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sábado, 12 de outubro de 2019

"NÃO MORRA!" - DE MARLI NÓBREGA - IPUEIRA - RN

 Poetisa - MARLI NÓBREGA
Não morra em mim essa certeza de tempos melhores, esse desejo de paz e esse sonho de unidade.

Não morra em mim essa sensação de calma que me embala a noite trazendo um sono tranquilo. 

Não morra em mim esse sentimento de gratidão que acorda e adormece comigo. 

Não morra em mim essa inspiração motivadora, o ideal de encantar pessoas... 

Não morra em mim as amizades verdadeiras que caminham em minhas malas sem pesos nem excessos. 

Não morra em mim a paixão desenfreada pela vida e tudo que a compõe. 

Não morra em mim esse lugar de reservas poucas e  descansos necessários.  

Não morra em mim a magia do mar, a plenitude do olhar e a singeleza da visão. 

Não morra em mim essa fome de vencer etapas e derrubar muros, essa estrada que nos conduz ao novo lar, o lar dos sonhos. 

Não morra em mim as paixões que me afetam, os amores que me movem e os sonhos que me impulsionam. 

Não permita Senhor! Que morra em mim essa admiração gratuita por pessoas que fazem do mundo à melhor casa que podemos ter.

Eu desejo vida à vida posta, em anestesia, morta.

Eu desejo cura ao corpo doente e a mente  absorta...


