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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Jornalismo cultural regional: procura-se!

Foto: Divulgação/FundArt
Por Franthiesco Ballerini 
Muitos anos atrás, o jornalista Sérgio Rizzo e eu fomos convidados para uma palestra sobre jornalismo especializado na UVV (Universidade Vila Velha), no Espírito Santo. Rizzo iniciou sua exposição dando uma “bronca” simbólica nos capixabas, dizendo que, naquela manhã, havia passado numa banca de jornais e percebido que os cadernos culturais de lá noticiavam majoritariamente produtos e eventos culturais do eixo Rio-São Paulo, não priorizando as produções e eventos do estado.
Junto a essa história, adiciono um pensamento do talentosíssimo crítico e professor Paulo Emílio Sales Gomes, dita em tempos de Cinema Novo, mas que ainda é bastante válido nos dias de hoje. Gomes dizia que o pior filme nacional é mais importante para nós do que o maior filme internacional de todos os tempos. Jornalistas culturais, como o falecido Daniel Piza, chegaram a criticar duramente a frase de Paulo Emílio, considerando-a bairrista e simplória. Mas o que Gomes quis dizer, à época, é que o jornalismo cultural só terá leitores mais exigentes com os produtos brasileiros de arte e entretenimento se ela mesma cobrir amplamente estes produtos — no âmbito nacional e regional.
Aqui reside o valor máximo do jornalismo cultural regional. Jornais, revistas, sites e blogs precisam privilegiar a produção cultural local, para que esta seja uma fonte de reflexão e crítica, mas também, que sirva de incentivo para o incremento do ciclo de produção regional. Isso vale para absolutamente todas as áreas cobertas por este jornalismo especializado, a ver:
Teatro: uma das áreas que mais necessita da cobertura da imprensa regional, pois se ela não cobre — na forma de matéria, entrevista ou crítica — um espetáculo em cartaz na sua cidade, este espetáculo nunca terá existido, no sentido de formação de um circuito teatral regional. Mas a cobertura não deve ser apenas de peças com astros globais que aterrissam por lá, mas também grupos de teatro — experimentais e universitários — que fomentam esta arte na região.
Artes Visuais: Quantos pintores, escultores e outros artistas estão escondidos em todas as pequenas e médias cidades do país sem que nenhum veículo de imprensa coloque suas obras sob o holofote jornalístico? Falar do artista local é exercitar o pensamento crítico do jornalista, e também mostrar a importância da produção cultural regional para quem vive exatamente nesta região. E talvez seja o maior facilitador para catapultar o artista para o âmbito nacional e internacional.
Música: Talvez seja a área mais privilegiada pelo jornalismo cultural regional, justamente pelo fato de que apresentações em bares, casas noturnas e festas já possuam uma divulgação natural, para fins de divulgação e propaganda do evento. Ainda que a indústria fonográfica seja a mais cambaleante de todas as áreas culturais na atualidade, a música ainda consegue brotar com mais facilidade, no âmbito regional, e galgar espaços maiores graças a isso.
Cinema: o curta-metragem que um estudante da UVV fez e ganhou um festival nacional ou internacional é mais importante para o Espírito Santo do que a estreia de Velozes e Furiosos 8 no fim de semana, no sentido de mostrar uma produção cinematográfica local que seja criativa, rica e de grande potencial. O mesmo vale para produtoras e festivais, existentes em muitas pequenas e grandes cidades brasileiras, mas que muitas vezes ganham espaços pífios da imprensa e, depois, poucos espectadores.
Literatura: quantos romancistas, cronistas e poetas estão anônimos em várias cidades do Brasil, pois blogs, jornais e revistas locais têm receio — ou falta de equipe — para analisar, criticar e divulgar estes escritores? O jornalismo cultural literário no Brasil já sofre com a “síndrome do vira-lata” — divulgar ostensivamente a literatura midiática internacional em detrimento dos autores nacionais — quem dirá os escritores regionais sem os holofotes da imprensa.
Não é preciso muito esforço para mostrar que o jornalismo cultural das pequenas e médias cidades – ou seja, cidades que não sejam capitais – privilegia o que está fora delas. Um giro aleatório mostra isso facilmente, o que eu fiz na tarde de 30 de agosto. No site do jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul (RJ), não havia nenhuma matéria cultural na home, apenas uma notícia de uma palestra de Ronaldo Fraga (que não é gaúcho) que ocorreria na cidade em breve. No Jornal de Caruaru (PE), diversas opções de editorias e segmentos no portal do veículo na internet. Mas cultura mesmo, só uma seção de Famosos com notícias sobre o Patati Patatá, Danilo Gentilli e Patrícia Abravanel.
Passeando pelo Centro-Oeste, em Anápolis (GO), não há sequer uma notícia cultural no portal, dentre as mais de 30 chamadas jornalísticas, nem mesmo uma seção de entretenimento existe no veículo. Pulando para O Jornal da Ilha (Parintins-AM), uma chamada central sobre a Unidos do Viradouro (de Niterói-RJ), outra matéria sobre os sambas-enredos do carnaval do Rio 2018, e (finalmente), uma matéria cultural local: um festival de miniaturas promovido pela prefeitura. Ao final, fotos do famoso Festival de Parintins e da Festa do Carmo. Encerrando o giro, sigo para o Tribuna de Minas, com notícias sobre a região de Juiz de Fora. Nele, um alívio: em meio a matérias sobre Fifh Harmony e Paris Jackson, um confortante cardápio de notícias culturais locais, sobre um curta-metragem local selecionado para festiva internacional, o desenhista juiz-forano Iriê Salomão e o Festival Aos Berros, de cinema e música.
Ainda que o belíssimo exemplo de jornalismo cultural regional da Tribuna de Minas seja uma exceção, ele serve como exemplo do quanto a cidade tem a ganhar — não só culturalmente, mas também com economia e turismo — ao fomentar um circuito local de divulgação, crítica e reflexões culturais. Ainda que muito do que se vê de jornalismo cultural regional seja notícias oficiais (prefeituras, assessorias de imprensa), já são de maior valor do que papaguear sobre a celebridade de Hollywood ou a peça da Claudia Raia em São Paulo. Não se está dizendo que uma coisa anula a outra, apenas diferenciando o valor de cada uma para os leitores locais.
É claro que, no âmbito regional, falar das carências — escolas, hospitais — e dos excessos — violência e corrupção — é mais importante jornalisticamente do que cultura. Mas subestimá-la é manter a roda girando a favor de quem já está ganhando: o eixo Rio-São Paulo e, num âmbito maior, o eixo EUA-Europa. A frase de Paulo Emílio nunca foi tão atual quanto hoje.
Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br

