, longe do centro comercial. A rotina do oleiro Cipriano é levar de carro Marçal (que trabalha no centro) ao centro comercial, voltar para a sua casa no interior e trabalhar na olaria, junto com a sua filha Marta. Quando Marçal tem folga do trabalho, Cipriano volta ao centro comercial para buscar o genro. A rotina da vida das personagens é modificada, a partir do momento que o centro comercial para de encomendar os objetos de cerâmica produzidos pela família e Marta fica grávida de Marçal. José Saramago mostra principalmente a visão de Cipriano Algor, pai de Marta, a respeito da falta de interesse do centro comercial em seus produtos de cerâmica e a única alternativa para continuar a ter um lar: viver com a filha e com o genro no centro comercial. Uma das soluções encontradas pela família para o sustento é a produção de outro tipo de objetos de cerâmica: bonecos. Talvez, esse seja um dos elementos utilizados por Saramago para destacar um dos aspectos que tornam a arte cada vez mais desvalorizada. A partir da criação de centenas de bonecos, José Saramago nos mostra defeitos, rachaduras e pedaços que faltam em muitos deles, que podem servir como uma metáfora de nós mesmos, já que quando um boneco apresenta algum tipo de defeito, ele é logo substituído por outro em perfeitas condições, assim como nós somos substituídos pelas máquinas. Além disso, acompanhamos a trajetória de um homem que vivia da arte e é forçado a se mudar para um centro comercial. Existe derrota maior do que essa para um artista?
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A arte é arte por ser única, quando feita por uma máquina ela deixa de ser arte. No universo Saramaguiano, as pessoas consomem arte produzida por máquinas. Todavia, se pensarmos bem, nós também não consumimos? Quase tudo o que consumimos e é considerado arte é massificado, desde as músicas que escutamos até mesmo o que iremos assistir na tevê ou no cinema. E nós continuamos a viver as nossas vidas sem nos preocuparmos muito com isso, afinal, em nossas cabeças se lemos algum livro ou assistimos a algum filme no cinema, já nos consideramos mais “culturais”. Mas é preciso ir além, é necessário discutir e questionar o que nos é oferecido como arte nos dias atuais.
Os problemas apontados por Saramago mostram que o ser humano não percebe o real ao seu redor. Como perceber então o que realmente tem valor artístico? Isso ocorre não somente pelas inúmeras imagens que o homem é submetido diariamente nas ruas, na televisão ou na internet, como também pela alienação do ser que o afasta daquilo que é real. No mito da caverna, Platão aponta para a criação de uma alegoria moderna a respeito das indagações do ser humano enquanto elemento transformador da sociedade e dele próprio. A alegoria proposta por Saramago sugere e possibilita diversas formas de se pensar na problemática do simulacro (imagens que inventam a realidade a partir de uma realidade inexistente) na vida e na arte.
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Três obras são importantes para que possamos compreender melhor a massificação da arte: A Obra de Arte na Época da Reprodutibilidade Técnica, de Walter Benjamim (1936), e Perda da Aura, de Charles Baudelaire (1868) e A Arte no Século XXI – A Humanização das Tecnologias (2003), de Diana Domingues. Na primeira, Benjamim elaborou uma longa teoria a respeito da mudança de perspectiva sobre a reprodução artística com o advento das máquinas. O segundo é um poema irônico, escrito em prosa por Baudelaire, a respeito da perda da aura criativa do homem na criação artística. Tanto a Arte na Época da Reprodutibilidade Técnica, de Walter Benjamim, quanto em Perda da Aura, de Charles Baudelaire, têm um ponto em comum: ambos tratam da perda da “aura criativa” do artista e de como a massificação tem um papel fundamental nisso. Em A Arte no Século XXI – A Humanização das Tecnologias (2003), Diana Domingues traz diversas opiniões sobre a arte no século XXI, e a maneira como as pessoas passaram a utilizar as novas tecnologias para realizá-la. Percebe-se que o problema da interferência das máquinas no meio artístico é antigo. Saramago apenas nos alertou para um antigo problema sob uma nova ótica.
Ao exaltar a arte como criação, o autor português denuncia a marca aurática do artesão/artista, reveladora de gesto mimético singular, apontando o ser humano como principal elemento transformador da sociedade, por meio da criação artística contestadora e crítica.
Mas como diferenciar a arte real da arte simulada? É preciso antes de responder essa pergunta, reconhecer o que nós estamos enxergando exatamente nas sombras da realidade nas paredes de nossa imensa caverna. Precisamos antes de tudo reconhecer o simulacro antes de reconhecer o real.

Fonte: http://obviousmag.org/

O Escorpião " vale muito apena ler "



Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando de novo. O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou. Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:

— Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas às vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?