Marli Nóbrega - Ipueira/RN

Mário de Andrade, um modernista de caso com o comunismo

MA-F- 2099
Há 126 anos, em 9 de outubro de 1893, nascia Mário de Andrade – o escritor e ativista cultural que melhor encarnou a chamada “fase heroica” do Modernismo brasileiro. Ao longo de sua vida pública – e particularmente ao refletir sobre a “aristocrática” Semana de Arte Moderna –, Mário incorporou cada vez mais preocupações com a cena política. Nesse percurso, fez referências elogiosas às ideias e práticas comunistas, sobretudo à experiência soviética.
“Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta”, declarou Mário de Andrade (1893-1945), num de seus versos mais conhecidos. Em outro poema, o escritor paulista, um dos principais líderes do modernismo brasileiro, parece deixar a receita para decifrá-lo: “É só tirar a cortina / Que entra luz nesta escurez”. Com uma ressalva: “Para quem me rejeita, trabalho perdido explicar o que, antes de ler, já não aceitou”.
A despeito de tantas pistas, mesmo quem o aceitou não deu conta, pelo menos até hoje, de retratar em definitivo o autor de Pauliceia Desvairada (1922), Amar, Verbo Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928). Decorridos 126 anos de seu nascimento e 74 anos de sua morte, Mário é o segundo escritor mais estudado nas universidades do Brasil, atrás apenas de Machado de Assis (1839-1908). Só agora, porém, ganhou um trabalho biográfico de fôlego, o recém-lançado Em Busca da Alma Brasileira – Biografia de Mário de Andrade (Estação Brasil, Sextante), do jornalista Jason Tércio.
Desde que iniciou a pesquisa para seu livro, no final da década passada, Tércio dizia saber onde se metia. A vida privada de Mário era um mistério cercado de rumores por todos os lados. A vida pública já foi alvo de milhares de artigos jornalísticos e trabalhos acadêmicos. Dissecar uma e outra é uma aventura. Relacioná-las e interpretá-las com equilíbrio, uma epopeia. Em Busca da Alma Brasileira cumpriu as duas missões com louvor!
Enquanto a biografia sofria adiamentos e não vinha à tona, um dos 300 ou 350 Mários de Andrade mereceu atenção especial. A figura do Mário gestor, com destaque para sua atuação à frente do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo (1935-1938), sobressaiu nesta segunda década do século 21.
Para isso contribuíram, decisivamente, três livros publicados nos últimos anos: Um Poeta na Política – Mário de Andrade, Paixão e Compromisso, de Helena Bomeny (Editora Casa da Palavra, 2012); Eu Sou Trezentos – Mário de Andrade: Vida e Obra, de Eduardo Jardim (Edições de Janeiro, 2015); e, em especial, Me Esqueci Completamente de Mim, Sou um Departamento de Cultura, de Carlos Augusto Calil e Flávio Rodrigo Penteado (Imprensa Oficial, 2015). Sem contar a Ocupação Mário de Andrade, promovida em 2013, no Itaú Cultural, em São Paulo, ressaltando os feitos do escritor “nos campos da gestão e da política cultural, em tempos nos quais esses termos não eram usuais”.
Semana de 22
Foram 18 anos desde o ingresso do escritor paulista na vida pública – em 1917, com o livro Há uma Gota de Sangue em cada Poema – até sua posse do Departamento de Cultura, marco zero do “Mário gestor”. O livro de estreia coincidiu no tempo com a Revolução Russa, mas o poeta dizia estar sob o impacto da 1ª Guerra Mundial.
Também em 1917, Mário de Andrade saiu em defesa da artista plástica Anita Malfatti, cuja Exposição de Pintura Moderna, em São Paulo, acendeu o reacionarismo da crítica. A mostra foi um divisor de águas na formação do escritor, que confessou ter aderido ao modernismo por influência do trabalho de Anita: “Devo a revelação do novo e a convicção da revolta a ela e à força de seus quadros”.
Mas é com a Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, que Mário de Andrade emerge como a liderança máxima do movimento modernista. Seu engajamento foi decisivo não apenas para articular e promover o evento – mas também para lhe garantir lugar na posteridade.
Um lugar e uma posteridade que não foram naturais, conforme aponta Marcia Camargos em Semana de 22 – Entre Vaias e Aplausos (Boitempo Editorial, 2002). “Afinal, por que um evento que provocou prejuízo considerável a seus organizadores, foi difamado por boa parte da imprensa da época e recebeu mais vaias do que aplausos continua despertando tanto interesse?”, questiona a autora.
O fato é que a Semana foi beneficiada com o passar do tempo. O que prevalece hoje, na opinião de Marcia, são estudos “em geral consagradores” a respeito do evento. E, se o estalo modernista de 1922 sobreviveu, foi graças, em boa medida, à militância de seus dois protagonistas – os Andrade, Mário e Oswald, amigos e parceiros que, sete anos depois do evento, viraram desafetos.