É HOJE!!! - DIA 22/09: I NOITE DAS HOMENAGENS - IFRN - CIDADE ALTA - NATAL

IFRN será palco da I NOITE DAS HOMENAGENS - CAMPUS - CIDADE ALTA - NATAL

No próximo dia 22 de setembro ás 19:30 no Auditório do IFRN - Campus da Cidade Alta - Natal/RN, o Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, realiza a I NOITE DAS HOMENAGENS, cuja finalidade é reconhecer através de DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO, entidades de classes, artistas culturais e políticos que tem serviços prestados de forma direta ou indireta apoios as iniciativas do CPC/RN, bem como promoveram e com certeza continuarão promovendo mais ações em defesa e resgate da CULTURAL BRASILEIRA!

Os agraciados foram escolhidos na reunião dos dirigentes do Centro Potiguar de Cultura – CPC/RN, realizada dia 11 de julho do ano em curso, cuja pauta foi APROVAÇÃO de nomes de personalidades ilustres que atuam na política e nos movimentos sociais, entre eles o sindical, educacional e cultural.

Levantamentos mostram perseguição contra religiões de matriz africana no Brasil ...

INTOLERÂNCIA NUNCA MAIS...


Os casos denunciados à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência vão de insultos à
 violência física, passando por invasões de terreiros e até recusa de fazer negócios. Foi o que ocorreu com Fábio Oliveira, frequentador do Ilê Axé Oxum.

- Compramos um terreno em uma comunidade em Campo Grande para erguer um barracão. Na semana seguinte, fomos informados de que o tráfico local não queria ‘macumbeiros’ ali. Tivemos de desistir do espaço - conta.

O grupo de Oliveira hoje se reúne com frequência no Parque Ecológico dos Orixás, em Magé. O local foi criado há dez anos, na tentativa de evitar a exposição dos praticantes de candomblé e umbanda. Todos os fins de semana, a área, de 60 mil metros quadrados, recebe dezenas de associados à União Umbandista dos Cultos Afro-Brasileiros. Vestidos de branco, os frequentadores se reúnem em cantorias com atabaques e deixam oferendas aos pés de imensas estátuas de orixás e em uma cachoeira.

