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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Marcha em SP marca luta pelos direitos das Mulheres Negras

Na próxima terça (25), é o dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Em São Paulo, uma Marcha acontecerá às 17h na Praça Roosevelt para marcar a data e denunciar, segundo a apresentação do evento (aqui) no Facebook, “o racismo, o machismo, a LGBTfobia, o genocídio, o golpe e as reformas previdenciária e trabalhista do governo golpista que retiram direitos de todos os trabalhadores e em especial de nós mulheres negras”.
Outras questões são relacionadas entre as pautas do ato de amanhã (25) em São Paulo, “denunciar o massacre que a prefeitura de São Paulo tem feito contra a população pobre, preta e periférica de nossa cidade, contra o fechamento dos centros de enfrentamento ao racismo e à violência contra as mulheres e a política higienista na Cracolândia”, complementa a apresentação nas redes sociais.
Segundo o IBGE, a população negra em nosso país representa mais da metade dos brasileiros, são 54%. Se computarmos também as populações da América Latina e do Caribe, são 200 milhões de afrodescendentes, de acordo com a Associação Mujeres Afro.
Analisando alguns números detectamos quão alarmante é a situação, no Brasil, também de acordo com o IBGE, três em cada quatro pessoas em situação de pobreza são pessoas negras. No nosso continente, a ONU aponta que dos 25 países com maiores índices de feminicídio do mundo, 15 estão na América Latina ou no Caribe. O Mapa da violência de 2016, demonstra que os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mercado de trabalho as diferenças também são abismais. No Brasil, mulheres brancas recebem 70% a mais do que negras, segundo a pesquisa Mulheres e Trabalho, do IPEA.
A data foi escolhida por ter sido reconhecido pela ONU em 1992, o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, justamente em um dia 25 de julho. No Brasil, país que ostenta o maior índice de feminicídios na América Latina, a presidenta Dilma Rousseff instituiu, desde 2014, no mesmo 25 de julho, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra – em homenagem à líder quilombola que viveu no século 18 e que foi morta em uma emboscada.
Segundo a dirigente feminista da UJS, Maria das Neves, “em um momento que avança a onda conservadora e a retirada de direitos no Brasil, as mulheres negras são as maiores afetadas, com a Reforma Trabalhista e da Previdência já compõe hoje a base da piramide social, recebendo os menores salários ou trabalhando na informalidade. Portanto amanhã a Marcha será para reafirmar o “Fora Temer”, as “Diretas Já”, mas também para pedir o fim do genocídio da juventude negra, o fim do genocídio das mulheres negras. Então, as mulheres negras que realizaram a primeira Marcha das Mulheres Negras em 2015, voltarão a ocupar as ruas do Brasil para dizer que nós queremos a retomada da democracia porque só nela teremos condições de aprofundar a conquista de mais direitos e garantir o fim das violências”, e Maria continua, “as mulheres negras sofrem com o machismo e o racismo, e essa dupla opressão faz com que amplie a nossa vulnerabilidade, portanto amanhã, a passeata é pra mostrar a nossa unidade, a força desse movimento que cresce em todo país.”
Para Renata Rosa, presidenta da UJS-SP, “Essa é uma data de resistência muito importante, hoje as mulheres negras são maioria em nosso país, e historicamente são exploradas e sofrem em maior medida os impactos do sistema capitalista. Temos avançado muito na luta em defesa dos nossos direitos em que pese a conjuntura adversa que temos vivido. Ampliemos  a luta e usemos nossa força e resistência que vem desde nossos ancestrais! Venceremos”.