A herança da Semana passa por ambos. Da negação comum do passadismo, cada um desses escritores, à sua maneira, passou a seguir seu próprio itinerário modernista, inaugurando as primeiras vertentes do movimento. “Enquanto Oswald de Andrade era o devasso, o piadista, Mário era o ‘scholar’, o erudito, o monumento moral”, compararam José Geraldo Couto e Mario Carvalho, em ensaio de 1993.
Para Jason Tércio, Mário representava o “pensador participante”, e Oswald fazia as vezes de “agitador”. Entrevistado pelo Valor Econômico em 2012, Tércio garantiu que Mário cuidou melhor que Oswald do patrimônio de 1922: “Foi ele quem deu sequência às ideias da Semana, quem mais se empenhou para manter acesa a fogueira, participando dos debates posteriores com artigos na imprensa e palestras, ajudando a fundar revistas, escrevendo ensaios e pondo em prática, nos seus textos, todo o ideário modernista”.
Autocrítica
É uma meia-verdade. Tércio desconsidera que, no pós-1922, poucas investidas contra a Semana foram mais demolidoras do que o balanço feito pelo próprio Mário de Andrade em 1942, quando o evento completou duas décadas. A autocrítica do escritor começou em fevereiro, numa série de quatro artigos para o jornal O Estado de S. Paulo. Continuou dois meses depois, na conferência “O Movimento Modernista”, lida por Mário em 30 de abril, para uma plateia de estudantes que lotavam a Biblioteca do Itamaraty, no Rio de Janeiro.
Das vaias à consolidação do movimento, o escritor inferiu que o modernismo não foi mais que “um abandono consciente de princípios e de técnicas”, “uma revolta contra a intelligentsia nacional”. Outros slogans – escreve ele – devem ser descartados. “Quanto a dizer que éramos antinacionalistas, é apenas bobagem ridícula”, comenta Mário, assumindo que “o espírito e as modas foram diretamente importados da Europa” – e que “o movimento renovador era nitidamente aristocrático”.
Sobre os participantes da Semana, nada muito melhor. “Éramos uma arrancada de heróis convencidos, uns hitlerzinhos agradáveis”. E mais: “Vivemos uns seis anos na maior orgia intelectual que a história artística do país registra”, com “alguma patriotice e muita falsificação”.
No intervalo de pouco mais de dois meses entre os artigos no Estadão e o discurso no Itamaraty, Mário acentua a severidade de sua autorreflexão. Mesmo alegando não ser, por natureza, um “político de ação”, o escritor expôs o incômodo. Seu tempo era a “idade política do homem”, à qual ele tinha o dever de servir. Mas a Semana de 1922, na contramão de sua época, falhou ao ficar indiferente à cena nacional e aos segmentos populares.
De resto, o movimento era heterogêneo e incluía artistas com posições políticas abertamente conservadoras – caso de Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo –, o que dificultava certas tomadas coletivas de posição. “Fomos bastante inatuais. Vaidade, tudo vaidade”, resumiu Mário.
Ácido, ele equiparou seus pares a grandes artistas da Antiguidade que tiveram notoriedade, mas rebaixaram “a vida humana”, na medida em que nada fizeram para combater as mazelas vigentes: “Nos períodos de maior escravização do indivíduo, Grécia, Egito, artes e ciências não deixaram de florescer”.
“Caretas para a máscara do tempo”
No plano pessoal, a desilusão é ainda maior. “Chego, no declínio da vida, à convicção de que faltou humanidade em mim. Meu aristocratismo me puniu. Minhas intenções me enganaram. Quando muito, fiz de longe umas caretas para a máscara do tempo, o que não me satisfaz (…). Tendo deformado toda a minha obra por um anti-individualismo dirigido e voluntarioso, toda a minha obra não é mais que um hiperindividualismo implacável! E é melancólico chegar assim ao crepúsculo, sem contar com a solidariedade de si mesmo.”
O Mário de Andrade de 1942, volta e meia tachado como “maduro”, era na realidade um ser humano atormentado por problemas pessoais (crises financeiras, alcoolismo) e fragilizado diante de fatores externos (o Estado Novo, a Segunda Guerra Mundial). Como festejar o modernismo se os avanços alcançados nas artes e na cultura não se refletiam no dia a dia? “Os modernistas da Semana de Arte Moderna não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição. (…) Façam ou se recusem a fazer arte, ciência, ofícios. Mas não fiquem apenas nisso, espiões da vida, camuflados em técnicos de vida, espiando a multidão passar. Marchem com as multidões!”
Se deixasse a modéstia de lado, Mário poderia citar sua passagem pelo Departamento de Cultura como exemplo do que é marchar ao lado do povo. Mesmo sem experiência no serviço público nem vínculo com o grupo político do prefeito Fábio da Silva Prado e do governador Armando Sales de Oliveira, o escritor teve plena autonomia para dirigir o novo órgão.