Diferentemente de Oliveira, grande parte dos frequentadores do parque não quer ser identificada e não se deixa fotografar. Testemunhos de quem aceita conversar dão pistas do que leva ao acanhamento.

Vandalismos em templos Rio - Um dos principais centros espíritas da Zona Sul do Rio, a Casa do Mago foi atacada pela terceira vez em menos de um mês. O portão do local, no Humaitá, foi incendiado por volta de 1h desta quarta-feira. De acordo com a PM, policiais do 2º BPM (Botafogo) foram faziam patrulhamento pela região quando ouviram um barulho. No entanto, os suspeitos conseguiram fugir.


No momento da invasão o terreiro estava vazio. A responsável pelo Centro Espírita acredita 
que esse foi um caso de intolerância religiosa.Não há informações sobre feridos no local. Conhecido como O Mago, Ubirajara Pinheiro registrou o caso na 10ª DP (Botafogo). Os outros dois casos ocorreram nos dias 31 de julho e 2 de agosto. Na segunda vez, os bandidos jogaram um artefato explosivo dentro da casa. O DIAtentou entrar em contato com algum representante da Casa do Mago, mas ninguém foi encontrado.- 

Trabalho em um banco e tive uma chefe que descobriu que eu batia tambor. A partir dali, ela começou a me perseguir, e tive de pedir transferência - conta uma umbandista.Professor do Departamento de Ciência da Religião, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o cientista social Silas Guerriero vê um aumento da intolerância no Brasil nos anos recentes...
A polícia também está investigando mais um caso de intolerância religiosa. Dessa vez foi em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O Centro Espírita Unidos pela Fé, que fica em Austin, foi invadido na madrugada de quarta-feira (30).

Foram furtadas imagens de santos. Louças usadas nos cultos e outros objetos foram quebrados e ficaram espalhados pelo chão.
As intolerâncias mexem com a sociedade de maneira geral, quando um grupo se acha superior ao outro. No Brasil, sempre houve uma certa tolerância religiosa. O que tem acontecido nos últimos anos é que o pentecostalismo se coloca de maneira muito fundamentalista. E esse fundamentalismo evangélico tem levado às situações de violência que estamos vendo.

Apenas no último ano, foram registrados através do Disque 100, 79 denúncias de casos de intolerância religiosa no estado. O número representa um crescimento de 119%, quando comparado ao ano anterior.

Agressões -A intolerância religiosa não fica só nos atos de vandalismo, invasões e incêndios. Ela também ataca as pessoas, que assim como a menina apedrejada no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, são agredidas física e moralmente, por causa da sua fé.- Os evangélicos são pacíficos. Nunca presenciei um pastor dizendo “vamos incendiar um terreiro, vamos quebrar suas imagens”. O que se fala é “vamos orar para que Deus toque o coração deles”. - defende o pastor da Assembleia de Deus. - Sempre que invadem uma igreja católica ou um terreiro, os evangélicos são os primeiros suspeitos. Mas, muitas vezes, os agressores não são da religião.

“Este ato de intolerância religiosa não foi realizado por um 'lobo solitário'. Os criminosos, assim como no último ataque, utilizaram uma bomba caseira, feita com pregos, chegaram de 
carro e com os rostos cobertos. A perseguição não é apenas contra o mago, pois se fosse algo pessoal eles também poderiam agir fora do templo. A perseguição é religiosa. Ao atacarem um templo de matriz africana, que expõe imagens de santos e cultua os orixás, eles atacam a religião e todos os umbandistas e candomblecistas. Milícias religiosas podem estar por trás de ataques.