O mestre respondeu:

— A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.

Então, com a ajuda de uma folha o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida.

Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Preocupe-se mais com sua consciência do que com a sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, não é problema nosso... é problema deles.

Por Renato Carlos

GRUPO BOM GOSTO 300 ANOS ZUMBI - 20 DE NOVEMBRO ALÉM DE ZUMBI



No dia 20 de novembro, nós brasileiros, comemoramos o Dia da Consciência Negra. Mas já se perguntaram, porque foi escolhido esse dia? Foi nesse mesmo dia, no ano de 1695 que morreu Zumbi, que era líder do Quilombo dos Palmares.

Zumbi representa muito bem a luta do negro contra a escravidão, lá na época do Brasil Colonial. Ele morreu lutando em defesa do seu povo, lutando pela liberdade da comunidade negra.
Alguns líderes que fizeram história...

Além de Zumbi, outros líderes negros deixaram (ou ainda deixam) exemplos importantes para qualquer empreendedor que tem a liderança eficaz como premissa de um bom negócio. Conheça algumas dessas lições:

ZUMBI – Descendente de guerreiros angolanos, Zumbi foi capturado ainda quando criança e entregue ao Padre Antônio Melo para ser criado sob os costumes católicos. Com 15 anos, fugiu para suas origens e retornou ao Quilombo dos Palmares, onde combateu por 14 anos as investidas portuguesas contra a captura de negros para levá-los à escravidão. Destacou-se entre outros por sua inteligência – escrevia português e latim já aos 10 anos. Em 1965, reuniu mais de dois mil palmarinos (nativos do quilombo dos Palmares) e invadiu povoados em busca de alimentos e armas. Morreu depois que um dos líderes da tropa de Palmares foi capturado e entregou seu esconderijo.

Lição: os estudos e aquisição de conhecimentos podem levá-lo além do que você espera. Além disso, para liderar, é importante trabalhar seu poder de influência e capacidade estratégica para atingir os resultados esperados.

LUIZ GAMA – Ainda falando de líderes brasileiros, Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi um poeta, jornalista, advogado, republicano e abolicionista. Filho de um português e da ex-escrava Luiza Mahin. Nascido em Salvador, em 1830, foi vendido por seu próprio pai aos 10 anos e despachado para o Sudeste. Em São Paulo, fez serviços de lavadeira, passadeira e trabalhou como sapateiro. Aprendeu a ler, estudou e passou a trabalhar como advogado, mesmo sem graduação. Sua primeira vitória veio com a produção de provas que o livraram da condição de escravo.

Além da Advocacia, Gama adotou a causa abolicionista em outras áreas de sua vida, como na poesia e na carreira de jornalista. Seus anúncios como advogado defendiam “todas as causas de liberdade”, o que lhe rendeu muitos casos, vários invocando a lei de 1831 que aboliu o tráfico de escravos interoceânico, que ele chamava de “lei para inglês ver”. Esteve rodeado de admiradores, desde a elite letrada e cafeeira, até estudantes e negros em busca de defesa de seus interesses. Morreu em 1882 com direito a um cortejo que seguiu do Brás até o Cemitério da Consolação, onde ainda é possível encontrar seu túmulo. Em seu busto no Largo do Arouche, lê-se “Por iniciativa do progresso / Homenagem dos pretos do Brazil”.

Lição: não se chega a lugar nenhum sem força de vontade, sem dedicação e sem “colocar a mão na massa”, no melhor exemplo da expressão “o futuro está em suas mãos”. Além de perseverança, é importante ser assertivo e manter uma boa rede de contatos para fazer valer suas ideias e propósitos. Por fim, quem tem uma causa (leia-se também missão e valores), terá mais chances de se destacar no meio de outros.

MARTIN LUTHER KING – Uma das maiores personalidades da história da humanidade, Martin Luther King Jr. lutou contra a desigualdade racial por meio do ativismo político. Nascido em Atlanta em 1929, decidiu seguir pelo seminário tornando-se pastor batista. Logo quando adolescente, já questionava conceitos enraizados, como quando, com 13 anos, inicialmente negou a ressurreição corporal de Jesus.

Em 1955, após a prisão de uma mulher negra que se recusou a ceder seu lugar no ônibus a uma mulher branca, King co-liderou um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial, campanha que durou mais de um ano e resultou na decisão da Suprema Corte Americana de tornar ilegal a discriminação racial dentro do transporte público. O pastor também organizou e liderou marchas pelo direito ao voto, fim da segregação, fim das discriminações no trabalho, melhorias na educação e na moradia dos negros, dentre outros direitos civis básico que agregaram à Lei de Direitos Civis dos Estados Unidos (1964) e Lei dos Direitos Eleitorais (1965). Seus esforços levaram à Marcha sobre Washington de 1963, onde ficou conhecido pelo discurso “I Have a Dream” (“Eu tenho um sonho”), e à marcha de 1965 em que o futuro líder dos Panteras Negra, Stokely Carmichael, criou a expressão “Black Power”.

Tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz por sua liderança na resistência não-violenta (King era seguidor das ideias de desobediência civil não-violenta pregadas por Mahatma Gandhi) e por sua luta pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos. O pastor foi assassinado em 4 de abril de 1968. Postumamente, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade (1977), a Medalha de Ouro do Congresso (2004) e um feriado nacional, que ocorre sempre da terceira segunda-feira de janeiro.

Lição: é preciso ter coragem e olhar crítico para liderar, começar coisas novas e quebrar paradigmas. A dedicação é fundamental se você deseja influenciar pessoas e deixar um legado. Além disso, agir e tomar a frente das coisas é algo imprescindível para qualquer líder e empreendedor. Por fim, ter um posicionamento claro diante das situações é o que o distinguirá diante de outros (incluindo empresas e marcas concorrentes).

MANDELA – Nascido em 1918, Rolihlahla Mandela (nome original) foi o líder que lutou contra o Apartheid na África do Sul, defendendo a democracia e o fim da segregação racial. Ainda criança, foi enviado à vila real de Mqhekezweni, onde passou a frequentar a escola e onde recebeu seu nome “cristão”, Nelson. Iniciou o bacharelado em Artes na universidade de Fort Hare, a primeira da África do Sul a ministrar cursos para negros, mas foi expulso no segundo ano após participar de um protesto estudantil. O fato enfureceu o rei de sua vila, fazendo com que Mandela fugisse para Johanesburgo.

Trabalhou como vigia de uma mina e conheceu o corretor de imóveis Walter Sisulu, que lhe arranjou um emprego na firma de advogados Witkin, Eidelman e Sidelsky, algo impensável para um negro. Foi só na cidade, onde não era tratado como da nobreza e sim como um negro pobre do interior, que Mandela tomou conhecimento da diferença racial que acometia o país, fato que o levou à vida política. Em 1944, ingressou no Congresso Nacional Africano (CNA) e, em 1949, fundou a Liga Juvenil do CNA (ANCYL, na sigla em inglês; 1949), que tinha um posicionamento mais radical perante o partido dos brancos. Enquanto sua popularidade crescia, a vitória da extrema-direita branca no governo do país resultou no regime segregacionista do Apartheid.

Em 1952, Mandela chefiou a Campanha de Desafio, que promoveu o Dia do Protesto, incentivando negros a usarem os espaços reservados aos brancos em locais públicos. Em sua atividade política, Mandela foi preso em várias ocasiões, condenado a trabalhos forçados por tempo determinado, atuou na clandestinidade até que foi capturado, julgado e condenado à prisão perpétua – onde ficou encarcerado na famosa cela 466/64.

Quando preso, aprendeu a pensar a longo prazo, procurou passar o raciocínio e conhecimento aos mais jovens, aprendeu a cultura e língua africâner e ainda exerceu influência sob lideranças do país. Em 1990, foi solto e viu a minoria branca apoiar o fim do Apartheid. Em 1994, tornou-se presidente e colocou em prática sua proposta de transição para a democracia multirracional, com a criação da Comissão da Verdade e Reconciliação, e assegurou à minoria branca um futuro no país. Mesmo depois do término do mandato, atuou fortemente na política internacional, antes de se aposentar.

Lição: ter a capacidade de articular, influenciar, pensar a longo prazo e esperar os momentos certos para agir são características de liderança imprescindíveis para pequenos e médios empresários que precisam erguer um negócio e aproveitar as oportunidades e tendências do mercado. Além disso, mais do que tudo, assim como prega o “Mandela Day”, um líder deve ser capaz de inspirar as pessoas a ter ações para mudar o rumo das coisas, melhorando a organização e (porque não?) com o pensamento de tornar o mundo um lugar melhor.

A lei 10.639 foi expedida em 09 de janeiro de 2003 e também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira no calendário escolar, permitindo o resgate sobre a influência de povos negros na história econômica, política e social do país.

- Este dia e todo mês, é dedicado para pensarmos sobre a importância da cultura e do povo africano em nosso país. Eles sempre foram muito importantes em nossa história, construindo junto com a gente um país tão rico como é o Brasil. Já parou para pensar quanta coisa linda eles trouxeram? Músicas, dança, artes, esportes e também grande participação na área política e social.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.