O contexto lhe favorecia. Com a Constituição de 1934 e o anúncio de eleições para a Presidência da República em 1938, as elites paulistas acreditavam poder, finalmente, dar o troco em Getúlio Vargas e retomar a hegemonia perdida com a Revolução de 1930. “A ideia era fazer da experiência paulista o laboratório de um amplo projeto de alcance nacional, no caso da vitória de Armando Sales de Oliveira na eleição presidencial”, explica Eduardo Jardim, em Mário de Andrade – A Morte do Poeta (Editora Civilização Brasileira, 2005).
Nenhum daqueles projetos-laboratório foi mais bem-sucedido que o Departamento de Cultura. De 1935 a 1938, Mário de Andrade liderou uma gestão criativa e transformadora, que abriu as portas do Teatro Municipal para a população pobre e construiu parques infantis. Os ônibus-biblioteca se alastraram. Instituições como a Discoteca Municipal e a Sociedade de Etnografia e Folclore foram criadas. Com as Missões de Pesquisas Folclóricas, pesquisadores de São Paulo foram ao Nordeste para fazer o registro de elementos da cultura popular.
Aos proletários
É curioso notar como Mário de Andrade imprimiu uma rara sensibilidade social às ações do Departamento. A preocupação aberta com a formação do “proletariado” norteou a concepção de projetos como as Casas de Cultura Proletária e os Concursos de Arte Proletária. Além disso, os parques infantis eram necessariamente implantados em bairros operários, como a Lapa e o Ipiranga, com o objetivo de levar recreação e lazer aos “filhos dos trabalhadores”.
Orgulhoso de suas conquistas, o escritor alimentou uma imensa gratidão ao prefeito Fábio Prado. Em correspondência ao poeta e amigo Carlos Drummond de Andrade, Mário diz que tinha tudo para ser preterido, já que pesava contra ele a acusação de ser “comunista”.
Do Partido Comunista do Brasil, fundado em 1922, Mário nunca se aproximou. Sua única filiação, influenciada pela atividade política do irmão Renato, foi ao Partido Democrático. Mas as poucas referências do autor às ideias e práticas comunistas foram invariavelmente elogiosas. Logo no início do artigo “Comunismo”, publicado no Diário Nacional em 30 de novembro de 1930, Mário ataca as variantes anticomunistas em curso no País. “Está se dando no Brasil um movimento em torno da palavra Comunismo que é dum ridículo perfeitamente idiota”, opina. “Comunismo pra brasileiro é uma espécie de assombração medonha.”
O escritor denunciava também a campanha contra a incipiente experiência soviética: “Os países capitalistas têm feito tudo não só pra ocultar da humanidade a Rússia verdadeira, como inda têm feito tudo pra prejudicá-la até internamente”. O Brasil, de acordo com Mário, não estava imune a essa ofensiva. “Me arde ver o susto brasileiro ante esse monstro de palco, inventado pela malvadeza de uns e a ignorância de outros.”
Em 1933, ao responder a um questionário da editora norte-americana Macaulley & Co, Mário voltou a surpreender. “Minha maior esperança é que se consiga um dia realizar no mundo o verdadeiro e ignorado Socialismo. Só então o homem terá o direito de pronunciar a palavra ‘civilização’.”
Numa carta a Oneyda Alvarenga, Mário completa: “Não admito integralmente o marxismo e sinto na vida humana uma porção de causas e de imponderáveis que produziriam os efeitos. Mas incontestavelmente o marxismo contém uma enorme parte de verdade que hoje nem é marxista mais porque incorporada ao conhecimento geral, à verdade humana. Coisas que ninguém discute mais”.
Os pensadores contemporâneos voltaram ao assunto. Moacir Werneck de Castro – que conviveu com Mário nos três anos em que o escritor paulista morou no Rio de Janeiro (1938-1941) – lançou Mário de Andrade – Exílio no Rio (Editora Rocco, 1989), vigoroso ensaio sobre o amigo. “Mário jamais pretendeu assimilar o marxismo, mas utilizava conceitos marxistas como instrumentos de análise e de conhecimento da realidade”, ponderou Werneck. Em Intelectuais Brasileiros e Marxismo (1991), Leandro Konder diz haver em Mário um “interesse (desconfiado porém simpático) pelo comunismo”.
Em 1945, já prestes a morrer, o escritor paulista arrisca, em nome da paz mundial, uma momentânea apologia do realismo soviético e da arte engajada contra o nazismo – mas como complemento (e não oposição) ao modernismo. Interpretando Mário, Konder conclui que “a cultura não pode resolver questões que a vida não resolveu: o que ela pode (e precisa) fazer é nos proporcionar maior familiaridade com elas”. Ajudar-nos a enxergar nossas interrogações talvez seja, justamente, a única marca onipresente nos 300 ou 350 Mários de Andrade.
* André Cintra, jornalista e escritor, é editor do Prosa, Poesia e Arte (seção cultural do Portal Vermelho). Este texto se baseia em artigo publicado originalmente na revista Princípios, nº 126, de agosto/setembro de 2013).
Fonte - Portal BRASIL CULTURA