João Paulo de Xango da UNEGRO e líder do movimento NÃO MEXA NA MINHA ANCESTRALIDADE , diz que tem motivos ainda maiores para acreditar em preconceito religioso e cultural: -O Rio, desta forma, estaria fazendo uma viagem de volta ao passado quando a religiões de matrizes africanas eram criminalizados e tratados como magia negra

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte: comissão inter religiosa da unegro rj/odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/https://oglobo.globo.com

“Meu corpo não é público” – cultura do estupro, constrangimento e violência – Por Lorena Alves

Eu não acredito no sistema e nem em quem acredita nele. Os 3,80 da passagem do ônibus não incluem o meu, nem o seu, nem o corpo de Cíntia Souza. Cíntia, 23 anos, foi violentada na terça-feira (29/08) em transporte público, na Avenida Paulista (SP). Homem que ejaculou no pescoço da vítima foi liberado.
Era terça-feira 29 de agosto quando Diego Novais, 27 anos, ejaculou no pescoço de Cíntia Souza, dentro de ônibus na Avenida Paulista. Há testemunhas, Diego é preso em flagrante pelo motorista até que a polícia chegue. O juiz José Eugênio do Amaral Neto não acusa o agressor pelo crime de estupro, e sim importunação ofensiva ao pudor, infração de menor potencial ofensivo. Diego está respondendo em liberdade por esse caso. O Ministério Público Estadual (MP –SP), responsável pela acusação, decidiu pelo relaxamento do flagrante. Há decisões intoleráveis nessa história.

Muitas pessoas não têm conhecimento do significado do termo “estupro”, mas entre essas muitas pessoas está o juiz Eugênio, que tomou uma decisão misógina em meio a um judiciário misógino. E é sobre isso que desejo acrescentar ao debate: quando o assunto é violência contra mulher, essa decisão, entre muitas outras, é tomada com base em um judiciário despreparado para tratar de casos como esse e um legislativo com respostas ineficazes. O juiz não considerou que houve estupro, caso contrário, o homem não seria mantido em liberdade.

O modus operandi de Diego Novais costuma ser o mesmo, se aproxima de mulheres em transporte público e mostra ou encosta o pênis na vítima. O nome disso não é doença, e não ocorre só em São Paulo. É cultura do estupro. Mas o que é isso? Nosso comportamento é condicionado pela cultura em que vivemos. A palavra “cultura” no termo “cultura do estupro” enfatiza a ideia de que comportamentos que silenciam ou relativizam a violência sexual contra a mulher NÃO podem ser interpretados como naturais. O termo “cultura do estupro” tem sido usado desde os anos 1970, na segunda onda feminista. Percebemos que estamos há passos largos de mudarmos essa estrutura quando juízes como Eugênio desclassificam vítimas como Cíntia.
Até quando vítimas de violência sexual serão desacreditadas? Não deveríamos precisar enfatizar tantas vezes o que já está provado. Essa cultura está nos livros, filmes, novelas, séries, jornais… Enquanto romantizarem o agressor, continuaremos gritando o óbvio: “machismo mata, feminismo liberta”. Enquanto houver patriarcado lutaremos pelo fim desse sistema que reforça a cultura de banalização e normalização da violência contra a mulher. Casos de estupros às mulheres ocorrem nas mais diversas situações: dentro de casa, da universidade, da escola, nas ruas, em bairros de todas as classes sociais. Agora, vamos ler a afirmação de Souza Neto, em sua decisão, citando o que diz o artigo 213(*) do Código Penal sobre o crime de estupro: “Entendo que não houve o constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça”. Houve constrangimento? Sim. Violência? Sim. Foi estupro. (isso, ponto). Houve um contato físico com o corpo da vítima, que não consentiu em participar daquele ato.
(*) “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” (Art. 213 da Lei Nº 12.015/2009).
Estupro não tem e não pode ter justificativa. Eles acontecem independentemente das roupas que as mulheres usam, ou do modo em que se comportam. Estupro não tem roupa, idade, data ou local. Vejamos alguns dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada):
- O estupro é um dos crimes menos reportados às autoridades. A partir da pesquisa do IPEA, a nota técnica “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde” diz que no mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil, destes casos, apenas 10% dos casos são registrados pela polícia.
- 15% dos estupros são coletivos. Pense que os casos que você conhece/leu/falou, estão longe de serem isolados.
- Em 2014, foram registrados 47.646 casos de estupros no Brasil. (*)
- A cada 11 minutos no Brasil uma mulher é estuprada (*)
(*) Os números são do 9º Anuário Brasileiro da Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Não estou aqui para falar especificamente sobre Eugênio, nem sobre a prisão de Diego, estou aqui para falar: o que esse tipo de Justiça brasileira está garantindo? Nada. O fato do juiz desse caso ter falado textualmente que a “surpresa da ejaculação na moça não é violência”, é esse um dos maiores problemas… O não reconhecimento.
E o que afasta as vítimas dos órgãos oficiais? O medo de ouvir que é culpada, a impunidade, ter a vida, ou a de seus parentes, ameaçada pelo estuprador, e claro, a normalização desse crime. Faltam no Estado, entre muitas coisas, estrutura física para atender as denúncias, melhoramento dos horários de funcionamento da Delegacia da Mulher, além de pessoas preparadas para tratar de crimes como o estupro e demais violências sexuais. Você se questiona sobre medidas jurídicas em casos de violência contra a mulher? Eu sim. Desclassificação da vítima. Supremacismo masculino. Juízes [homens, homens, homens] de internet e juízes que não entendem o básico para responder por crimes de estupro. Ejacular no pescoço de alguém é crime e não uma contravenção penal.
O discurso importa, e ele não existe sem contexto. Um homem, por mais que se solidarize com Cíntia, nunca vai entender a dor que ela sentiu quando foi feita de “depósito de esperma” por Diego. Ela foi claramente CONSTRANGIDA, e VIOLENTADA. O que o Juiz José Eugênio sabe sobre violência contra as mulheres? A lei oculta casos de estupro, o agressor sai impune, e é assim que a cultura do estupro segue perseguindo incontáveis mulheres em um país de juízes como Eugênio, agressores como Diego Novais, e vítimas como Cíntia Souza.
Em 2015, o Datafolha revelou que é no transporte público que as mulheres estão mais vulneráveis a abusos sexuais e assédio. Aos homens especialistas de Facebook que defenderam a atitude do juiz, parem e pensem um pouquinho: é natural Cíntia ter sido feita de “depósito de esperma” por Diego? É natural ele (e não só ele) ter um histórico tão grande de abusos sexuais em transporte público? Quando se trata de violência contra a mulher, denúncia não é sinônimo de justiça no Brasil. É triste ver um caso como esse, e não se surpreender com a atitude do juiz, nem do agressor, nem dos especialistas de Internet. A cada dia, nós mulheres, percebemos a importância de ser “nós por nós”. Não devemos nos calar enquanto o supremacismo masculino tomar decisões sobre nossos corpos, e sermos questionadas do incabível, “por que não fechou as pernas?”, “por que usou uma roupa tão curta?” “por que saiu tão tarde?”, basta!
Diego Novais tem outros 16 registros oficiais de abuso sexual ou estupro praticados no transporte público desde 2011. Não conseguimos imaginar uma mulher ejaculando no pescoço de um homem no transporte. Não conseguimos imaginar um homem com medo de uma mulher tocar no seu pênis e bunda, dentre as mais diversas situações, seja no transporte ou não. Diego Novais não é doente. Ele perpetua a cultura do estupro em que as mulheres são submetidas diariamente. O discurso é um dos canais da violência simbólica, a culpa é das estruturas prévias de dominação. Publicitários estão colaborando com a cultura do estupro ao lançarem campanhas de cerveja excluindo o público feminino, colocando a mulher como objeto de intensificação do consumo de bebidas alcoólicas exclusivamente por homens. A indústria pornográfica que limita como deve ser o sexo, como deve ser o corpo da mulher, está colaborando IRRESPONSAVELMENTE com o estupro ou como chamam de “transa enquanto ela dorme”, homem, você está estuprando sua parceira seguindo a linha de estupro filmado, que você, seu tio e irmão consomem.
A violência doméstica também não é levada a sério, é vista como exagero da mulher, que “não aguenta ouvir”, que estava “irritando demais”, que toda aquela gritaria faz parte de só mais “uma briga de marido e mulher em que não se mete a colher”. Muitos dos homens que acharam um absurdo a atitude de Diego, de 27 anos, são pessoas abusivas com suas parceiras no “relacionamento aberto” em que vivem, olha o corpo da mulher na rua (ou em qualquer lugar) como se fosse carne a ser comida… Essa pessoa também posta que nossos corpos devem ser livres. Falsa liberdade! É livre para usar aquele short mais curto perto dele, é livre pra beber com ele, é livre pra falar sobre sexo com ele. O moço que se indignou também chama de “brincadeira” a ofensa à colega de trabalho. Muitos dos juízes [homens, homens, homens] de internet fazem parte do clube dos “desconstruídos babacas”. Não confio no sistema que julgou o caso de Diego Novais, mas também não confio em homens que se dizem identificar com o ocorrido.
A violência sexual persegue os passos das mulheres. A insegurança é um sentimento recorrente, o medo de andar pelas ruas escuras é recorrente, e as claras também. A sombra nos assusta, ainda mais quando apressamos o passo porque pensamos ter um homem nos seguindo… Começam aparecer imagens horríveis em nossas mentes. Quantas vezes eu não senti ou senti pela outra menina o desconforto de usar shorts e ser assediada. Está ultrapassado falar que assovio não é elogio? Não. Está ultrapassado falar que não nos sentimos confortáveis com olhares sob nossos corpos como se fossem carnes prontas a serem comida? Não. Ultrapassado é o machismo.
“O ônibus é público. Nosso corpo NÃO”. Frase usada pelo Mad Women, grupos de criadoras mulheres (aqui), na campanha contra os abusadores em transporte público, foi coincidentemente lançada no dia do caso de Cíntia Souza. #MeuCorpoNãoÉPúblico, foi a hashtag criada, além uma série de pôsteres feitos colaborativamente. “O intuito é colar os posteres dentro do ônibus e nos pontos. Você mesma pode baixar as artes em alta qualidade e imprimir numa gráfica ou mesmo na sua casa. O importante é espalhar essa indignação e mostrar que estamos, mais do que nunca, unidas contra nosso silenciamento”, diz Nina Grando no site Ovelha Mag
A vida das mulheres é perpassada por dores como de Cíntia Souza, como de alunas assediadas por seus professores, ou das vozes que nem relatos podem ser lidos porque já foram mortas antes mesmo de aprender a escrever. Vamos relembrar? Estupro não tem idade. Crianças também são estupradas. Diego, e muitos estupradores andam pelas ruas brasileiras impunes, enquanto Cíntia, e as 527 mil vítimas de tentativas ou caso de estupros consumados no país andam pelas ruas brasileiras se sentindo constrangidas pelo assédio, desrespeito, violência, estupro, ou simplesmente medo. Não me espanta tamanha desconfiança na Justiça que desconhece o que é um estupro. Repito, eu não confio no sistema, e nem em quem acredita nele. Ainda acham que machismo não mata?
Se me cabe um “p.s”, recomendo a coluna publicada em vídeo e texto (aqui) da professora de Direito Penal Maíra Zapater, no site de notícias jurídicas Justificando. (Leitura necessária para quem quer entender que tipo de raciocínio o juiz pode ter usado).