Livro mostra as várias faces de Dom Quixote e Sancho Pança

Os leitores de Miguel de Cervantes (1547-1616), expoente da literatura espanhola que se imortalizou com Dom Quixote, lançado em 1605 com o título El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de La Mancha, têm uma referência importante para conhecer e refletir sobre a obra do escritor. Cervantes Plural: Dom Quixote, Novelas Exemplares, Persiles e Teatro, livro organizado pela professora Maria Augusta da Costa Vieira, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, apresenta uma diversidade de estudos, possibilitando uma análise multifacetada da obra cervantina.
O lançamento é da Editora Humanitas, ligada à FFLCH. “É o primeiro livro que reúne artigos do grupo de pesquisa Cervantes: Poética, Retórica e Formas Discursivas na Espanha dos Séculos 16 e 17”, explica Maria Augusta. “O grupo foi criado há aproximadamente 20 anos, quando, na minha condição de orientadora de trabalhos de mestrado e doutorado, foi se tornando evidente a necessidade de complementar a formação de nossos alunos de pós-graduação com encontros periódicos para leitura e discussão de estudos teóricos e críticos sobre a obra de Miguel de Cervantes.”
Segundo a professora, no decorrer dos anos o grupo foi se tornando numeroso e realizando iniciativas como o Simpósio Internacional: Dom Quixote 400 Anos, com apoio da FFLCH e do Instituto Cervantes de São Paulo, em 2005, e o Simposio Hispano-Brasileño de Jóvenes Hispanistas del Siglo de Oro, em 2013. Organizou também, em 2015, o 9º Congreso Internacional de la Asociación de Cervantistas (Cindac), entre outros eventos.
Cervantes Plural: Dom Quixote, Novelas Exemplares, Persiles e Teatro reúne textos em espanhol e português. Estão divididos em cinco capítulos: “Cervantes: seu mundo e seus entornos”, “Dom Quixote: damas, escudeiros, festa e teatro”, “Novelas exemplares: personagens femininas, mescla de gêneros e diálogos ‘Cínicos’”, “O teatro de Cervantes e Los Trabajos de Persiles Y Sugismunda: epílogos dramáticos e estratégias poéticas” e “Recepção da obra cervantina”. Os capítulos vão compondo o perfil do escritor, as suas histórias e detalhes dos personagens, questionando e respondendo às razões de povoarem o imaginário contemporâneo.
Não se iluda, prezado leitor, se pensa encontrar a prova definitiva da origem de um dos personagens mais conhecidos de nossa literatura. Os ingredientes que Cervantes usou para criar o gracioso escudeiro ainda permanecem secretos.”
“Desde que a primeira parte da obra foi lançada, em 1605, com o título de El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de La Mancha, as aventuras de Dom Quixote e de Sancho Pança passaram a fazer parte do imaginário de inúmeras gerações de leitores”, comenta a professora Valéria da Silva Moraes, num dos artigos publicados no livro. “A repercussão que o livro obteve foi imediata, pois pouco tempo após sua publicação a dupla de personagens já servia de mote em festas como as mascaradas”. A estudiosa aponta a recepção da obra ligada ao entretenimento já em seu tempo, “trazendo à baila a dimensão cômica do Quixote, como já apontado por renomados cervantistas como Peter Russell e Anthony Close”.
Fotomontagem com retrato de Cervantes, de autoria de Eduardo Balaca, no centro – Reprodução
As discussões sobre a gênese literária de Sancho Pança são abordadas no artigo de Silvia Cobelo, escritora que pesquisa em seu pós-doutorado as adaptações intersemióticas cervantinas. “Não se iluda, prezado leitor, se pensa encontrar a prova definitiva da origem de um dos personagens mais conhecidos de nossa literatura: o escudeiro do cavaleiro Dom Quixote, Sancho Pança”, observa. “A paternidade é sabida: Miguel de Cervantes. A nacionalidade, idem: espanhol da região da Mancha. Mas os ingredientes que usou para criar o gracioso escudeiro ainda permanecem secretos.”
A autora traz várias referências de estudos sobre o escudeiro. Cita o crítico literário espanhol Francisco Márquez Villanueva, que pensa na construção de Sancho Pança a começar pela origem do nome do personagem. “Sancho, nome de berço folclórico, que aparece em vários provérbios e está relacionado com o tipo rústico, tanto no refraneiro espanhol como no teatro e na comédia. Já o sobrenome, Panza, está relacionado com a literatura dramática.”
Cervantes Plural, livro lançado pela Editora Humanitas – Foto: Reprodução
Ao pesquisar as observações do crítico Anthony Close, a autora destaca que Sancho seria uma síntese de tipos folclóricos e literários: o bobo, o rústico, o criado, o bufão, o gracioso, o anão, o pícaro. Porém, um escudeiro caricato, mas leal. “O equilíbrio entre a imaginação e a verossimilhança é obtido através dessa figura multifacetada, resultado de uma complexa trama intertextual.”
Ainda citando o crítico Close, a autora acentua: “Cervantes utilizou tudo que leu, ouviu e assistiu durante sua atribulada vida. Escreveu o Quixote depois dos 50 anos, parte dos quais viveu fora da Espanha, na Itália e depois na Algéria. Foi secretário, soldado, escravo, funcionário público e prisioneiro. Ao surgir o escritor, dom Miguel tinha muito material para escrever seu romance e moldar cada uma de suas inesquecíveis personagens.”
Cervantes Plural: Dom Quixote, Novelas Exemplares, Persiles e Teatro, de Maria Augusta da Costa Vieira (organizadora), Editora Humanitas, 360 páginas, 45,00.