IberCultura Viva abre inscrições para Edital de Mobilidade

FLYER C portugues-02-01-01 (2)
O programa IberCultura Viva está com inscrições abertas, até 1º de outubro, para o Edital de Mobilidade 2017. A seleção é dirigida às organizações interessadas em participar do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado de 20 a 25 de novembro, em Quito (Equador). Será destinado um total de US$ 45 mil para a compra de passagens aéreas. O evento é organizado pela Rede de Cultura Viva Comunitária do Equador e tem como um de seus principais objetivos trabalhar o “Ser comunitário”.

Poderão participar do edital representantes de organizações/coletivos que trabalham com cultura de base comunitária nos países membros do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. Cada organização/coletivo poderá apresentar uma pessoa candidata.

Serão levados em conta na avaliação a experiência da organização em ações culturais comunitárias e o histórico de participação em processos de articulação de redes em âmbito nacional e/ou internacional, além do perfil da pessoa candidata.

formulário de inscrição deverá ser completado exclusivamente online, incluindo o envio de anexos, e não serão aceitas apresentações que tenham data de chegada anterior a 19 de novembro e data de regresso posterior a 26 de novembro de 2017. As inscrições, abertas na última segunda-feira (4), terminam em 1º de outubro, às 23h59, considerando o horário oficial de Buenos Aires, Argentina (atualmente, o mesmo de Brasília). O resultado final será divulgado no dia 10 de outubro.

Passagens + inscrição

Os selecionados pelo edital receberão a passagem de ida e volta, o seguro de viagem e a taxa de inscrição para o congresso. As pessoas selecionadas ainda poderão fazer uso do espaço de camping e participar das comidas comunitárias incluídas na inscrição, ou resolver sua hospedagem e alimentação por seus próprios meios. O Edital de Mobilidade não inclui hospedagem, nem alimentação.

A rede organizadora do congresso tem prevista uma área para acampamento e alimentação comunitária. Também facilitará o acesso a hotéis que se encontram a 2km do lugar onde serão desenvolvidas as atividades centrais do evento. O custo dos hotéis não está incluído na taxa de inscrição.

Existem duas modalidades de inscrição para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária: os que pagam US$ 35 têm acesso às atividades e os que pagam US$ 70 têm acesso às atividades, à zona de camping e à alimentação. O programa IberCultura Viva pagará a modalidade de inscrição que inclui camping e alimentação. Consultas sobre o edital podem ser feitas pelo e-mail programa@iberculturaviva.org.

BRASIL CULTURA

Paulo Freire, uma história de vida

Biografia assinada pela viúva Ana Maria Araújo Freire reúne fotos, documentos inéditos e manuscritos de poemas do educador
Biografia assinada pela viúva Ana Maria Araújo Freire reúne fotos, documentos inéditos e manuscritos de poemas do educador
No ano que se completa 20 anos da morte de Paulo Freire, o educador é homenageado em mais uma obra literária. O livro Paulo Freire, uma história de vida, assinado por Ana Maria Araújo Freire, sua viúva, revisa o texto biográfico publicado em 2005 pela Villa das Letras, e soma a ele fotos, documentos inéditos e um encarte com manuscritos de poemas escritos pelo educador.
Críticos falam da originalidade da obra e de seu valor histórico, cultural e educacional. Ao assinar o prefácio, o docente catedrático do Departamento de Ciências Sociais de Educação, na Universidade do Minho, em Portugal, Licínio Lima, alegra que a obra é incontornável para os estudiosos do pensamento de Paulo Freire, “especialmente pelo repositório de dados, informações, documentos e fontes inéditas, pela contextualização sócio-histórica e política-cultural do Brasil de Freire, antes e depois do exílio, e, ainda, pelo testemunho pessoal”.

Paulo Freire, uma história de vida
Editora Paz & Terra
Valor: R$ 92,90
Fonte: Brasil Cultura

IberCultura Viva abre inscrições para Edital de Mobilidade

FLYER C portugues-02-01-01 (2)
O programa IberCultura Viva está com inscrições abertas, até 1º de outubro, para o Edital de Mobilidade 2017. A seleção é dirigida às organizações interessadas em participar do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado de 20 a 25 de novembro, em Quito (Equador). Será destinado um total de US$ 45 mil para a compra de passagens aéreas. O evento é organizado pela Rede de Cultura Viva Comunitária do Equador e tem como um de seus principais objetivos trabalhar o “Ser comunitário”.

Poderão participar do edital representantes de organizações/coletivos que trabalham com cultura de base comunitária nos países membros do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. Cada organização/coletivo poderá apresentar uma pessoa candidata.

Serão levados em conta na avaliação a experiência da organização em ações culturais comunitárias e o histórico de participação em processos de articulação de redes em âmbito nacional e/ou internacional, além do perfil da pessoa candidata.

formulário de inscrição deverá ser completado exclusivamente online, incluindo o envio de anexos, e não serão aceitas apresentações que tenham data de chegada anterior a 19 de novembro e data de regresso posterior a 26 de novembro de 2017. As inscrições, abertas na última segunda-feira (4), terminam em 1º de outubro, às 23h59, considerando o horário oficial de Buenos Aires, Argentina (atualmente, o mesmo de Brasília). O resultado final será divulgado no dia 10 de outubro.

Passagens + inscrição

Os selecionados pelo edital receberão a passagem de ida e volta, o seguro de viagem e a taxa de inscrição para o congresso. As pessoas selecionadas ainda poderão fazer uso do espaço de camping e participar das comidas comunitárias incluídas na inscrição, ou resolver sua hospedagem e alimentação por seus próprios meios. O Edital de Mobilidade não inclui hospedagem, nem alimentação.

A rede organizadora do congresso tem prevista uma área para acampamento e alimentação comunitária. Também facilitará o acesso a hotéis que se encontram a 2km do lugar onde serão desenvolvidas as atividades centrais do evento. O custo dos hotéis não está incluído na taxa de inscrição.

Existem duas modalidades de inscrição para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária: os que pagam US$ 35 têm acesso às atividades e os que pagam US$ 70 têm acesso às atividades, à zona de camping e à alimentação. O programa IberCultura Viva pagará a modalidade de inscrição que inclui camping e alimentação. Consultas sobre o edital podem ser feitas pelo e-mail programa@iberculturaviva.org.