Dia das Crianças

Dia das Crianças é comemorado anualmente em 12 de outubro no Brasil.
Esta data celebra os direitos das crianças e adolescentes, ajudando a conscientizar as pessoas (os pais, em especial) sobre os cuidados necessários durante esta fase da vida.
Tradicionalmente, no Brasil, no Dia das Crianças os adultos costumam oferecer presentes ou proporcionar atividades especiais e de entretenimento para os mais jovens.
Em alguns países, como Portugal, por exemplo, as crianças são homenageadas em 1º de junho, data conhecida como Dia Internacional da Criança.

Origem do Dia das Crianças

A proposta para a criação desta data é de autoria do deputado federal fluminense Galdino do Valle Filho. Após a sua aprovação, surgiu o Decreto de Lei nº 4867, de 5 de novembro de 1924, que oficializou o dia 12 de outubro como o Dia das Crianças.
No entanto, o dia ganhou maior popularidade a partir de 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção com a Johnson & Johnson e criou a “Semana do Bebê Robusto” a fim de aumentarem suas vendas.
A partir deste momento, a data passou a ser marcada pela oferta de presentes as crianças, principalmente brinquedos.
O Dia das Crianças coincide com o dia de Nossa Senhora de Aparecida, que é feriado.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Universal da Criança é celebrado em 20 de novembro, em homenagem à data da aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, nesta mesma data em 1959.

XII CEAS/RN REALIZADA EM NATAL FOI O MÁXIMO! CONFIRAM

 União do Grupo 3 de debates fizeram com que aprovassem na Plenária Final a maioria de suas propostas aprovadas no grupo!
 Grupo 3 atentos para as defesas de suas propostas na Plenária Final
Governadora FÁTIMA BEZERRA prestigiou a Abertura da Conferência dando todo o incentivo para que a mesma atinja seus objetivos rumo a Brasília e aproveitou para falar um pouco das ações do Estado e outras ações que serão executadas logo no inicio do ano de 2020, voltadas em sua maioria para a Educação, Saúde e Assistência Social.
Aprovação do regimento interno
 Oratória dos representantes da Mesa Oficial - Abertura


 Imagens da linda Praia de Ponta Negra nas primeiras horas da manhã do dia 11/10
Grupo 3 de debates sai fortalecido e unido rumo as lutas e defesa das políticas públicas voltadas para a Assistência Social

Eduardo Vasconcelos*

A XII Conferência Estadual de Assistência Social do RN, realizada nos dias 10 e 11 de outubro na Escola de Governo em Natal, superou todas as expectativas.  Dezenas de delegados vindas de vários município potiguares passaram dois dias de puro debates, responsabilidades e descontração!

O tema principal foi "ASSISTÊNCIA SOCIAL: DIREITO DO POVO com Financiamento Público e Participação Social, muito abordado e discutido, que no final aprovou 10 (dez) propostas que serão encaminhadas para a Conferência Nacional Democrática de Assistência Social, que será realizada em Brasília no mês de novembro.

Foram dois dias de muitos debates, descontração e aprovação de propostas tanto para o Estado e municípios como para a nível nacional.  O Rio Grande do Norte dá passos de união e defesa do SUAS e fortalecimento dos conselhos municipais, ferramentas importantíssimas para o processo democrático de direitos e principalmente em momentos nebulosos com perdas constantes de direitos garantidos com tantas lutas!

As propostas aprovadas no XII CEAS/RN serão divulgadas tão logo o CEAS/RN divulguem-as para as instituições e delegados.

Após aprovação das propostas foram feitos as eleições dos delegados para a Conferência Nacional prevista para novembro em Brasília.

Para Eduardo Vasconcelos, delegado pela sociedade civil, representando Nova Cruz foi um momento único e que fortaleceu laços para que o Estado Potiguar possa através deste debates plantar esperança para que mais políticas voltadas para a Assistência Social possam a virem ser concretizadas, apesar do momento turbulento que passa o Brasil, mas com a garra do povo brasileiro e com os homens de bem o Brasil (sistema) possa voltar a respeitar o povo brasileiro e que seus direitos conquistados com muita luta não sejam jogados na "lata do lixo" como alguns atos do executivo federal vem fazendo.

Unir, se conscientizar e lutar será caminhos para a retomada da luta e pelos direitos adquiridos com tanta luta e suor! Eduardo conclui que o momento foi super importante, pois as cidades presentes se uniram na defesa das Políticas Públicas para a Assistência Social, bem como a referida conferência serviu para fazer novas amizades e com isso ficamos mais fortes para a luta.  Disse Eduardo.

Nossos agradecimentos a todos do Grupo de debate 03 e em especial a Marli Nobre (Ipueira) pela sua postura e determinação quanto a defesa das propostas do Grupo 03.

Obs. Foram eleitos 12 delegados que irão em novembro para Brasília rumo a Conferência Nacioanl Democrática de Assistência Social.

* Eduardo Vasconcelos é presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, radialista, ativista, blogueiro, coordenador da Comissão em Defesa dos Campus da UERN, UFRN e IFRN na Região do Agreste Potiguar e atual Agente de Cultura em Nova Cruz.